domingo, maio 27, 2012

Desaparecidos II - Mário Nogueira


Outro que anda desaparecido é o "Grande Líder" Mário Nogueira. Quem não se lembra da feroz luta contra a avaliação da "Sinistra Ministra" Maria de Lurdes Rodrigues em que não havia um dia em que não aparecesse nas televisões e uma semana em que não fizesse um protesto. Agora, com milhares de professores a irem para a rua, com salários e direitos a serem cortados os discursos são quase silenciosos e os protestos invisíveis. Se no tempo da Sinistra Ministra mordeu a maça envenenada do "memorando de entendimento" agora parece ter-se engasgado com esta laranja podre e amarga.

8 comentários:

  1. Um cerdo...!
    Nem para auxiliar de acção educativa serve!

    ResponderEliminar
  2. Um pouquinho distraído, não?
    24.05.2012
    A Federação Nacional de Professores (Fenprof) desafiou hoje o ministro da Educação a debater publicamente as suas opções em política de educação com sindicatos e outros agentes do setor, deixando de se "refugiar no silêncio".

    Em conferência de imprensa, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira (...)

    ResponderEliminar
  3. Anónimo das 23:22
    Não foi assim há tanto tempo que o Mário Nogueira encabeçava manifestações de cem mil professores e todos os dias apelava à luta. Agora só quer debater.
    Há alguma diferença.

    ResponderEliminar
  4. Porque a luta a favor dos professores e contra a ministra da educação... afinal era uma luta contra os professores e a favor de favores políticos...

    ResponderEliminar
  5. Digo à partida que o meu objectivo não é levantar uma polémica com os actuais sindicalistas da FENPROF, mas lançar algumas pistas para que se possa fazer a necessária crítica ao que aconteceu, no que diz respeito à interacção dos sindicatos com a luta dos professores contra as reformas executadas pelo Governo Sócrates.

    Tais reformas foram, como sabemos por inúmeros documentos oficiais, efectuadas a mando do neoliberalismo internacional, e configuram a uma autêntica contra-reforma, com métodos mais refinados mas, na prática, com uma amplitude e objectivos análogos à contra-reforma implementada pelo papado e pelas coroas do sul da Europa, em reacção ao Renascimento.

    É inegável que todo o movimento que se gerou em torno da contestação das reformas inquisitoriais da "sinistra ministra" acabou por se dispersar não apenas por contradições internas, mas porque o acordo das organizações sindicais com o Ministério da Educação lhe retirou o gás, a troco de concessões que se vieram a revelar pouco mais que inconsequentes. Dizia o American Spectator (jornal da direita neoliberal dos EUA) que "a Suécia tem vindo a transformar silenciosamente a social-democracia num museu". Também em Portugal, após o armistício dos sindicatos com o Governo Sócrates, Portugal tem vindo a transformar silenciosamente o ensino esclarecido e humanista, e a sua constitucionalmente consagrada gestão democrática, num museu.

    Chega-se por isso à conclusão que esse acordo ajudou, objectivamente, a um baixar de braços do movimento de protesto, o que removeu um sério obstáculo a Sócrates e aos outros capatazes da contra-reforma neoliberal. Haveria condições para continuar o protesto? Sabemos que era muito difícil. Mas o caminho seguido terá sido o melhor?

    Eu creio que a FENPROF talvez não tenham valorizado bem o alcance e importância da gestão autónoma e democrática das escolas como semente da consciência de classe dos professores e, por arrastamento, de transformação da sociedade. Na realidade, nem no tempo das vacas gordas a profissão de professor foi compensada com grandes salários. É sabido (está nos livros de história) que os professores não derivam o seu prestígio social do quantitativo do salário, e só se importam com o dinheiro na medida em que este seja suficiente para as suas expectativas de subsistência, tanto física como cultural. (Como é bem sabido, com a Troika até isso está hoje em causa). Mas, em paralelo com a subsistência, o professor preocupa-se enormemente com as condições de prestígio social, autonomia e liberdade académica em que a sua profissão é exercida. Este não é o alimento do corpo, mas é o alimento da verdade; e o professor que exerce a profissão com "consciência de classe" está sempre... bem consciente disso! Se observarmos a história, mesmo a recente (por exemplo, da ditadura de Salazar) vemos que os professores se erguem, muitas vezes pondo em risco a sua própria subsistência e, em casos extremos, até a vida, em oposição às contra-reformas com que o poder de várias épocas os tem confrontado. É que, infelizmente para a nossa Nação, temos sido demasiadas vezes submetidos a estas contra-reformas, sendo isso uma das causas do nosso atraso cultural e tecnológico. (E, também, temos resistido a tudo isso, portanto não será com tal vileza que os vampiros do neoliberalismo internacional vão assassinar a Nação Portuguesa)

    ResponderEliminar
  6. Ora, verificou-se na recente luta dos professores que os sindicatos foram um fórum limitado e inadequado para esta luta. Inadequado porque a sua esfera de acção reconhecida pela prática e pela lei, que é de natureza reivindicativa, é demasiado estreita para conter o processo de uma luta anti-contra-reformista, em toda a sua dimensão.

    Este é um dilema semelhante ao que enfrentaram as organizações sindicais do Sec. XIX, que levou depois à formação de partidos políticos de esquerda que tentaram dar outra amplitude às lutas dos trabalhadores de então.

    Eu creio que seria útil a criação (em autonomia) de comissões de professores em cada escola. Essas comissões serviriam para discutir, primordialmente, as condições (contrárias ao que devia ser) em que a profissão é exercida em cada escola. Isto teria que ser feito de forma espontânea, idêntica ao que fizeram os militares do exército português durante a guerra colonial.

    ResponderEliminar