sexta-feira, março 31, 2006

Retratos de Trabalho no Concelho de Oeiras

Está na Hora de entregar o tacho
Com dedicatória para o Politicopata

CDS/PP - LIDER MAIS SEXY VIII

Adaptado da obra "Yeehaw!" de Kerri Kemp
Alternativas para uma liderança mais sexy
Nobre Guedes

A política do Papa e o Papa da política

Bento XVI desafiou hoje os dirigentes do Partido Popular Europeu (PPE – democratas-cristãos) a promoverem um combate político contra o laicismo, que considerou uma cultura em expansão pela Europa.Recebendo no Vaticano os participantes de um Congresso promovido pelo PPE, o Papa considerou que “com o vosso apoio, a herança cristã pode contribuir de forma significativa para a derrota de uma cultura que já está largamente espalhada pela Europa e que relega a manifestação da convicção religiosa para a esfera do privado e do subjectivo”.
Em declarações dadas na quinta-feira, dez dias antes das eleições gerais na Itália, criticou o casamento entre homossexuais e o aborto e disse que a Igreja Católica tinha o direito de dar sua opinião a respeito de assuntos políticos espinhosos.

Com o aproximar das eleições em Itália a Igreja corre no apoio a Berlusconi. Apoiada em séculos de partilha do poder a Igreja mostra uma vez mais a face carcomida do seu fundamentalismo.

Uma Lucrécia Borgia

Inspirado na obra "Lucrezia Borgia" de Bartolomeo Veneziano
Leonor a assombração
vai Beleza prá fundação
É o sangue dos doentes
o que lhe escorre da mão

quinta-feira, março 30, 2006

Mel e Merda, PUM

O melado Duarte Lima, elogiou hoje na rúbrica da TSF "Mel com Fel" a Ex-ministra da Saúde Leonor Beleza, a propósito do seu trabalho na Fundação Champalimon.

Recordemos o elogio que uma cidadã anónima dirigiu à Leonor Beleza acusada de ter propagado a doença contagiosa através de plasma contaminado com Sida em doentes hemofílicos.


Dra. Leonor Beleza,

Sou uma cidadã anónima e comum. Mas mesmo assim única e insubstituível, como o são todos os seres humanos. É por este motivo que a perda de uma vida é sempre de uma extrema crueldade, sobretudo para aqueles que privaram de perto e amaram o ente que partiu.Há muito que me desinteressei da política e dos políticos, ciente de que, salvo raríssimas excepções, nenhum deles se preocupa minimamente com o bem estar do povo que diz representar e cujos interesses proclamam defender. É esta aliás a convicção da maioria dos membros deste país, mesmo daqueles menos instruídos. As pessoas já não são ingénuas e crédulas, como antigamente, e já não se deixam enganar facilmente. Apesar do meu desinteresse pela política, vou-me mantendo informada do que se passa no meu país. E nem preciso de perder muito tempo com isso, pois os erros e as omissões vão-se repetindo e a minha desilusão com altas esferas deste país vão aumentando proporcionalmente. A minha e a da maioria do povo, seja ele mais ou menos instruído. É com profundo agrado que oiço os protestos e os gritos de revolta de muita gente que fala nos meios de comunicação social, que sabe bem o que quer e já levanta bem alto a sua voz, quando se sente injustiçada.Tenho seguido atentamente o processo dos hemofílicos, infectados com o vírus da sida, por alegada incúria e negligência da sua parte, da sua mãe e de mais alguns responsáveis, na altura em que a senhora era ministra da saúde deste país. A senhora começou bem a sua actividade no referido ministério, tentando meter na ordem os médicos deste país, classe que reputo de odiosamente carregada de privilégios e que se vale do facto de ser tão necessária a toda a gente, para alegremente seguir cantando e rindo, e se livrar com a maior das facilidades dos inúmeros casos de negligência de que é muito justamente acusada.Sempre com a protecção dessa poderosíssima e intocável Ordem dos Médicos.Por essa altura, estive por acaso um dia, ao seu lado, numa missa realizada na capela do Colégio Pio XII. Pelo que deduzi que seria católica praticante.Pelos motivos atrás referidos, fiquei com uma ideia positiva a seu respeito e com a esperança que a senhora fosse uma das honrosas excepções, que atrás mencionei.Quando rebentou o escândalo dos hemofílicos, fiquei, como toda a gente decente deste país, profundamente chocada e revoltada. E a minha indignação foi crescendo, à medida que o processo se ia desenrolando. Tenho ouvido os últimos desenvolvimentos do caso, através dos noticiários da televisão e soube assim que a senhora nunca irá a tribunal, responder pelos seus gravíssimos actos de omissão e negligência, por mais um dos recursos do seu advogado, ter finalmente conseguido que o mesmo prescrevesse definitivamente. Ouvi também a entrevista com a Vice-Presidente dos Hemofílicos portugueses, extremamente esclarecedora e que me deixou perfeitamente elucidada sobre a sua culpa neste inominável e repito gravíssimo caso. A indignação da referida senhora era tanto maior quanto a Dra. Leonor Beleza ocupa, neste momento, um cargo político importante. E teve ainda a desfaçatez de, há dias, subscrever, um documento, em que se pede a alteração para melhor da Justiça deste país.Dra. Leonor Beleza, já ouviu por acaso falar de consciência? Em remorso? Em coerência? Ou será que o seu dicionário só conhece conceitos como total ausência de vergonha, insensibilidade, incoerência, a tal que a faz ir à igreja e proceder de um modo que faria Cristo expulsá-la do templo, sem dó nem piedade? Já alguma vez ouviu falar de ética? Tendo formação jurídica, sabe o que é um crime, seja ele por omissão, por negligência, ou pela total falta de respeito e atenção para com esse bem inestimável chamado vida? Será que a senhora está mesmo viva? Ou será que já vendeu a sua alma ao diabo? E o que resta de si é um simulacro de mulher, miseravelmente cobarde e sem um pingo de dignidade, unicamente interessada nas efémeras vaidades deste mundo? E em salvar a pele a todo o custo, deitando para trás das costas todos os valores éticos que penso lhe terão sido incutidos pela sua educação cívica e religiosa? Será que não se sente perseguida pela memória dos que já morreram, por causa dos produtos infectados que lhes foram administrados? Será que consegue dormir descansada? Será que não tem pesadelos terríveis, em que é perseguida por aqueles cuja morte é, eventualmente responsável?Tem a noção de que já perdeu completamente a credibilidade e o respeito de todos os portugueses, dignos desse nome? Sabe que, por muitos anos que ainda ande por este mundo, nunca mais terá autoridade moral para falar de valores morais seja a quem for, incluindo os seus filhos? Desconhece que a memória dos cidadãos infectados pelo vírus da sida e dos seus familiares nunca mais deixará de a perseguir, de um modo que eu espero se torne perfeitamente insuportável para si?É de pessoas assim que o mundo não precisa. São as pessoas assim que me fazem corar de vergonha, de indignação e de revolta. São os casos como o seu que a Justiça deste país tem de ter a ombriedade e a coragem de julgar. E sinto-me hoje enojada por ter estado, um dia, perto de si, numa missa de domingo. Não tenho mais nada para lhe dizer e a senhora não merecia nem um segundo do meu tempo. Só lhe estou a escrever, porque sei que todos os portugueses minimamente decentes e sensíveis pensam como eu e estou aqui, unicamente, para lhe dar voz. (in Associação Portuguesa dos Hemofílicos, 10 - 10 - 2003)

