quarta-feira, abril 16, 2008

O Politico Sinaleiro

O Policia Sinaleiro

«A Plataforma Sindical dos Professores promove nesta quarta-feira, dia 16 de Abril, em Lisboa, no Hotel Marquês de Sá (Av. Miguel Bombarda, 130) pelas 11.00 horas, uma conferência de imprensa em que será feito o balanço do Dia D. No encontro com os profissionais da comunicação social será ainda abordada a "declaração sindical para integrar na declaração conjunta" e uma "reacção a acusações lançadas, desonestamente, sobre dirigentes sindicais".
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Depois de aprovado, o entendimento será ratificado na próxima quinta-feira, o que, segundo Mário Nogueira, afasta "o recurso à greve e a outras acções de protesto que colidam com o normal desenvolvimento das actividades lectivas até ao final do terceiro período de aulas". Ainda assim, a plataforma sindical promete continuar a contestação às políticas educativas do Governo, nomeadamente durante o próximo 1º de Maio. Por decidir está ainda se vão avançar os protestos previstos para vários pontos do país a cada segunda-feira do terceiro período lectivo.
Lusa, 15/04/2008

Afinal ainda vou ter de falar dos professores uma vez mais, mas porque simplesmente considero desonesto que considerem que a opinião de quem não gostou de ver a sua luta ser travada por este acordo com a Senhora que lhes chamou de “professorzecos” (há memórias muito curtas), como
"reacção a acusações lançadas, desonestamente, sobre dirigentes sindicais".
Quero deixar claro que aqui deixei a minha opinião e pedi aos professores que tentassem impedir que o acordo fosse assinado por me parecer ser um erro e um recuo. Em nenhum momento coloquei em causa a posição dos sindicatos nem os acusei de desonestidade, de terem traído a classe ou de se terem vendido à Sinistra Ministra. Não sei se alguém o fez, mas compreendo que muitos se possam ter sentido espoliados na sua luta e com muito mais motivos para se sentirem revoltados com a situação que os sindicatos com as reacções que sofreram. Que escolham o caminho que pensam ser o melhor para atingir os seus objectivos, são opções legitimadas pelos cargos que ocupam, que se armem em Virgens ofendidas, por haver quem conteste e não concorde com esse caminho, já me parece que não.

Quanto ao futuro, infelizmente não acredito que alguma vez mais consigam juntar 100 mil professores num protesto. Infelizmente perderam a oportunidade de travar as Politicas Educativas deste e dos próximos governos que para aí vêm.
Quando olho para trás e me lembro do inicio desta fase final da luta dos professores, vem-me á memória a concentração, convocada por SMS e por E-mail, realizada no Porto e onde alguns professores foram identificados por se tratar de uma manifestação ilegal. Depois foi ver os sindicatos assumirem a cabeça dessa luta, conseguirem unir os professores para agora desbaratarem tudo o que tinha sido ganho. (Onde é que eu já vi isto acontecer mais vezes? Lembro-me de outros tempos mais revolucionários em que muitas vezes alguns assumiam a liderança das “massas”, não para as catapultar para a frente, mas para as controlar e refrear). A minha amiga Kaotica bem diz que muito daquilo que se faz é mais para tirar a pressão à panela que para atingir resultados e vitórias. Somos todos muito educadinhos e cumpridores das leis feitas exactamente para nos manter abaixo do nível de indignação e revolta. Assim se perdeu mais uma boa oportunidade.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

13 comentários:

