segunda-feira, setembro 01, 2008

A treta da Competitividade

competitividade

«Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a Competitividade e ex-presidente da CIP, traça um quadro negro sobre a evolução da competitividade externa do país, advogando que o ajustamento da economia só se fará com cortes nos salários.
Infelizmente, um dos cenários mais prováveis para Portugal é continuar a empobrecer de uma forma lenta mas progressiva, quase com um efeito de uma anestesia sobre as pessoas”.
Com o país a perder competitividade externa, Ferraz da Costa lembra o estudo do economista do MIT, Olivier Blanchard, segundo o qual Portugal teria necessidade de uma quebra dos salários reais em cerca de 30 por cento “para manter a competitividade da maior parte dos sectores tradicionais”, no contexto do euro. O gestor partilha da mesma opinião.»

Num país que já se situa no cu da Europa, a esta gente não se cansa de largar “bufas” pela boca com soluções de merda. Quando recentemente vi passar no rodapé de um telejornal, a “noticia” que os trabalhadores portugueses eram os menos produtivos da Europa, já esperava a chegada destes arautos do capitalismo com discursos deste género. Ainda nem têm em vigor o ultimo assalto que fizeram aos nossos direitos com o novo código de trabalho e já voltam à carga para “criar a necessidade” de nos apertar mais o cinto. Esta escumalha, esta gente que nos rouba mais que o “crime violento”, não tem vergonha de vir para a praça pública proclamar a miséria e a fome para este país em nome dos lucros de alguns e das mordomias de outros. Gente que não sobrevivia a viver um dia com o salário mínimo, vem defender que nos deviam reduzir os baixos salários deste país, tão baixos que o Manuel Pinho até os propagandeia na China, em trinta por cento. Os nossos, é claro, que com mais lucros ainda poderiam aumentar muito mais os deles e receber lautos prémios pelos resultados obtidos à nossa custa.
Trabalhamos tantas ou mais horas que qualquer outro Europeu, sempre que o fazemos no estrangeiro somos apreciados, ganhamos menos que os outros e mesmo assim a nossa produtividade é menor. Será que a culpa é nossa ou deles?

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

10 comentários:

  1. Bom, acho boa ideia.
    Corta-se nos salários 30% (eu acho que 40% é melhor, que a malta ganha bem e não precisa de comer), aumenta-se as taxas de juro todas as semanas, aumenta-se os combustíveis todos os dias, e no espaço de 2/3 meses, a malta não tem comida, casa, carro, mas satisfez a ânsia destruidora deste monte de infelizes de merda que nunca mais morrem todos.
    Acho que isto, francamente, já só lá vai à bala para cima destes filhos da puta!

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  2. Anónimo1/9/08 08:55

    Estes gajos são tão estupidos que não se mancam!
    Então não são eles, os pais e os avós deles que têm des-goverdado a terrinha à cerca de 30 anos??
    Qual competitividade qual carapuça!
    Penso que mesmo assim somos muito bons trabalhadores. As chefias neste país cheiram a mofo e são regidas ainda pela politica do Botas.
    Beijokas e até sabado

    Mariazinha

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  3. Anónimo1/9/08 09:21

    Eu pergunto: é-se mais produtivo trabalhando 7 ou 8 horas diárias?
    Sabendo que a partir de 6 horas de trabalho a nossa produtividade cai a pique a resposta é fácil. E o grave é que os gestores de recursos humanos sabem disto! Se não sabem é grave...
    Já que se fala de produtividade e competitividade este Sr. Ferraz da Costa (que só pode ser BURRO) compare as regalias oferecidas por empresas na Alemanha ou Dinamarca, comparando com Portugal! Veja-se o exemplo dos trabalhadores-estudantes quem em Portugal não são carne nem peixe, é rara a empresa que cumpre a lei deste estatuto, enquanto na UE são as empresas que o incentivam!
    Este Sr. não sabe que trabalhador satisfeito é um melhor trabalhador?!

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  4. Anónimo1/9/08 10:12

    Fico pasmo com estas coisas. Um homem, empresário, de gravata, ex patrão dos patrões... a dizer "cortem 30% nos salários". Será que ele realizou concretamente (antes de abrir a boca, sequer) o que significa para uma caixa de supermercado, para um marceneiro, um electricista, um moço de estrebaria... uma redução salarial de 30%?!! Será que o homem, contudo, pensou nisto, mas deixou-se ensandecer?! Ou será que em sua defesa pretenderia ajuntar que a redução de 30%, em seu entender aplicar-se-ia apenas a assaliariados acima de um certo tecto?!... Será que ele produziu estas afirmações depois de ter ingerido meia dúzia de bagaços?!!
    Valha-me Deus, tanta coisa boa para dizer e fazer e saiu-me um Ferraz borrachão a falar!!!!

