Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado.
A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
A LUTA DOS PROFESSORES E OS EQUÍVOCOS DE LURDES RODRIGUES
O que à ministra Lurdes Rodrigues lembra, já aos Professores e à sua mais representativa organização sindical, a FENPROF, esqueceu, pelo que se torna necessário tecer alguns comentários face ao que afirmou a ministra em resposta a uma questão que lhe foi colocada em entrevista recentemente publicada. Diz a ministra, a propósito da manifestação nacional convocada para dia 8 de Novembro e das posições da FENPROF sobre a avaliação de desempenho, que espera da “FENPROF sentido de responsabilidade, coerência e também alguma lealdade. Eu não ponho a minha assinatura em qualquer papel, nem a ponho para a mandar apagar amanhã. Quando assumo compromissos, assumo mesmo compromissos.”
Pois bem, a Ministra da Educação desta vez não se enganou, a FENPROF, com sentido de responsabilidade, coerência e também muita lealdade, não deixará de fazer o que deve ser feito! Só que, penso que Lurdes Rodrigues sabe isso, a lealdade de que fala a FENPROF deve-a aos Professores e assumi-la-á. E se, de avaliação do desempenho se falar, coerência é o que a FENPROF não deixará de ter, pois não se limitará a defender a eventual suspensão da sua aplicação, uma vez que quer destruir o modelo imposto pelo ME. A Ministra da Educação sabe disto, ou não tivesse ouvido a declaração da Plataforma Sindical dos Professores, lida à sua frente, por mim, no dia 17 de Abril (data de assinatura do Memorando de Entendimento): “…os pressupostos base do desbloqueio da actual situação de profundo conflito em nada alteram as divergência de fundo que as organizações sindicais mantêm sobre…/…
o modelo de avaliação do desempenho que se considera injusto, burocrático, incoerente, desadequado e inaplicável…/… estas são razões para que, apesar do entendimento agora encontrado, os professores continuem a lutar…”.
Tal como a Senhora Ministra, que não coloca a sua assinatura em qualquer papel nem a manda apagar no dia seguinte, também os dirigentes da FENPROF assim agem. De facto, a assinatura foi colocada num papel que incluía o Memorando de Entendimento, por terem sido assumidas, pelos Sindicatos, e pela FENPROF em particular, as suas responsabilidades. Senão vejamos:
As escolas vivem, hoje, uma verdadeira tormenta com os primeiros procedimentos relativos à avaliação de desempenho a serem desencadeados. A maior parte apenas iniciou a aprovação dos instrumentos internos e, em algumas, está em curso a fixação dos objectivos individuais. Todavia, o ambiente que se sente é já de “sufoco”, de falta de tempo para o desempenho por causa da avaliação do dito, de conflitualidade, por vezes já perfeitamente instalada.
Mas, como diria o povo, ainda a procissão vai no adro… Na verdade, para além destes primeiros procedimentos, faltam, depois, as observações de aulas, a elaboração dos portefólios e/ou de outros instrumentos internos de avaliação, o preenchimento de fichas e grelhas, algumas infindáveis, a disparatada tabela de resultados escolares para que sejam comparados, as entrevistas com os avaliadores, as reuniões das comissões e departamentos, as classificações, a aplicação das quotas…. ou seja, se, neste ano lectivo, o processo for até ao fim, o bom desempenho dos docentes e o normal funcionamento das escolas serão duramente afectados com grande prejuízo para as aprendizagens dos alunos.
Se, ao longo de um ano inteiro, este processo seria muito complicado de levar até ao fim (o que confirma as previsões da FENPROF “… o modelo de avaliação preconizado pelo ME, a aplicar-se, introduzirá focos de instabilidade nas escolas, aumentando a sua instabilidade…”), imaginemos que teria de ser aplicado em apenas 3 meses (por exemplo, de Outubro a Dezembro…). Admitamos agora que, como pretendia o ME, esses três meses teriam sido Abril, Maio e Junho, isto, é, os últimos do ano lectivo transacto… Que teria acontecido aos professores? Como teria sido o final de ano dos alunos portugueses? O que teria acontecido à Escola Pública? Sim, à Escola Pública, pois é dessa que falamos…
A Escola Pública, que é frequentada pelos filhos dos trabalhadores e em que trabalha a esmagadora maioria dos docentes, teria entrado em colapso, os alunos teriam sido prejudicados, em alguns casos irremediavelmente, os professores teriam sido muito prejudicados.
