terça-feira, janeiro 31, 2006

Sic Notícias: Casting para agentes da PSP bem falantes


O espectador mais atento não pôde deixar de se surpreender ao ver na Sic Notícias uma agente da PSP a falar sobre as medidas de segurança em torno de Bill Gates e das personalidades que o acompanham. Mas porquê tanta surpresa? Por a referida agente ter um palminho de cara? Por ter dois dedos de testa? Por haver agentes da PSP capazes de articular um discurso com pés e cabeça? Por a agente usar baton e estar discretamente bem maquilhada? Na verdade por tudo isto e muito mais que tudo isto implica: a agente Paula Monteiro não era nem mais nem menos do que a mesma agente que apareceu há dias a justificar a intervenção da PSP no bairro da lata que a Câmara da Amadora mandou demolir colocando mais uns quantos desalojados a dormir nas ruas. Mas qual a relação de tudo isto? Qual a razão do nosso estranhamento?
Quem julgou estar a ver uma reportagem da Sic Notícias colhida in loco no calor das circunstâncias do momento agitado que então se vivia no referido bairro da lata pode desenganar-se. Quem ainda acredita em reportagens espontâneas feitas por jornalistas isentos que entrevistam ao acaso agentes que casualmente se encontram nos locais onde a notícia é gerada não está a ver bem o filme. É que na verdade a notícia já não é uma mera notícia, mas sim um guião bem construído; a reportagem já não é uma reportagem mas sim um filme bem estruturado; os intervenientes já não são cidadãos anónimos que reportam a quente os acontecimentos mas sim actores contratados, com o seu papel bem decorado e a sua imagem bem encenada. Foi a ideia que nos deu: as reportagens dos media são hoje em dia encenações captadas junto de entidades que por sua vez também tiveram o cuidado de encenar muito bem o seu papel junto dos media. Não acreditamos em coincidências. Não acreditamos nestas reportagens. Não acreditamos nos media, nem nos intervenientes que escolhem para entrevistar. Já durante a campanha eleitoral das presidenciais foi a vergonha que foi. Os jornalistas filmavam as partes finais dos comícios de Cavaco Silva, quando ele já se calara, e ficava aquela ideia do aplauso e da apoteose dos apoiantes em histeria. Já quando filmavam os outros candidatos era raro o comício ou a arruada em que por coincidência não encontravam um apoiante de Cavaco para entrevistarem, que ali estava por acaso.
O que é grave é darmo-nos conta que não há isenção jornalística, que hoje, e cada vez mais, a realidade é construída, filtrada pela forma como são criteriosamente fabricadas as notícias. E pelos vistos já não são só os jornalistas a entrar neste jogo virtual de transformação da realidade. As próprias instituições já escolhem os seus porta-vozes para estar no sítio certo, no momento certo a dar a resposta certa e, ainda por cima a vender uma imagem renovada e moderna das instituições, uma imagem de marketing televisivo, em que cada reportagem tem os seus relações públicas para defender publicamente a imagem que querem dar da realidade. Com isto fazem com que, aos olhos dos mais atentos, a informação mereça o mais total descrédito.
Só a desmontagem das suas estratégias descaradas pode fazer algum sentido, ter para nós algum valor informativo. Hoje em dia torna-se um imperativo desmontar cada notícia, ver a intencionalidade por detrás de cada palavra reportada, de cada imagem captada. O subjectivismo jornalístico, outrora condenável, parece ser hoje em dia apanágio dos estagiários que minam o jornalismo privatizado e tendencioso que temos. O perigo para os menos avisados, para aqueles que acreditam cegamente na informação que lhes é ministrada, é não se darem conta que a História possa estar a ser forjada a partir do presente, que a História já não é mais um devir mas sim uma construção artificial, que vai sendo dia a dia artificiosamente urdida pelos media.

Organizem-se


Impostos DGCI prepara mudanças. A actual configuração das repartições de Finanças terá de ser alterada para se avançar para o sistema de balcão único. A possibilidade de um contribuinte tratar de todos os seus assuntos num único posto de atendimento está a ser estudada pela Direcção-Geral dos Impostos (DGCI).
In “Jornal de Noticias”


Uma medida que há já muito tempo tenho defendido, não só dentro de uma mesma direcção, mas sim em toda a administração publica. Acabar com as repartições de finanças, conservatórias e direcções de registo de isto e daquilo, mais centros de segurança social, caixas de pensões etc. Criar um serviço de atendimento único onde qualquer cidadão se pudesse deslocar e tratar de todos os seus assuntos de uma só vez. Acabar assim com a necessidade de andar a saltar de serviço em serviço para coleccionar documentos necessários para poder obter um outro. Não faz sentido e é uma perda enorme de tempo e dinheiro.

Procura-se milagre


Mais um milagre é atribuído a João Paulo II
Freira pode ter sido curado depois de rezar para João Paulo II

Cidade do Vaticano - O Vaticano está analisando um caso de cura inexplicável, fruto de orações dirigidas a João Paulo II, envolvendo uma freira que sofria de mal de Parkinson. A doença também debilitou o pontífice nos últimos dez anos de sua vida. Um milagre após a morte é uma condição indispensável para que qualquer católico seja declarado santo. A cura da freira não seria passível de explicação médica.
O advogado da causa de João Paulo II junto às instâncias da Santa Sé, monsenhor Slawomir Oder contou que a religiosa teria sido curada ao rezar pedindo a intercessão de João Paulo II, pouco depois do falecimento do pontífice em abril de 2005.
Ainda que o milagre seja admitido pelo Vaticano, a santificação de Wojtyla não estará assegurada - apenas a beatificação. Para torná-lo santo, será preciso encontrar outro milagre.

In “estadão.com.br”
Depois de ver esta notícia estou certo que vão descobrir mais um monte de milagres. É que se querer é poder, ter muito poder ainda é mais poder fazer aquilo que se deseja. A igreja católica, que tem vindo a perder influencia junto do sei “eleitorado”, bem precisa de mais uns santos milagreiros para subir no “ranking” das religiões. Pena é que o novo “Santo” tenha defendido ideias desajustadas no tempo e da realidade, como a proibição do uso do preservativo, que levaram à contaminação e morte de milhares de pessoas. Pena é que em nome de “Deuses”, independentemente da fé que se pratique, se continuem a fazer guerras, cometer crimes e a deixar morrer pessoas.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Um Delgado terrorista


