sábado, setembro 27, 2008

O Alegre Pescador

O Alegre pescador

Uma traineira de pescadores portugueses foi bafejada pela sorte e, depois de terem saído para a pesca da sardinha, saiu-lhes o “Jackpot” de um cardume de Corvina e um barco cheio com 14 toneladas de pescado. Imagino a alegria daquela gente no regresso ao porto de Sesimbra, para aí se transformar em desespero. A Policia Marítima apreendeu todo o peixe por “a quantidade pescada ser superior à permitida por lei”. Disso não entendo nada, mas que saiba não fizeram pesca ilegal, tiveram simplesmente sorte que transformou em tragédia. As 14 toneladas acabaram por ser vendidas na lota a alguns cêntimos o quilo, (quando normalmente valeriam mais de 6 Euros), fazendo com que os mais de 2 mil euros que cada pescador iria ganhar neste dia em que a sorte grande lhes bateu à porta, se tenham transfigurado no prejuízo de uma multa. Perderam os pescadores, ganhou o estado. Podemos dizer que Jaime Silva, o tal que respondeu a um pescador que protestava que se nas estivesse bem que saísse da União Europeia), foi um feliz pescador.
Quando tanto se fala de aumentar a eficiência e a produtividade, que tanto se fala da necessidade de modernização para concorrer com os outros países, como se justifica que um barco possa pescar demais. Modernizar para quê se com aquilo que temos já pescamos mais que aquilo que a lei autoriza. Assim não vamos a lado nenhum, mas também parece ser isso que esta Europa exige aos nossos governantes; que continuemos a ser um pasto para a sua ganância.

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

8 comentários:

  1. O Estado não ganhou nada porque as bestas da Docapesca venderam o peixe aos intermediários a 16 cêntimos o quilo.
    Estes, foram depois revendê-lo a 16 Euros cada quilinho e os supermercados vendem-no a 20 e a trinta.
    Nos resaurantes, pagarás por uma posta de 150 gramas, mais umas batatitas 15 euros!
    O Estado a ganhar? Não brinques.

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  2. Que a sombra não seja de um peixe mas seja um esquentamento!
    Um abraço consolado

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  3. Que se legislem 500 kilos de páginas A4 a definir taxas e impostos Robin dos Bosques para estes intermediários sem escrúpulos! Que se crie um gabinete específico para tratar da pesca da corvina, gabinete com duas secções, uma para tratar da pesca da corvina a anzol, e outra para a captura de cardumes, a rede.

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  4. Foi pena não estar lá o Fernando Ruas, para correr à pedrada esses fiscais da docapesca... Vendessem o peixe normalmente, dessem o justo valor aos pescadores e confiscassem para o estado o restante... Mas osintermediários mexem-se melhor... devem ter dado umas luvitas à pessoa certa e está feito.
    Merda de país...

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  5. Não sei qual a quota estabelecida para esta espécie, que não abunda nos nossos mares. Às vezes, as pessoas têm mais olhos que barriga, e o armador ou o mestre da embarcação deve conhecer a quota, pelo que devia ficar com o que lhe competia e tentar fazer regressar o resto do peixe ao mar.

    Agora, o peixe vendido na Docapesca? Mas o que é isto??!! Se está confiscado, não pode nunca ser vendido. O mal está mesmo nos intermediários e na sua corrupção nata. E não é só nas pescas!!

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  6. Não há palavras para a crueldade encerrada nesta história. À medida que estamos a tomar conhecimento do que aconteceu, sentimos uma raiva profunda a nascer cá dentro, a crescer, e em que só nos apetece rebentar com alguma coisa ou com alguém!...

    Coyote

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  7. enquanto continuarmos a ter um estado ladrão...
    Sem mais palavras que é um ultraje o que se está a passar neste país/europa!
    abraço grande

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