Nestes, haveria despedimento de contratados e, este ano, no grande grupo dos docentes dos quadros, teríamos perdas de dois anos de serviço, devido aos efeitos previstos da avaliação… Quanto ao regime de avaliação, manter-se-ia em vigor sem que ficasse previsto qualquer período para a sua alteração.
É fácil perceber, e a FENPROF nunca o escondeu, que a assinatura do Memorando de Entendimento não visou caucionar o modelo de avaliação; só por má-fé se pode afirmar o contrário. A assinatura, em 17 de Abril, do Memorando de Entendimento, foi, talvez, a decisão mais difícil de tomar, eventualmente a menos simpática (apesar de legitimada por 82% dos professores que participaram no Dia D), mas a única que, responsavelmente, poderia ser tomada. É que os Sindicatos não podem deixar de assumir as suas responsabilidades perante os Professores, perante a Escola Pública e perante a Sociedade.
Fizeram-no e bem. Orgulho-me de ter sentido o peso de uma classe profissional naquele momento e de ter assumido, com responsabilidade, a sua representação. Se isso não tem acontecido em que situação estaríamos agora? Ninguém sabe e esse é o problema. Os professores perguntar-se-iam sobre a utilidade de organizações que se teriam revelado incapazes de parar o tremendo disparate que se abatia sobre as escolas. Mas admitamos, como alguns afirmam, que a Ministra teria caído (o que duvido; penso, mesmo, que estaria hoje reforçada…) que ganhavam os portugueses com isso?! Uma cara mais simpática?! Talvez, mas isso aconteceu na Saúde e que mudanças trouxe?! Quantos centros de saúde reabriram? Quantas maternidades voltaram a funcionar? Que vantagens tiveram os trabalhadores do sector no que respeita às suas carreiras, aos horários de trabalho, ao emprego ou condições trabalho?
Nenhumas!
A luta está aí de novo, e continua já em 8 de Novembro, com todos aqueles (e são a maioria) que ainda não desistiram! Alguns decidiram manifestar-se, também contra os Sindicatos e chegaram a marcar data.
Estão no seu direito, claro, mas o serviço que prestam não é, de forma alguma, aos Professores. Estou convencido que Lurdes Rodrigues agradecerá e continuará, nas entrevistas seguintes, a atacar os Sindicatos ou, também ela, a tentar denegrir a sua imagem.
Mário Nogueira Secretário-Geral da FENPROF ..... Comentário de Manuel Baptista Outubro 17, 2008 às 7:41 pm É patético… este gajo esquece-se de dizer (mas todos nós sabemos!)que as organizações que apelaram para a manif de 15 de Nov. o fizeram ANTES de que qualquer sindicato tivesse feito qualquer esboço de movimento de contestação!
Quando essas associações fizeram a tal convocatória, que não era dirigida CONTRA sindicatos (isso é uma pura calúnia, inclusive muitos dos seus mentores e apoiantes estimavam como positivo que as estruturas sindicais apoiassem a manifestação…), vem o Sr. Mário Nogueira atirar contra a referida manifestação e convocar à pressa um «plenário» de sindicatos seguido de manifestação para o sábado anterior!!!
Penso que está claro quem é apologista da divisão! Não é a Fenprof, que congrega provavelmente muitas dezenas de milhar de membros que NÃO SE REVÊEM NAS DECLARAÇÕES DIVISIONISTAS e persecutórias do senhor Nogueira.
A situação é complicada. Uma solução poderia ser, os professores comparecerem em massa nas duas manifs. Aí é que eu queria ver. Se isso acontecesse seria fazer história.
