quarta-feira, julho 02, 2008

A morte lenta da saúde da nossa saúde

Extrema unção

«Segundo o Relatório de Primavera 2008 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, a oferta privada dos serviços de saúde é “geralmente de maior qualidade”, mas apenas viável porque o Estado a financia “quase na sua totalidade”. Com esta atitude, e “porque os recursos são escassos”, o Estado acaba por “não investir no sector público” O documento alerta para “a falta de atenção pelos profissionais”, prevendo que “daqui a poucos anos não haverá recursos humanos para manter o serviço público de saúde”. “Não são de certeza as formas contratuais que pouco a pouco se vão instalando nos hospitais públicos que vão criar condições para a fixação de profissionais necessários ao serviço público” »

Olha, descobriram a pólvora e vão ver que, mais dia, menos dia, ainda descobrem que quem tanto fala e luta pela necessidade de emagrecer o sector do Estado só o faz porque até se babam por poder deitar o dente a esse dinheiro. Há muito que esta politica liberal que nos tem conduzido anda a transferir competências dos Estado para empresas privadas que acabam como últimos destinatários dos nossos impostos. Acontece na saúde, como está e ainda vai acontecer mais no ensino, nos transportes, na segurança social, nos serviços, em tudo. Até as senhoras da limpeza são contratadas através de empresas de serviço precário e onde houver um cêntimo do estado lá estarão os privados de olhos esbugalhados a olhar para ele. Quantas empresas produtivas vemos os grandes grupos económicos criar? Onde estão as fábricas que fizeram? Só apostam no turismo e em serviços que possam vender ao Estado. Essa é a riqueza que criam, nenhuma. Se todo o dinheiro que têm andado a distribuir por essa gente fosse correctamente aplicado em serviços do Estado e no sector produtivo público ter-se-ia conseguido lutar contra o desemprego e criar um estado com estruturas fortes que não o coloquem sob a chantagem dos privados. Mas, essa não é a politica desta gente e por isso muitos encontram bons empregos e boas reformas quando acabam de cumprir com o seu “serviço público”. Lixa-se o país, mas safam-se eles.
Agora já se colocou na calha a Manelinha Ferreira Leite que vem dar a extrema-unção ao já moribundo Serviço Nacional de Saúde. Até já avisou que isto de ser gratuito para todos tem os dias contados.

Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

4 comentários:

  1. Inauguração da Galeria dos Ministros da Educação amanhã com a presença dessa douta senhora titular da dita pasta.

    http://www.min-edu.pt/np3/2304.html

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  2. Anónimo2/7/08 00:09

    Isto é um daqueles temas que nos coloca ao nível do 3º mundo...
    Em compensação, aqui ao lado, Espanha tem um serviço (público) nacional de saúde de nos fazer chorar de raiva contra os fdp dos políticos e Ordem dos Médicos (perdão: industriais da medicina agrupados na dita) que nos puseram neste estado!...

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  3. Caro Kaos,
    Há que compreender que, no mínimo, estamos a falar num negócio privado que já hoje vale cerca de 15 mil milhões€. São 10% do PIB de Portugal. É mesmo uma pipa de massa...

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