Pela primeira vez na história, de uma forma aberta e clara, sem que as consequências tenham sido previamente avaliadas, a ANP pode transformar-se no primeiro «Estado» oficialmente governado por um grupo terrorista, extremista e fanático, após uma vitória esmagadora nas urnas. É um perigo sem precedentes.
Os resultados estão à vista: uma guerra civil com a Fatah, um endurecimento de Israel, já nas próximas eleições – funciona como um «espelho» - e o corte da ajuda internacional, a única fonte de rendimentos dos territórios palestinianos.
Ou o Hamas, e os seus diversos grupos, renunciam à violência, entregam as armas, e aceitam conviver com Israel e com as democracias Ocidentais, ou então teremos de enfrentar um «Estado pária», inviável, perigoso e disposto a tudo.
Os optimistas dizem que é preciso respeitar os resultados eleitorais. Nenhuma dúvida, mas é também necessário que os palestinianos compreendam o que fizeram, e que entendam que uma democracia não legaliza movimentos dessa índole destruidora.
O mundo ficou muito mais perigoso, se ao Hamas juntarmos o Irão e a Coreia do Norte.
Luís Delgado In “Diário Digital”

O “Hamas”, quer se queira ou não queira ganhou eleições livres nos moldes que lhe foram impostos pelas potências ocidentais. O mesmos que transformaram a “Fatah” num grupo de corruptos incapaz de dar as respostas necessárias aos problemas de um povo que vem sendo martirizado há décadas. Afinal de quem é a culpa daquilo que aconteceu?Quanto a serem o primeiro “estado” terrorista também não me parece uma afirmação muito correcta. Podemos encontrar na história passada e também na presente muitos outros exemplos. EUA, Israel, ex-URSS ou mesmo a Indonésia (lembrar Timor) são alguns dos muitos exemplos que poderemos encontrar. Quanto a ser um perigo sem precedentes é só uma frase parva que nem merece comentários.Como disse, o “Hamas” ganhou eleições livres. Até hoje nada vi que demonstre a existência de uma guerra civil, mas a acreditar no astrólogo Luís Delgado então, toda a responsabilidade será da “Fatah” se utilizar a força para contrariar a vontade popular. Terroristas serão os estados que a apoiarem seja com armas ou com dinheiro. Fomentadores dessa guerra - e de o “Hamas” se ter de afirmar como um estado terrorista - serão aqueles que cortarem a ajuda internacional, incendiando ainda mais os ódios e retirando alternativas de desenvolvimento.Respeitar resultados eleitorais não é “optimismo” é um dever nosso. Cabe-nos agora a tarefa de tentar transformar esses resultados em algo de bom e não em ajudar a cavar mais as divergências e os ódios. Apoiar os Palestinianos é não só uma obrigação nossa como a melhor estratégia para evitar mais guerras e mais mortes. Só concordo com uma coisa que aqui é afirmada. O mundo ficou mais perigoso, mas não foi só agora. Ficou mais perigoso quando os EUA resolveram invadir o Iraque. Ficou muito mais perigoso quando os EUA resolveram retirar credibilidade e poder às Nações Unidas com os seus actos. Concordo que é necessário travar todos aqueles que, governados por gente sem escrúpulos e muitas vezes juízo, com os seus actos põem em perigo o resto do mundo. Infelizmente não posso excluir também os EUA dessa lista.

Mais uma do "Big Brother" Americano


EUA quer obrigar Google a entregar dados de internautas
O Ministério da Justiça dos Estados Unidos entrou com ação judicial para obrigar a Google Inc. a entregar às autoridades norte-americanas uma amostra de uma semana de pesquisas em seu site. A empresa se recusa a entregar os dados com a justificativa de que a divulgação das informações revelaria segredos operacionais desenvolvidos por seus engenheiros.
Três outros provedores que oferecem serviços de busca de dados em seus sites – a America On Line, a Microsoft e a Yahoo – entregaram as informações solicitadas pelo Ministério da Justiça. Segundo reportagem de Paulo Sotero para o jornal O Estado de S.Paulo, publicada neste domingo (29/1), a ação do governo abriu uma nova frente no que os críticos consideram uma ofensiva da administração Bush para cercear as liberdades públicas.
in "Consultor Juridico"
A cada dia que passa, com desculpas de combate ao crime ou ao terrorismo, continuam as ofensivas contra as liberdades individuais. É o "Big brother" mundial. Proponho que todos nós passemos a utilizar, nos nossos E-mail e conversas telefonicas, as palavras "proibidas" como terrorismo, bomba, etc. para sobrecarregar os sistemas de escutas efectuados pelos EUA. Estou cada vez mais farto de prepotências venham elas de onde venham.

Pelo poder dão o cu e cinco tostões


ROMA - O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, prometeu não fazer sexo antes da eleição geral de 9 de abril, durante um comício no sábado. O empresário da mídia recebeu a bênção do líder religioso Massimiliano Pusceddu, que o agradeceu por ser contra o casamento gay e por defender valores tradicionais da família.
- Obrigado, padre Massimiliano, não vou lhe decepcionar e prometo dois meses e meio de abstinência sexual completa, até 9 de abril - disse Berlusconi, em comentários divulgados neste domingo pelo jornal "Il Giornale".
Esta não é a primeira vez que o primeiro-ministro faz promessas inusitadas. Berlusconi, que se casou duas vezes e tem 69 anos, tem orgulho de sua forma física e, depois de uma plástica no rosto e de um implante de cabelos, parece mais jovem do que quando chegou ao poder, em 2001. Ele costuma ser criticado por comentaristas e grupos feministas pelo uso de piadas sexistas.
Em junho, o premier provocou um incidente diplomático com a Finlândia ao dizer que usara "táticas de playboy" para convencer a presidente do país a desistir de tentar estabelecer a agência de alimentos da União Européia em Helsinque, em favor de Parma, na Itália.
Em entrevista coletiva em 2002, Berlusconi elogiou o primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, pela boa aparência.
- Ele é tão bonito que até pensei em apresentá-lo à minha esposa - disse Berlusconi, em referência a rumores da época, de que sua mulher, uma ex-atriz, teria um caso com um político conhecido de centro-esquerda.
in "Globo on-line"
Aqui está um digno elemento para entrar no mundo do “Kaosinthegarden”. A nossa vaquinha fica muito feliz quando vê esta gente ir ao ponto de aceitar um bom par de cornos para propaganda eleitoral. Lá como por cá vale tudo para ganhar eleições. A única diferença está na “lata” para se dizer disparates. O mais triste é que dá resultado e ainda há quem dê vitórias a estas bestas. Muita força tem a comunicação social que consegue fazer eleger bandidos. Triste sina a nossa.

