Uns vêm-se mostrar preocupados, outros zangados, outros conformados, outros ainda esperançados ou indignados. A verdade é que todos eles conhecem bem as razões pelas quais o desemprego já bate a fasquia dos 11% e mais de 700 mil famílias portuguesas sofrem essa realidade. Podem apontar a crise internacional uns, a incapacidade do governo outros, o fraco investimento dos privados, ou a falta de produtividade, ou o raio que os parta a todos. A culpa é de todos os que aceitam que a economia do país seja governada pela gula dos mercados, pela ganância dos números e do lucro fácil e rápido a qualquer preço. A culpa é de todos que em nome da livre circulação de capitais, da auto-regulação dos mercados e da globalização ultra-liberal aceitam como inevitável que num Portugal decepado da sua industria e agricultura “ que neste país de pelintras se ache normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar!” como dizia o José Mário Branco, no seu ainda tão actual, “FMI”. A culpa é de todos os que escolheram esta via para o desenvolvimento do país e agora se vêm a cair no abismo da bancarrota e do empobrecimento. Par nós, porque eles terão sempre as suas reformas milionárias e a recompensa de um “empregozinho” junto dos poderosos se o desejarem.
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
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