A Vampira, Margarida Rebelo Pinto

Quando penso em Margarida Rebelo Pinto, faz-me sempre lembrar a anedota do vampiro, que fazia cházinhos terapêuticos com um chávena de água escaldante e um penso higiénico apanhado no caixote de lixo mais próximo.

TRAGAM AS ESPANHOLAS!

Pires de Lima afirmou, no debate mensal na Assembleia da Republica, que “Talvez fosse boa ideia, Sr. Primeiro-ministro, pensar na ideia de estruturar o centro de partos da maternidade de Elvas, como um centro dotado com capacidade para atrair mães espanholas".
Durante a resposta alguém gritou “Tragam as espanholas”. Sócrates não deixou passar e replicou: “É mesmo uma tirada à partido sexy, tragam as espanholas”, aludindo à frase do deputado sobre a necessidade do partido ser mais “sexy”.
Fazendo beicinho Pires de Lima, declarou: “Só neste país cinzento é que uma pessoa não pode dizer nada sem que comecem todos com duplos sentidos, até o primeiro-ministro. O que eu quis dizer foi que a maternidade de Elvas devia ser dotada de capacidade para atrair mães espanholas”.
Sócrates replicou então “Não fiz nenhum duplo sentido. Sexy é sexy, foi o senhor deputado que disse. Eu interpretei como um partido atraente, um partido que atrai”.
Conclusão: Somos um país sexy que o que sonha em pôr as Espanholas a berrar que nem umas cabras.

CDS/PP - LIDER MAIS SEXY VII

Adaptado da Obra "Venus" de Stetinov
Alternativas para uma liderança mais sexy
Nuno Melo

RIBEIRO E CASTRO IV

Ribeiro e Castrex, afirmou sobre o simplex. “Parece-me um bocado propagandex, à Socratex, mas se for verdadex, então é bonzex”.

Ribeiro e Castrex

CDS/PP - LIDER MAIS SEXY VI

Adaptado de http://www.sisterrandy.com/
Alternativas para uma liderança mais sexy
Telmo Correia

terça-feira, março 28, 2006

Souto Moura: A treta continua

Entrou mudo e saiu calado: o Procurador-geral da República, Souto Moura, pediu uma audiência ao locatário do Palácio de Belém, Cavaco Silva, para apresentar ontem os tradicionais cumprimentos ao novo residente de Belém, mas à entrada e à saída do encontro nada disse.
No dia 25 de Março afirmou que iria dar conta dos assuntos da Procuradoria: “Daqueles que eu posso falar e dos que o sr. Presidente queira saber”, assinalou.

Sr. Procurador, continua a não dar aqueles que são os seus verdadeiros patrões, os Portugueses as respostas que ele eles lhe exigem. Vai a Belém dar umas tretas ao novo residente e nada diz. Isto quer dizer que nós continuamos sem saber como foi o famoso “envelope 9” aparecer no Processo da Casa Pia. O mistério continua.
Mas só aqui estou a falar do malfadado Procurador porque considero brilhante o ir dar conta dos assuntos da Procuradoria: “Daqueles que eu posso falar e dos que o sr. Presidente queira saber”. Isto é, só vai contar daquilo que desejar e mesmo ai só daquilo que Cavaco lhe pergunte. O homem é um artista e continua a dar-nos música a todos nós.

CDS/PP - LIDER MAIS SEXY V

Adaptado da obra Elenor and the Funhouse Mirror de Juli Adams
Alternativas para uma liderança mais sexy
Paulo Portas

Livre concorrência ou talvez não

The Lawyer - Salvador Dali

Os advogados já podem cobrar os honorários que quiserem. Isto porque nenhuma tabela a estabelecer preços é legal. Esta total liberalização do mercado da advocacia foi formalmente aprovada pelo conselho superior da Ordem dos Advogados, precavendo-se, assim, contra uma eventual condenação por parte Autoridade da Concorrência, avança o «Diário de Notícias». Esta entidade tem vindo a exercer uma forte fiscalização sobre as ordens profissionais por considerar que «a fixação de preços mínimos e máximos configura uma forma séria e das mais graves de restrição da concorrência». Por este motivo foram condenadas as ordens dos veterinários e dos dentistas.

Quando vejo falar da livre concorrência como forma de regular o mercado fico sempre de pé atrás. A ideia até parece que deveria funcionar beneficiando os consumidores. Há concorrência e isso obriga a uma “luta” para conquistar o cliente seja por preços mais baixos ou por um melhor serviço. O pior é que, na prática, não é isso que vemos acontecer em muitos casos. Existe uma espécie de acordo tácito entre quem presta os serviços e notamos que o preço dos serviços acaba por ficar nivelado por cima. Basta ver o caso das gasolineiras, que apesar do aumento do crude nos mercados internacionais, obtiveram lucros muito superiores ao ano anterior. Os preços dos produtos petrolíferos, bem como o dos aumentos são idênticos entre todos os prestadores de serviços (Galp, Bp e Repsol). Há quem diga que, de forma ilegal combinam entre si os preços, mas tal nem é necessário. Basta, fazerem um pacto de não agressão, que convêm a todos, utilizarem uma mesma fórmula de calcular os preços e irem-se vigiando uns aos outros.
O mesmo deverá acontecer com o fim das tabelas de preços, máximos e mínimos, nas diferentes ordens profissionais. Não estando nada escrito, existirão certamente, preços tabelados por debaixo da mesa. Sem entidades reguladoras que os controlem só podemos esperar que esta dita livre concorrência nos vá ainda tirar mais dinheiro dos bolsos.

