quarta-feira, outubro 24, 2007

O Cartão azul-europa

Durão Azul

A Comissão Europeia apresentou hoje uma proposta de política integrada de imigração que prevê a atribuição do «cartão azul» para permitir a entrada na União Europeia (UE) de trabalhadores qualificados oriundos de países terceiros.
O «cartão azul», inspirado no «cartão verde» que existe nos EUA, confere em simultâneo um visto de residência e de trabalho e tem como objectivo permitir a contratação rápida de profissionais qualificados em países terceiros, contra o pagamento de um salário acima do mínimo nacional.
Embora nos primeiros dois anos esteja prevista a permanência do trabalhador no país de acolhimento, o imigrante que possua um «cartão azul» pode, sob certas condições, mudar-se para outro Estado-membro.
Segundo dados de Bruxelas, a maioria dos imigrantes originários dos países mediterrânicos, do Médio Oriente e da África do Norte titulares de um diploma universitário reside no Canadá e nos EUA, enquanto a Europa acolhe 85 por cento dos que não têm curso superior.
A criação do «cartão azul», no âmbito de uma política integrada de imigração, é uma das medidas que a Comissão Europeia propõe para inverter esta tendência.
In”DD

Ouvi esta noticia, talvez por ter ouvido a noticia de as eleições Suíças terem sido ganhas por um partido xenófobo, ter assistido a imagens de uma agressão de um espanhol a uma jovem emigrante equatoriana numa carruagem de metro, perante a imobilidade de todos os passageiros, coisa que outros, os de um comboio também em Espanha, não fizeram quando se puseram ao lado de um emigrante cubano que foi o único passageiro a quem foi pedido para mostrar o bilhete por um funcionário da companhia, senti que algo não estava bem. Depois de a ler não gostei. Estou cansado e penso que tenho de dormir sobre a coisa, mas lembrei-me logo de que parecia que se estavam a preparar para lançar uma espécie de OPA sobre profissionais especializados dos países mais pobres. Lixam-se os países mais pobres e é mais fácil ir lá buscar as matérias-primas a preços de saldo. Trazer profissionais especializados, mais mal pagos e menos reivindicativos, para mostrar aos que cá estão que, também eles, podem facilmente ser descartados. Junte-se o cartão azul á flexigurança e fica bonito o ramalhete. É que ainda há por aí uns restos de burguesia que convêm empobrecer. Claro que tudo isto pode só ser delírios causados pelo sono.

Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

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