segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Uma questão de opções

Clones da educação

No meu post “A Educação e o futuro” que coloquei ontem, falei dos nossos filhos e daquilo em que os estaremos a transformar ao fechá-los numa escola durante 11 horas por dia sob o olhar de vigilantes e de câmaras big-brotherianas. Defendi que a sociedade deveria permitir aos pais que acompanhassem o crescimento e a educação dos seus filhos para que eles possam crescer como homens saudáveis e livres. Um dos comentários, de um anónimo para variar, rezava assim:

Anónimo disse...
Pois. E já agora um emprego ao pé da porta, que, por sua vez tem de ser ao pé da escola.
Sim, não se vê como, de outro modo, conseguiria ir pôr, como no regime actual, uma criança à escola para começar as aulas às 8.20h e estar à porta quando sai quase todos os dias às 13.15h.

Pois é caro anónimo, temos aqui um problema, a questão do “sol na eira e chuva no nabal”. Como referi no post, esta medida resolve os problemas dos pais e dos patrões, mas será que também resolve o das crianças? Para um pai essa devia ser a primeira pergunta e a mais importante de todas. Também para um estado de gente humana e decente essa devia ser a principal prioridade; as crianças.
Compreendo que há uma incompatibilidade entre esta sociedade do capitalismo global e os valores do humanismo e da existência de uma vida natural de todos nós. Compreendo isso e é também por isso que a tenho de questionar. Serão mais importantes os valores da economia, da produtividade, da competitividade ou as pessoas? Será que ter uma nova televisão de alta definição para colocar na casa de banho, o telemóvel com GPS e televisão, o carro com DVD individuais para cada passageiro, o poder ir às Caraíbas, à Tailândia ou ao Brasil nas férias é mais importante que a saúde mental dos nossos filhos? Não estará esta sociedade a seguir por um caminho antinatural, uma via da desumanização do homem? Será este o caminho que desejamos? Eu digo ao anónimo que não é o que eu quero para mim e para os meus filhos. Prefiro ter tempo para lhes falar da vida do avô, para lhes mostrar as estrelas no céu, onde as luzes do modernismo e do sucesso ainda o permitem, para lhes falar dos velhos filósofos e do valor do pensamento, da história e das consequências da loucura de alguns, das guerras e das lutas pela liberdade, de como muitas vezes os valores se devem sobrepor ao materialismo. Se esta sociedade não nos permite a sua defesa, então é a sociedade que está errada e é esta sociedade que devemos mudar. Aceitar o mal como algo inevitável é a negação do futuro e da própria espécie humana.
Proponho ao anónimo que leia livros como o “1984” de George Orwell ou o “Admirável mundo novo” do Aldous Huxley e talvez entenda daquilo que estou a falar. Se mesmo assim lhe ficarem duvidas, pode sempre ir ler as estratégias dos Bilderberg [Aqui]. É que o verdadeiro cego não é aquele que não vê, mas sim aquele que não quer ver.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LH

9 comentários:

  1. Eh, assim é que eu não quero mais filhos...

    Pa quê?, se então haveria de gramá-los tais os robotzinhos do desenho, feios, feios, nóssa sinhóra, e pra mais parecidos ca sinistra freira!

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  2. É a realidade retratada em imagens e palavras. Não se compreende o modo como estas pessoas chegaram ao poder e, ainda mais difícil, é perceber as suas atitudes completamente desumanas. Criar filhos sem apoio familiar, vivendo apenas do trabalho é tarefa que os copinhos de leite e trafulhas que nos governam não entendem, já que a solução que apresentam é pôr os putos em jaulas, nas escolas da Milu. Grandes sacanas, arrecadam impostos que chegam a atingir 70 por cento do salário bruto de quem trabalha e depois? Nada! Quem paga e cala que se desenrasque.
    JSerra

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  3. O maior perigo é, precisamente, a facilidade com que se molda a mente das pessoas! A esmagadora maioria acha muito bem que as crianças fiquem nas escolas todo o dia, pois já interiorizou que é necessário laborar de sol a sol para receber umas migalhitas que permitem a sua sobrevivência e a da sua prole e, se sobrar alguma coisita, comprar umas bugigangas para efeito de demonstração, e mais nada…
    Ao invés de lutarem pela liberdade e pugnarem por uma repartição de rendimentos mais justa, acham que assim é que está muito bem, nada a contestar, e a sua prole só tem de seguir as pegadas dos progenitores e tornar-se numa feliz carneirada...
    Hoje, as pessoas são escravas do consumo. Só conseguiremos libertar-nos se seguirmos a sugestão do Kaos: deixarmos de comprar tanta quinquilharia para que os capitalistas a "comam" até rebentarem!
    Com o desemprego que grassa, deveríamos, isso sim, exigir a diminuição dos horários de trabalho e a redução do rácio rendimento/capital e impedir, por todos os meios, que estes algozes sacrifiquem as nossas crianças. Abaixo a escravatura!!!

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  4. Só mais uma coisita: a fulana está muito favorecida!!!

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  5. A escola a tempo inteiro corresponde às exigências do horário da trabalho dos pais e não às necessidades dos filhos. As escolas estão a transformar-se em depósitos de crianças que desde cedo se veêm condenadas um um horário de trabalho pesado... em alguns locais a escola (primária) está agora impedida de desenvolver actividades que antes desenvolia e que eram do agrado de crianças e pais. Exemplo, natação. A deslocação das crianças da escola para a piscina e volta e o tempo para equipar/desequipar excedem a carga horária para Ed. Física, logo houve indeferimento... Temos as crianças fechadas, dia inteiro entre 4 paredes.

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  6. Kaos, amigo Kaos!
    Não nos conhecemos pessoalmente.
    Deves pensar que o JFrades é um tipo, pelos vistos professor que, de vez em quando, aqui deixa «umas bocas» a maioria delas sem graça.
    Para mim o Kaos é um Artista com imensos conhecimentos na área da informática mas, acima de tudo, um Bom Homem, um Homem Íntegro e Honesto, com uma cultura invejável. Mas também algo ingénuo. Os dois últimos textos isso indiciam. Ter tempo para estar com os filhos, transmitir-lhe princípios, dar-lhes a conhecer a história da família, ...
    Quem lida com jovens diariamente sabe que eles "se estão nas tintas" para essas "secas"! Não é agradável ouvir isto: não são os Pais quem melhor conhece os seus filhos. O comportamento deles em casa é muito diferente do que têm na "rua".
    Vou ouvir a ministra. Mais tarde terminarei o meu discurso.
    JFrade

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  7. Bela imagem, amigo Kaos!
    Bj,
    M.

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  8. Em "pode sempre ir ler as estratégias dos Bilderberg [Aqui]" falta o link :)

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