Sócrates tira mais uma da cartola

Sócrates, tirou hoje mais um coelho da cartola. Desta vez foi o “Simplex 2006”. Este pomposo nome são 333 medidas que visam desburocratizar as relações entre o Estado, os cidadãos e as empresas. Com isto pôs todo um país a aplaudir e uma vez mais surge na crista da onda. Da direita à esquerda, com excepção de Marques Mendes, a unanimidade quanto à necessidade destas medidas é total. Não há medidas impopulares que resistam à “magia” de Sócrates. Certamente que as próximas sondagens demonstrarão isso, reduzindo a margem de manobra quer dos turbulentos partidos da direita quer do próprio Cavaco. O brilho de José Sócrates ofusca o inquilino de Belém que, ao nada mais ter feito neste primeiro mês que nomear alguns amigos enquanto vai recebendo a visita de outros (aqueles que já estão servidos). Quanto à esquerda, atordoada, assiste impotente ao que se vai passando no país. We have kaos in the Garden

CDS/PP - LIDER MAIS SEXY IV

Alternativas para uma liderança mais sexy
Pires de Lima

segunda-feira, março 27, 2006

Um mês de alegre Cavacada

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A Imagem foi retirada por pedido expresso pelo autor do quadro adaptado Bertrand Joliet
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Após um mês da tomada de posse de Cavaco Silva o que mudou em Portugal? Para falar verdade quase nada. Alguns tachos, algumas nomeações e um Palácio em Belém mais mal frequentado. Vendo as coisas mais à lupa foi assim:
Começou, e muito bem por receber os representantes dos países africanos de expressão Portuguesa e fez uma viagem a Cabo Verde para assistir à tomada de posse do novo Presidente (que se saiba desta vez não fez a macacada de trepar nenhum coqueiro).
Recebeu ainda em audiência, o ministro francês de Estado e da Administração Interna, Nicolas Sarkozy, e o Presidente do Partido Popular Espanhol, Mariano Rajoy. Facto interessante é este novo roteiro dos políticos da direita europeia, que começam por uma visita a Belém acabam sempre na Sede Nacional do PSD.
Efectuou a primeira reunião semanal com Sócrates e, que se saiba, o único facto relevante relatado pela comunicação social é o ter acontecido sentados a uma mesa. Sempre dá uma ideia de que estão a trabalhar e não só a conversar, o que possivelmente nem é verdade e, vendo bem, é melhor para pousar as cervejolas e as alcagoitas (ninguém me tira da ideia que é isso que eles fazem nesses encontros e é por isso que nunca fazem declarações à saída).
Quanto às nomeações, lá foi buscar os amigos para colocar no Conselho de Estado e gente do PSD para ocupar toda a panóplia de cargos que por lá existem, sem que se saiba muito bem para que servem (Marques Mendes deve hoje ir queixar-se que está a ficar sem gente dentro do partido já que estão todos a ir para Belém e propor por isso que lhe arranjem um cantinho do Palácio para onde possa transferir a sede nacional).
Para hoje está programado um dia de trabalho muito intenso e chato. Receber o emigrante, e cara de cherne, Durão Barroso na sua condição de Presidente da Comissão Europeia, (até da vontade de rir só de pensar nisso) e os líderes do PSD e CDS. Recebe ainda o ministro da Defesa da Tunísia, Kamel Moriane (facto muito relevante para o futuro das relações entre os dois países, suponho eu) e o Procurador-geral da Republica, Souto Moura. Prevê-se que nesta audiência, seja abordado o caso do famoso “envelope 9” e que o procurador prometa que a conclusão do inquérito rapidíssimo que está a efectuar deva acontecer para breve, ou seja, o mais tardar para o dia seguinte ao do fim do seu mandato, o que deve acontecer lá para Outubro.
Podemos portanto concluir que este primeiro mês mostra uma presidência muito familiar, recebendo os amigos para agradáveis bate-papos e pouco mais.
Uma referencia para a Maria, da qual nada se sabe, podendo portanto supor-se que deve andar nas limpezas da Primavera.

ESTAMOS TODOS ISALTINADOS

E ainda há quem acredite no Pai Natal

É de ficar com cara de tacho!

O estilo Sócrates, Luís Delgado

Bem ou mal, com obstinação e determinação, o PM está empenhado em mudar séculos de burocracia que imperam no país, e de uma forma radical. É preciso reconhecer, com honestidade, que o caminho é certo.
Portugal está velho, desarticulado, enredado em teias obscuras, e as novas medidas para facilitar e acabar com diversos processos administrativos obsoletos é uma decisão invulgar, que muitos Governos de centro direita e direita deveriam orgulhar-se em ter tomado.
É curioso que seja um socialista a fazê-lo, mas isso serve de lição ao PSD e PP. Um dia, se eles continuarem assim, deixam de ter espaço. É o perigo deste PM: ele absorveu tudo o que é bom da direita, e aplica sem dogmas nem problemas ao país. É mais uma razão para o PSD e o PP não perderem muito mais tempo a esclarecer os seus problemas internos.
Sob pena de ficarem sem agenda, nem ideais, nem alternativas para apresentar ao eleitorado. Sócrates sabe-a toda, e aprendeu muito com Clinton e Blair.
(Diário Digital, 26-03-2006 )