Socio-exílio


Da desgraça de viver aqui

O mau fado fez-me nascer e viver aqui. Cresci no meio desta população e vi-a sempre fazer escolhas erradas. Erra-se por ignorância. Também se erra por ganância, mas segundo Platão sempre por ignorar o Bem. Mas o Bem de quem? O meu bem não são as vossas escolhas e tenho que viver aqui. Podia mudar-me para outro país e viver arredada desta vossa realidade onde calhei de vir parar. Eu não quero parar, não quero voltar para trás. Quero progredir. Poder escolher outra coisa. Viver outra realidade...Mas tenho que viver neste vosso tempo, logo haviam vocês de viver neste meu tempo. Eu nego querer as vossas escolhas: eu não votei Cavaco, eu não escolhi o Governo do PS do Sócrates, eu não escolhi antes os governos de Durões e Santanas... eu vivo há anos no entretempo das vossas escolhas e vão passar muitos anos até que descubram do vosso erro, da vossa ignorância. Eu não gosto de ver telenovelas nem os vossos programas nem me divirto nos vossos Centros Comerciais e Grandes Superfícies; eu não conheço os vossos ídolos, nem os quero conhecer. Quero-me longe de tudo o que admiram. Mas eu vivo aqui no meio das vossas construções e posso apenas fazer por evitá-las. Eu sou bombardeada com os vossos happenings, as vossas publicidades e propagandas,com as vossas notícias e as imagens com que não me quero relacionar. Torno-me anti-social porque o social é apenas apenas viver do vosso modo, partilhar das vossas escolhas, ter que cumprir as vossas leis e o vosso desrespeito delas, pagar por elas. Todo o dia eu sou visada pelos seus resultados. Eu sofro as consequências das vossas escolhas, corro o risco de ser conotada com o vosso mau-gosto. Procuro refugiar-me aqui no mundo das minhas ideias, distanciar-me da vossa falta delas. O vosso munduzinho real, desprovido de ideias de mudança, de progresso, de futuro... Eu quero acreditar na possibilidade de um novo mundo mais admirável que o vosso mas por outros motivos. Esse vosso fatalismo de que tudo tem que ser como é não é uma fatalidade, é uma falsidade, uma imagem que criaram, um artifício vosso para continuar a viver no vosso erro. A vossa tautologia mais perigosa: porque é, tem que ser. O que é, é! Eis a vossa justificação para toda a vossa impassividade, o alibi do vosso crime colectivo. Laissez faire, laissez faire! Nada pode ser mudado senão aos poucos, lutando contra a vossa resistência.
Eu, que tanto prezo o povo, a vontade popular, desprezo-vos ó maioria. Arrastas-me no teu destino perdido, desesperadamente escolhendo percursos erróneos agarrados ao momento, pensando com o próprio umbigo. E ao mesmo tempo ávidos por reestabelecer a estabilidade perdida que as suas escolhas originaram. Apanhados no destino que escolheram. E eu aqui, esperando a cada vossa escolha, a luz que o cego vê. É mentira! Eu já não espero nada de vocês. Sei que cada vossa escolha é sempre pior que a anterior. Procurarei resistir à vossa presença aqui em maioria. Confortar-me-ei com o meu conhecimento, com a minha previsão que me mantem avisada e alerta contra das tuas escolhas, para as regeitar. Gozarei o único dos direitos conquistados pela Revolução de Abril: o direito à livre expressão de ideias e pensamentos: e não me calarei diante aos vossos erros.Não pouparei os vossos pragmatismos e lideranças. Os vossos negócios escuros, as vossas guerras e falsidades, os vossos proveitos usurpados. Não perdooarei os vossos crimes nem a vossa desumanidade. No entanto serei arrastada tal como tu na loucura da tua destruição. Mas cada palavra contra ti será o ramo a que me agarro com unhas e dentes para resistir à enxorrada da vossa espécie. Outros livre-pensarão como eu à sua maneira, contra ti, ó maioria!

domingo, janeiro 29, 2006

O problema da mangueira de Marques Mendes


"Para o problema grave que é um Estado demasiado grande, demasiado gastador, são aspirinas. Para esse problema são precisos antibióticos", afirmou Marques Mendes, no debate mensal com o primeiro-ministro.
Cada vez que um português pega na mangueira para abastecer o automóvel está a pagar seis escudos por litro para pagar as SCUT"
Como primeira medida, Marques Mendes propôs a privatização dos transportes - Carris, Metro, Transtejo e STCP: "Não existem razões para não entregar estas empresas a privados", sublinhou.A concessão à iniciativa privada da gestão dos portos, a entrega da educação pré-escolar e o apoio aos idosos a instituições de solidariedade social, a passagem da gestão dos centros de formação profissional para as mãos de associações empresariais e a partilha da gestão em regime de parceria público/privada do IAPMEI, do ICEP e do Instituto de Promoção do Turismo foram outras das propostas apresentadas por Marques Mendes.

IN “Diário Económico”

São momentos como estes que me fazem agradecer ao Povo português não ter feito Marques Mendes Primeiro-Ministro deste país. Para termos um país saudável, melhor que andar a tomar antibióticos, é corrermos com todos aqueles vírus que andam a inquinar as nossas vidas. Gente que se serve do país em vez de servir esse país. Cancros da nossa democracia.

Mas, voltando a Marques Mendes. Será que a única solução politica que encontram para os problemas é “Privatizar”. Será que não sabem propor nada de novo. Vamos privatizar, privatizar, privatizar. Foi o que andaram a fazer os governos PSD durante anos com os resultados que hoje podemos ver. Isto é que são Aspirinas. Ajudam a mostrar défices mais baixos mas agravam a doença.
Se a Carris, Metro, etc… dão prejuízo isso deve-se ao facto de prestarem um serviço público, um serviço aos cidadãos que não podem pegar na mangueira para abastecer o automóvel. Não pelos três cêntimos que diz servirem para pagar as SCUT, mas pelos 200 e muitos que enriquecem as grandes multinacionais.
Posso até estar enganado, mas gosto de tentar racionalizar os factos para compreender os resultados. Mais uma vez aqui não consigo. Senão vejamos:
O estado privatiza essas companhias e embolsa algum dinheiro para disfarçar o défice.
As companhias privadas são baseadas no lucro e só no lucro. Tudo o resto é paisagem. Assim sendo só existem duas soluções. Ou o estado começa a gastar dinheiro com compensações financeira para garantir o serviço público ou então será esse serviço a ser afectado nos custos para os utentes ou na qualidade dos mesmos. (relembro que estamos a falar de transportes públicos e que servem as classes mais desfavorecidas da população). O estado ao receber o dinheiro dos nossos impostos está a comprometer-se a prestar-nos serviços que são essenciais e dos quais não se pode descartar. E eu não posso dizer que não quero contribuir para a existência desses serviços só porque não os utilizo ou que não quero pagar as SCUT porque vivo ou não vivo no interior. São deveres de solidariedade a que nos temos de obrigar. Temos de pensar como um todo, uma nação, e não deixar que o nosso egoísmo nos torne imunes aos problemas dos outros. A solidariedade não pode ser só uma palavra de circunstância mas sim algo que faça parte integrante da nossa realidade e da nossa existência.

