domingo, junho 24, 2007

O Tratado

Há muito que sabíamos que o papel que a União Europeia designou para Portugal é o da prestação de serviços e de ser o “INATEL” da Europa. Não podemos por isso estranhar que agora nos tenha sido pedido que passemos a limpo as resoluções tomadas na Cimeira de Bruxelas. Para a Sócretina, que prefere o papel de Engenheira ao de escriturária, nada melhor que transformar essa tarefa em algo mais nobre, a redacção do tratado. Para mim, que olho para tudo isto com alguma tristeza e vergonha, tanto me faz como lhe chamem. Grave, é que sabendo perfeitamente aquilo que lá têm de escrever, nos venha dizer que não faz sentido falar de referendo antes de o escrever. Gravíssimo é que o Sr. Silva venha corroborar esta posição, elogiar os países que já encontraram forma de não fazer referendo e criticar aqueles, que como eu, defendem a sua realização. Porque anda esta gente tão preocupada em adiar a discussão? Ou há referendo, como foi prometido e por ser a forma mais democrática de agir, ou então assumam que receiam a opinião dos portugueses, que nos acham demasiado burros para o entender, ou simplesmente porque se estão nas tintas para aquilo que pensamos. Não se entende realmente muito bem porquê tanta hesitação, afinal têm a seu favor a comunicação social, os dois partidos do alterne governativo português, a palavra do endeusado Sr. Silva e um povo com mais de 70% de iletracia a quem podem sempre perguntar coisas do género "Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes do tratado para a Europa"? Eu provavelmente irei ter de votar não, mas apostava desde já na vitória do Sim. E era para ganhar a aposta, porque a votação, essa, já está perdida à partida.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

16 comentários:

  1. Essa do INATEL da Europa está fantástica e é a imagem perfeita da realidade. É pena que não se consiga ( a nível do poder ) contrariar essa ideia e despir a fardinha de criado de hotel que nos querem vestir...

    Belos posts, como sempre. Até copiei um que irei usar em breve.

    Abraço!

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  2. O Sr. Silva gosta de coabitar e ninguém lhe pode levar a mal por isso. Disseram-lhe que o TGV afinal custava menos 600 milhões de euros e ficou logo curado do nervoso miudinho.

    Gostei da expressão: «os dois partidos do alterne governativo». Significa prostituição à vez.

    Um abraço

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  3. Acho que estamos é todos fartos desta merda, deste pântano político!
    É preciso transparência, verdade, e sobretudo acabar com as mentiras e a porcaria das jogadas, umas a ver se pegam, outras que são apenas fumo, outras engendradas em meandros obscuros para servir interesses ainda mais obscuros.
    Estamos fartos!

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  4. 1º exigir referendo ao tratado.
    2º votar contra.

    Razões gerais: não existe qualquer necessidade, utilidade,lógica, ou practicalidade na necessidade de existencia de um tratado europeu de-se- lhe o nome que se lhe dê.

    Razão portuguesas: menos ainda se deve aceitar isto tendo em conta que nos foi destinado sermos um casino e um bordel.

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  5. O que o Presidente, o Governo e o PS se preparam para fazer é aprovar o tratado constitucional, tratadinho, ou o quer que lhe chamem sem consulta referendária do cidadão soberano. É inadmissível, seja qual for o texto que venha a ser aprovado pelos governantes da UE.

    Já agora proponho ao KAOS mais pin para a blogosfera que se queira associar na exigência dum referendo.

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  6. Sá Morais:
    Eles gostam de se sentir criaditas da Europa. Criadas a para todo o serviço. O servilismo de um povo que em tempos foi tão orgulhoso envergonha a alma de todos nós.
    abraço

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  7. Diogo:
    O Sr. Silva está-se bem nas tintas para tudo isto, o que agrada é sentir o cheiro do poder.
    Quanto ao governo de alterne, prostituem-se sempre. Umas vezes em S. bento outras nas sedes partidarias.
    abraço

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  8. anonimo:
    Estamos fartos, mas ou fazemos alguma coisa ou temos de ganhar paciencia. esta gente não muda e vai continuar a vergar as costas aos senhores da Europa e do mundo.
    abraço

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  9. Pedro Silva:
    Razões não faltam para recusar este e qualquer outro tratado que nos venda ainda mais. Penso que a palavra traição poderia ser utilizada em muitas das atitudes que por ai se vêm
    abraço

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  10. Metralhinha:
    Mais que a exigencia de um referendo é lutar para que ele depois não seja aprovado. Sei que a tarefa é impossivel, mas isso não justifica que não tentemos
    abraço

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  11. E agora esperem pelo próximo «round» no nosso torrãozinho lusitano...
    Já estão quase a chegar as cenas do próximo capítulo.

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  12. Kaos:
    Um combate de cada vez.
    Para se defender a aprovação ou a rejeição do tratado é preciso primeiro conseguir que se aceite o princípio do referendo como o único método com legitimidade democrática.
    Renovo o convite/desafio para uma imagem a postar nos blogs pedindo o referendo ;-)

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  13. Sarcastico:
    Agora é fazer esquecer a dificuldade que alguns países colocaram para depois isto passar mais silenciosamente.
    abraço

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  14. Metralhinha:
    Já parto com uma desvantagem tão grande em relação a estes negociadores da Nação que tenho de aproveitar todas as oportunidades para manifestar a minha opinião. Esta, a favor do referendo e a outra a de não querer ver o nosso país governado por outros.
    Já fiz a imagem que está do lado direito do blog.
    abraço

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  15. OK. Obrigado, está muito sensual.

    Também já está posta na Arte e já coloquei as hostes a divulgá-la.

    Abraço

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  16. Metralhinha:
    Só procurei demonstrar que o problema não está só no governo e no Sr. Silva, mas na própria UE. É aí que querem o silencio para que os grandes da Europa a conquistem sem disparar um tiro. Cá são só marionetas desses interesses.
    abraço

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