Luís Delgado, como comentador nitidamente de direita que é, está à beira do desespero. Mais um pouco e referiria o risco da perda do tacho dos partidos da direita e diria: “sob a pena de ficarmos sem agenda, etc. etc.", sem tacho. Com a perda da agenda política, da participação activa no poder, caem por terra os ideais da direita; ou seja os ideais da direita são estar no poder, manobrar o tacho, comer dele. E ainda por cima os que lá estão, estão a fazê-las bem, “sabe-a toda", como diz Luís Delgado, que julga sempre que a sabe toda [!] O cinismo com que diz que Sócrates escreve direito por linhas tortas, aplicando de uma forma radical aquilo que a direita não se pode orgulhar de ter sido ela a fazer. Mas será mesmo que não fez, quando esteve no poder? E as medidas da nossa dama de ferro, Ferreira Leite e do Bagão, norteadas pelo obstinado objectivo de cumprir o défice? Já na altura era admissível [!] que dentro da comunidade uns fossem obrigados a cumprir o défice e outros não serem penalizados por não o cumprir. Em termos comunitários parece uma aberração! Nós éramos dos cumpridores. Se o governo de Durão Barroso já tinha sido o que foi, o de Santana Lopes foi o descalabro. A inconsciência e o desespero apoderaram-se da imagem da direita. Santana Lopes dizia numa entrevista a um jornal ou revista alemã que o país não estava em crise. Ninguém o levou a sério e o Presidente achou melhor acabar com a fantochada diária, sabendo que o país não podia continuar a ser uma piada e que as coisas precisavam de ser levadas mais a sério. Sócrates ganhou a maioria em nome de um PS dividido entre a direita e a esquerda. Constâncio apareceu a dizer que a Economia estava muito pior do que todos imaginavam. Era mais uma vez a estratégia da consciencialização que o país estava em plena crise. Sempre a tragédia da crise, dramatizada por uns e por outros. Tão má era a situação que todos concordaram que o melhor era também eles se apressarem a deitar a mão ao tacho, e a administração aprovou a sua própria independência financeira: grandes ordenados, grandes reformas. Era pois preciso deitar mãos à obra, um governo determinado e teimoso que aplicasse ao país as políticas de direita rumo ao desenvolvimento, à produtividade e ao investimento. Para já vamos na fase das mudanças estruturais, depois hão-de vir outras… as piores [!] A estabilidade conferida pelos resultados presidenciais, o deus com os anjos de Sócrates e Cavaco, assim o permitirá.
Entretanto os problemas dos partidos de direita na oposição é quererem tacho e o tacho estar noutras mãos. Felizmente estão todos bem na vida, têm a empresa do papá, e ninguém tem pena deles, por não estarem no poder. Mas eles não estão contentes, não foram criados para estar na oposição, não sabem nem querem resistir. Por isso vão lutando uns com os outros pelo poder dentro do partido, treinando para lutar pelo poder dentro do poder, pelo mero facto de serem outros que ocupam os cargos, e não eles. Como podem partidos na oposição terem pena de não ser eles a aplicar tais medidas? O estilo de Sócrates consiste precisamente em aplicar mais e melhor as medidas da direita do que as próprias políticas de direita alguma vez o fizeram. Tornam-se medidas difíceis de combater sem morder no próprio rabo. Como se podem neste momento expressar os partidos de direita na oposição? Por despeito? Tipo: “Quem devia estar aí a fazer isso éramos nós, não vocês”?

A luta pelo poder dos partidos de direita actualmente é só uma luta pelo poder, sem outro fundamento para a oposição. A verdadeira oposição ao governo há-de ser, como sempre foi, exercida pelas classes trabalhadoras, pelos jovens no desemprego, pelos que pagam a crise, não pelos que lucram com ela. A oposição às políticas neo-liberais que já começou lá fora, cá no burgo irá inevitavelmente acontecer mais cedo ou mais tarde, face à retirada sistemática dos direitos dos cidadãos preconizada pelas políticas de direita de uns e de outros: quer as do PS de direita, no poder, quer as dos partidos de direita impacientemente em stand by.

domingo, março 26, 2006

CDS/PP - LIDER MAIS SEXY III

Alternativas para uma liderança mais sexy
Ribeiro e Castro

CDS/PP - LIDER MAIS SEXY II

Inspirado na obra de Michael Ross "Dancing Girls"
Alternativas para uma liderança mais sexy

Um patético golpe de estado constitucional

Nesta monótona politica portuguesa, pós gozo “Santanista”, e quando menos se espera, surge sempre alguém que nos consegue divertir. Neste caso, Manuel Monteiro, líder de uma coisa chamada “Nova Democracia”, enviou aos deputados da AR um projecto de revisão constitucional. “Chegou a hora de enviar a actual Constituição para a reforma” afirma Monteiro na carta que acompanha o projecto.

Manuel Monteiro defende, uma ruptura no sistema governativo “atribuindo ao chefe de estado a condução das políticas internas e externas”. No artigo 6º - Competências do Presidente da Republica – passaria a atribuir ao chefe de Estado o poder de “definir as linhas gerais da politica governativa” e o de bem como o de ““convocar e dirigir o Conselho de Ministros “nomear e demitir, livremente, os ministros, secretários e sub-secretários de Estado”. Resumindo, transformar Portugal num regime presidencialista.

Quando, pela primeira vez após o 25 de Abril é eleito um Presidente apoiado pela direita, e num momento em que existe um governo de maioria absoluta do PS, imediatamente esta gente tenta alterar as regras do jogo para lhe concederem todo o poder.

É esta uma proposta totalmente disparatada e sobretudo sem qualquer possibilidade de aprovação. É evidente que o PS nunca aprovará tais alterações pelo que tudo isto não passa de uma forma do “Manelito” tentar dar nas vistas e aparecer na televisão. Aliás é tudo o que ele tem tentado fazer nos últimos anos, felizmente sem grande sucesso. Mais um cromo da nossa politica.

sábado, março 25, 2006

CDS/PP - LIDER MAIS SEXY I

Pires de Lima afirmou que "falta ao CDS um lider mais sexy"
Alternativas para a liderança

A força da lei, ou a lei da força

Inspirado no filme "O Grande Ditador" de Charles Chaplin

O governo apresentou hoje duas medidas extraordinárias. Primeiro, depois de reunião com o Conselho de Concertação Social sobre as novas regras para o subsídio de desemprego, o governo afirma que, “embora não se tenha chegado a nenhum acordo, o governo vai avançar com as medidas propostas”. É sem dúvida uma estranha forma de negociar, esta de dizer que, ou concordas comigo ou acabamos já aqui a conversa e eu faço o que quero. Um quero, posso e mando, que no mínimo não será assim muito democrático. A segunda medida tem a ver com a regionalização, recusada pelo referendo de 1998 e agora ressuscitada por este governo. Dividindo o país em cinco regiões administrativas implementa a chamada regionalização por decreto. Indiferente e esquecendo a opinião demonstrada pelos portugueses, adia o referendo sobre o assunto para um futuro governo que saia das próximas eleições legislativas em 2009.
Se no primeiro caso era uma questão de “faço o que quero independentemente da tua opinião” neste segundo é mais do género “faço o que quero e quem vier a seguir que faça o refendo”.
Sócrates, que tu sejas arrogante e teimoso, ainda vamos nós encolhendo os ombros, agora que te comeces a armar em ditadorzinho já é mais grave. A democracia, não é só submeteres-te a eleições de quatro em quatro anos, pressupõe a existência da liberdade e do respeito pelas opiniões de todos e de cada um de nós.
Só mais uma nota para Marcos Mendes, o pequeno líder da oposição, que apareceu a acusar o governo de anunciar muitas medidas, mas de não as concretizar. Como exemplo, deu o caso da regionalização, dizendo que anuncia agora mas adia-a, veja-se lá, para 2009. Abre os olhos miúdo, ele está a fazer a regionalização em cima da tua cabeça e tu não vês nada.