Quando Pensar Grande é Pensar pequeno


A candidatura de Manuel Alegre vai constituir um movimento cívico. A decisão foi tomada este sábado à tarde, numa reunião da comissão politica que acompanhou alegre na corrida às presidenciais.
A comissão politica que apoiou Alegre na corrida a Belém, não teve dúvidas de que é preciso aproveitar mais de um milhão de votos depositados em Alegre no último domingo.
Manuel Alegre diz que o movimento de cidadãos nada vai ter a ver com os partidos, nem sequer lhe parece que o movimento seja incompatível com os lugares políticos que ainda tem. Alegre garante que ainda não decidiu o que fazer com os cargos de deputado e vice-presidente da Assembleia da República.
In”TVI”


Nada tenho contra movimentos cívicos. Antes pelo contrario, eu próprio estou há já algum tempo, a trabalhar na formação de um, direccionado para a resolução dos problemas de Algés. Acredito que são as pessoas que têm de se juntar, lutar e colaborar na resolução dos problemas que os afectam. Acredito que a democracia participativa é muito mais que o direito de ir colocar um voto numa urna de quatro em quatro anos. É o direito de cada um de nós poder exprimir e defender as posições que acha mais correctas em todos os assuntos que influenciam as suas vidas. É ter o direito a uma palavra activa.
Assumo aqui que votei Manuel Alegre nas últimas presidenciais. Os motivos porque o fiz não são agora importantes, mas sim as consequências que daí querem tirar. O movimento cívico agora formado corre o perigo de se tornar num enorme bluff. A ideia de “que fazer com o milhão de votos no Manuel Alegre”, parece-me falsa. Esse foi o número de pessoas que votou nele na escolha do Presidente da Republica. Uns porque concordavam com o que ele dizia, outros porque lhes parecia o mal menor, outros ainda só para “chatear” o Sócrates ou o Soares e ainda outros por ser a alternativa mais viável para derrotar Cavaco Silva. Razões há muitas e cada um tem a sua.
Que pode este movimento fazer? Não poderão falar em nome de um milhão de pessoas porque não foi para isso que os cidadãos votaram. Aparecerem um grupo de pessoas a levantar um ou outro problema a quem os políticos acabam por nada ligar. Que ligação conseguirão eles ter com uma base de apoio popular que realmente os apoiem. E, se a tiverem como o podem demonstrar ao poder que contestarem. São muitas questões que podem acabar por realmente desperdiçar esse milhão de votos.
O que me parecia mais correcto era direccionar esta “força” para a criação não de um, mas de centenas de pequenos movimentos cívicos locais, ao nível de freguesia. Depois tentar integrar estes pequenos movimentos em federações concelhias e depois distritais e finalmente numa nacional. É de baixo que se tem de começar a construir. Não se pode construir uma cúpula se não existir uma base que a sustente. O lema da tal Associação de amigos de Algés, em que estou empenhado na criação é “Se não posso mudar o mundo posso pelo menos mudar a minha rua”. O caminho parece-me ser o de começar a pensar pequeno, resolver aquilo que está ao nosso alcance. Motivar as pessoas com pequenas vitórias e aproveitando a inércia por elas criada alargar os horizontes para novas lutas.

sábado, janeiro 28, 2006

Já chega de Burrocracia


O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou esta sexta-feira, no debate mensal na Assembleia da República, a criação do «Programa de simplificação administrativa e legislativa», cujo objectivo é diminuir a burocracia para facilitar a vida dos cidadãos e das empresas.
O programa, a apresentar já no próximo mês de Março, «identificará centenas de medidas de eliminação, simplificação e desmaterialização de actos e procedimentos administrativos», que serão executadas ainda durante 2006, revelou o chefe do Governo.
Elas eliminam milhões de actos obrigatórios e poupam muitos milhões de euros», frisou Sócrates, explicando que só as medidas respeitantes a livros, escrituras e publicações vão permitir que as empresas poupem anualmente «mais de 125 milhões de euros em custos directos e indirectos».

In “Jornal Digital”


São sem dúvidas boas notícias para quase todos. Há sempre alguém que sai prejudicado, neste caso os notários, mas o bem geral tem de se sobrepor ao bem individual. Na verdade muita da culpa também residia nos próprios notários, que aproveitando-se da necessidade e falta de alternativa de quem recorria aos seus serviços, abusavam da sua paciência com demoras infindáveis e preços absurdos. (Recentemente paguei 20€ por um simples reconhecimento de assinatura que demorou menos de 5 minutos a fazer).
Haverá certamente umas medidas mais úteis que outras, mas o que é importante é que assim se vai poder poupar tempo e dinheiro a todos. Gostaria no entanto de salientar aquela que seria, para o cidadão, a melhor medida que poderiam tomar.
Não faz qualquer sentido que quando nos dirigimos a um qualquer serviço do estado para tratar de um qualquer assunto nos vejamos confrontados com a necessidade de apresentação de uma série de documentos que temos de ir pacientemente buscar a uma série de serviços. Se, todas essas repartições a que temos de nos dirigir para juntar toda a papelada necessária pertencem ao estado e vivendo nós como vivemos na era do computador e das redes de banda larga que tudo ligam porque não podem os dados necessários ser consultados na hora por quem nos está a atender. Se vou a uma conservatória posso ser confrontado com a necessidade de trazer uma certidão da câmara municipal, das finanças, da segurança social, mais uma de nascimento, outra de óbito, e sei lá o que mais. Isto representa a visita a diversos serviços espalhados pelo país, a perda de horas e horas em filas intermináveis para voltar mais tarde para recolher os necessários papeis. É tempo dinheiro e muita paciência que se vai perdendo. Bastava que o funcionário que nos atende consultasse as diversas bases de dados, retirasse a informação necessária e logo aí resolvesse o problema apresentado.
Espero sinceramente que seja desta que se acabe ou pelo menos se atenue a infindável burocracia que tanto nos irrita e prejudica. Se este governo conseguisse fazer isto já seria uma obra para lhe agradecermos. Há muitos anos que todos prometem que o vão fazer, apresentam comissões e mais comissões, mas até hoje sem qualquer resultado prático. A ver vamos se estes finalmente o cumprem. Já não é sem tempo.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

O Fado Português. Anda Pacheco!


Podemos estar todos enganados! Podemo-nos encontrar com uma situação política, daqui a um ou dois anos, que torne muito complicada a coabitação! Não excluo essa hipótese.

