Recebi do amigo Manuel Costa um mail pedindo-me para divulgar uma carta aos Encarregados de Educação. Como pai, não posso estar mais de acordo com aquilo que diz, pelo que o faço com a certeza da importância deste apelo. Ao Manuel o meu obrigado.
O sistema de ensino Português está a orientar-se no mesmo sentido com a agravante de nem nos finais de ciclo haver qualquer espécie de exigência!!!
Quando comecei a leccionar, em 2001, os professores mais experientes pediam aos recém-chegados que fossem rigorosos e exigentes. Hoje, são os gestores das escolas, os inspectores e os políticos a fazerem todo o tipo de pressão, sobre os professores para que os alunos passem sucessivamente de ano, independentemente do que aprenderam ou não.
É esta a escola que queremos?
Manuel Costa
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
5 estrelas!
ResponderEliminarComo sempre, melhor do que a encomenda ! Obrigado.
ResponderEliminarManuel Costa
Na "mouche".
ResponderEliminarNão estou de acordo. Facilitismo?
ResponderEliminarMas gosto deste blogue.
quanto ao video já o tinha visto em outro blog e confesso que não me surpreendeu. já estou quase a completar 3 anos em são paulo e, honestamente, considero que a falta de conhecimentos não é tão gritante quanto a falta de civismo.
ResponderEliminaresbocei um comentário no fim de semana, mas acabei por não publicar - nunca me sinto à vontade o suficiente para comentar em blogs de gente que não conheço, mas cá vai. acho importante portugal abrir os olhos para o que se passa no brasil, não numa atitude condescendente, nem de contemplação, mas de estudo porque vejo que caminha vertiginosamente para uma estrutura social semelhante à daqui.
o video mostrou o que se passa nas escolas publicas, e certamente se pensará que a generalidade da educação é igual à que esses desgraçados recebem. ERRADO. as universidades publicas são muito boas (mehores que portuguesas até, e garanto porque fiz intercambio numa delas). o vestibular é um processo aparentemente méritocrático. no entanto o que se passa antes da faculdade é que é interessante para o caso português. quem entra nas faculdades publicas são principalmente os filhos das classes mais abastadas da sociedade - denominadas de classe média, apesar da sua riqueza dar inveja a qualquer classe média alta europeia. sabes como é que isto acontece? a classe média paga mensalidades altissimas para manter desde "neném" os seus filhos em colégios privados onde recebem educação de altissimo nivel (internacional), conseguindo facilmente um professor de um destes colégios ganhar mais que um professor de faculdade, e incomparavelmente mais que um semelhante seu numa escola publica. há até colégios privados que são de esquerda (o realizador do "cidade de deus" tem os filhos nesse tipo de colégios). imagina a minha estupefação quando uma senhora que foi minha chefe me disse que pagava qualquer coisa como 500 eur de mensalidade do filho que nem 10 anos tem. quem estuda em escola publica está fadado à exclusão de uma educação de qualidade e entra em alguma universidade privada para conseguir um diploma e arranjar algum emprego técnico.
porque é que acho importante o caso do brasil?
da ultima vez que estive em portugal, lembro-me de ter visto uma reportagem, se não estou enganado foi na SIC, onde se mostrava as vantagens de uma escola privada, como por exemplo continuar a haver aulas em dia de greve... já começo a ver comentários onde se enaltecem as virtudes do privado (PUBLICO) e não me parece que vão diminuir, usando argumentos semelhantes ao referido para intimidar quem come a informação que a TV vomita.
abraço
LR
p.s. não consigo concordar com a merda do acordo ortográfico que querem celebrar. existem letras que foram retiradas de palavras no brasil que atentam contra a origem dessas mesmas palavras como úmido, arquitetura e outras que tais... vai-se tirar o H de habitação simplesmente porque não se lê. é como se de um momento para o outro quisessem rever o latim porque dele derivaram uma quantidade de linguas e a partir de certo momento se começasse a escrever igual em portugal, espanha, frança... uma estupidez. há que assumir que são linguas diferentes, parecidas apenas, como do português para o galego e deste para o castelhano.
A única maneira de tirar esta gentalha das suas certezas absolutas, i.e. de lhes provar que a educação não é um mero amontoado de estatísticas para Bruxelas ver, é uma GREVE DE ZELO TOTAL: ser exigente! Só transita quem de facto souber!
