sexta-feira, janeiro 27, 2006

Quem tem Função Pública tem Cadilhes


Miguel Cadilhe considera necessária a saída de pelo menos 200 mil funcionários públicos através da rescisão amigável. No «Contas de Cabeça» da TSF, o ex-ministro defendeu também a venda de ouro para subsidiar a reforma da Administração Pública.

Nunca entendi muito bem isto da economia. Parece-me sempre que a bota não bate com a perdigota. Somos um país com meio milhão de desempregados e com a segurança social quase a atingir o ponto de ruptura. A proposta apresentada iria tornar 200 mil contribuintes líquidos para a Segurança social em desempregados com a respectiva redução nas receitas e aumento das despesas. O estado gastava agora milhões para se livrar de funcionários, poupava depois em ordenados para no fim perder, outra vez, em receitas fiscais. Pior, iríamos, assim, aumentar para 700 mil o número dos nossos desempregados. Gastava-se as nossas reservas em ouro para criar mais desemprego e mais miséria em Portugal.
Também a ideia da existência de 200 mil funcionários públicos a mais não sei se está assim tão correcta. Não se trata aqui simplesmente daquela senhora que está ali atrás de um balcão ou de uma secretária, A grande maioria do chamado funcionalismo público são professores, médicos e forças de segurança, áreas onde até se diz existir falta de pessoal. A única forma que eu vejo para explicar estas afirmações passa pela ideia de privatizar o ensino, a saúde e fomentar a criação de mais empresas de segurança. Matava-se assim dois coelhos com uma só cajadada. Dava-se mais negócios para o privado e fazia-se mais um atentado contra, a já debilitada, segurança social pública.
Posso não entender nada de economia, mas a forma como tenho visto os especialista actuar e os resultados e objectivos que têm obtido faz-me parecer que também eles, os economistas, não sabem muito bem o que têm andado a fazer.

1 comentário:

  1. E não foi Cadilhe que essa entrada de laranjas aos magotes foi realizada?

    ResponderEliminar