Estou convencido que Cavaco Silva terá aí um papel moderador, no sentido de tentar, dentro do âmbito das suas funções presidenciais, impedir que se cometam muitos erros em projectos que, de alguma maneira, ele recebe já decididos, mas que em bom rigor ainda não sabemos como vão evoluir.
...
Espero que impeça o nepotismo, a utilização do Estado pelos partidos políticos. Nomeações de pessoas pelo cartão.

Nós sabemos que os governos, todos, são um local de muitas pressões, muitos lobbies, muitos grupos de interesse. O Presidente Cavaco Silva tem de estar muito atento à possibilidade do Estado ser usado para interesses privados.
Pacheco Pereira in"Diário de Noticias"
Realmente podemos estar todos enganados. O que gostaria de ver explicado é quais poderão ser essas situações políticas que tornem muito complicado a coabitação. Se não exclui essa hipótese saberá provavelmente o que terá de acontecer ou que situações concretas terão de surgir para que isso aconteça. Isso é que eu gostaria de ver explicado.
Tenho também muitas dúvidas sobre o que quer dizer com isso de “dentro do âmbito das suas funções presidenciais, impedir que se cometam muitos erros em projectos”. Não me parece que tais funções estejam dentro das competências presidenciais, a não ser que as tais “situações politicas” a que se referia, sejam a não-aceitação por parte do PM da intromissão do PR na área governativa.
Quanto às pressões, lobbies e grupos de interesse estamos de acordo. Realmente se nós sabemos pelo que vimos ou ouvimos dizer com muito mais razões sabe o Sr. Silva que por lá andou dez anos. Ainda nos lembramos, bem dos seus governos e dos lobbies e grupos de interesses da altura. Os apoios à sua campanha presidencial foram uma boa forma de o recordarmos. Afinal o Sr. Silva é um economista e sabe bem os significados de dívida e de crédito. Também não nos esquecemos quão importante e valioso era, nessa altura, ter um cartão laranja. Bom, era que cartões Rosas ou laranjas não valessem mais do que aquilo que realmente valem, ou seja nada. O pior é que, se estamos numa época em que até já o valor do dinheiro é virtual. Assim sendo tudo também o pode ser.

Quem tem Função Pública tem Cadilhes


Miguel Cadilhe considera necessária a saída de pelo menos 200 mil funcionários públicos através da rescisão amigável. No «Contas de Cabeça» da TSF, o ex-ministro defendeu também a venda de ouro para subsidiar a reforma da Administração Pública.

Nunca entendi muito bem isto da economia. Parece-me sempre que a bota não bate com a perdigota. Somos um país com meio milhão de desempregados e com a segurança social quase a atingir o ponto de ruptura. A proposta apresentada iria tornar 200 mil contribuintes líquidos para a Segurança social em desempregados com a respectiva redução nas receitas e aumento das despesas. O estado gastava agora milhões para se livrar de funcionários, poupava depois em ordenados para no fim perder, outra vez, em receitas fiscais. Pior, iríamos, assim, aumentar para 700 mil o número dos nossos desempregados. Gastava-se as nossas reservas em ouro para criar mais desemprego e mais miséria em Portugal.
Também a ideia da existência de 200 mil funcionários públicos a mais não sei se está assim tão correcta. Não se trata aqui simplesmente daquela senhora que está ali atrás de um balcão ou de uma secretária, A grande maioria do chamado funcionalismo público são professores, médicos e forças de segurança, áreas onde até se diz existir falta de pessoal. A única forma que eu vejo para explicar estas afirmações passa pela ideia de privatizar o ensino, a saúde e fomentar a criação de mais empresas de segurança. Matava-se assim dois coelhos com uma só cajadada. Dava-se mais negócios para o privado e fazia-se mais um atentado contra, a já debilitada, segurança social pública.
Posso não entender nada de economia, mas a forma como tenho visto os especialista actuar e os resultados e objectivos que têm obtido faz-me parecer que também eles, os economistas, não sabem muito bem o que têm andado a fazer.

Luta de Galarós


O presidente do PSD, Luís Marques Mendes, mantém que o congresso deverá realizar-se a 17 e 18 de Março e é isso mesmo que irá propor ao Conselho Nacional do próximo sábado. Perante as críticas ontem conhecidas de Luís Filipe Menezes e de militantes próximos de António Borges, a direcção do PSD contra-ataca e Eduardo Azevedo Soares, em declarações ao DN, insurge-se contra o que designa de "profissionais do falar".
O primeiro vice-presidente laranja defende a oportunidade do congresso e lança a questão "A quanto tempo de distância da tomada de posse do Presidente da República [9 de Março] é que esses senhores consideravam razoável a realização de um congresso?". Para o braço-direito de Marques Mendes, o grave era "se fosse no dia da tomada de posse, até porque a cerimónia é no Parlamento...
"Recorde-se que ontem Menezes havia dito que a marcação do conclave para uma data próxima da tomada de posse de Cavaco Silva como Presidente da República era como que "surfar em vitórias alheias".
In “Diário de Noticias”

Já começou. O “Gand’a Nóia” esbraceja para não ir borda fora e os “galifões” já atacam. Agora só falta ver qual o papel que a “Múmia de Boliqueime” vai ter nesta luta pelo poleiro laranja. Também no CDS já se sente um certo fervilhar. Basta ouvir as afirmações de Lopo Xavier no último “Quadratura do Circulo”. Resta saber quando vai saltar a tampa.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Em nome de um pragmatismo diferente


Millennium BCP lucra 753 milhões. O BCP bateu as previsões mais optimistas. Os resultados do maior banco privado português foram os melhores de sempre e representam um crescimento de 24,2%.

Valor acrescentado no domínio social: despedir o máximo para aumentar mais os lucros.

O desenvolvimento propagandeado por um marketing político vigente negligencia a reorganização do mundo social e privilegia uma estratégia de sucesso assente no lucro, na glorificação do mercado e na desvalorização do papel do estado.
A relação entre o mercado e as condições sociais de existência é hoje encarada como um exercício estéril – o direito de existir é subjugado pela assimetria de distribuição, apresentada como um dado adquirido, da riqueza criada com base naquilo que colectivamente todos produzem.
Crescimento económico compatibilizado com redução de desigualdades é algo que está fora do horizonte da prática política vigente.

A isto a geração de políticos no poder chama pragmatismo.

É necessário centrar a acção política em critérios de desenvolvimento económico que não se regulam por si, mas valorizam a indispensabilidade da regulação do estado, como condição para o desenvolvimento de mercados e de critérios de eficiência social, com melhores serviços públicos e mecanismos de distribuição de riqueza.
Negligenciar a componente de pertença colectiva inerente ao estado não garante a autonomia individual de cada um de nós na sociedade e conduz-nos a um horizonte societário em que a economia é a legitimação do roubo e a sociedade a selva.

