sábado, junho 06, 2009

Foi dia de Natal para o Rangel

 Movimento independente de professores

Oferta pelos Movimentos Apede, Promova e Mup do documento “Compromisso Educação “ ao Paulo Rangel que “manifestou uma extraordinária receptividade ao teor do documento, elogiando-o publicamente e considerando a apresentação do mesmo como "o momento mais alto" do dia de campanha”.
E eu que pensava que só o sindicato não era independente dos partidos? Afinal também os movimentos que se dizem independentes acabam a ajudar candidatos que pouco ou nada fizeram pelos professores ao longo dos anos. Mais, que não saberiam explicar como desatariam o nó que esta ministra já deu na carreira dos professores. Vão acabar com os professores titulares? Como? Retirando-lhes o aumento que tiveram ou aumentando todos os outros? Claro que o PSD não faria nada disso e tudo ficaria na mesma. Já alguma vez viram algum partido de alterne do poder revogar leis do anterior? Quando chegam ao poder esquecem o que criticavam antes, aproveitam o que o outro fez e acabam por piorar ainda mais as situações. Veja-se o caso da lei laboral que tanto foi criticada pelo PS quando era oposição e que quando foi a vez dele ainda a agravou mais para todos os trabalhadores. Só com uma luta séria, determinada e com coragem, unidade e sacrifício poderão os professores recuperar a dignidade que lhes foi retirada. Fazerem favores destes a gente desta é porem-se a jeito para a próxima facada que lhes darão no futuro.


13 comentários:

  1. Começo por deixar bem claro que não estou a julgar a atitude de ninguém. Mas li noutro dia n'O Tempo das Cerejas uma coisa interessante - aplicar o período de reflexão ao espaço electrónico.


    O texto pode ser lido aqui.

    Pessoalmente, concordo com Vítor Dias, pois apesar da lei ser omissa ao ciberespaço, cabe a cada um respeitar ou não o princípio ético do conceito de "dia de reflexão".

    Deixo a título de sugestão.

    Abraço

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  2. Anónimo6/6/09 02:15

    Excelente discernimento.
    JSerra

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  3. Anónimo6/6/09 02:36

    OPS! Falta a outra claque, a das energias renováveis e lâmpadas de incandescência!
    JSerra

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  4. Anónimo6/6/09 10:49

    Pessoalmente, sempre condenei a mistura de reivindicações sócio-profissionais com apelos políticos, seja em que sentido for.
    Sempre considerei absurda a construção de «movimentos» de cima para baixo e aproveitando um sentimento de «indignação» corporativa. Disse-o em todos os momentos oportunos.

    É mais um sinal claríssimo do complexo neo-colonial, por mim denunciado* nas páginas do Luta Social, há mais de um mês!!!
    Manuel Baptista

    * ver em: «Portugal, país neo-colonial?»

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  5. Espero sinceramente que alguém, quem quer que ele seja, deite a mão ao Ministério da Educação e faça alguma coisa por nós, professores. A esperança é a ultima a morrer. Não sou PSD, mas se daí vier a mudança, seja bem vinda. A situação, como está, é intolerável. Os relacionamentos pessoais deterioram-se e o clima de medo (de alguns) e de bajulação (de outros) é o que impera.

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  6. aquarius:
    Se acreditas que sejam estes estás bem tramado

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  7. Mário Machaqueiro9/6/09 11:25

    Caro Kaos,

    Eis-me convertido em boneco do seu blogue. Já só me faltava essa! O que as minhas costas, cada vez mais largas, não têm de aguentar! Ver-me na companhia do Octávio e do Ilídio é algo que até aprecio. Mas do Cavaco e da Manuela?! Deixe-me dizer-lhe que, desta vez, o seu faro crítico, que costuma ser apurado, se precipitou e resvalou para a injustiça. Se reparar bem, o que os movimentos independentes de professores têm estado a fazer é pressionar TODOS (repito: TODOS) os partidos da oposição para que assumam publicamente o compromisso de romper com as políticas que este governo impôs às escolas e aos professores. A isso chamámos, de forma talvez demasiado pomposa, Compromisso Educação. Contactámos o Paulo Rangel e os grupos parlamentares do PSD e do CDS como vamos contactar os grupos parlamentares do Bloco de Esquerda e do PCP (com o primeiro destes dois já temos uma reunião praticamente agendada). Não se trata, portanto, de fazer um frete a um qualquer desses partidos. Também não alimento grandes ilusões relativamente às políticas dos partidos de direita para com a educação. Mas se, num futuro ciclo político e parlamentar, esses mesmos partidos aprovarem leis que invertam alguns dos aspectos mais gravosos que se instalaram na vida profissioal dos professores, a começar pela divisão da carreira, isso já seria uma vitória ou, pelo menos, o princípio da vitória.
    Ao Manuel Baptista aproveito para lhe recordar que a APEDE não é um movimento construído de "cima" para "baixo", como ele diz, mas que resulta da vontade de centenas de professores reunidos em assembleia e que até o nome dessa associação proveio de uma ampla discussão democrática e participada.