sexta-feira, março 24, 2006

Um Papa e dois Cardeais

Adaptado da obra "Ritratto di Leone X con due cardinali" de Raffaello


Novos Cardeais - Portugal volta a ficar de fora
As regras definidas no Direito Canónico são claras quanto aos requisitos para se ser promovido a cardeal: homens que receberam a ordenação sacerdotal e que se “distingam notavelmente pela doutrina, costumes, piedade e prudente resolução dos problemas”. Mas, na prática, há outros argumentos: a dimensão do país, a sua influência e razões de ordem estratégica e, até, política são determinantes numa escolha que é da exclusiva responsabilidade do Papa.
É pena que a Igreja não preste mais atenção a Portugal quando se trata de escolher novos dignitários para os mais altos lugares da sua hierarquia. Somos um país repleto de personalidades com o perfil perfeito para esses cargos. Senão vejamos:
Para Papa quem melhor que o nosso Pacheco Pereira. A figura, o porte, a imponência de um homem que destila cultura por todos os poros. Um pensador, sempre com opiniões claras, lúcidas e desinteressadas. Um verdadeiro ícone da blogosfera portuguesa e uma referencia no comentário televisivo. Com ele a Igreja poderia mesmo ver reescritos os 10 mandamentos e se necessário a própria Bíblia. Um verdadeiro Papa como não se encontram muitos por ai (felizmente, digo eu).
Para cardeais temos em primeiro lugar Marcelo Rebelo de Sousa, o professor. Quem melhor para presidir a importantes cerimonias que um homem que, quase não dorme, e é capaz de adormecer todo um país quando fala na televisão. Um homem popular, que quando pratica o acto do comentário, consegue dizer aquilo que todos nós sabemos, como se de uma nova visão do mundo se tratasse. Todos dizemos em êxtase, brilhante. Altruísta, todas as semanas se dá ao trabalho de nos vir cultivar com as “escolhas do Marcelo” (pena é que ninguém lhes ligue nada, ou se calhar não).
O segundo e último Cardeal seria, como não podia deixar de ser, Paulo Portas. Um homem às direitas, que consegue passar horas a falar sem que no fim tudo aquilo dê algum sumo. Um homem voltado para dentro de si mesmo, que por isso, nos brinda com brilhantes e elogiosas opiniões sobre a sua própria pessoa. Um homem, que com a sua palavra, é capaz de converter milhões à contemplação, à adoração e ao respeito pelos paladinos da luta contra o eixo do mal, os Americanos. Apreciador da cultura anglo-saxónica, envolto na mística Americana é, quando fala, capaz de fazer desligar milhares de televisões por todo o nosso país. Imaginem-no em Roma a fazer desligar milhões e milhões de televisões em todo o mundo.
Três homens que bem poderiam ir pregar para o Vaticano. Para nós, portugueses, a sua partida seria sem duvida alguma, uma bênção.

PS. A estes três poderíamos ainda juntar, com muito prazer, o Richelieu dos nossos dias e “Alma Parda”, Cardeal Dias Loureiro.

Jacques Chirac ou o chauvinismo francês

O presidente francês, Jacques Chirac, abandonou ontem a sala onde os líderes europeus estavam reunidos, em Bruxelas, em protesto pelo facto de o presidente do patronato europeu, o francês Ernest-Antoine SeilliSre, ter decidido falar em inglês.
Ao ouvir as primeiras palavras de SeilliSre, em inglês, Chirac interrompeu-o. Como resposta, ouviu que era a “linguagem dos negócios” e deixou a sala.

Há músicas que nos entram na cabeça como Minhocas na laranja

Adaptado da obra "Vladimir Ilich Lenin Speaking" de Vasili Filippovich IVANOV
Estava eu a dar uma vista de olhos pelo “Jornal da Região”, e como sempre, lá estava uma fotografia do Isaltino e umas declarações sobre a construção do novo Centro de Saúde de Algés, quando de repente, sem que nada o justificasse, comecei a cantarolar uma música do Sérgio Godinho. Não sei se conhecem o Casimiro, mas deixo-vos aqui um extracto do poema.

Lá na aldeia havia um homem que mandava
toda a gente, um por um, pôr-se na bicha
e votar nele e se votassem lá lhes dava
um bacalhau, um pão-de-ló, uma salsicha

E prometeu que construía um hospital
Uma escola e prédios de habitação
e uma capela maior que uma catedral
pelo menos a julgar pela descrição

Mas... O Casimiro que era tudo menos burro

tinha um nariz que parecia um elefante
sentiu logo que aquilo cheirava a esturro
ser honesto não é só ser bem-falante

A moral deste conto

vou resumi-la e pronto
cada qual faz o que melhor pensar
Não é preciso ser
Casimiro pra ter
sempre cuidado pra não se deixar levar.

Escutas da Reunião Semanal I

...
- Você pode ser o presidente da República mas não é mais teimoso que eu, isso não.
- Há que aguardar os acontecimentos com serenidade, o último a rir é quem ri melhor!
- Rir, ó professor a minha definição de rir é diferente da sua. Rir, rio-me eu, isto é que é rir: Ah, aah, aah, ah, ah, ah!
- Pois ria-se enquanto pode… você só se ri quando não é contrariado, é riso de pouca dura.
- Pois não vê as sondagens? O povo ama-me. Eu ignoro-o, tomo as minhas decisões, mando aplicá-las… eles sofrem-nas e continuam a amar-me. O povo gosta, acham-me um primeiro ministro de coragem – o que até nem é muito difícil, depois do banana que lá tiveram os vossos…
- Não falemos de coisas tristes. Eu, que nunca erro e raramente me engano, não auguro um bom futuro ao seu governo.
- Não sei por que diz isso pois se estamos a seguir à risca todas as directrizes e até mais algumas…
- Pois mas os números mostram que ainda é pouco. Chegou a altura de aplicar as tais medidas que estão para vir, aquelas, as piores…
- Ah, essas. Com certeza virão quando eu achar que é a altura. E que me diz ao magnífico processo de desburocratização, ãh?
- Mais desemprego, meu caro, mais desempregozinho… vão-lhe cair em cima, não queria estar no seu lugar! E já pensou nas pensões que terá que dar aos funcionários excedentes para os dispensar?
- Pensar, pensei, vai ter que ser, não é?… mas vamos dar menos agora do que se saíssem na altura certa… e não demoraria muito: há para lá velhos na função pública que nem mexer no rato sabem, o Bill Gates até ficou impressionado! Vai ser uma limpeza. Já imaginou: todos a pagar tudo pela Internet, uma rapidez, um controle, uma…
- Pois, mas no outro dia a Maria não conseguiu meter o IRS, e se ela sabe pegar no rato… diz que a página estava sempre indisponível, sempre indisponível como ela tantas vezes me diz à saída da marquise.
- Ah, isso é porque está tudo a aderir às novas tecnologias. A oposição anda toda roída de serem eles a tomar estas medidas. Ah, aah, aah, aah, andam todos a morder o próprio rabo. Compreendo-os, o poder é uma coisa admirável. Sim que isto não é teimosia, isto é ter mão no poder, pobres diabos…
- Olhe que não, olhe que não.
- Ó senhor presidente, não gosto nada de o ouvir dizer essa expressão que além disso nem é sua!
- Mas olhe que a usei na campanha eleitoral e ganhei as presidenciais.
- Mais algum assunto? Ou damos a reunião por encerrada?
- Sim, mas para a semana quero-o cá. Tem que me manter a par, já fica a saber que quero que pensem que sou um presidente mais interventivo, mais participante, ouviu?

