sábado, junho 12, 2010

Politicos fracos em politicas tão fracas como eles

up and ue

Na véspera das comemorações dos 25 anos da entrada de Portugal na União Europeia, Mário Soares veio criticar os lideres Europeus dizendo que são fracos como se provou na demora em reagirem à crise grega.
São efectivamente fracos os lideres europeus actuais, como o têm sido ao longo dos tempos, quer pela falta de visão quer pelas politicas que conduziram a Europa ao declínio e ao fim daquilo que era a sua identidade. A Europa, enquanto países independentes, tinha como ponto mais forte, a existência de politicas sociais, com serviços de saúde e educação universais para todos os seus cidadãos, protecção no desemprego e direitos laborais para os trabalhadores e apoio efectivo aos mais desfavorecidos. O exemplo podia ser visto principalmente nos países nórdicos como a Suécia ou Noruega e parecia ser esse o exemplo a seguir na então CEE. Os politicos de então, tão cegos ou aldrabões como os de agora, não viram, ou não quiseram ver que aceitar competir com países sem direitos laborais, onde o trabalho infantil era permitido e sem uma verdadeira politica social para os seus cidadãos era um suicídio económico. Como se pode concorrer no mercado internacional contra tal gente? Inevitavelmente esses países cresceram, enriqueceram enquanto a Europa foi definhando e perdendo competitividade. A solução destes maus políticos, os de então e os de agora, não foi recusarem a entrada dos produtos de países que não respeitavam as mais elementares regras de direitos humanos e a justa concorrência, mas sim abdicar na sua identidade começando a cortar naquilo que os fazia diferentes e melhores, nos direitos dos cidadãos e na sua qualidade de vida. Claro que o corte não podia ser radical sem que isso criasse contestação e revolta, e assim, foi empobrecendo e ficando mais vulnerável ao capitalismo global. Isso até chegarmos ao ponto em que estamos, com uma crise que ameaça mesmo os países mais ricos da Europa, que os faz atacar os seus próprios cidadãos e desconfiar e ameaçar os países seus parceiros na União. Inevitavelmente a UE se esmigalhará pela pobreza que vai criar, cada um apontará o dedo aos que considera culpados pela situação e muito possivelmente tudo terminará em mais uma guerra com milhões de mortos, miséria e desespero. Alguém vê um arrepiar do caminho, um emendar de mão, uma busca de novas soluções? Eu infelizmente não.


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