Por uma questão de lógica eu vou no dia 8 de Novembro
Convenhamos que não morro de amores pelo sindicato neste momento. A manifestação de dia 8 de Março não foi, nem de perto nem de longe, aproveitada como poderia ter sido. Os movimentos foram importantes no empurrão para a manifestação, avançando com a oficialização de dia 15 para a manifestação. Confesso que primeiro fiquei muito chateada ao ler que a FENPROF avançou com a data de 8 de Novembro, mas depois de ler as suas razões e juntando umas coisitas daqui e dali, não posso deixar de as compreender. Não defendo nem uns nem outros, mas respeito os bem-intencionados em cada um e abomino os oportunistas de cada um. Por uma questão de lógica vou à manifestação de dia 8 de Novembro, com a esperança de que os bem-intencionados dos sindicatos consigam/queiram conseguir resultados importantes para a defesa do ensino de qualidade e de bom senso. Por uma questão de lógica não vou à manifestação do dia 15 de Novembro, porque da parte dos movimentos nem os bem-intencionados nem, felizmente, os oportunistas estarão à mesa de negociações. Vivo longe de Lisboa, não me posso dar ao luxo de duas deslocações no espaço de uma semana. Se a manifestação de dia 15 de Novembro é para servir apenas para mostrar o descontentamento dos docentes face à política educativa do ME ou, como li num comentário de alguém no "A Educação do meu Umbigo", "dar uma lição aos sindicatos", sem ter uma coerência ou um plano de acção pós-manifestação, a não ser o de conseguir uma grande manifestação, então devo optar por aquela que me pode (oxalá) trazer resultados concretos numa mesa de negociações. Até porque para apenas exprimir o meu descontentamento pessoal tenho aqui o meu cantinho. Se vou deslocar-me a uma manifestação a Lisboa, há-de ser por mais do que isso. Há-de ser para exigir às partes envolvidas que as coisas sejam efectivamente debatidas em mesa de negociação e resolvidas de uma vez por todas. Não escrevo este post para convencer ninguém, apenas para clarificar a minha posição. Cada um deve decidir de acordo com a sua postura perante o desenrolar dos acontecimentos, mas insisto no facto de nos ser prejudicial a realização de duas manifestações e continuo a achar que as partes se devem entender para se realizar apenas uma.
De uma maneira ou outra, espero que a classe docente se represente bem...
engraçado essa coisa da calúnia... então não é que tenho uma série de mails para a manif de dia 15? os dois primeiros nitidamente contra os sindicatos e, depois, miraculosamente essas menções forma desaparecendo noutras versões dos mesmos que fui recebendo em dias posteriores... Posso mandar-lhe um exemplo se quiser... Alexandre
O texto do mário nojeira mete, mesmo, NOJO! Naturalmente que pode ter havido referências pouco abonatórias para com a fenprof. Se hoje estamos a viver esta situação degradante é, em grande medida, culpa desses indivíduos. Eles são sindicalistas, não estão a sofrer as consequências. O negócio deles é, no MAIS RELES sentido do termo, politiquice!!
A manif convocada para 15 de Noembro é essencialmente contra a situação que os profs estão a viver e, naturalmente contra a sinsistra e seus algozes, que são os responsáveis. Como a fenprof pactuou com essa canalha, não pode agora ficar melindrada com qq referência, menos agradável, aquando da convocação da dita manif. Pior ainda é virem depois, claramente para dividirem e boicotarem, convocar uma outra manif para uma semana antes.
Se ainda restava alguma dúvida às pessoas minimamente inteligentes, mesmo depois do 8 de Março, que o que move a fenprof é " o contar de espingardas" agora já não podem mais duvidar.
Por último, já viram a proposta da fenprof de avaliação? Linda! Venha o diabo e escolha!
Será que no "Memorando de Entendimento" não haveria um anexo com um outro entendimento em que fenprof e similares, no caso de os profs. não ficarem totalmente domesticados, boicotassem qq acção de protesto?
Neste momento, perante a vergonhosa e provocatória atitude da fenprof, parece-me muito pertinente a pergunta.
Será que no "Memorando de Entendimento" não haveria um anexo com um outro entendimento em que fenprof e similares, no caso de os profs. não ficarem totalmente domesticados, boicotassem qq acção de protesto?
Neste momento, perante a vergonhosa e provocatória atitude da fenprof, parece-me muito pertinente a pergunta.
Agora, para os senhores professores, meus colegas, por favor, comportem-se como adultos, na manif de 15 de Novembro.
Para os que forem à de 8, aconselho muitas bandeirinhas, T-shirts com dizeres mto engraçadinhos, talvez uns bonezinhos de cores garridas, uns apitos e muita, muita mesmo, alegria! Não se esqueçam de afinar as vozes para a cantoria e respectivas palavras de ordem. Tb aconselho aos que estiveram a divertir-se na acção de formação da intel, em Cantanhede sobre o magalhães que aproveitem algumas das cantiguinhas que lá ensaiaram para adaptar à ocasião. Vai ficar mto bem na televisão, principalmente na TVI !!!!!!!