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  8. caro machaqueiro:
    Peço desculpa se fui injusto mas não posso deixar de estranhar o timing e os partidos escolhidos para os encontros. A quem os movimentos se deviam unir era a outros trabalhadores que passam pelas mesmas dificuldades; função publica, policias, enfermeiros, etc.. Não sou professor mas acreditei na sua luta quando ela se iniciou e quando ultrapassaram os sindicatos com os movimentos. Estranhei quando começaram a manifestar-se com a palavra de ordem "não voto PS" e só posso desconfiar quando escolhem a campanha eleitoral para darem tempo de antena e propaganda ao PSD. Todos vimos a propaganda do promova e não temos de ser ingênuos. Mais uma vez peço desculpa se fui injusto, mas se o fiz foi porque vocês se puseram a jeito e fizeram um jeito ao PSD. Um movimento só será verdadeiramente livre quando não se deixar enredar em politiquices. Mostrem-me que estou errado e terão o meu apoio ou então o pior que vos pode acontecer é um boneco ou outro aqui no meu jardim

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  9. Mário Machaqueiro9/6/09 23:52

    Caríssimo Kaos,

    Admito que a estratégia de aproximação aos partidos da oposição tenha os seus riscos. São, porém, riscos calculados. Como deve saber, as pessoas que integram os movimentos são professores que trabalham nas escolas a tempo inteiro e que estão, por isso, numa posição privilegiada para sondar o que muitos e muitos colegas pensam. E acredite que, hoje, o grande objectivo da maioria dos professores é mesmo correr com o PS do poder ou, pelo menos, colocá-lo numa posição completamente fragilizada enquanto maioria relativa. Para isso, creia-me, há muita gente que está disposta a votar nos partidos que lhes pareçam mais bem colocados para atingir esse objectivo, mesmo que tal implique engolir alguns sapos. Se me disser que isso é insuficiente e que até denota alguma miopia política, já que não está fora do cenário pós-eleitoral um arranjo de forças partidárias que acabe por prolongar e até reforçar as piores políticas actuais, responderei que tem toda a razão. É por isso que tenho insistido na ideia de que os professores não deveriam apostar tudo nas próximas eleições legislativas e se deveriam organizar para combater as suas próprias lutas sem contar (apenas) com os resultados eleitorais. Mas, no contexto actual, esta mensagem é "chover no molhado". A verdade é que os professores depositam agora todas as esperanças na fragilização eleitoral do PS de Sócrates. E também é certo que, mesmo sem privilegiar essa vertente de forma unilateral, a pressão sobre os partidos não deve ser descurada. É apenas isso que, bem ou mal, nós estamos a tentar fazer. Se os partidos contactados aproveitam para tentar cavalgar estas nossas movimentações, esse é um risco que temos de correr (e que, de resto, corremos com todos os partidos, não apenas com o PSD).
    Um abraço de um seu admirador (que espera não lhe dar mais pretextos para se ver embonecado...)

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  10. Caro Machequeiro:
    Compreendo que na vossa desespero pelas politicas contra a escola publica queiram acreditar nos outros partidos e aceitem correr esse risco. Eu já nado por cá há muito tempo e já vi como actua esta gente e por isso me recuso a correr riscos. Não aceito fazer nada que beneficie esta cambada. Se posso dar a minha opinião sobre a luta dos professores, só acredito que a possam vencer se procurarem unir-se com todos os outros sectores dos trabalhadores do Estado, (enfermeiros, função publica, policias,...etc) que estão a ser sujeitos aos mesmos abusos que vocês. Todos estão a perder o vinculo ao Estado. Se, pelo contrário aceitam acordos com gente desta numa altura de eleições e promessas eleitorais acabam por condenar ao insucesso a vossa luta.
    Quanto a seres embonecado aqui neste blog, depende de como eu ler a realidade. Posso sempre estar enganado, mas o que aqui é publicado não é uma Biblia, mas simplesmente a expressão da minha opinião. vale o que vale.
    um abraço