A prática política, dita pragmática, tem-nos afastado desta trajectória.

Cumpre-nos reorganizar a nossa prática política em escolhas de desenvolvimento que se radiquem na reorganização do mundo social reorganizando assim o mundo económico.
É preciso combater a ideia de glorificação do mercado da propaganda mediática e da agenda política corrente, que considera a ideologia como uma relíquia que já não se aplica.
É preciso que o pragmatismo seja algo de diferente e se constitua como uma ferramenta ao serviço do desenvolvimento e não se esgote num objectivo de acção política que legitima a desigualdade e a organização social selvagem.

Texto de B.Matos Imagem: www.geocities.com/ autonomiabvr/princpl.html

Grande "Gand'a nóia"


Nunca fui um grande fã do “Gand’a nóia” do Marques Mendes. Foi e será sempre um número 2. Se hoje ocupa o lugar que ocupa isso só se deve ao descalabro provocado por Santana Lopes. A falta de alternativas existentes na altura e a recusa dos “galifões” em aceitar 3 anos de travessia do deserto na oposição, possibilitaram-lhe a vitória no congresso. Desde logo considerado um líder a prazo, sabe que as suas hipóteses de chegar até uma eleições legislativas são mínimas. Com a eleição do Sr. Silva para a presidência, o reinado do “pequeno PSD” parecia ter o fim anunciado. Os “galifões” do António Borges e da Manuela Ferreira Leite já deviam estar a delinear a tomada de poder. Não para já, que não era conveniente a queda deste governo antes de ele ter de tomar mais umas quantas “medidas impopulares. Dar algum tempo ao Sr. Silva para encontrar justificações para o derrube deste governo e convocação de eleições. O timing é importante para não se chegar ao poder nem cedo nem tarde de mais.
Prevendo isso o Mendes deu um golpe de asa. Eleições no PSD já. Pode assim aproveitar o crédito da vitória em duas eleições, autárquicas e presidenciais, e dificultar aos seus adversários a possibilidade de gerirem o tempo certo para desferir o golpe. É bem jogado.
Quem acaba por se ficar a rir com tudo isto acaba por ser o “cínico” do Sócrates que assim vê garantida a sua manutenção como PM por mais algum tempo.

E agora?


Hamas reclama triunfo, Fatah admite derrota
O Hamas reclamou a vitória nas eleições legislativas palestinas, considerando que terá conquistado mais de 70 dos 132 lugares do Conselho Legislativo. Fontes da Fatah, de Mahmud Abbas, já admitiram a derrota.

Primeiro em nome da liberdade e dos direitos humanos e actualmente da globalização, há muito que o ocidente, liderado pelos EUA tenta disseminar o seu modelo de democracia por todo o mundo. Convencidos de que não há povo neste mundo que não deseje a liberdade de beber uma Coca-Cola enquanto come um hambúrguer num qualquer Mcdonald aplicam o modelo ocidental sem olhar à cultura e tradições locais. Esquecem-se, no entanto, que nem sempre as populações desejam o mesmo que eles, e assim vê-se o ocidente confrontado com resultados eleitorais que são o posto dos seus desejos. Aconteceu assim na Argélia quando os fundamentalistas islâmicos ganharam as eleições, deixando o ocidente à beira de um ataque de nervos. Estalou o verniz e anularam-se as votações dizendo que assim não valia. Aconteceu agora na Palestina e desta forma ganhou o ocidente mais uma bota para descalçar. É o que dá confiar no ovo no cu da galinha. Esqueceram-se que um povo tão martirizado, em que não deve existir ninguém que não tenha tido familiares mortos em bombardeamentos e ataques israelitas, poderia votar no olho por olho dente por dente. Legitimamente eleito para o governo está agora uma organização que defende a luta armada contra Israel. Lá se vai o processo de paz e incendiou-se um novo rastilho no médio oriente com implicações ainda difíceis de definir. Só o aumento do preço de petróleo e mais uns milhares de mortos são garantidos.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

CRISE? Qual CRISE...


Millennium BCP lucra 753 milhões
O BCP bateu as previsões mais optimistas. Os resultados do maior banco privado português foram os melhores de sempre e representam um crescimento de 24,2%.

Nem vala a pena dizer quase nada. São estes senhores que pagam impostos (IRC) mais baixos que a maioria das empresas que vivem com a corda no pescoço. Mesmo com estes lucros fabulosos já anunciam mais uma nova redução de pessoal ou seja mais despedimentos para este ano. São senhores como estes que vão para as televisões agitar o fantasma da crise e defender o fim dos direitos de quem trabalha. É a lei do dinheiro, do lucro e do desrespeito pela dignidade humana. Vivemos num pais em crise, mas só para alguns. Para outros a crise só representa mais lucros e por isso tudo fazem para que ela nunca chegue ao fim. Vivi toda a minha vida num país em crise e assim continuará a ser enquanto for esta gente, com o peso do seu dinheiro, a impor as regras e a “comprar” favores a quem nos deveria representar a todos. São uns cada vez mais ricos à custa de uma maioria cada vez mais pobre.

Hitlerzinhos de merda

A CIA pode ter contratado elementos ou organizações para raptar e transportar pessoas para países europeus. Existem provas de que «indivíduos foram raptados, privados da liberdade, e transportados para diferentes locais para depois serem enviados para países onde sofreram tratamentos degradantes e tortura».
in "TVI"
Uma revisão nas regras militares norte-americanas irá permitir ao exército, com a devida autorização do Presidente dos EUA, George W. Bush, a aplicação da pena de morte em bases militares. A regulamentação abrangerá a base de Guantanamo, em Cuba.
Os novos procedimentos que entram em vigor no próximo dia 17 de Fevereiro, tornam possível a pena de morte pelos tribunais de excepção instalados na base norte-americana de Guantanamo, se os prisioneiros aí forem condenados à morte.
In “Correio da manhã”

Escutas sem autorização, prisões secretas, tortura e agora morte. A tudo os EUA, paladinos da liberdade e dos direitos humanos, liderados pelo imbecil do George W. Bush, se acham no direito de fazer. Indiferentes ao direito internacional e a todas as convenções que assinaram, invadem, bombardeiam e assassinam impunemente. Senhores do mundo, sem respeito por nada nem ninguém. Animais, carniceiros sem escrúpulos, moralistas de merda sempre com a bíblia numa mão e a morte na outra. Puta que os pariu.

