quarta-feira, setembro 19, 2007

A legalidade da Utopia

Quando andou por aí aquela história dos Verde Eufémia e do milho trangénico preferi não falar logo do assunto por ser merecedor de uma maior reflexão feita sem ser tão a quente.
De um lado um agricultor que cumpre com a lei e, do outro, gente que a violou por ser contra a existência de produtos geneticamente alterados. Todos vieram bradar coitadinho a um e vândalos aos outros. Mas, há outra perspectiva para olhar para o assunto. Se houver quem considere que existe uma enorme possibilidade dos produtos trangénicos serem perigosos para a saúde, que ecologicamente são uma ameaça real à biodiversidade, pois, ao não permitirem a existência de certos insectos, larvas e roedores, alteram totalmente o ecossistema e as relações simbióticas e de cadeia aí existentes, e que, para mais, ainda destroem os terrenos onde são plantados pois aí nada mais nascerá a não ser aquele trangénico especifico daquela marca especifica, mesmo violando a lei, estarão a defender-se de um ameaça que consideram atentar contra as suas vidas e a dos seus filhos. Todos vêm o Robin dos Bosques como um herói, no entanto ele lutava contra a lei instituída, ou a resistência contra o fascismo, ou a luta contra a escravatura, são infindáveis os casos em que para se atingir um fim se tem de combater fora da lei instituída. Não sei se a acção dos Verde Eufémia se pode enquadrar dentro desta "rebelião" contra o sistema e, com os erros que ele comporta, tenho mesmo muitas duvidas sobre os efeitos nefastos que possa ter causado na opinião publica, mas que, a cada dia que passa, a necessidade de revolta e de lutar contra o "direito" para defender a justiça e a sobrevivência, é mais urgente, disso tenho a certeza. Como Musil disse, "uma utopia, é uma possibilidade que pode efectivar-se no momento em que forem removidas as circunstâncias provisórias que obstam à sua realização".
Eu quero acreditar que um dia, a minha utopia de um mundo melhor, um mundo solidário e justo será possível. Até lá, só me resta lutar por aquilo em que acredito, dentro da lei enquanto me for possível, depois…logo se verá. Afinal, uma revolução é sempre contra a lei do estado estabelecido.

24 comentários:

  1. ... e já houve tantas...

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  2. Continuo na minha: e se a plantação fosse de liamba?

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  3. Estando de acordo com muito do que foi dito, entendo que se tem de dizer que a evolução dos tragénicos se pode ser (o que não está comfirmado) tudo o que foi dito, tem de se afirmar tambén que trouxe muitas vantagens como uma maior quantidade de produtos alimentares,usam-se muito mrnos pesticidas que são altamente poluidores,assim como estes produtos se devidamente programados podem vir a ser excelentes produtos para a saúde.

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  4. Vejo que a polémica continua. Defender os trangénicos é o mesmo que dizer que se já existem bombas tão destruidoras que tornam a terra onde são lançadas inóspita por que não usar a arma biológica do Putine que essa não danifica tanto o ambiente, só que ao contrário. O argumento do talvez quem sabe os trangénicos venham a ser magníficos para a saúde, é desprovido de realidade. Não sabemos nem se sim nem se não. Devemos consumi-los como cobaias e ficar à espera dos resultados? Eu não quero ser cobaia. Certo é que modifica as condições dos solos e os torna dependentes e naturalmente improdutivos. Parece-vos bom sinal?
    É como o bio-combustível que vai minar toda a terra e criar mais fome no mundo. Tudo para que a Humanidade não refreie o consumo! Isso sim seria pensar no futuro!

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  5. Tudo a falar de trangénicos quando eu falava do direito à revolta.

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  6. Todos têm direito à revolta. Mas o desgraçado do agricultor tem que comer e calar.
    Porque é que os corajosos não invadem o ministério da agricultura em protesto? Aí sim podiam destruir, chamavam a atenção e exigiam que se mudasse a lei.É muito mais facil brincar com o trabalho de quem tenta sobreviver sem meios para se defender, não é?

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  7. anonimo:
    Não, a questão não está no agricultor, mas no sistema. Nunca vi ninguém falar dos viajantes que eram assaltados pelo Robin dos bosques. É evidente que em qualquer revolução há quem perca, mas o interesse individual não se pode sobrepor ao de toda uma comunidade. Exemplos disso não faltam mesmo na actual sociedade.

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  8. Aqui está um belo texto laudatório em memória de Aquilino Ribeiro no dia da transladação do seu corpo para o Panteão Nacional.
    Felizmente os restos baleados de D. Carlos e do Príncipe D. Luis Filipe não estão nesse Panteão! Como não sei se este último foi sepultado com a pistola que sacou no intuito de enfrentar os assassinos encobertos, parece-me assisado não os juntar! Porque essa história do dia do Juízo Final pode ser verdadeira!!!!

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  9. Se os betos do Verde Eufémia fossem submetidos ao regime alimentar dos etíopes durante 9 meses (por exemplo), seguramente tinham outra perspectiva sobre a agricultura na generalidade - e na especialidade - ólaricas!...

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  10. Caro Kaos,

    O que está na imagem não é milho, mas sim trigo...