A reunião semanal é um dos momentos privilegiados de contacto entre o Presidente da República e o primeiro-ministro que, nos termos da Constituição, deve informar o Chefe de Estado sobre "os assuntos respeitantes à condução da política interna e externa do país".
Posted by Kaotica

O Estado da Nação I

Sócrates - Entre o Céu e a Terra
Adaptado do quadro de Geoff Nance

quinta-feira, março 23, 2006

RIBEIRO E CASTRO III

É um Homem banda
Não o chefe da outra banda

Um processo entretido

O “Google noticias” publica na sua secção “Entretenimento” uma noticia sobre o Processo Casa pia. As vítimas e os acusados talvez não vejam o processo dessa forma, mas para muitas televisões e jornais essa é a perspectiva sob a qual olham para o assunto. Este processo tem mostrado ser um autêntico arraial pelo que já não podemos estranhar a classificação que lhe é dada.

Graças a Deus que sou ateu

Um homem afegão pode ser condenado à morte por ter se convertido do islamismo para o cristianismo.
Abdul Rahman está sendo julgado na capital, Cabul, por rejeitar o islamismo e pode ser condenado pela lei islâmica sharia caso não volte atrás.
Ele se converteu há 16 anos, enquanto trabalhava ajudando refugiados no Paquistão. Rahman foi denunciado por sua família devido a disputas pela guarda de seus dois filhos.
Quando foi preso no mês passado, Rahman carregava uma bíblia.
O juiz Ansarullah Mawlazezadah disse à BBC que pedirá que Rahman, de 41 anos, reconsidere sua conversão.
"Nós vamos convidá-lo de novo porque a religião do Islã é tolerante. Nós vamos perguntar se ele mudou de idéia. Se isso ocorrer, vamos perdoá-lo", afirmou.

Como se costuma dizer “Graças a Deus que sou ateu”. Nada tenho contra quem sinta a necessidade de acreditar num qualquer Deus ou professar uma qualquer fé. Está cada um no seu direito de optar por aquilo em que acredita ou quer acreditar. Inaceitável é que essa nossa opção nos permita o direito de obrigar os outros, a também eles terem de professar essa mesma fé. Seja com o actual fundamentalismo muçulmano, aqui representado pela “sharia”, ou como aconteceu com a religião católica durante a inquisição, esta violência sobre as nossas convicções e comportamentos é inaceitável. Há que respeitar as opções de cada um.
Quando pensamos em toda a propaganda, feita contra o regime talibã, baseada nessa mesma falta de liberdade (quem não se lembra das imagens em que se viam as mulheres obrigadas a viver escondidas dentro das suas burkas) e na violência que isso representava sobre o povo afegão, como forma de justificar a intervenção Norte Americana, pode agora pensar que muito pouco ou nada se modificou com a mudança de regime. Um homem pode ser condenado à morte pelo simples crime de acreditar num Deus diferente daquele em que os seus vizinhos acreditam. É triste a acontece agora, sec. XXI, num mundo e num tempo em que o homem já pisou a lua, explora o seu sistema solar e observa os mistérios do universo numa perspectiva mais cientifica do que mística.

quarta-feira, março 22, 2006

Co-incineração: uma falsa verdade


A idéia da reciclagem parte do principio da regeneração que transforma os detritos momentâneos em bens renovados. Um conceito que em nada tem semelhança com a visão mecanicista que impera nas relações de produção hoje instituída.

Substituir este modelo já esgotado é tarefa pouco simples pois implica em Reduzir, reutilizar, reciclar e utilizar energias renováveis, possibilitando repensar o processo produtivo e encarar um desenvolvimento ecologicamente sustentado e valorizando a associação e a cooperação entre produtores, consumidores e decompositores. Apesar de tudo fica ainda por resolver o problema dos outros resíduos perigosos, percentagem já muito reduzida em relação aos restantes lixos.

O governo então apresenta uma proposta “inovadora,” a co-incineração. Ao "apostar" na co-incineração, do modo como o faz, incentiva a continuação de produção de resíduos tóxicos e é como dizer: podem continuar a destruir e produzir o lixo …o governo tem uma ideia inventiva e arrojada para se desfazer dele.

É com atitudes assim que o governo prova que compactua com a globalização, geo-estratégia das grandes multinacionais, que em nenhum momento corresponde aos interesses públicos e planetários.

Ao insistir na co-incineração o Ministro Sócrates, oculta a verdadeira solução do problema, que consiste em, preventivamente, evitar o uso da própria co-incineração, por esta não ser solução.

É falso fazer acreditar que a solução é co-incinerar: a solução é não produzir!!!!

Claudia Girelli (Mãe preocupada com o futuro de seus filhos)

O ERRO A CONFISSÃO E A OPORTUNIDADE OU A DIPLOMACIA DO OPORTUNISMO

Durão Barroso confessou que foi com base em informações erradas que tinha decidido apoiar a invasão do Iraque na companhia de G.Bush (1º erro)
Oportunidade: teve o apoio de Blair para Presidente da Comissão Europeia.
A confissão (autocrítica) na tradição maoista visa a bênção franco-alemã no exercício da presidência (2ª oportunidade).