  1. Eu posso estar enganado, e não ter percebido bem o memorando de entendimento. Mas parece-me haver algumas interpretações desfazadas da realidade.
    Já leram o Memorando? eu não encontrei nada que me faça pensar que houve algum tipo de capitulação. É reafirmada a oposição á política da sinistra muito concretamente o Estauto da Carreira Docente que é aparentemente o ponto principal de toda esta luta. Imediatamente a seguir vem o modelo de gestão e as regras da avaliação. Não há nada no Memorando de entendimento que estableça qualquer acordo sobre esses assuntos. O entendimento é apenas sobre a avaliação dos professores contratados que serão os únicos a ser avaliados de acordo com os parâmetros descritos no Memorando.
    A meu ver, este Memorando será subscrito com o principal objectivo de proporcionar um final de ano lectivo o mais próximo do normal. Porquê? para que os alunos sejam o menos penalizados possível.Se isto for assim os professores dão um exemplo ao nosso País inteiro. Exemplo de bom senso e responsabilidade.E por mais que a comunicação tente fazer passar a mensagem contrária, (a pedido de várias famílias governamentais... :-), os professores já ganharam junto de pais e alunos.
    De resto, tudo continua por decidir, a luta vai continuar no final deste ano lectivo e início do próximo.As manifestações continuam marcadas e a plataforma sindical continua em firme oposição a todas as absurdas "políticas" que a sinistra pretende implemantar.
    Alguém mais esclarecido do que eu, por favor, escreva aqui se isto é assim ou se eu estou a ver o filme ao contrário. Porque não há nada pior do que se escrever ou falar sobre aquilo que não se conhece.
    Grande abraço Kaos :-))
    Alguém mais esclarecido do que eu, diga por favor se não é assim.

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  2. Uma "grande vitória" em que tudo o que é essencial fica por decidir, numa altura em que Sócrates abanava e a Ministra tremia, continua a ser uma grande vitória?!

    Só se fôr para a Nomenklatura no poder, porque para os docentes é uma humilhação.

    A semântica estalinista de embuste continua a ser a mesma, com acordo (ortográfico) ou não.

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  3. Zé Leitão:
    Uma coisa é o comunicado saido do sindicato outra aquilo que vai ser assinado. Ao reconhecerem o sistema de avaliação e de o de gestão estão a validar as politicas do ministério. Como podes ler num mail do MN que publiquei ali para baixo ele próprio escreveu na véspera do acordo "não está colocada qualquer hipótese de Acordo com MLR. Só se essa revogasse o ECD, a Gestão, a legislação sobre Educação Especial e, qual cereja em cima do bolo, se demitisse."
    Agora o que pode fazer é negociar alterações a essas leis e não contestá las na sua essência.
    Mas, isto sou eu a falar que gosto de dizer mal de tudo. Espero que a estratégia esteja certa e que cheguem a bom porto. Continuo a pensar que se perdeu aqui uma grande oportunidade e se deu o aval à politica educativa do governo. Demito-me deste assunto.
    PS: Logo à noite vou colocar um post sobre pisar o risco. Tallvez ajude
    um abraço

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  4. Tal&Qual ... :

    "muitas vezes alguns assumiam a liderança das “massas”, não para as catapultar para a frente, mas para as controlar e refrear)"

    Não te cales Kaos ...Precisamos de ti e das pessoas que têm tido coragem e que não se deixam emparedar.

    Bjo solidário e amigo,
    M.

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  5. Mas qual acordo??! não foi reconhecido nenhum sistema de avaliação definitivo. Foi entendida uma avaliação pontual, apenas neste 3º período para os profs contratados. Li mal?
    Aonde é que está entendido um sistema de gestão. Digam-me por favor, porque eu consultei várias páginas da net, de vários sindicatos e não encontrei nenhuma menção a gestão da escola, quanto mais a ECD...
    Por outro lado há mais qualquer coisa que me escapa e que é o seguinte: então o objectivo é esticar a corda, partí-la e depois ficarmos TODOS a olhar uns para os outros, contentes, radiantes, mas sem saber o que fazer a seguir??
    Alguém tem armas? um exército? alguma milícia? algum plano? alguma carta desconhecida na manga?
    algum golpe de magia que faça com que de repente tudo mude para melhor??!!
    A mudança exige trabalho, dedicação, boa fé, conhecimento, preserverança, bom senso e muita, muita paciência.Exige saber exactamente,em cada momento,o que fazer.É difícil mas não é impossível. Haja calma e clarividência.

