quinta-feira, outubro 02, 2008

O Fim do Mundo segundo Manuel Pinho

Fim da Linha

«Para Manuel Pinho, o mundo tal como conhecíamos até agora acabou. "Durante 10 a 15 anos vivemos num mundo de prosperidade assente em quatro motores: num sistema de financiamento eficiente; na inovação; na expansão do comércio, o que trouxe para a nossa área de influência países como a China, Índia ou Rússia; e na energia barata para todos. Pois bem, esse mundo acabou", disse o ministro, mas alertando que "este era um cenário que já se previa. Quando se exporta mais para a Suiça do que para a China, já se estava a prever o que ia acontecer", comentou.»

Acabou? Que mundo é que acabou? De que prosperidade fala o Ministro, da dele? Será que se lhe acabaram os campos de golf, os excessos de velocidade nas nossas auto-estradas, e que não vai haver Allgarve para o ano que vem? Vai a nossa costa Alentejana ser salva da especulação imobiliária por esta crise?
É que para muitos milhões de portugueses, toda essa prosperidade de que fala o ministro nunca passou de uma miragem no deserto da interminável crise que nos apresentavam. Sempre nos falaram do paraíso que estava para lá desse deserto, mas por mais que andássemos nunca lá chegávamos e agora vem o Ministro dizer-nos que nunca lá chegaremos. Todos os “motores” resolveram avariar-se ao mesmo tempo, o do crédito porque a especulação e a ganância não têm limites, a inovação porque de tanto inovarem nunca chegaram a mudar nada, os novos países que enormes novos mercados prometiam para acabaram por minar o emprego e o investimento e porque quem produz a energia entendeu que a galinha dos ovos de ouro era sua. Claro que o Ministro vem agora dizer tudo isto já se estava a prever, mas foi também ele quem sempre elogiou o sistema, quem nada fez para acabar com os paraísos fiscais das offshores e quem nunca se cansou de nos apontar as miragens do futuro. A culpa é dele, do Sócrates, do Teixeira dos Santos, do Cadilhe, do Cavaco, da Manuela Ferreira Leite, do Portas e do Félix, do Balsemão e do Pacheco Pereira, do Teixeira Pinto e do Constâncio, o Barroso e o Marcelo Rebelo de Sousa e de todos os outros que criaram e alimentaram o sistema sabendo que ia ruir mais dia menos dia. Vai esta gente toda sair impune disto? Claro que vai, vão continuar a fazer mais do mesmo, vão continuar a defender o sistema enquanto ele os servir e vão deixar os povos pagarem o mal que fizeram.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

6 comentários:

  1. Este ministro Manuel Pinho, já há muito que deveria ter sido demitido das suas funções.

    Não passa de um incompente, de grande inultilidade para o Estado Português. Ou melhor, para os portugueses.

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  2. Kaos,

    Desculpe um assunto que nada tem a ver com o do post, mas gostava que lê-se isto:

    http://ecletico.blogspot.com/2008/09/aco-de-formao-radical.html

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  3. Não foi este senhor que afirmou há 2 anos que a crise tinha acabado???? Já é muito disparate para uma só pessoa!

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  4. Existe uma coisa neste mundo(não só uma como é óbvio)que nunca entendi, não entendo nem nunca entenderei.Como é que os povos,nomeadamente o nosso, deixam chegar as coisas a este ponto..........
    Certo dia vi uma coisa que me chocou profundamente.Um metalúrgico empunhando uma bandeira do CDS...Talvez seja parte da resposta........

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  5. cjr, se estiveres atento aos próximos actos eleitorais irás verificar que são, precisamente, os lorpas dos tugas, que nada beneficiam deste sistema xuxalista, os primeiros a dar o corpo ao manifesto, na colagem de cartazes e no embandeirar de felicidade por poder colaborar com a cáfila que os há-de explorar!
    Daí, o continuarmos a ser um país de merda, onde a esmagadora maioria é espezinhada nos seus direitos, porque não são capazes de os fazer valer. É inadmissível que um povo, tão mal tratado e explorado, não seja capaz, através do seu voto correr com esta gatunagem! E tão fácil que era!...

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  6. São tantos que nem dá para comentar! Poderiam constituír um excelente público para as manhâs das TVs, passando alguns para a tarde, para o programa da Júlia. Estamos entregues a bimbos.

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