EPÍLOGO:
O erro compensa e a diplomacia uma questão de oportunismo.
Jorge Matos

Laranjas, Bananas e o Bicho da Madeira


A Assembleia Legislativa da Madeira não deverá realizar, este ano, a sessão comemorativa do 25 de Abril, devido a uma proposta do grupo parlamentar social-democrata, que a considera aquela cerimónia "inoportuna".
In “JN”

E o PSD Madeira pode mesmo não retomar as comemorações no futuro. Já no ano passado Alberto João Jardim admitia a extinção da sessão, argumentando com "a falta de nível" das intervenções da oposição. Segundo o líder madeirense, "o 25 de Abril merece outra dignidade que não aquela cagada".
In “DN”

A Assembleia regional da Madeira não deixa de marcar a diferença, infelizmente sempre pela negativa. Com o burgesso do Jaime Ramos, como líder parlamentar dos sociais-democratas madeirenses, são uma atrás das outras. Das ameaças físicas à ofensa gratuita (do tipo “vai à merda”) passando por sanitas, exames psiquiatricos e rinocerontes de tudo se vê naquele órgão de soberania. Não deveremos, no entanto estranhar tais comportamentos de quem tem como referencia, um Presidente do Governo Regional, chamado Alberto João Jardim.
Considera agora o PSD Madeira “Não ser oportuno comemorar o 25 de Abril”. Provavelmente não teriam esta atitude se a data se referisse a acontecimentos como os do 28 de Maio de 1926.
Qual é a posição de Marques Mendes sobre este assunto? Uma pergunta que gostaríamos de ver respondida, por lhe desejarmos dar o beneficio da duvida. Já em relação a Ribeiro e Castro nem vale a pena perguntar.

Hoje é o dia mundial da Água

Para cada 1.000 litros de água utilizados, outros 10 mil são poluídos. Segundo a ONU, parece estar cada vez mais difícil se conseguir água para todos, principalmente nos países em desenvolvimento. Dados do International Water Management Institute - IWMI mostram que, no ano de 2025, 1.8 bilhão de pessoas de diversos países deverão viver em absoluta falta de água, o que equivale a mais de 30% da população mundial. Diante dessa constatação, cabe lembrar que a água limpa e acessível se constitui em um elemento indispensável para a vida humana e que, para se tê-la no futuro, é preciso protegê-la para evitar o futuro caótico previsto para a humanidade, quando homens de todos os continentes travarão guerras em busca de um elemento antes tão abundante: a água. http://www.ambientebrasil.com.br

A temática do ambiente é hoje razão mais que suficiente para que todos os países do mundo unam esforços no sentido de encontrar soluções para problemas como o da escassez da água, que dentro de algumas décadas será o novo petróleo. Com a ciência a possibilitar hoje em dia a prévia tomada de consciência das consequências das acções humanas é inadmissível que os governos não se empenhem em tomar precauções, procurando inverter o processo da destruição do planeta. Essa responsabilidade cabe principalmente aos países ditos desenvolvidos pois são estes os principais causadores dos níveis de poluição que o planeta atingiu e são os que dispõem de meios científicos e tecnológicos mais aptos. Pelo contrário, em vez de assistirmos por parte desses países a uma cooperação em nome da preservação da Humanidade, vemos esses países desrespeitarem tratados e não cumprirem acordos, dando-se-lhes a possibilidade de continuarem a prevaricar em troca do pagamento de multas, como se algum dinheiro pudesse pagar o estrago causado no planeta. Entretanto os países continuam desenfreadamente a esgotar os recursos naturais numa atitude desesperada e suicida. Dinheiros que deviam ser usados para encontrar soluções para a salvação do planeta são gastos em guerras. A Humanidade caminha a passos largos para a sua perdição. Se hoje em dia há causa séria pela qual a Humanidade deve lutar é a do Ambiente. Não há tragédia sem consciência e a possibilidade de conhecer os números são disso testemunha: em cada 15 segundos morre uma criança no mundo actual devido à falta de água!

O ESTADO DA ARTE II

Inspirado em Paula Rego

Numa pomposa tradução de “State of Art”, Paulo Portas anuncia-se como arauto de ideias novas, para rejuvenescimento da política através de um suposto “combate cultural”
(aludindo que a cultura não é monopólio da esquerda).
Para quem comungou com Celeste Cardona e se escondeu atrás da direita religiosa de Bagão Félix é, no mínimo, perverso, que tenha a ousadia de se anunciar como o último grito das ideias e modernidades.
No primeiro programa limitou-se a adular a política externa de Bush, neste, num discurso entediante, adulou-se a si próprio, distanciando-se da sua derrota política e cultural.

Jorge Matos

A PRIMEIRA VISITA DE ESTADO DE CAVACO

A deslocação de Cavaco Silva a Cabo Verde, onde permanecerá apenas algumas horas, é a primeira que efectua ao estrangeiro desde que tomou posse, a 9 de Março.

Cavaco, enquanto estadista, ganhou raízes em Cabo Verde e aligeirou a representação do que se espera de um político: - Quem é capaz de trepar um coqueiro pode ser Presidente!

Fez bem em voltar a Cabo Verde, mesmo por umas horas. Não vá a sua imagem desvanecer-se!
Jorge Matos

Um encontro incómodo

Adaptado da obra "First Kiss" de Adolph William Bouguereau

Um aperto de mão seguido de dois beijos. O cumprimento foi formal, sorrisos dos intervenientes, mas com um distanciamento quanto baste. A imagem vale por mil palavras, mas quanto valerá este encontro?
Minutos antes, Fátima Felgueiras adivinhava o cumprimento que ia dar e receber do primeiro-ministro.

in "TVI"

Qual encontro de dois ex-amante, fugaz, distante, ... envergonhado.

terça-feira, março 21, 2006

Lei da Paridade


O PS quer aprovar no dia 22 a Lei da Paridade, com o objectivo de impor uma quota mínima de um terço de mulheres nas listas para eleições legislativas, autárquicas e europeias, anunciou quarta-feira o líder parlamentar socialista.
«A aprovação dessa lei depende apenas do voto do PS, porque se trata de uma lei orgânica, de maioria simples e não de dois terços», salientou, acrescentando que, à semelhança do diploma apresentado pelo partido em 2003, se as listas não respeitarem a quota de 33,3% «serão rejeitadas».
José Sócrates admitiu que «se não estivesse nos estatutos do PS a quota de um terço hoje não haveria no grupo parlamentar socialista as mulheres que há» e que estas foram incluídas nas listas «apenas porque não se podia fugir a essa imposição legal estatutária».
In “Diário Digital”

