sábado, outubro 09, 2010

Greve Geral... Até ao Carnaval?

A CGTP e a UGT entenderam-se na necessidade de fazerem uma Greve Geral no próximo dia 24 de Outubro, coisa que já não acontecia desde os tempos negros do Cavaquismo. Nos tempos que vivemos, com o capitalismo a avançar e a atropelar tudo e todos na sua voragem, é bom ver que até a UGT, braço direito do sistema no movimento sindical, se vê empurrada a fazer alguma coisa.
Mesmo com os senhores do poder e do dinheiro a não se cansarem de realçar que é um direito os trabalhadores fazerem greve, e manifestarem compreenção pelas as suas razões, não deixam todos de acrescentar da sua inutilidade na alteração das politicas. Também eu acredito que, se a Greve Geral for um fim em vista e não o inicio de uma luta muito mais forte e destinada a vencer de pouco valerá. Faça-se uma greve de um dia, como demonstração de força e anuncie-se desde já uma outra de duração indeterminada. Pare-se este país até que tenham de nos ouvir. Greve Geral até ao Carnaval.
Está nas mãos de todos nós, daqueles que nunca pararam de lutar, dos que há muito só se queixam à familia e aos amigos, dos que habitualmente ficam a ver futebol ou novelas, dos que não costumam fazer greve, de todos nós ganhar esta luta. Parem de se lamentar aos colegas ou no café e tenham a coragem de assumir nas vossas mãos um pouco do vosso destino. Vamos todos fazer alguma coisa para mudar isto. O capitalismo está em crise e descarrega sobre nós os seus males. Está na hora de ripostar.

3 comentários:

  1. Uma greve destas, até ao Carnaval, no caso de ser mesmo geral, permitia um encaixe de receita fenomenal, para tapar o que eles dizem, para tapar não se sabe o quê. Provavelmente meteram-se com gente duvidosa que exige o pagamento rápido de dívidas ao dobro do juro; e se não pagarem dobram. Que jente será essa?

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  2. Apoio em absoluto o que diz!
    Vamos todos, desta vez, mostrar àquela "gentinha" do "desgoverno"
    que ainda temos como Povo alguma dignidade, que não merecemos ser tratados como atrasados mentais!
    Finalmente, espero, que João Proença continue a colaborar com Carvalho da Silva, exactamente como em Espanha, onde as centrais
    sindicais se unem em prol de todos os trabalhadores!

    Zé de Aveiro

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  3. O que é preciso é protestarmos o processo de todas as formas possíveis: greve, manifestações. Eles vão dizer que não importa, que a decisão está tomada e é irrevogável. Isso também diziam os ingleses na Índia. Sim, porque a desobediência civil -- as manifestações animadas, as greves, os buzinões, os cortes de estradas -- têm um efeito de erosão sobre o poder; demonstram ao poder que as pessoas já não dão o seu livre consentimento, que são obrigadas e constrangidas contra o seu livre arbítrio. As pessoas inteligentes que dão apoio ao poder deixam de ter convicção no que estão a fazer, tornando-se indecisas e, no limite, incapazes de exercer liderança. Ficam então os palhaços de serviço no ar, sem base intelectual de sustentação, e o regime cai de podre.

    A luta dos professores, e ao contrário do que por aí dizem os pasquins do poder, teve um efeito que se prolonga até ao presente. O poder perde a eficácia quando deixa de ter autoridade moral. E os protestos dos professores puseram a nu a decadência moral do regime. Cabe agora ao povo agarrar, nas suas mãos, essa autoridade que se vai esvaindo do poder.

    É preciso que o povo, como garante a Constituição, agarre a soberania nas suas mãos. Wall Street não é rei da nação portuguesa. Agitam-nos, os pasquins, com o papão do FMI. Pois que venha! Que venha cá o FMI, se tiver coragem. Quando aterrar em Lisboa, o que encontrará? O FMI irá negociar com um poder político sem autoridade, que já não tem força real nas ruas do país. Isso é real, mas cabe-nos a nós a pequena tarefa de fazer com que eles vejam isso. Sem violência, que a desobediência civil, como Gandi demonstrou, é o que hoje é preciso.

    E que os senhores da UE e do FMI não tentem travar, hoje, o que o país precisa de fazer. Pois se o país falisse e ficássemos todos a de tanga, a passar fome às escuras, sem água canalizada e sem gasolina, então iríamos ter, necessariamente, violência. Os nossos genes celtiberos falariam mais forte. Erguer-se-iam mil Buiças. Nessa circunstância, então, melhor seria que os enviados do FMI nem tentassem aproximar-se do Palácio de S. Bento (se ainda existisse)...

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