quinta-feira, novembro 16, 2006

De Olho na Comunicação Social

O Ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela a pasta da Comunicação Social, defendeu esta terça-feira que os jornalistas devem ser escrutinados enquanto fonte de influência, já que uma dos componentes da democracia é o controlo do poder, lembrando que o jornalismo é também considerado como «o quarto poder ou o quarto do poder».
Esse controlo implica «interpelar a definição de agenda» que é «um dos poderes essenciais» do jornalismo, já que determina se um acontecimento ou uma declaração é dado a conhecer e tomado como importante ou se é menosprezado, tornando-se desconhecido do público.
«Uma coisa são os conteúdos, outra são os jornalistas» considerando «desajustada» a forma como «alguns jornalistas se transvestem de comentadores».
Defendeu ainda não ser necessário «que os jornalistas actuem como se fossem um corpo estranho ao poder» para controlarem esse poder com imparcialidade. «Não precisamos que os jornalistas actuem como se qualquer contacto com o poder fosse uma contaminação com lepra, só precisamos é da capacidade deles se auto-regularem», concluiu.
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Li e reli as afirmações do Ministro e ainda não consegui chegar a nenhuma conclusão. Se, por um lado a forma como a informação em Portugal nos é impingida, atinge momentos de vómito com a promiscuidade entre os poderes políticos, económicos e os órgãos de informação, por outro sinto sempre um nervoso quando o poder politico começa a falar em “escrutinar” jornalistas. Será talvez um medo que vem de outros tempos, mas lembro-me sempre do famoso "lápis azul". Concordo quando fala de ser totalmente desajustada essa ideia de jornalistas transvestidos de comentadores, mas o mesmo, e com mais razões ainda, se pode dizer dos políticos, presos que estão a interesses partidários, a vender ideias como se fossem gente liberta de compromissos.
Seja lá como for, não gosto de ver os políticos a "deitar o olho" e a comentar aquilo que a imprensa diz. Chamem-me desconfiado, mas não gosto.
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Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

12 comentários:

  1. Não só não gosto como não admito.

    Embora no conceito de jornalista caiba hoje muita coisa, a auto-regulação de que fala o Sr. Ministro pode bem ser o tapete em que espera que muitos escorreguem para, depois, virem os governantes justificar um outro tipo de regulação.
    Desejosos andam eles!...

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  2. Eu também não gosto, mas o problema, é que os jornalistas muitas vezes se põem a jeito e se há coisas de que um politico não prescinde, uma delas, é tentar controlar a informação.

    Grande abraço.

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  3. Eu não sei bem porque razão o senhor ministro teve necessidade de falar neste assunto. Até porque desde a TSF ao DN,JN,e por aí fora, estão prontos a seguir as indicações que o senhor ministro ditar. O senhor Jorge Copelho não anda a dormir e desde os tempos de Cavaco como primeiro ministro soube organizar os seus comissariados nos vários órgãos da comunicação social.
    Francamente não entendo até onde quer chegar o senhor ministro.

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  4. jorge:
    Eu fiquei assustado, embora como aquilo foi feito numa daquelas reuniões de jornalistas pode só ter sido conversa para encher pneus. Mas, desconfio sempre.
    abraço

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  5. pires f.:
    A comunicação social anda uma vergonha completamente vendida ao poder económico. Basta ver como todos saiem em defesa dos bancos ou de qualquer ataque a interesses estabelecidos. Agora, ficarem controlados pelo poder politico era bem pior e faz-me temer outros tempos.
    abraço

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  6. ruy:
    Tanto o PS como o PSD têm os seus infiltrados na informação, mas quem me parece comandar é o poder económico. Isso faz da informação que temos uma vergonha, mas se os politicos agarrarem nas rédeas a coisa fica muito pior.
    abraço

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  7. Amigo Kaos!

    Eu já fiz esse desafio, mas como vem de quem vem, prometo aceitá-lo e fazer mais revelações! Mas fica para depois do fim-de-semana... Combinado? È que este fim-de-semana tenho qualquer coisa para fazer... Uh...

    ;)

    Abraço! E... até breve!

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  8. luikki:
    Eu há muito tenho falado disso, porque me preocupa.
    abraço

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  9. Sá Morais:
    Nem necessitas de o aceitar, foi mesmo só para manter a corrente, que eu nem sou fâ destas coisas.
    Sábado lá será.
    Abraço

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  10. é uma questão complicada, muito complicada...

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  11. grito:
    Pode ser complicada,mas também é importantissima para podermos viver em liberdade. A sua defesa é essencial
    abraço

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  12. Esteva:
    É um pouco assim. Tu dás-te comigo, eu até te trato bem e tu tens o cuidado com aquilo que escreves. Claro que se não aceitares esta simpática proposta podemos sempre utilizar a outra opção que à bruta.
    bjs

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