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  6. É evidente que o "acordo" é uma manobra Sócretina de envolver os prof´s para levar avante a política do governo.....a maioria dos prof´s são muito ingénuos....

    NÃO ASSINEM NADA !!!

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  7. Este «acordo» é uma cenoura que o SóCretino decidiu pôr à frente dos senhores professores. Agora, cabe aos senhores professores semearem a cenoura, em vez de a comerem, para ver se ela produz alguma coisa!

    http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/281239

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  8. Zé leitão:

    A pré proposta do ME, e o memorando de entendimento assinado tem, apenas como única diferença, que a ordem das alíneas artigos em alguns lados é alterada, e que a alínea E) do ponto 1 é ligeiramente diferente.

    A plataforma de entendimento sindical conseguiu obrigar o Governo através de muita luta, a aceitar a proposta do Governo.

    O resto é retórica e tácticas marxistas leninistas de negociação baseadas nas velhas técnicas da luta de classes do século 19, que nada tem de aplicabilidade e de actualidade ao que se está passar actualmente.

    Tal deve-se ao facto de os sindicatos estarem a jogar no aumento da contestação por parte dos professores e que isso leve a um aumento de filiação de professores em sindicatos. Por exemplo.

    Os sindicatos negociaram para continuarem a ser úteis e pela sua própria sobrevivência.

    Não para resolverem o problema.

    Aquilo era uma RED LINE negocial que ali estava, que pura e simplesmente não se negociava.


    Ninguém se interroga porque é que AGORA o tempo político de negociação foi acelerado?

    Um governo encostado às cordas prestes a levar KO, foi miraculosamente salvo por uma negociação.

    Ninguém acha isto estranho?

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  9. Olá,Kaos
    Há alguns resistentes.
    A petição está no meu blogue para assinar quem quer.
    Concordo com tudo o que aqui escreves e coloquei a tua postagem no meu blogue (com os devidos direitoa autorais.
    Um abraço

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  10. O que é que se ganhou?
    Nada.
    Três anos a marcar passo, o estatuto do professor pelas ruas da amargura, a vida na escola um inferno e uma vontade enorme de fugir.
    O que é que se pode fazer?
    Digam-me.
    Fugir?
    Ficar?
    Desistir?
    Lutar?

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  11. Ao anónimo das 17:33 quero dizer que passei os dias de ontem e de hoje a colocar-me as mesmíssimas perguntas, numa versão abreviada (não considerei a opção "fugir"). "Cá dentro inquietação, inquietação..." "Há sempre qualquer coisa que está p'ra acontecer, qualquer coisa que eu devia resolver..." mas "não sei ainda". Uma coisa já sei: já sei de onde nasceu tanta vontade de entendimento (claro que não é acordo! É muitíssimo diferente) e já sei que o meu caminho agora muda de direcção. Os professores anónimos têm um invejável historial de resistência à margem das lutas organizadas. Cito um exemplo: há uns anos atrás, era eu menina e moça,a inspecção geral "descobriu" que o ditado na escola primária era antipedagógico e decidiu bani-lo. Confrontados com a necessidade de ensinar os alunos a escrever, que fizeram os professores primários? Continuaram a fazer ditados, mas no cabeçalho punham "Exercício ortográfico". Já os judeus em Mirandela fizeram uma coisa do mesmo tipo de que resultaram as alheiras... haverá resistência, sim. Como, não sei, vamos agora inventar. Olhe, eu, para já, desatei a ler blogues e a escrever neles, coisa que nunca fazia. Mas na minha opinião é fundamental compreender, digo, investigar, o que se está a passar. E acreditar no que os nossos olhos virem e os nossos ouvidos ouvirem, por mais que doa.
    Depois, como "desnascer" é um bocado difícil, creio que o melhor é seguir em frente...

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  12. LOL

    é assim mesmo, Paula! :)

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  13. Os sindicatos não se portaram bem.
    Veremos no futuro.

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