Telhados de vidro


A chuva de criticas sobre a atitude tomada pelo PM Sócrates ao falar ao mesmo tempo que o Candidato Manuel Alegre na noite das eleições é totalmente justificada. É inaceitável que, a ser verdadeira a justificação dada, não tenha havido pelo menos o cuidado de verificar se a sua declaração não ia colidir com uma qualquer outra.
Como disse, é inaceitável. E um pedido formal de desculpas, obrigatório. Mas, bem pior é o critério jornalístico assumido pelas televisões. O que estava em causa nesse dia era a eleição de um Presidente da República. Cada um dos candidatos deveria ter sempre primazia sobre qualquer outra declaração que fosse proferida fosse por quem fosse. Numa televisão civilizada, Manuel Alegre, teria terminado a sua declaração sem qualquer interrupção. Quem deveria ter ficado a falar para o boneco era o Secretário-geral do PS. Esse foi o grande erro, e ainda mais ridículas se tornam as críticas feitas pelas próprias televisões à atitude de José Sócrates. Primeiro deviam fazer uma auto-crítica e reconhecer a sua falta de cultura jornalística, profissionalismo, isenção, bom senso, e só depois criticar. Assim acabam por só mostrar incompetência.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Votos, multas e marionetas


Para aqueles mais atentos ao que se passa em Portugal há pormenores que definem a honestidade de quem pratica certos actos. Quando da campanha autárquica no concelho de Oeiras, para além das já usuais inaugurações de ultima hora, foi notório o desaparecimento, nos dois meses anteriores à eleição, dos “fiscais” da Parques Tejo (Aqueles que passam multas, bloqueiam e rebocam os carros de quem estaciona em locais onde se podia parar de graça e agora se paga não se sabendo bem porquê). Apareceram logo, como por magia, no dia seguinte apanhando todos aqueles que não associaram os votos às multas. O mesmo se passa agora mas com as eleições presidenciais. Quem viu ou ouviu o PSD e o CDS criticar o governo durante a campanha eleitoral? Nada, até parecia que a oposição tinha ido de férias. Não apareciam na campanha, nos jornais, na televisão, em lado nenhum. Pelo contrario, os seus comentadores televisivos (leia-se papagaios alaranjados) esforçaram-se por nos fazer crer que tudo estava bem e que com uns pequenos retoques do, então ainda futuro PR, e nossa mal amado “ Múmia de Boliqueime” a perfeição estava mesmo ali ao lado. Mas, mal acabaram as eleições, e perante algumas boas notícias económicas, nomeadamente na área da instalação de novas empresas e nas cobranças fiscais, ai estão eles a levantar um problema parvo. A venda de armas à ETA. A ser verdade que tal aconteceu em Portugal, certamente não foi o governo quem as vendeu nem deu ordem para isso. A ter acontecido só pode ter sido um acto de banditismo como é o contrabando de tabaco ou de droga. Gente patética esta que, subservientemente, aceita fazer estes papeis menores no triste palco da politica portuguesa.

Porrada na justiça ou justiça da porrada


Agressores de Assis em Felgueiras vão a julgamento
Francisco Assis foi um dos raros dirigentes do partido que então criticou duramente a fuga à justiça por parte da autarca, o que lhe valeu a animosidade dos apoiantes de Fátima Felgueiras. Apesar de fortemente ameaçado, o presidente da distrital decidiu então deslocar-se a Felgueiras para analisar a situação com os militantes locais. O encontro que deveria ter decorrido na noite de 16 de Maio de 2003, ou seja dez dias após a fuga de Fátima Felgueiras, mas Assis acabou não só por ser impedido de entrar na sede do PS, como se viu também no centro dum tumulto popular, no decurso do qual foi agredido, ameaçado e injuriado.
Apesar de dar como assente que foram várias dezenas as pessoas envolvidas nos actos de violência ocorridos naquela noite, e de muitas delas terem sido até constituídas arguidas durante o inquérito judicial, o Ministério Público (MP) acabou por acusar apenas quatro indivíduos, um alfaiate, um sapateiro, um empregado de balcão e um vigilante.
In”Publico” 24.01.06

Foi preciso esperar mais de 2 anos e meio para ser decidido acusar formalmente aqueles para quem a democracia se resolve a murro e pontapé. Não é possível garantir a legalidade e a liberdade se a justiça em Portugal demora eternidades a julgar aqueles que, com os seus actos põem em causa a os direitos dos outros. Francisco Assis não pactuou com os actos ilícitos praticados naquele concelho e por isso foi agredido. Aqueles que praticaram tais actos deveriam ter sido detidos, acusados e julgados com a maior brevidade possível. Ainda agora a procissão vai no adro e a ver vamos se não há mais um milagre da “Santa Fátima” e se os agressores não passam a ofendidos. E dai se calhar, desta vez, não haverá milagre se olharmos para quem foram os quatro “escolhidos” para assumir a culpa de muitos outros. Muito mal vai a justiça no meu país.

So ares e ventos de mudança


Folhear a imprensa local às vezes pode ser gratificante. Principalmente se é antecedente à eleição presidencial deste nosso portugalezinho meio alaranjado ( faz lembrar a Meia-Laranja, até é familiar, fica bem), meio descontente da outra metade estar podre. Mas o que encontrei eu na imprensa regional? O relato de uma arruada feita mesmo aqui no Mercado Municipal Algés por Mário Soares, cujo optimismo era ipsis verbis o que Mourinho vende no anúncio do BPI - «"se não fosse para ganhar eu não estaria aqui"». Aspas de aspas, Soares usa as palavras de Mourinho para mostrar confiança aos populares. Propaganda política sobre propaganda bancária, sobre propaganda pessoal, e muito optimismo à Soares. Este optimismo gaiato mas não de todo inocente, que soou ridículo aos ouvidos do publicuzinho ensinado a rir dos idosos, valeu-lhe uma derrota two in one a favor de Cavaco e de Manuel Alegre. Mas não foi só isso. O Soares das meias tintas tornou-se uma imagem gasta. Soares já não é o presidente de todos os portugueses. É um Soares demasiado de esquerda para agradar aos direitistas; um Soares com um passado demasiado triste para a esquerda , e contaminado pelo apoio público de um governo impopular. Além disso a esquerda tinha muito mais em quem votar. Soares não podia desta vez agradar a gregos e a troianos, por isso teve e a votação que teve. Só os fiéis ao soarismo o acompanharam na sua loucura fixe. E mesmo esses a sós nas urnas devem ter feito outras escolhas. Muitos votaram Manuel Alegre deliberadamente para que não fosse Soares a ir a uma segunda volta, outros se calhar votaram mesmo no Cavaco. Por isso Manuel Alegre teve a votação que teve e também por se apresentar sem apoio partidário. A sua maior falha foi não se ter apresentado como candidato mais cedo, para deixar o PS de Sócrates ainda mais comprometido se insistisse em arranjar outro candidato como fez. De Manuel Alegre guardemos a ideia da aposta numa cidadania mais empenhada em defender os seus direitos, a convicção numa política mais social. De Mário Soares conservemos a memória de que manteve a vitalidade até ao fim da sua campanha, que só o rejuvenesceu, e do debate que teve com Cavaco Silva no qual nua e cruamente procurou lembrar aos portugueses quem realmente é Cavaco Silva. Foi um candidato necessário. Ousou erguer a voz contra Cavaco Silva e contra o cavaquismo e não lhas popou. Além disso recolheu votos que sem ele provavelmente teriam ido parar a Cavaco Silva. Por isso lhe perdoamos as suas falhas, mas só as de memória, não as de outros tempos quando negociava acordos com a CEE mais o "mon ami Miterand". Damo-nos por felizes por termos tido outras escolhas. Se bem que antes queria engolir outro sapo destes do que ter que mamar com a múmia de Boliqueime à frente dos destinos de Portugal. Soares também não queria a múmia e isso marca um ponto a seu favor. Ficamos à espera que Soares possa continuar a dizer a frase de Mourinho, mas noutras circunstâncias. E que desta vez a use relativamente a ganhar juízo.

