"Esta conferência de imprensa não é sobre o Tratado de Lisboa." Vaclav Klaus, Presidente da República Checa, não escondeu a sua incomodidade quando ontem, em Praga, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo português, Cavaco Silva, uma jornalista portuguesa lhe perguntou pelo Tratado de Lisboa (que assinou contrariado). A incomodidade, porém, não o levou a fugir à pergunta. "A minha opinião não mudou." "Pelo contrário", acrescentou. "É um problema aplicar tudo o que foi aprovado." E portanto "o défice democrático não diminuiu na Europa. Pelo contrário". Ao lado, o Presidente português nem pestanejava. Cavaco Silva e Vaclav Klaus conhecem-se há muitos anos, têm muito em comum nos respectivos percursos políticos (ambos economistas, ambos ex- -ministros das Finanças e ambos ex-primeiros-ministros). O Presidente português sabe que o seu homólogo está longe de ser um euroentusiasta: acha o reforço da união política uma miragem. A República Checa não está no euro nem quer estar. Mas não foi esse o único momento em que Klaus mostrou não ter papas na língua. Questionado sobre os défices excessivos que alguns países da UE exibem - Portugal sendo um deles -, disse o que porventura Cavaco pensa mas não diz. "Para mim é inimaginável que os países possam admitir um tal défice como aconteceu nos últimos tempos", afirmou o Chefe do Estado checo. "Como ministro das Finanças e como primeiro-ministro, eu nunca admitiria tal défice", acrescentou. Para Klaus, ao "crime" terá de corresponder um "castigo": "Aqueles que aceitaram isso agora terão de suportar as consequências do seu acto." Cavaco foi, face à mesma pergunta, bastante mais "amável" (expressão do seu homólogo). Manifestou mesmo algum optimismo: "Neste momento surgiram já alguns sinais positivos de recuperação económica na União Europeia, embora essa recuperação seja ainda um pouco tímida." Segundo acrescentou, a sanidade orçamental portuguesa vai depender do "comportamento das economias para as quais exportamos bens e serviços e das quais recebemos os turistas que nos visitam", embora haja que estar alerta face aos riscos de "contágio" provenientes da crise grega. A visita do PR termina hoje. em "DN Globo"
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
O resultado deste post que se pode ver clicando aqui está na resposta que os accionistas maioritários da EDP deram a quem se preocupa com os vencimentos do seu CEO. Eles entendem que quem é excepcional merece ganhar mais. Ou estarão todos distraídos? Veja aqui.
ResponderEliminarO resto é a costumada inveja dos Portugueses. Curiosamente são os mesmos que não têm inveja dos salários obscenos dos jogadores e treinadores de futebol. O fanatismo tem destas coisas. Vá lá saber-se o porquê?
Caro Muito honestamente
ResponderEliminarAté poderei concordar que quem é bom merece ganhar mais, mas será que só há excepcionais em todos os Conselhos de administração? E os outros trabalhadores não merecem també, ser recompensados pelo seu esforço? É que a riqurza de uma empresa passa muito por quem trabalha, mas para esses ficam só as dificuldades, as reduções de salários e direitos.
OS: o Dinheiro dos ordenados dos jogadores não sai do meu bolso, já o do Mexia sim, que posso não ir ao futebol mas tenho de consumir electricidade.
Todos pagamos para o futebol. Directa ou indirectamente!
ResponderEliminarQuem paga a taxa de televisão pública, está a pagar para o futebol. Quem paga os canais codificados que vê futebol está a pagar para os mesmos do costume. Em suma quem paga taxas e impostos está a contribuir para o futebol. Foi o nosso dinheiro que serviu para construir e renovar dez estádios para o campeonato Europeu de Futebol de 2004.
Só que a memória por vezes é curta. Muitos já se esqueceram que ainda estamos a pagar esses elefantes bancos como muito bem diz este artigo do público que pode ser lido Clicando aqui
E mais não digo!
Kaos um abraço para si deste seu admirador
Mas nem sempre posso estar de acordo consigo!
..."a sanidade orçamental portuguesa vai depender do comportamento das economias para as quais exportamos bens e serviços e das quais recebemos os turistas que nos visitam"...
ResponderEliminarCaro Kaos,
devem-se ter enganado, não deveriam ter colocado "sanidade orçamental", deviam antes, ter colocado: "sanidade mental", ou será, que ainda ninguém reparou, que neste país anda tudo louco???
Cumprimentos.
LUSITANO
O klaus tem uma frontalidade que os nossos políticos não têm
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