Uma notícia importante do dia de ontem foi o arquivamento da queixa do Primeiro-ministro contra António Caldeira do blog “ Portugal Profundo”. É importante pelo António Caldeira, por lhe restituir a razão, a liberdade de expressão e lhe retira a necessidade de tempo e preocupações na defesa da sua inocência. Mas, também é muito importante por mostrar aquilo que tantas vezes passa despercebido. Quantas vezes as indignações, os processos nada mais são que cortinas de fumo para disfarçar e criar a dúvida sobre verdades inconvenientes. Quantos casos já vimos nós desaparecer no nevoeiro do tempo sem sabermos os resultados desses processos tão ofendidos? Quantos casos foram realmente a julgamento e quantos foram, como este, arquivados. Passou o tempo e esperam que o esquecimento e o interesse público façam desvanecer o assunto. É importante que não deixemos que isso aconteça, que relembremos as razões de tudo isto e que voltemos a fazer as perguntas que tanto os preocupou. Ia ser feito um inquérito, não me lembro de ter visto resultados, ia haver um processo e foi arquivado. Não podemos deixar que o silêncio dê a vitória aqueles em que não acreditamos. Queremos a verdade.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
Muito obrigado, Kaos, pelo seu apoio activo durante esta longa marcha pela liberdade de expressão que nós, nos blogues, atravessamos com rara galhardia. Sem a mordacidade e o desassombro da indignação dos blogues, este veredicto não seria possível. Ficou, portanto, um limite que o sistema não deve cruzar - até à próxima em que se sinta entalado...
ResponderEliminarNão gosto de perseguições morais. O Caldeira vai-me perdoar, mas é perfeitamente irrelevante, para quem quer que seja, se o homem é engenheiro, engenheiro técnico ou calceteiro marítimo. Ele foi eleito primeiro-ministro pelo povo soberano sem que o inglês técnico alguma vez tivesse em causa. Para ser primeiro-ministro nunca ninguém lhe pediu certificado nenhum e, no entanto, foi-lhe reconhecida a competência para tal.
ResponderEliminarA contestação à postriori da seriedade do Sócrates enquanto cidadão (e havia tanto para dizer da seriedade dele enquanto político) é, para lá de ridícula, uma mera atitude de vizinha cusca invejosa.
Porra, detesto dizer bem do Sócrates!...
Pois é amigo Kaos. Estes desfechos apenas e só servem dar razão a quem a tinha quando levantou a lebre. Caldeira do meu ponto de vista, averbou um vitória face à questão que denunciou e a qual não foi possível
ResponderEliminarprovar que não tinha razão. E julgo para mim ser suficiente isso para juntar a outros procedimentos que os políticos assumem e que cada vez mais lhes retira credibilidade.
António Caldeira:
ResponderEliminarAmigo António,nada tem que nos agradecer neste caso. O apoio que os blogs te deram, foram na maioria dados por egoísmo e por desejarmos ver uma blogosfera totalmente livre. A tua vitória foi uma vitória para todos nós e por isso somos todos nós que estamos em divida contigo
O meu obrigado
um abraço
Tonibler:
ResponderEliminarConcordo contigo quando dizes que o curso de engenharia em nada importa para ocupar o cargo de Primeiro-ministro. Na altura até referi que podia ser um analfabeto que isso não lhe retirava a legitimidade. Já alguém que se queira fazer passar por aquilo que não é, que utilize esquemas menos claros para conseguir ter graus académicos mostra não ter personalidade e dignidade moral para o cargo. Esse é o problema e, se fosse provado que o Sócrates estava nessa situação deveria demitir-se. É a legitimidade moral e não a eleitoral que está aqui em causa
abraço
Contradições:
ResponderEliminarTudo isto foi uma barreira de fumo para esconder a verdade, assustar aqueles que andavam a escavar no assunto e, agora que o assunto entrou no esquecimento,fazer com que não se fale mais nele. Basta ver que não ouvi a noticie em nenhuma televisão, mesmo quando andam a preencher o tempo com noticias irrelevantes e sem interesse. Temos de tentar levantar a lebre de novo
abraço
kaos;
ResponderEliminarNão concordando contigo no aspecto da dignidade moral, estás a concordar com o Sócrates no processo contra o Caldeira.
Não concordo contigo porque quando podemos ir à dignidade moral de alguém por causa disso, de uma coisa que é de âmbito pessoal ou, no máximo, entre ele e quem o tenha empregue como engenheiro de facto, podemos ir a tudo o resto. Às facadinhas no matrimónio, às manifestações comunistas, às mijadelas contra a parede,...quando entras pela dignidade moral não acabas nunca ou, melhor, acabas no Vaticano a refilar com os preservativos...
Tonibler:
ResponderEliminarQuando estou a falar de dignidade moral podes traduzir neste caso por mentiras. Não me parece que alguém que minta sobre as suas qualificações e, tendo-as as tenha conseguido de forma fraudolenta possa ser PM deste país. Uma coisa é avida pessoal outra a mentira pública ou a corrupção das instituições. Há aqui uma diferença que faz toda a diferença.
A Verdade e a Justiça acima de tudo!
ResponderEliminarabr...prof...
Peço desculpa, mas ao observarem o objecto político pelo prisma moral não o vêem claramente. A ética e a política nunca se deram bem, estão em pólos opostos e inconciliáveis. Desde de quando é que um político se preocupou com questões de natureza ética? Se o objectivo é a conquista ou manutenção do poder, seja isso o que for, as preocupações éticas não só atrapalham como se apresentam como impedimento de ralização da finalidade. É a mentira e não a verdade que possibilita o poder. Tira vantagem quem mente. Quem diz a verdade não pode nunca tirar vantagem alguma.
ResponderEliminarVisto desta perspectiva, o boneco parecia do Valter. Será que são primos? Tudo é possível hoje em dia, menos o que realmente interessa.
ResponderEliminarGRANDE BONECO!!!
ResponderEliminarA engenharia do ilusionista?
ResponderEliminarEu diria mais:
O Ilusionista da Engenharia!