Apelo aos não professores que também vão. Esta luta não é por regalias, não é manipulada por nenhum partido, não é por capricho. A maioría dos professores são pessoas normais. Não são monstros. Estamos fartos de ser perseguidos, maltratados, agredidos pelos alunos e mandados morrer a trabalhar por esta ministra e este Primeiro-Ministro doentes!
Quando Manuela Ferreira Leite congelou as progressões, foi directa e acatámos. Digam que não há dinheiro, não nos aumentem, mas não nos persigam desta forma para poupar uns cobres.
Os alunos com deficiências graves vegetam no ensino regular. Os alunos e os funcionários são agredidos pelos delinquentes que reinam nos espaços escolares. Juntem-se a nós! A luta é de todos!
Apelo aos não professores que também vão. Esta luta não é por regalias, não é manipulada por nenhum partido, não é por capricho. A maioría dos professores são pessoas normais. Não são monstros. Estamos fartos de ser perseguidos, maltratados, agredidos pelos alunos e mandados morrer a trabalhar por esta ministra e este Primeiro-Ministro doentes!
Quando Manuela Ferreira Leite congelou as progressões, foi directa e acatámos. Digam que não há dinheiro, não nos aumentem, mas não nos persigam desta forma para poupar uns cobres.
Os alunos com deficiências graves vegetam no ensino regular. Os alunos e os funcionários são agredidos pelos delinquentes que reinam nos espaços escolares. Juntem-se a nós! A luta é de todos!
Obrigado Kaos. Brilhante.
ResponderEliminarAbraço
Tiago
P.S. - vou-te ganhar o prémio ideias fixas. lolololololololol
Excelente!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderEliminarBjos!
Excelente síntese da realidade, num simples cartaz.
ResponderEliminarA propósito da manifestação, não deixem de ir visitando:
http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/
http://apede.blogspot.com/
http://www.professoresramiromarques.blogspot.com/
http://educar.wordpress.com/
Bem concebido. Obrigada
ResponderEliminarA LUTA DOS PROFESSORES E OS EQUÍVOCOS DE LURDES RODRIGUES
ResponderEliminarO que à ministra Lurdes Rodrigues lembra, já aos Professores e à sua mais representativa organização sindical, a FENPROF, esqueceu, pelo que se torna necessário tecer alguns comentários face ao que afirmou a ministra em resposta a uma questão que lhe foi colocada em entrevista recentemente publicada. Diz a ministra, a propósito da manifestação nacional convocada para dia 8 de Novembro e das posições da FENPROF sobre a avaliação de desempenho, que espera da “FENPROF sentido de responsabilidade, coerência e também alguma lealdade. Eu não ponho a minha assinatura em qualquer papel, nem a ponho para a mandar apagar amanhã. Quando assumo compromissos, assumo mesmo compromissos.”
Pois bem, a Ministra da Educação desta vez não se enganou, a FENPROF, com sentido de responsabilidade, coerência e também muita lealdade, não deixará de fazer o que deve ser feito! Só que, penso que Lurdes Rodrigues sabe isso, a lealdade de que fala a FENPROF deve-a aos Professores e assumi-la-á. E se, de avaliação do desempenho se falar, coerência é o que a FENPROF não deixará de ter, pois não se limitará a defender a eventual suspensão da sua aplicação, uma vez que quer destruir o modelo imposto pelo ME. A Ministra da Educação sabe disto, ou não tivesse ouvido a declaração da Plataforma Sindical dos Professores, lida à sua frente, por mim, no dia 17 de Abril (data de assinatura do Memorando de Entendimento): “…os pressupostos base do desbloqueio da actual situação de profundo conflito em nada alteram as divergência de fundo que as organizações sindicais mantêm sobre…/…
o modelo de avaliação do desempenho que se considera injusto, burocrático, incoerente, desadequado e inaplicável…/… estas são razões para que, apesar do entendimento agora encontrado, os professores continuem a lutar…”.