ResponderEliminarTonibler:
ResponderEliminarAinda bem que não temos de estar sempre em desacordo
abraço
Manuel Costa:
ResponderEliminarEu é que agradeço
um abraço
mc:
ResponderEliminarAqui o mérito é do Manuel Costa
abraço
Armando:
ResponderEliminarLiberdade é isso mesmo, podermos estar em desacordo. Obrigado por gostares do meu blog
abraço
fielding mellish:
ResponderEliminarAgradeço o teu comentário e não faças cerimónia em escrever sempre neste blog. Bons textos e boas opiniões são sempre bem vindas.
Também não sou um amante do novo acordo ortográfico, mas vamos ter de viver com ele que esta gente vai mesmo levá-lo para a frente.
Um abraço
anónimo:
ResponderEliminarEstá nas mãos dos professores o serem exigentes, têm é de estar unidos. Desconfio que haverá sempre alguns a fazer a vontade ao Ministério para serem os primeiros ser promovidos.
abraço
A sensação que surge é, de facto, a de facilitismo. Portugal TEM de deixar de estar nos últimos lugares dos rankings internacionais da educação.
ResponderEliminarNem que para isso se tenham de "fabricar" resultados à pressão (pressa?). Os exemplos são abundantes: a centralização dos alunos em escolas (leia-se o encerramento das escolas com menos de 10 alunos), redunda na massificação do ensino (menor atenção do Professor por aluno) e não no aumento da qualidade do ensino. Um efeito marginal é a diminuição das necessidades do Estado (leia-se Ministério da Educação) com Professores, Auxiliares, etc...
Outra medida de ofuscante brilhantismo é acabar com o ensino especializado da música. Aqui o propósito é o de obrigar os Professores de Música dos Conservatórios a aceitar os salários/ hora de miséria que lhes são propostos.
O ensino da língua mãe incide com particular obstinação em aspectos secundários como é a caligrafia, esquecendo-se que o futuro é a informatização global (tenho um filho na primária e que não possui uma letra muito formosa...). Aspectos fundamentais como o enriquecimento vocabular, a gramática e a sensibilização para a leitura são passados para segundo (?) plano.
Na matemática verifico, com espanto, que as regras de ensino das tabuadas (ora designadas por "tábuas") passou para a realização esporádica de exercícios e não (como em tempos que já não voltam) para a pura e simples memorização automática.
História e geografia de Portugal ... nem vê-las!
E o aumento do tempo de realização do exame de matemática para 3 horas o que significará?
Que os alunos vão ver os seus conhecimentos mais testados (a mais matérias) ou que, pura e simplesmente (e tudo indica que assim será), a matéria continuará a ser a mesma, mas que os meninos (e meninas) terão mais tempo para aumentar as médias nacionais?
Tudo isto surge enquadrado por uma realidade que se designa por "Programa Novas Oportunidades", caracterizado por DAR habilitações literárias a quem não as tem.
Afirma a propaganda oficial que é uma segunda oportunidade dada a quem teve de entrar no mercado de trabalho antes de findar o percurso escolar "normal". É lindo e seria bonito a ser verdade.
Acontece que eu conheci muitas pessoas que entraram no mercado de trabalho antes de findarem o percurso escolar "normal". Mas de entre elas apenas 1 (uma) o fez contra a sua vontade. Os demais foram levados pela ideia de ganhar dinheiro logo a partir dos 14, 15 ou 16 anos (a Yazaki Saltano acabara de abrir...).
Ainda hoje estive a ver várias dezenas de C.V. de pessoas que frequentam centros de validação de competências ao abrigo deste Programa. Uma coisa afirmo. Escrever é algo que não sabem.
Uma última nota relativamente ao sucedido no Carolina Michäelis.
Filho meu que falte ao respeito a um Professor, apanha à frente do Professor. E quando chegar a casa conversamos a sério.
No meu tempo apanhei 18 reguadas da minha Professora Primária (a Profª Elsa Marinheiro), que ainda hoje guardo no coração.
12 por não saber os pronomes demonstrativos e 6 por mau comportamento.
Serviram-me de emenda.
Por onde andam as réguas?
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