Sempre achei uma parvoíce esta ideia restringir a escolha de pessoas por qualquer outra razão que não a da competência e do mérito.
A própria constituição proclama a igualdade de oportunidades e proíbe a descriminação por sexo, raça ou religião. Esta lei é só por si discriminatória já que pode vir a impedir a nomeação de um qualquer homem, simplesmente por ser homem, se a quota de mulheres não tiver sido ainda atingida. Isto é descriminação por sexo o que só por si é anticonstitucional.
Quem se deve sentir ofendida por esta lei são as próprias mulheres, elas sim consideradas como alguém que necessita de ser protegido para fazer parte das listas, retirando-lhes assim qualquer mérito por isso.
O próprio Sócrates, ao defender a lei, acaba por dar as razões pelas quais ela não devia existir ao afirmar que, se existem no grupo parlamentar socialista as mulheres que há, isso se deve ao facto de estas terem sido incluídas nas listas «apenas porque não se podia fugir a essa imposição legal estatutária».
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A opinião do nosso amigo Jorge Matos
Em rigor, não devia ser necessário que houvesse quota nenhuma para garantir a participação em instâncias de representação ao nível de um terço para uma categoria da população que representa um pouco mais de 50% do total. Mas, declaradamente, é. Porque as desigualdades não apenas existem: são antigas e persistentes. Numa palavra, discriminatórias. Em semelhante contexto, a mudança exige a introdução de medidas, sob pena de nada mudar.

No contexto actual o mérito é, à partida, analisado num terreno de interesses e antecipações dominado por um aparelho reprodutor dessa discriminação – está viciado.

As quotas reguladas conferem um valor simbólico para que a sua caducidade possa ser efectiva e sem necessidade de discussão do género. No dia em que sistematicamente o tal mínimo de 33% estiver abaixo do admissível, então a quota caducará. Por si.

Mr. Danger


Bush head created from the photos of American soldiers who have died in Iraq - creator unknown

Hugo Chávez radicaliza discurso contra Bush

"És um ignorante, és um burro, Mr. Danger. You are a donkey, Mr. Danger, you are a donkey, Mr. Bush", disse Hugo Chávez, misturando o castelhano e o inglês, durante o seu programa dominical na rádio transmitido do Estado de Apure, no extremo sul do país.

"Confirmámos o que já sabíamos George W. Bush é o chefe da Oposição venezuelana, não é nenhum destes jornaleiros que andam por aí", prosseguiu, acusando a Casa Branca de dominar os oposicionistas, entre os quais referiu estarem os proprietários dos jornais e canais de televisão privada do país.

"Se algum dia lhe ocorrer invadir a Venezuela, estaremos à sua espera", disse ainda, atribuindo a George W. Bush epítetos como "cobarde", "assassino", "genocida", "alcoólico" e "imoral".

Numa referência ao Iraque, acusou Bush de assassinar crianças e mulheres naquele país, invadido há três anos por tropas norte-americanas. "Os teus soldados não são assassinos, és tu o assassino", disse. (Jornal de notícias, 21/03/2006)

Quem diz que é pela rainha

Quem diz que é pela rainha
Nem precisa de mais nada
Embora seja ladrão
Pode roubar à vontade
Todos lhe apertam a mão
É homem de sociedade
.
Acima da pobre gente
Subiu quem tem bons padrinhos
De colarinhos gomados
Perfumando os ministérios
É dono dos homens sérios
Ninguém lhe vai aos costados

(José Afonso)

Chegou a Primavera

Adaptado de "Spring Dance" de Richard Wallace

Arrumações ...

Adaptado de "Poleiro" de Paula Rego - 1997

Sócrates entrou no seu gabinete com o objectivo de encontrar na sua gaveta um aspergic. Abriu-a a salta-lhe o volume grosso intitulado “Socialismo” que Mário Soares um dia pusera na gaveta. Sempre aquele calhamaço a entupir a gaveta. Tinha que se livrar dele, quem sabe lhe passasse a terrível dor de cabeça que o acometia. Saiu do gabinete com o pesado volume debaixo do braço, endireitando a gravata. “If you want to act like a lider, pull yourself together in any situation”, lembrava. Quase esbarrou com a Isabel Pires de Lima. Desculpa, Isabel e tal e ela ai o que é que leva aí? Ó Isabel o que é que quere, se fosse a senhora onde é que o arrumava? Eu sei lá, agora não tenho tempo, tenho convites para ir ao cinema. Ponha-o num sítio onde não o incomode mais, pronto, sei lá.
Tinha-se esquecido da gabardina e a chover! Voltou ao gabinete e teve uma tontura que o fez sentar-se um pouco. Olhou aturdido à sua volta e deu de caras com o retrato do António Costa na parede. Ó António diz-me lá o que é que hei-de fazer a isto? Do quadro soou a voz do ministro É-me completamente indiferente. É-me i-n-d-i-f-e-r-e-n-t-e! Sócrates volta-se então para a outra parede E tu, António Correia de Campos que se há-de fazer a isto? Ó Sócrates, eu agora estou mais interessado em lhes tratar da saúde. Fechar maternidades, fechar centros médicos, fechar urgências, fechar, fechar, fechar! Olha, fecha-o num sítio qualquer que não te incomode mais, deita-o fora.
Vendo que a sua dor de cabeça só piorava, pegou na gabardina e no “Socialismo” e saiu determinado a só parar em casa. Ó coiso, apetecia-me algo…, sim pode ser um Ferrero Rocher.
Já em casa voltou a sentir o peso do grosso volume na mão direita. Pelo menos tirei-o do gabinete, nunca mais tornará a cair-me da maldita gaveta. E agora, José?
Com uma brilhante iluminação lembrou-se do sótão. Subiu a escada e abriu a porta. Um odor um tanto bafiento soltou-se lá de dentro. Ali estavam as pilhas de Tintins e os discos velhos de vinil. Afastou uns quantos para arrumar o “Socialismo” na prateleira de trás. Um deles caiu-lhe ao chão “Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades”, José Mário Branco. O que fazia ali aquele disco? Ah, devia ser algum José Mário Branco a armar em Camões. Tinha mesmo que fazer ali uma limpeza. Pelo menos para já livrara-se daquele peso, ufa!

segunda-feira, março 20, 2006

Que temem os EUA e Israel

A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou esta quinta-feira, em Assembleia-Geral na sede em Nova Iorque, a criação do Conselho de Direitos Humanos substituindo a contestada Comissão. Pretende-se com o novo organismo unificar os esforços e torná-los mais eficazes no combate e punição às violações dos direitos humanos em todo o mundo. Apenas quatro países votaram contra, entre eles os EUA.
Hoje 170 países votaram a favor, quatro contra (EUA, Israel, Ilhas Marshall e Palau) e três abstiveram-se (Bielorrússia, Irão e Venezuela).
In “Correio da manhã”

EUA, Israel, porque será que isto não me parece estranho?