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  11. "Coitado do agricultor que tem que sobreviver" é uma das faces da moeda, é certo. Porém esse mesmo agricultor compactua com um sistema do qual eu discordo(eu e várias outras pessoas inclusivé os "betos" verdes). Esse mesmo agricultor tira partido de uma legislação que lhe permite adoptar uma atitude irresponsável e inconsequente perante o meio ambiente que lhe dá o sustento e que nos rodeia a todos.
    Portanto, quem pensa fora do hemisfério do seu umbigo, quem quer ter mundo para dar aos filhos, netos, bisnetos e todos os ramos da árvore da genealogia, tem o direito à indignação, sim, à revolução, e por vezes sim, a vandalizar uma ou outra espigazita a ver se pelo menos se agitam as consciências!!

    A mim contaram-me a história dos OGM, sob a bandeira da fome no mundo... mas será que alguém pensa que a fome no mundo se relaciona com a falta de alimento??

    P.S. Kaos in the garden: adoro este blogue. Bem assertivo.

    S.R.

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  12. Excepcionalmente vou fazer dois comentários a uma magnífica imagem e texto do Kaos sobre um assunto muito, mas muito sério! Esqueci-me de acrescentar que os betos do verde Eufémia fazem parte do clube dos snobs da Europa, que querem carros a biodiesel para acalmar as suas consciências de aristocratas falidos, feito a partir do milho cultivado nas terras aráveis do 3.º mundo onde se morre à fome (alguém se lembra do que aconteceu no México recentemente?), entre duas snifadelas da coca que ocupou a terra onde não estiveram couves. Pode ser que a próxima manifestação seja para exigir que (1) Portugal passe apenas, p.e., a importar 60% daquilo que comemos, (2) e que se acabe com a especulação imobiliária nos melhores solos agrícolas do país... Mas isto era esperar que os tipos fossem realmente empenhados: afinal são apenas mais uns Zés, como aquele que arranjou um tachito na CML...
    Grande blog, visitantes fantásticos, parabéns mais uma vez e obrigado por este espaço!

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  13. "Afinal, uma revolução é sempre contra a lei do estado estabelecido."

    Do estado estabelecido. O mundo melhor será certamente aquele onde se escrevam frases bonitas e bem construídas. Um mundo onde os blogs sejam feitos por indivíduos (ou por computadores, quem sabe), que não pontapeiem o português nas virilhas como tu. Até lá, deixa as opiniões científicas para os cientistas e os blogues para quem sabe escrever. Tal como os “Eufémia Verde” eu também destruía as tuas páginas se pudesse. Eu sei que a lei permite (por enquanto) que tu continues impunemente a escrever as maiores barbaridades que te assolam à cabeça, mas eu tenho filhos e não gosto que eles tropecem nestas páginas de português “trangénico”

    Vês como o teu raciocínio FASCISTA te morde o rabo?
    Vês, vês?

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  14. Sei que o KAOS não precisa disto mas aqui vai.
    Sr Prof.(?) Dr. (?) Casaco Rosa: "trangénico"???? Tst, tst ... Esse canudo em Morfologia foi tirado na UNI, aquela escola onde o «engenheireiro» Socas tirou o dele não foi? E com que então as opiniões científicas aos cientistas? O mundo seria certamente mais pobre sem um Ramanujan. Como duvido que perceba o comentário anterior direi antes: entre outras coisas um transgénico precisa de menos adubo. E se fosse rimar com papel higiénico e adubar para outro lado?

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  15. ESTÚPIDO!!!
    "trangénico" foi como ele escreveu no artigo! Eu copiei para o gozar. Está entre aspas mas mesmo assim os imbecis têm dificuldade. Lê. Lê com atenção. Devias era corrigir o teu amigo Kaos, antes de escrever à pressa. Se não tens classe para o sarcasmo de qualidade fica em casa a babar-te para o televisor a ver o Benfica (ou o Sporting ou a telenovela). Não tentes ser intelectual que passas por ESTÚPIDO. Dá uma volta, vai até ao teatro. Vai ver o La Feria...´
    Vês?
    Também foste mordido no rabo...

    Pimba!

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  16. Aspas ?????!!!!!!!!! Prof. Dr. casaco rosa? Tst, tst, vai de mal a pior! Esse canudo é mesmo da UNI, mas só do ano zero...
    Sugiro-lhe a leitura de um Compêndio de Gramática Portuguesa Elementar - e repito a palavra elementar - para saber o que são umas aspas.
    E já agora: vá tratar por tu o adubo onde se inspira para os seus delírios intelectuais.

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  17. A plateia já percebeu o hiato entre o seu tom ex cathedra e a sua prosa flatulenta. Não posso deixar de sublinhar a paciência do nosso anfitrião para um coprófilo que usa o blog como divã.
    Mas volte muitas vezes! Enquanto por aqui anda aprende alguma coisa, não massacra os seus filhos com lições de português de grunho, e aproveita o anonimato para descarregar a bestialidade em mensagens torpes e soezes em vez de bater na mulher.

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  18. casaco rosa a sua capacidade de argumentação faz com que o QI de um galináceo pareça o do Einstein...

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