quarta-feira, dezembro 13, 2006

Uma questão de Raças

Uma directiva europeia vai passar a responsabilidade pela demonstração da perigosidade dos produtos químicos para a indústria do sector, deixando esta de ser uma obrigação das autoridades públicas.
Vários especialistas dizem que muitas das 30 mil substâncias químicas que nunca foram testadas poderão ser responsáveis pelo aumento dos casos de cancro, alergias e infertilidade.
O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa entende que esta directiva europeia resulta não de uma questão de segurança, mas sim de uma guerra dos ambientalistas contra a indústria química. Francisco Van Zeller admitiu que esta indústria tem naturalmente falhas, mas alertou para os custos que as novas regras vão implicar, dado que todos os produtos vão ter de ser analisados.
Defendeu ainda que os países nórdicos deverão aplicar a legislação na sua totalidade já que isso faz parte das características da sua raça. "Nós, os espanhóis, os italianos, ou gregos estamos mais habituados a dar um jeitinho para ver se isto não vai ser tão caro ou tão grave. Vai haver fiscalização mais apertada, mas há prazos, protocolos, importações e exportações. Confio que toda a indústria consiga encontrar uma forma mais fluida de tratar o problema", concluiu.

Pois é, pelos vistos a aldrabice e o “dar um jeitinho” não tem nada a ver com educação, respeito ou honestidade, mas simplesmente com raças. Já um tal de Hitler falava de raças e de como umas são superiores às outras e, nós pelos vistos, nós pertencemos a uma que encontra sempre “formas fluidas de tratar dos problemas”. Já outros, os nórdicos pertencem a uma outra raça, daqueles que não dão jeitinhos e que têm aquele horrível defeito de ser honestos e cumpridores da lei mesmo que isso lhes saia mais caro. Isso para não falar da outra raça, a dos ambientalistas, que só pensam em fazer mal aos pobres coitados da industria química. Claro que a saúde pública é um assunto de somenos importância se olharmos para os custos que estas novas regras vão implicar. Maldita raça esta que teima em se preocupar com a saúde. Que raio de raça a sua Sr. Van Zeller.


PS: Talvez também seja por uma questão de raça que a famigerada flexigurança funciona na Dinamarca e a sua aplicação neste Jardim será um crime contra todos nós. É que aqui temos um raio de uma Raça de empresários que não lembra nem ao terceiro mundo.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

12 comentários:

  1. é por estes exageros que desconfio do modelo de sociedade que os liberais nos gostam de vender...

    tirar ao Estado a tarefa fiscalizadora é fazer precisamente aquilo que não deve ser feito, já que se há tarefa que deve ficar nas mãos do Estado é a fiscalização.

    e "jeitinhos"... não faltarão. Como se viu hoje naquelas notícias sobre o programa informático "saco azul" dos restaurantes...

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  2. Aos poucos o Estado vai-se desresponsabilizando e passando de mão funções que lhe são inerentes.
    São as escolas que vão já em Janeiro poder contratar e elaborar o processo de candidatura de alguns professores; os hospitais concelhios que poderão a ser geridos pelas Câmaras;agora o caso que aqui trazes;...
    Aos poucos, o Estado vai assinando a sua própria inutilidade.
    Auto-gestão generalizada parece ser o mais provável futuro do país.
    Viva a anarquia!

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  3. Só me fica a dúvida para que raio andamos a gastar tanto com o Estado...
    jinhos

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  4. É que estes senhores fizeram fortuna em africa e ainda não perderam os tiques!
    Quanto ao resto do povinho resta-lhes imitar os senhores doutores.
    Racísmo???
    Bute mas é lá ver a floribela!
    Um abraço

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  5. Esse Van Zeller precisava era de uma injecção de Polónio 210!
    Saudações!

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  6. Rui:
    Eu não me parece mal que sejam as empresas a ter de provar que os seus produtos quimicos não são perigosos. Menos despesa para o estado que depois deverá é fiscalizar a veracidade dessas provas. Espero é que não deixem a Raça de empresários que temos conseguirem fazer o jeitinho para escapar.
    abraço

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  7. luikki:
    Eu até gosto de rafeiros. Estes têm é uma raça própria, geneticamente modificada e que só sabem enganar.
    abraço

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  8. Jorge:
    Há responsabilidades que podem ser descentralizadas e outras que não. É ai que reside a grande confusão e que o estado joga para conseguir uma semi-privatização dos serviços publicos. Depois do semi à privatização final é só um saltinho
    abraço

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  9. tb:
    Para criar empresas publicas e termos muitos administradores. Há muito que é assim.
    bjs

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  10. Mariazinha:
    O importante é que não baixemos os braços. Por algum lado tem de começar o grito da revolta. Quem sabe um dia as pessoas se fartam da Floribela.
    bjs

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  11. roadrunner:
    Podia-lhe fazer bem à raça. Esta gente diz cada coisa que eu até me arrepio.
    abraço

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  12. Porca:
    Doidos somos nós por aturarmos esta gente em vez de os corrermos a pontapé
    abraço

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