Gosto de ouvir o Pacheco Pereira a dissertar sobre tudo e mais alguma coisa como se a sua palavra fosse a de Deus e a sua verdade evidente. Gosto de ver como funciona aquela mente e os raciocínios retorcidos que nos apresenta. No último “Quadratura do círculo” disse, no entanto algo importante. Apesentou-nos Cavaco Silva como o principal responsável pelo estado do PSD. Não que o estado do PSD seja minimamente importante, mas pela forma como aí chegou. Cavaco Silva, enquanto Primeiro-ministro e líder do PSD, criou uma elite de gente que passaram a ser os donos do partido. Gente que tudo decidia e silenciou a opinião interna dos militantes. Os iluminados e os outros.
Isto foi o que o Pacheco Pereira disse, e eu acrescento que essa forma de “governar” o país e os partidos também contaminou o PS. Penso aliás que as “directas”, de que agora tanto se fala nos partidos, são filhas desse tempo e ao contrário do que apregoam os seus defensores, veio ser um entrave à democracia interna. Sob a imagem que agora são os militantes que elegem os líderes, acabou-se com o debate interno nas secções para escolha de representantes ao congresso e com o próprio debate
O que se passou com os partidos, acabou também por se espalhar para a forma de governação. Um grupo de Ministros, que só ouve com atenção o enxame de iluminados que pensam o país e desdenham das opiniões de todos os outros. São povinho que não entende nada e a quem nem vale a pena dar muitas justificações. Eles, “os que vivemos no limbo do saber” tratam de tudo, não temos que nos preocupar com isso nem pensar muito no assunto. É demasiado complicado para nós e só aumenta o perigo de termos um ataque de coração precoce. Umas novelas, uns futebois, umas festas de jetesetes e uns bons casos de tribunal, com sangue, putedo e corrupção são muito mais adequados ao nosso nível mental.
Esta foi uma das culpas do Cavaco, a juntar a tantas outras a nível económico e social que tem. Afinal eu sempre disse que o Cavaco foi das piores coisas que aconteceu a este pais. Já pagámos muito por isso, estamos a pagar e vamos continuar a pagar durante muito tempo. E, tudo isto porque um dia um professor se lembrou de ir fazer a rodagem do seu carro e acabou por “chocar” com um congresso do PSD. Bem podia ter avariado o maldito carro.
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
É um texto brilhante.
ResponderEliminarO meu subconsciente associa a este personagem decimal (que aparece de década em década) coisas como
- propinas
- selo do carro
- IVA
- IRC e IRS
- taxas
e nada em termos filosóficos e sociais. Provavelmente é uma deturpação devido a eu ser algarvio e não conhecer nenhum algarvio que o consiga tragar, nem com papas de milho e conquilhas.
uGH
E já lá vão vinte anos de amena cavaqueira e continuamos com cavaco e, pior que isso, com os mesmos pachecos, rebelos, tavares, barretos e outros especialistas da desgraça!
ResponderEliminarQuanto aos partido(s)como o PS(D), já não têm ideologia, liderança, líder - vivem apenas da imagem/marca de um outdoor/polvo que se visualiza muito para além das ruas e que entra pelas televisões adentro, pelas sentenças sábias dos repórteres de serviço e pelas opiniões de classe dos comentadores do regime.
Cabeceiras de Basto pra isto tudo - pra não dizer outra asneira!
Para quem tem tanto saber que se dá ao luxo de fazer julgamentos sobre a qualidade de Pacheco Pereira, talvez não fosse mau começar por distinguir os verbos haver e ouvir.
ResponderEliminarAo falar em conquilhas (é preciso ir ao multibanco antes de as apanhar e pôr no tacho) esqueci-me de dizer que o dito personagem não passou de um produto de exportação colocado na aldeia pelos algarvios. Vendeu-se bem, só que não deu lucro, pelo contrário, originou 10 anos de prejuízos.
ResponderEliminarE quanto a verbos, leva-os o vento.
uGH
Boicote a esses programas que põem estes papagaios a debitar!
ResponderEliminarAo amigo Kaos, não podia deixar de estar mais de acordo consigo, mas curiosamente os portugueses que têm memória curta, ainda o contemplaram
ResponderEliminarcom a ascensão ao mais alto cargo da Nação, quando tinha outras alternativas, numa das quais votei e tenho a certeza absoluta que Manuel Alegre não diria amém a todos estes pacotes legislativos aprovados por esta maioria. Julgo mesmo que os portugueses que votam são muitos deles masoquistas tendo em vista as suas escolhas e esta foi uma delas, porque escolheram uma maioria absoluta e um presidente tudo farinha do mesmo saco.
Ugh:
ResponderEliminarO meu associa-o a todo o mal. Uma espécie de ser omnipresente em tudo o que de mal nos acontece.
abraço
joão rato:
ResponderEliminarTens razão quando falas do fim das ideologias para serem substituidas por uma ideia de tecnocracia pragmática. Ele foi o primeiro e agora todos lhe seguem a ideia. Dá nisto que vemos hoje
abraço
disse:
ResponderEliminarNão tenho assim tanto saber, mas gosto de pensar pela minha cabeça e não receio dizer o que penso. Posso estar obviamente errado, mas cabe aos outros fazer o seu julgamento. Quanto aos erros, são coisas a que não dou grande importancia, já que em nada alteram o que quero dizer. Mas obrigado pelo aviso
abraço
ugh:
ResponderEliminarPenso que o que os algarvios desejaram fazer foi livrar-se dele, mas esqueceram que ele podia fazer muito pior no lugar para onde o mandaram. Agora pagamos todos e com juros
abraço
watchdog:
ResponderEliminarÉ sempre bom saber o que pensam os idiologos do regime.
abraço
Contradições:
ResponderEliminarTemos de dar aos portugueses a desculpa de serem, como todos os outros povos da modernidade, manipulados pelas televisões. A Campanha para por o Cavaco na presidência começou com anos de antecedencia e foi feita pelos melhores especialistas.
abraço
kaos
ResponderEliminarDuas questões que levantas neste post:
1- A existência de figuras sobre as quais é lançado incenso permantentemente: são eloquentes, não passando disso. Parece que o que afirmam é inquestionável e jogam com as palavras do alto do seu pedestal, olhando com desprezo para nós, plebe iletrada e sem direito a voto na matéria (muitos são promissores, desde a década de 70, mas não têm passado disso tanto no laranjal com pragas dos citrinos quanto no roseiral já murcho mas com espinhos)...e ainda há quem lhes estenda a passadeira vermelha do direito à palavra escrita e falada!Será isto a liberdade de expressão? Tenho sérias dúvidas.
2- O cavaquismo em diversas frentes: nunca dei para esse peditório, aliás, provavelmente muitos dos que enviam algumas opiniões para o teu blog nunca o terão feito, mas o «Senhor do Bolo-Rei» com o seu ímpeto reformista lá está de «pedra e cal» com uma multidão (?) de eleitores e de futuros eleitores a fazerem-lhe vénias .
Abraço e boas férias
Já sabes como eu gosto do personagem...por isso nem comento que tu tens um texto excelente!
ResponderEliminarjinho