sábado, janeiro 15, 2011

A Banca ligada à máquina


A Banca portuguesa ligada à máquina. Bancos completamente endividados.
In "Primeiro de Janeiro"

Segundo parece já devem mais de 40 mil milhões de Euros e eu que não entendo nada de economia espanto-me com a forma de funcionamento do sistema. A Banca pede emprestado lá fora para poder emprestar a quem lhe pede emprestado cá dentro, mas em contrapartida acaba por receber o que emprestou com o lucro dos juros, sempre bem superiores aos juros que terão de pagar a quem lhes emprestou o dinheiro. Se a Banca continua a necessitar de pedir sempre mais e mais dinheiro lá fora, então é porque continua a emprestar cada vez mais cá dentro pelo que o lucro deverá ser também cada vez maior. Certamente um bom negócio.
Então como pode estar ligada à máquina e completamente endividada? Só pode haver uma razão, é a de que a Banca não paga a quem lhe emprestou, ficando no ar a velha pergunta; onde está o dinheiro?" No caso do BPN e do BPP sabemos que simplesmente foi roubado, mas nos outros bancos que passam em testes de robustez, apresentam lucros de centenas de milhões, onde está o dinheiro?

PS: Em todo o lado ouço falar da dificuldade em conseguir crédito, mas ainda hoje recebi um telefonema de uma menina a informar-me que o meu Banco tinha para me emprestar 30 mil euros em condições muito boas. Agradeci, mas informei que não recorria ao crédito para consumo e que por isso não estava interessado. Simpática, a senhora agradeceu-me o meu tempo, desejou-me uma boa tarde não sem antes me dizer que se eu mudasse de idéias bastava deslocar-me a um balcão do Banco que teria lá 30 mil euros à minha disposição. Depois, desliguei.

1 comentário:

  1. A explicação é simples: Portugal endivida-se pois não produz o suficiente para o que consome. Para além dos défices alimentar e da energia, a nossa industria não consegue competir com os nossos "parceiros" da UE. E o superavit nos serviços não chega para compensar isto. Tudo isto fruto das asneiras no processo de integração europeia, patrocinado pelo nosso ilustre Dr. Mário Soares e Doutor Cavaco Silva. A banca prossegue a sua marcha rumo ao precipício, acumulando créditos ao estrangeiro enquanto servir de intermediário ao financiamento do défice privado.

    Como o dinheiro é logo emprestado em Portugal, ele entra na contabilidade do banca portuguesa como "activo", isto é, como capital investido e a dar lucro. A banca dá sempre lucro. O problema desta situação é a liquidez. Se os bancos estrangeiros desconfiam que o país, qual gigantesca D. Branca, estoira financeiramente e eles nunca mais vêem o dinheiro que cá têm posto, então deixam de emprestar -- o que já fizeram, e que obriga a banca portuguesa a financiar-se junto do BCE. Como os empréstimos da banca portuguesa são de curto prazo (no BCE é um ano), chegando ao fim do prazo se o banco X não consegue refinanciar o montante, entra em falta de liquidez e falha.

    Aliás, os bancos nunca falham por falta de lucros, mas sim por falta de liquidez.

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