Tal como a Senhora Ministra, que não coloca a sua assinatura em qualquer papel nem a manda apagar no dia seguinte, também os dirigentes da FENPROF assim agem. De facto, a assinatura foi colocada num papel que incluía o Memorando de Entendimento, por terem sido assumidas, pelos Sindicatos, e pela FENPROF em particular, as suas responsabilidades. Senão vejamos:
As escolas vivem, hoje, uma verdadeira tormenta com os primeiros procedimentos relativos à avaliação de desempenho a serem desencadeados. A maior parte apenas iniciou a aprovação dos instrumentos internos e, em algumas, está em curso a fixação dos objectivos individuais. Todavia, o ambiente que se sente é já de “sufoco”, de falta de tempo para o desempenho por causa da avaliação do dito, de conflitualidade, por vezes já perfeitamente instalada.
Mas, como diria o povo, ainda a procissão vai no adro… Na verdade, para além destes primeiros procedimentos, faltam, depois, as observações de aulas, a elaboração dos portefólios e/ou de outros instrumentos internos de avaliação, o preenchimento de fichas e grelhas, algumas infindáveis, a disparatada tabela de resultados escolares para que sejam comparados, as entrevistas com os avaliadores, as reuniões das comissões e departamentos, as classificações, a aplicação das quotas…. ou seja, se, neste ano lectivo, o processo for até ao fim, o bom desempenho dos docentes e o normal funcionamento das escolas serão duramente afectados com grande prejuízo para as aprendizagens dos alunos.
Se, ao longo de um ano inteiro, este processo seria muito complicado de levar até ao fim (o que confirma as previsões da FENPROF “… o modelo de avaliação preconizado pelo ME, a aplicar-se, introduzirá focos de instabilidade nas escolas, aumentando a sua instabilidade…”), imaginemos que teria de ser aplicado em apenas 3 meses (por exemplo, de Outubro a Dezembro…). Admitamos agora que, como pretendia o ME, esses três meses teriam sido Abril, Maio e Junho, isto, é, os últimos do ano lectivo transacto… Que teria acontecido aos professores? Como teria sido o final de ano dos alunos portugueses? O que teria acontecido à Escola Pública? Sim, à Escola Pública, pois é dessa que falamos…
A Escola Pública, que é frequentada pelos filhos dos trabalhadores e em que trabalha a esmagadora maioria dos docentes, teria entrado em colapso, os alunos teriam sido prejudicados, em alguns casos irremediavelmente, os professores teriam sido muito prejudicados.
Nestes, haveria despedimento de contratados e, este ano, no grande grupo dos docentes dos quadros, teríamos perdas de dois anos de serviço, devido aos efeitos previstos da avaliação… Quanto ao regime de avaliação, manter-se-ia em vigor sem que ficasse previsto qualquer período para a sua alteração.
É fácil perceber, e a FENPROF nunca o escondeu, que a assinatura do Memorando de Entendimento não visou caucionar o modelo de avaliação; só por má-fé se pode afirmar o contrário. A assinatura, em 17 de Abril, do Memorando de Entendimento, foi, talvez, a decisão mais difícil de tomar, eventualmente a menos simpática (apesar de legitimada por 82% dos professores que participaram no Dia D), mas a única que, responsavelmente, poderia ser tomada. É que os Sindicatos não podem deixar de assumir as suas responsabilidades perante os Professores, perante a Escola Pública e perante a Sociedade.
Fizeram-no e bem. Orgulho-me de ter sentido o peso de uma classe profissional naquele momento e de ter assumido, com responsabilidade, a sua representação. Se isso não tem acontecido em que situação estaríamos agora? Ninguém sabe e esse é o problema. Os professores perguntar-se-iam sobre a utilidade de organizações que se teriam revelado incapazes de parar o tremendo disparate que se abatia sobre as escolas. Mas admitamos, como alguns afirmam, que a Ministra teria caído (o que duvido; penso, mesmo, que estaria hoje reforçada…) que ganhavam os portugueses com isso?! Uma cara mais simpática?! Talvez, mas isso aconteceu na Saúde e que mudanças trouxe?! Quantos centros de saúde reabriram? Quantas maternidades voltaram a funcionar? Que vantagens tiveram os trabalhadores do sector no que respeita às suas carreiras, aos horários de trabalho, ao emprego ou condições trabalho?
Nenhumas!
A luta está aí de novo, e continua já em 8 de Novembro, com todos aqueles (e são a maioria) que ainda não desistiram! Alguns decidiram manifestar-se, também contra os Sindicatos e chegaram a marcar data.
