quinta-feira, julho 31, 2008

CSI Portugal

CSI Lisboa

«Vários presos foram libertados no último ano, sem que se pudesse apurar se podiam ou não ser responsabilizados criminalmente, devido a atrasos na realização de perícias psiquiátricas, que ultrapassavam o prazo da prisão preventiva. Para além dos atrasos nos exames psiquiátricos, realizados pelo Instituto de Medicina Legal (IML), há ainda que contar com os das perícias realizadas pelo Laboratório de Polícia Científica. O procurador explica que, por exemplo, um teste de balística chega a demorar «anos», ao passo que um pedido de informação bancária pode levar dois meses e uma carta rogatória, com pedido de diligências no estrangeiro, pode tardar um ano a ser cumprida.»

Ontem assisti a um episódio da série CSI e, retirando a ficção e o exagero da competência e da rapidez dos exames periciais, tudo acontece na hora, e os culpados descobertos e presos. Todos sabemos que a realidade é bem diferente da ficção, mas também é um exagero o tempo que a nossa justiça demora em cada passo das investigações. Anos para fazer um teste balístico, meses para identificar o ADN e milhares de indícios que nunca chegam à luz do dia. Se a isto juntarmos as “cambalhotas” jurídicas de muitos advogados não podemos estranhar que a culpa acabe por morrer solteira em muitos crimes. Casos como o da Madie ou da operação Furacão provam que muito mais podia e devia ser feito pela nossa polícia e pela nossa justiça. Não pretendo que exista por cá um CSI Portugal, mas pelo menos que não deixemos os culpados escapar só por falta de celeridade em exames complementares à investigação. Sem justiça não há nenhuma sociedade que se possa sentir segura.

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

4 comentários:

  1. Não entendo:com drs. a ganharem pipas de massa cheios de competência e mais-valias e, o que vemos ao fim de tantos anos, é algo parecido com uma ficção cómica!
    Mas,afinal essa gente é só privilégios e no fundo uns grandessímos incompetentes que nada valem!Eis a prova,provada.

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  2. para o Tuga que não está atento estas
    manobras passam despercebidas,
    e como estamos perto das eleições e a campanha de intoxicação já começou,
    não vá o diabo tecê-las, em tempo de contagem de votos e para apurar o vencedor, como por um voto se ganha e por um voto se perde, soltam-se uns votos felizes e contentes das prisões!

    Novas oportunidades
    dizem uns.

    SimpleX
    dirão outros.

    Maquiavélico
    digo eu...

    abraço

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  3. A ideia que fica é que, tal como em muitas outras coisas em Portugal, a investigação policial é má, amadora e com falta de preparação técnica e cientifica.
    Com certeza que todos sabemos que séries de televisão muito pouco ou nada têm a ver com a realidade, e não servem, de todo, de comparação com factos reais.
    O que aflige, é a forma completamente disparatada e muitas vezes palerma com que as coisas são feitas: veja-se por exemplo, o caso Maddie, que é o paradigma da incompetência da justiça e da investigação em Portugal.
    E o pior é que agora, o mamífero que esteve durante algum tempo à frente das investigações Gonçalo Amaral) vem para o terreno com um livro disparatado cheio de certezas, quando na realidade não se apurou coisa nenhuma.

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  4. Mas porventura para além da péssima qualidade de justiça que temos existe alguma coisa a nível da administração pública que funcione bem?

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