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  11. Manuel Costa10/6/09 03:27

    A luta dos movimentos é correcta e bem intencionada, neste momento a prioridade é correr com o PS , daí a aproximação dos movimentos a todos os partidos da oposição. Em democracia as pessoas e os movimentos só têm de tomar opções políticas, não vejo mal nenhum nisso , o contrário é que é perigoso. Não podemos pensar que a abstenção politica resolve o que quer que seja. Neste caso a opção foi, e bem “correr com o PS” . O PSD aproveitou-se disso ? não faz mal , os movimentos tb se aproveitaram do PSD. Espero que os outros partidos tb tirem proveito da situação e com isso fica-se mais perto do objectivo prioritário.

    Por outro lado aquilo que o KAOS diz : convergência de lutas não podia estar mais certo. O enclausuramento das classes profissionais que são atacadas exactamente nos mesmos moldes constitui um erro estratégico de palmatória.

    Exorto a que os movimentos de professores procurem e organizem acções conjuntas com movimentos ou sindicatos de outros sectores profissionais. Esse simples comportamento dá um impulso gigante às lutas que são no fundo uma só. Por outro lado é possível nesses megamovimentos tomar opções politicas sem termos de andar embrulhados com os políticos !

    Convém tb promover a ideia de que o PS não interessa mas o PSD tb nunca foi solução !

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  12. Isto já é quase um folhetim...
    Kaos os "titulares" não ganham mais (não foram aumentados) ao contrário do que dizes e muita gente pensa. Os titulares ficaram exactamente na mesma em termos de ordenado mas com o dobro, ou mais de trabalho. A grande mudança é que a partir de agora só 1/3 dos professores podem chegar ao topo da carreira (os tais titulares) mas isso nada tem a ver com a carreira docente, isso, como já foi amplamente divulgado na altura, da divisão dos professores é uma falsa questão, a realidade é que é uma medida economicista, tem por base aqueles estudos estapafurdios que dizem que ganhamos muito (mais do que os outros nas mesmas circunstâncias). Por isso concordo plenamente contigo quando dizes que ninguém vai mudar isso, esse filme já toda a gente viu, são eleitos formam governo e depois "ah, e tal... a situação é pior do que pensávamos... estamos em crise... estamos de tanga... o que prometemos era para outro contexto... é preciso endireitar as contas primeiro... depois logo se vê...", enfim o costume e mais, MUITO MAIS do mesmo. Não me esqueço que a MFL vendeu a dívida pública e por isso andamos a pagar balúrdios de juros, não esqueço o PP a fazer negociatas com os submarinos (mudou para os americanos e acho que tivemos de pagar a quebra de contrato com os europeus). Digo e continuo a repetir não voto em nenhum que nos tenha governado até agora. São tão iguais que já nem os consigo distinguir.
    Pena é que o povo português seja tão medroso, senão já os tinhamos posto a todos a "dançar na berlinda".
    madr

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  13. Mário Machaqueiro11/6/09 01:15

    Vou deixar aqui mais um comentário que, provavelmente, já ninguém vai ler. Mas pronto, aqui vai.
    Esqueci-me de abordar um tema que o Kaos refere, bem como outros comentadores, e que é importante: a união dos professores com outros grupos socioprofissionais que têm sido igualmente agredidos por este governo PS. Não pensem que somos insensíveis à relevância dessa forma de unidade. No seio da APEDE e de outros movimentos tem sido muito discutida a necessidade de articularmos a nossa luta com a de outros sectores profissionais (embora também haja alguma relutância em diluir os aspectos específicos da luta dos professores num combate maior). Mas, neste ponto, as pessoas têm de compreender que a margem de manobra dos movimentos independentes é muito estreita. Nas outras classes profissionais não há movimentos como os nossos dos quais pudéssemos ser interlocutores directos. Nessas classes existem apenas sindicatos organizados e, portanto, o diálogo com eles teria de ser travado por iniciativa dos sindicatos dos professores e não por movimentos como os nossos. Vários de nós têm insistido junto da Plataforma Sindical para que se façam iniciativas que juntem todos os sectores mais afectados da Função Pública, e que não se limitem a simples manifestações ou greves rotineiras de funcionários públicos. Até agora, a nossa insistência não deu frutos, e a resposta que temos recebido por parte da Plataforma é que os sindicatos dos outros sectores não se mostram muito interessados nessa acção comum. Parece que por aqui não vamos muito longe...

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