Estão no seu direito, claro, mas o serviço que prestam não é, de forma alguma, aos Professores. Estou convencido que Lurdes Rodrigues agradecerá e continuará, nas entrevistas seguintes, a atacar os Sindicatos ou, também ela, a tentar denegrir a sua imagem.
Mário Nogueira
Secretário-Geral da FENPROF
.....
Comentário de Manuel Baptista
Outubro 17, 2008 às 7:41 pm
É patético… este gajo esquece-se de dizer (mas todos nós sabemos!)que as organizações que apelaram para a manif de 15 de Nov. o fizeram ANTES de que qualquer sindicato tivesse feito qualquer esboço de movimento de contestação!
Quando essas associações fizeram a tal convocatória, que não era dirigida CONTRA sindicatos (isso é uma pura calúnia, inclusive muitos dos seus mentores e apoiantes estimavam como positivo que as estruturas sindicais apoiassem a manifestação…), vem o Sr. Mário Nogueira atirar contra a referida manifestação e convocar à pressa um «plenário» de sindicatos seguido de manifestação para o sábado anterior!!!
Penso que está claro quem é apologista da divisão!
Não é a Fenprof, que congrega provavelmente muitas dezenas de milhar de membros que NÃO SE REVÊEM NAS DECLARAÇÕES DIVISIONISTAS e persecutórias do senhor Nogueira.
A situação é complicada. Uma solução poderia ser, os professores comparecerem em massa nas duas manifs.
ResponderEliminarAí é que eu queria ver. Se isso acontecesse seria fazer história.
Por uma questão de lógica eu vou no dia 8 de Novembro
ResponderEliminarConvenhamos que não morro de amores pelo sindicato neste momento. A manifestação de dia 8 de Março não foi, nem de perto nem de longe, aproveitada como poderia ter sido. Os movimentos foram importantes no empurrão para a manifestação, avançando com a oficialização de dia 15 para a manifestação. Confesso que primeiro fiquei muito chateada ao ler que a FENPROF avançou com a data de 8 de Novembro, mas depois de ler as suas razões e juntando umas coisitas daqui e dali, não posso deixar de as compreender.
Não defendo nem uns nem outros, mas respeito os bem-intencionados em cada um e abomino os oportunistas de cada um.
Por uma questão de lógica vou à manifestação de dia 8 de Novembro, com a esperança de que os bem-intencionados dos sindicatos consigam/queiram conseguir resultados importantes para a defesa do ensino de qualidade e de bom senso. Por uma questão de lógica não vou à manifestação do dia 15 de Novembro, porque da parte dos movimentos nem os bem-intencionados nem, felizmente, os oportunistas estarão à mesa de negociações. Vivo longe de Lisboa, não me posso dar ao luxo de duas deslocações no espaço de uma semana.
Se a manifestação de dia 15 de Novembro é para servir apenas para mostrar o descontentamento dos docentes face à política educativa do ME ou, como li num comentário de alguém no "A Educação do meu Umbigo", "dar uma lição aos sindicatos", sem ter uma coerência ou um plano de acção pós-manifestação, a não ser o de conseguir uma grande manifestação, então devo optar por aquela que me pode (oxalá) trazer resultados concretos numa mesa de negociações. Até porque para apenas exprimir o meu descontentamento pessoal tenho aqui o meu cantinho. Se vou deslocar-me a uma manifestação a Lisboa, há-de ser por mais do que isso. Há-de ser para exigir às partes envolvidas que as coisas sejam efectivamente debatidas em mesa de negociação e resolvidas de uma vez por todas.
Não escrevo este post para convencer ninguém, apenas para clarificar a minha posição. Cada um deve decidir de acordo com a sua postura perante o desenrolar dos acontecimentos, mas insisto no facto de nos ser prejudicial a realização de duas manifestações e continuo a achar que as partes se devem entender para se realizar apenas uma.
De uma maneira ou outra, espero que a classe docente se represente bem...
O meu texto anterior foi um post que coloquei no Cartel. Por isso fala em post e não comentário.
ResponderEliminarengraçado essa coisa da calúnia... então não é que tenho uma série de mails para a manif de dia 15? os dois primeiros nitidamente contra os sindicatos e, depois, miraculosamente essas menções forma desaparecendo noutras versões dos mesmos que fui recebendo em dias posteriores...