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  5. Anónimo1/9/08 10:32

    O gajo é um imbecil a cavalgar a onda de imbecilização própria do novo capitalismo, mas o que parece mais estranho é como é que é possível a um reles amanuense do capital arrotar uma coisa destas sem que uma legião de jornalistas, cidadãos, políticos, associações cívicas, sindicatos, venham imediatamente a terreiro denunciar a bestialidade? Como é possível a banalização do mal a que nos vamos habituando, vendo o mundo governado por mentirosos e escroques, estender-se de forma tão arrogante ao trabalho? Como é possível que o desprezo pelo factor trabalho atinja este ponto sem que se faça uma manifestação à porta deste imbecil e de todos os cleptocratas?
    O pior, ainda, é que esta onda de imbecilização passa também por ir tapando a boca a quem até aqui tinha legitimidade para a crítica. Com a reforma do Ensino Superior e o fim da democracia na academia, tudo agora obedece à lógica do dinheiro. As Ciências Sociais e Humanas são agora vistas como áreas não-produtivas, mal-queridas dos amanuenses que gerem os dinheiros das universidades, pois fazem despesa e produzem trabalhos insusceptíveis se "ligação às empresas". Primeiro acabaram com a obrigatoriedade da Filosofia no acesso aos cursos da área, depois mutilaram aqui e ali, legislaram ao arrepio da realidade e cortaram no orçamento.
    Só vejo uma resposta: radicalizar a crítica!

    Marley

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  6. Anónimo1/9/08 15:12

    É por isso que na Suíça, para onde partiram ontem milhares de emigrantes portugueses em fim de férias, estão a pensar reduzir os salários em 50%.

    Cambada de parasitas!

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  7. Desejaria continuar a acreditar que "a cantiga é uma arma"

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  8. Anónimo1/9/08 16:21

    Ó Marley, eu diria radicalizar é a acção.
    Estes gajos são uns valentes merdas e para o provar estão os trabalhadores portugueses emigrados em países onde a produtividade é elevada assim como os salários e os direitos sociais. Só que infelizmente os portugueses residentes e até emigrados ainda não ganharam consciência dos borda merdas que colocam no governo.
    Votar em massa nos partidos de esquerda é preciso e urgente.
    Zé do telhado

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  9. Anónimo1/9/08 22:43

    O Luxemburgo não devia contar na produtividade porque
    lá só se produz juros, cobram-se juros.Aquilo é um banco.Se esse tipo de produtividade aqui fosse considerado, batíamos os recordes todos.




    Subject: SALÁRIOs


    QUADRO II - NÚMERO DE VEZES QUE O SALÁRIO E A PRODUTIVIDADE MÉDIA EM OUTROS PAÍSES DA U.E.

    É SUPERIOR AOS VALORES MÈDIOS VERIFICADOS EM PORTUGAL

    PAÍSES
    Salário médio anual
    (em euros)
    Nº de vezes que o salário médio de cada país é superior ao salário médio português
    Nº de vezes que a produtividade de cada país é superior à produtividade média portuguesa

    Dinamarca
    36.476
    2,9
    1,57

    Alemanha
    34.975
    2,8
    1,41

    Bélgica
    33.519
    2,7
    1,48

    Luxemburgo
    33.014
    2,7
    2,5

    Reino Unido
    29.861
    2,4
    1,37

    Itália
    26.833
    2,2
    1,32

    Suécia
    25.106
    2,0
    1,37

    Irlanda
    25.079
    2,0
    1,19

    França
    23.281
    1,9
    1,32

    Espanha
    20.794
    1,7
    1,1

    Portugal
    12.425

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  10. Anónimo3/9/08 18:25

    Este vampiro quer é sangue fresco da manada!
    Se tivesse pingo de vergonha dizia o contrário.

    Ora vamos lá a imaginar esta situação:
    . Dois proprietários tinham cada um três hectares de terra.
    . Um deles contratou o melhor cavador lá dos arredores para lhe cavar a terra.
    . Outro contratou um trabalhador a quem forneceu um tractor para lavrar a terra.
    Ao fim do primeiro dia, este último tinha lavrado a terra;
    o outro tinha cavado um canto pequeno da terra; precisaria de andar lá um mês e meio e tinha receio de não acabar.O empenhamento foi total; só parou para comer e trabalhou de sol a sol.

    Compare-se a produtividade de um e de outro!

    "A solução do Ferraz era não pagar e mandar cavar com duas enxadas" uma em cada mão, por certo...

    Ele há cada génio da exploração!

    Afinal a produtividade tem quase sempre a ver com a ferramenta utilizada e com a gestão.

    Mas então diminuam o salário aos gestores e os lucros aos patrões!

    Os portugueses no estrangeiro tem produtuvidade,
    em Portugal não.

    Porque será, ó génios deste país?

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