quinta-feira, novembro 30, 2006

Porque hoje é quinta-feira

Depois de uma semana em que cada um teve de andar para seu lado, eis que finalmente chega a quinta-feira e com ela o dia do reencontro.
- Olá Aníbal, então tiveste saudades minhas? Perguntou a Sócretina enquanto lhe arrefinfava com dois sonoros beijos.
- Vens muito contente Sócretina. Pelos vistos anda tudo a correr-te tão bem que parece que tu é que não tiveste saudades minhas.
- Não é nada disso, claro que tive saudades tuas, e se estou tão contente é por estar aqui contigo.
- Tu és mesmo uma grande mentirosa, sua marota. Pensas que eu não te vi a passear em Badajoz, toda sorridente e a comprar uns caramelos com o caramelo do Zapateiro.
- Não me digas que estás com ciúmes Aníbal. Tão querido que tu és. Não foi nada disso, e se não tivesses guardado para ontem aquilo que te pedi há tanto tempo, e já tivesses aprovado aquilo do aborto mais cedo, nem tinha tido necessidade de lá ter ido.
- Ai agora a culpa é minha. Era só o que me faltava, eu que tive de andar lá pelo norte a inaugurar umas coisas e a dizer umas tretas para alegrar aquela gente. Apanhei cá umas molhas que nem sei como é que não fiquei doente.
- Coitadinho do Aníbal. Eu sei que foi uma semana difícil para ti, mas vê lá eu que depois de Badajoz ainda tive de ir a Riga por causas de umas coisas da NATO e ainda tive de aturar o chato daquele americano, o Bush. Vá lá que ele me fez uns elogios senão tinha sido uma seca.
Pegando na garrafa e enquanto enchia dois copos de espumante, o Sr Silva disse:
Este é do bom, diz aqui “Reserva especial”. Foi a Maria que o comprou ali no hipermercado e nem foi muito caro porque estava em promoção. Também queres uma fatia de bolo-rei?
- Aníbal, não te vais por para ai a comer bolo-rei agora, pois não? É que depois fico toda cheia de migalhas na roupa e no cabelo e hoje já tomei o meu banho. Nem penses nisso, comes depois de eu me ir embora. Faz é um chin-chim comigo.
Tocaram com os copos um no outro enquanto os seus olhos se cruzavam num sentimento de urgência.
- Traz mas é a garrafa e vamos até lá dentro que isto está sol mas faz aqui muito frio. Anda mas é dai para me aqueceres.
Fechou-se a porta, e tudo o que encontramos mais tarde no lixo, foi uma garrafa de espumante, Reserva Especial”, e uma fava ainda com pedaços de bolo-rei agarrados. Não conseguimos descobrir a quem terá saído.

Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

18 comentários:

  1. sempre gostava de saber como é que consegues captar estas conversas... será que te mascaras de bolo-rei e apareces na recepções cabaco-socratina?

    o disfarce pode contudo ter alguns riscos...

    será que a fava encravada nos dentes cabaquianos era...

    o kaos?

    espero que o teu seguro de vida cubra este risco.

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  2. A fava do bolo rei saiu-nos a nós, Kaos.
    Somos nós quem vai pagar, meu amigo!;)


    BeijInhas e um excelente fim de semana.:)

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  3. A fava saiu ao povo Português...
    Quase tive medo deste pequeno arrufo motivado pelo ciume. Mas, acabou tudo na mesma, com uma garrafinha e um bolo rei no bucho.
    Um Abraço.

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  4. Rui:
    Não te preocupes, tenho espiões em fotma de moscas, daquelas que andam sempre a rondar o cheiro do poder. São iguais às da vacas só que muito mais sujas.O único perigo que podiam correr é de serem engulidas, mas como normalmente só sai merda nunca entra a mosca.
    abraço

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  5. Porca:
    Deixa lá que se isto continua neste caminho um dia destes nem as migalhas te deixam ter. Esta gente tem sempre muita fome. Ainda não se lembraram foi de acabar com o fim do mês e de passarem do meio de um para o principio do próximo só para nunca chegar o dia de pagamento.
    abraço

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  6. inha:
    Já fomos nós quem pagou este e quem vai pagar o próximo e o próximo e o próximo. Isto se sobrevivermos até lá.
    bjs e bfs

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  7. outsider:
    São só arrufos para dar mais condimento à coisa. Ainda têm mais uns anitos de namoro pela frente. Só a nós é que nos sai a fava e a eles sempre o brinde.
    abraço

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  8. Meu amigo, acho que a fava saiu a todos nós! O Sr. Silva e a Socretina são um rico par de jarras!

    Saudações infernais!

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  9. Uma nova faceta que promete amigo Kaos, já que; a montagem fica com um melhor arranjo e torna-se mais elucidativa.

    Será para continuar?

    ...é que, até lhe deste bem o jeito.

    Grande abraço.

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  10. belzebu:
    Há anos que nos sai sempre a fava e provavelmente vai continuar a sair. Hacerá batota?
    Saudações

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  11. Pires:
    Esta Postnovela já vem de algum tempo atrás e enquanto os doid pombinhos se forem entendendo é como os morangos com açucar. Nunca acaba.
    abraço

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  12. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  13. a fava calha-nos sempre a nós, pois claro!
    A eles a melhor parte do bolo.
    Jinhos

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  14. Dêm as voltas que derem....nunca deixam cair o copo!!!

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  15. tb:
    E o pior é que comprar o bolo sai cad vez mais caro a cada ano que passa.
    bjs e bfs

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  16. josé:
    São uns artista e aquilo era espumante de reserva.
    abraço

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  17. belo texto... nada como uma cena de cíumes para apimentar a relação.lol

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