ResponderEliminarPosso mandar-lhe um exemplo se quiser...
Alexandre
anónimo, se essa oferta era para mim até agradecia. Pode enviar para nop07238@mail.telepac.pt.
ResponderEliminarO texto do mário nojeira mete, mesmo, NOJO!
ResponderEliminarNaturalmente que pode ter havido referências pouco abonatórias para com a fenprof. Se hoje estamos a viver esta situação degradante é, em grande medida, culpa desses indivíduos.
Eles são sindicalistas, não estão a sofrer as consequências. O negócio deles é, no MAIS RELES sentido do termo, politiquice!!
A manif convocada para 15 de Noembro é essencialmente contra a situação que os profs estão a viver e, naturalmente contra a sinsistra e seus algozes, que são os responsáveis. Como a fenprof pactuou com essa canalha, não pode agora ficar melindrada com qq referência, menos agradável, aquando da convocação da dita manif.
Pior ainda é virem depois, claramente para dividirem e boicotarem, convocar uma outra manif para uma semana antes.
Se ainda restava alguma dúvida às pessoas minimamente inteligentes, mesmo depois do 8 de Março, que o que move a fenprof é " o contar de espingardas" agora já não podem mais duvidar.
Por último, já viram a proposta da fenprof de avaliação? Linda! Venha o diabo e escolha!
Será que no "Memorando de Entendimento" não haveria um anexo com um outro entendimento em que fenprof e similares, no caso de os profs. não ficarem totalmente domesticados, boicotassem qq acção de protesto?
ResponderEliminarNeste momento, perante a vergonhosa e provocatória atitude da fenprof, parece-me muito pertinente a pergunta.
Será que no "Memorando de Entendimento" não haveria um anexo com um outro entendimento em que fenprof e similares, no caso de os profs. não ficarem totalmente domesticados, boicotassem qq acção de protesto?
ResponderEliminarNeste momento, perante a vergonhosa e provocatória atitude da fenprof, parece-me muito pertinente a pergunta.
Agora, para os senhores professores, meus colegas, por favor, comportem-se como adultos, na manif de 15 de Novembro.
ResponderEliminarPara os que forem à de 8, aconselho muitas bandeirinhas, T-shirts com dizeres mto engraçadinhos, talvez uns bonezinhos de cores garridas, uns apitos e muita, muita mesmo, alegria! Não se esqueçam de afinar as vozes para a cantoria e respectivas palavras de ordem. Tb aconselho aos que estiveram a divertir-se na acção de formação da intel, em Cantanhede sobre o magalhães que aproveitem algumas das cantiguinhas que lá ensaiaram para adaptar à ocasião. Vai ficar mto bem na televisão, principalmente na TVI !!!!!!!
Apelo aos não professores que também vão. Esta luta não é por regalias, não é manipulada por nenhum partido, não é por capricho. A maioría dos professores são pessoas normais. Não são monstros. Estamos fartos de ser perseguidos, maltratados, agredidos pelos alunos e mandados morrer a trabalhar por esta ministra e este Primeiro-Ministro doentes!
ResponderEliminarQuando Manuela Ferreira Leite congelou as progressões, foi directa e acatámos. Digam que não há dinheiro, não nos aumentem, mas não nos persigam desta forma para poupar uns cobres.
Os alunos com deficiências graves vegetam no ensino regular. Os alunos e os funcionários são agredidos pelos delinquentes que reinam nos espaços escolares. Juntem-se a nós! A luta é de todos!
Apelo aos não professores que também vão. Esta luta não é por regalias, não é manipulada por nenhum partido, não é por capricho. A maioría dos professores são pessoas normais. Não são monstros. Estamos fartos de ser perseguidos, maltratados, agredidos pelos alunos e mandados morrer a trabalhar por esta ministra e este Primeiro-Ministro doentes!
ResponderEliminarQuando Manuela Ferreira Leite congelou as progressões, foi directa e acatámos. Digam que não há dinheiro, não nos aumentem, mas não nos persigam desta forma para poupar uns cobres.
Os alunos com deficiências graves vegetam no ensino regular. Os alunos e os funcionários são agredidos pelos delinquentes que reinam nos espaços escolares. Juntem-se a nós! A luta é de todos!