Especialistas em direito penal e constitucional da Universidade Católica de Lisboa defenderam hoje que a liberdade de expressão abarca o direito à blasfémia, avança a agência Lusa. O debate foi sobre a perspectiva jurídica da polémica em torno das caricaturas de Maomé.
Rui Medeiros, professor associado, e Jorge Pereira da Silva, Pedro Garcia Marques e Gonçalo Matias, assistentes, promoveram hoje um debate com jornalistas com o objectivo de enquadrar juridicamente a polémica sobre as caricaturas.
Baseando-se na jurisprudência, o penalista Pedro Garcia Marques considerou que a liberdade de expressão deve ser defendida independentemente do conteúdo da mensagem ou da reputação de quem a difunde.
Por outro lado, tratando-se de caricaturas, é preciso ter em conta que a linguagem que lhes é própria é necessariamente satírica e, defendeu o constitucionalista Jorge Pereira da Silva, implica a liberdade de criação cultural, que goza de uma ainda maior amplitude.
Frisando sempre que a avaliação dos limites à liberdade de expressão é relativa e varia de país para país, Pereira da Silva e Rui Medeiros, também constitucionalista, consideraram que a liberdade de expressão é fundamental, enquanto princípio estruturante da democracia, mas não é ilimitada.
Os limites à liberdade de expressão têm de ser sempre definidos para a protecção de outros direitos importantes e constitucionalmente garantidos - direito à identidade, ao bom nome, à vida privada, entre outros -, mas a avaliação do respeito por esses limites, defenderam, deve ser sempre ponderada caso a caso e «contida» para não abrir caminho à censura.
«Neste caso, os limites dificilmente terão sido violados», considerou Rui Medeiros.
Os especialistas sublinharam ainda a necessidade de a liberdade de expressão dispor daquilo a que os norte-americanos chamam «breathing space», ou espaço para respirar, o que significa que ela não pode ser exercida «num clima de pressão que leve à auto-censura».
«A liberdade de expressão tem de ser um direito e não um risco», sintetizou Pereira da Silva.
Rui Medeiros, professor associado, e Jorge Pereira da Silva, Pedro Garcia Marques e Gonçalo Matias, assistentes, promoveram hoje um debate com jornalistas com o objectivo de enquadrar juridicamente a polémica sobre as caricaturas.
Baseando-se na jurisprudência, o penalista Pedro Garcia Marques considerou que a liberdade de expressão deve ser defendida independentemente do conteúdo da mensagem ou da reputação de quem a difunde.
Por outro lado, tratando-se de caricaturas, é preciso ter em conta que a linguagem que lhes é própria é necessariamente satírica e, defendeu o constitucionalista Jorge Pereira da Silva, implica a liberdade de criação cultural, que goza de uma ainda maior amplitude.
Frisando sempre que a avaliação dos limites à liberdade de expressão é relativa e varia de país para país, Pereira da Silva e Rui Medeiros, também constitucionalista, consideraram que a liberdade de expressão é fundamental, enquanto princípio estruturante da democracia, mas não é ilimitada.
Os limites à liberdade de expressão têm de ser sempre definidos para a protecção de outros direitos importantes e constitucionalmente garantidos - direito à identidade, ao bom nome, à vida privada, entre outros -, mas a avaliação do respeito por esses limites, defenderam, deve ser sempre ponderada caso a caso e «contida» para não abrir caminho à censura.
«Neste caso, os limites dificilmente terão sido violados», considerou Rui Medeiros.
Os especialistas sublinharam ainda a necessidade de a liberdade de expressão dispor daquilo a que os norte-americanos chamam «breathing space», ou espaço para respirar, o que significa que ela não pode ser exercida «num clima de pressão que leve à auto-censura».
«A liberdade de expressão tem de ser um direito e não um risco», sintetizou Pereira da Silva.
Pelo que foi dito estou então no direito de publicar "caricaturas" gratuitas como esta. É a minha liberdade de expressão e isso dá-me o direito de fazer aquilo que me der na real gana. Sei que com esta imagem estarei a ofender a susceptibilidade de muita gente e só o faço para demonstrar que é fácil ofender mesmo quando não se tem nada para dizer.
:-)
ResponderEliminarVais ser esconjurado, blasfemo. O Papa vai-te assombrar
ResponderEliminarLindo
ResponderEliminarNeste momento até vão comer e calar, mas noutra altura gritariam de raiva.
ResponderEliminarÀ parte das leis do Estado, a minha consciência, a minha memória, os meus conhecimentos, a minha circunstância, a minha civilização, são tudo constrangimentos à minha liberdade de expressão.
ResponderEliminarTalvez seja uma diferença subtil mas é também uma diferença crucial. Julgo que alguma da confusão ocidental ao longo deste episódio da publicação dos cartoons de Maomé vem precisamente daí.
AAA
São duas concepções completamente distintas aquelas que existem no Islão e nas sociedades ocidentais. Tentar miscigenalas é como tentar misturar azeite na água.
ResponderEliminarJá houve gente queimada nas fogueiras da inquisição por muito menos. mesmo assim a terra continua a rodar em volta do sol.
ResponderEliminar100 Avés Marias e 200 Pais Nossos ou vais parar ao inferno.
ResponderEliminarso ha uma diferença bacano: tu publicas esta merda e ninguém te ameaça de morte ou vai largar fogo a tua casa, é só isso meu, é só isso.
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