segunda-feira, abril 04, 2011

A esquerda e o poder


Depois de há uns dias o PCP, na voz do Jerónimo de Sousa ter recusado qualquer coligação com o Bloco de Esquerda, abrindo só a possibilidade de o BE se colocar debaixo da sua pata participando na CDU. Francisco Louçã defendeu uma estratégia de unidade à esquerda, no sentido de diálogos com o PCP, sindicalistas e socialistas, ressalvando não ter «ilusões» sobre o actual PS. - Uma estratégia «em nome de uma esquerda socialista» que promove «todas as pontes necessárias e todos os diálogos possíveis», de modo a «construir uma alternativa que possa governar, liderar e alterar as regras desta economia que se tem fechado no desastre económico.

Já há muito tempo que critico o PCP e o BE por se terem recusado ao0 longo do tempo em criar uma alternativa de esquerda com condições de lutar pelo poder. Infelizmente sempre preferiram olhar para os seus umbigos e ficar satisfeitos com a conquista de mais um ou dois deputados, mesmo que isso condene o país e os portugueses a sofrerem mais anos de politicas desastrosas e de destruição do estado social. O PCP já veio fechar a porta e, talvez por isso, o BE veio abrir uma janela de oportunidade. Sem ser o ideal nem ser aquilo em que acredito, afinal nenhum questiona a nossa participação na falsa União daquilo a que chamamos Europa e eu não compreenda como poderiam fazer politicas diferentes cumprindo com as suas regras e imposições, era importante que essa aproximação e unidade se começasse a criar. Não só juntando as forças partidárias, mas indo buscar à sociedade civil, às centenas de associações e movimentos existentes apoios e participação que possibilitasse a potenciação da mudança. Criando uma alternativa em que os que já não acreditam valer a pena votar porque ganham sempre os mesmo, pudessem ver uma luz de esperança e um objectivo que os fizesse desejar participar na mudança. Bastava serem esses os reais objectivos dos partidos de esquerda para isso ser possível.

Sem comentários:

Enviar um comentário