As regras do jogo


IVA pode subir nas pontes sobre o Tejo

Ecofin considera que o imposto de 5% nas portagens é ilegal

Só quero fazer aqui uma pergunta. Mas afinal que raio é que a EU tem a ver com o IVA que é cobrado em Portugal? Quando houve o aumento de 17 para 19% e depois para 21% não ouvi ninguém criar problemas. Porque razão vem a EU meter-se na política fiscal de um país e permite por outro lado que sejam cobradas taxas como por exemplo acontece com a importação de automóveis. Vivemos num mercado aberto, numa globalização europeia com regras definidas, mas que permite, sempre que lhe dá jeito, excepções a essas mesmas regras. Legaliza-se o vinho a martelo e proíbe-se o uso de galheteiros em restaurantes. Protege-se a livre concorrência, mas não se delimitam barreiras mínimas para direitos laborais. Permite-se aos governos que resolvam os seus problemas financeiros com aumentos constantes de impostos, mas só se levantam problemas quando esses mesmos governos dão um qualquer benefício fiscal aos seus cidadãos. Estamos a criar uma Europa económica e mercantilista esquecendo completamente o equilíbrio social. Queremos criar um uno, mas onde seja cada um por si. Pertencemos todos à mesma equipa mas não passamos a bola a ninguém. Assim não há equipa que ganhe, não há Europa que resista.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Mais uma de Luis Delgado


Razões para a vitória segundo Luís Delgado
1. Os portugueses queriam resolver as eleições à primeira volta, e isso acontecia desde Setembro/Outubro, quando se definiu o quadro das candidaturas. Com isso acabou-se o ciclo infernal de três eleições em menos de um ano.
2. Os portugueses, face à crise e às dificuldades, queriam um Presidente activo, conhecedor, competente e experiente, que ajudasse o país a andar para a frente. Essa decisão estava tomada há muitos meses.
3. Os portugueses estão fartos de crises, e queriam em Belém um factor de esperança e confiança, que trabalhasse com o Governo, este ou outro, para pôr o país a funcionar. Essa opção estava assimilada deste Setembro, e foi-se consolidando com o agravamento da situação económica interna.
4. Os portugueses estavam fartos da politiquice, e nesse sentido favoreceram quem nunca entrou no jogo dos ataques directos e pessoais, como foi o caso de Cavaco e Alegre.
5. Os portugueses refizeram na sua cabeça a história de Cavaco como PM, e reconheceram em foram os melhores dez anos de Portugal desde o 25 de Abril. Isso era certo há muito tempo.
Por tudo isto, e muito mais, Cavaco Silva foi eleito à primeira volta, por merecimento próprio e incontestado. Agora é vida nova.
in "Diário Digital 23.01.06"

Para Luis Delgado já tinha ganho em Setembro. Mas, se reparararmos a maioria dos Portugueses que foram votar não escolheram o Cavaco. Basta juntar os votos brancos (votos de protesto) para isso ser uma realidade. Foi uma vitória que se foi consolidando tanto que passou dos 62% para os 50%.
Se ele soubesse ler, aconselhava-o a dar uma vista de olhos à constituição, documento que Cavaco tem de prometer cumprir. O presidente não trabalha com o governo e não lhe cabe a ele pôr o país a funcionar. Essa é tarefa para aqueles a quem os portugueses deram, também em eleições, essa responsabilidade.
Não foram os portugueses que refizeram na sua cabeça a história de Cavaco como PM, mas sim a comunicação social que o andou a fazer durante vários anos. O “limpar” da imagem do cavaco era algo que se percebia claramente. Se assim não fosse o Guterres nunca teria ganho as eleições quando as pessoas resolveram acabar com o cavaquismo que estava a destruir Portugal. O que Cavaco Silva fez foi aproveitar uma conjuntura económica favorável e o dinheiro recebido em grande quantidade da União Europeia para esbanjar tudo em betão e alcatrão. Será que alguém pode indicar quais os investimentos em sectores produtivos que tenham servido para enriquecer o país? Será que ainda alguém se lembra do estado da economia quando o grande professor “fugiu”. Muitas vezes a história não é aquilo que realmente aconteceu, mas sim aquilo que alguns resolveram fazer dela quando a reescreveram.
Cavaco Silva foi eleito à primeira volta numa campanha que levou anos a preparar. Cavaco Silva foi eleito à primeira volta porque beneficiou da pouca memória dos portugueses que não conseguiram distinguir entre a realidade e a imagem que lhes foi vendida. Afinal ainda temos bons publicitários em Portugal.
Cavaco não é um homem tão sério como nos andaram a vender e é capaz de pisar tudo e todos para atingir os seus objectivos. Para aparecer como o bom da fita não se coibiu de atacar o líder do seu próprio partido. Para ser eleito não teve qualquer pejo em mentir nem em dizer que ia fazer o que não tem poderes para fazer e mostrar ser aquilo que não é.

Vem ai mau tempo


Hoje, mais calmo embora ainda desiludido com este povo capaz de eleger o Cavaco. Oiço todos dizer que não vai criar problemas a este governo e se vai manter quietinho no seu buraco. Talvez eu seja um pessimista ao não acreditar nisso. Posso estar enganado, mas, algumas das caras felizes da noite passada, serão as primeiras vítimas.
O “pequeno” líder do PSD pode já começar a procurar uma nova casa. O seu tempo como líder da oposição e do partido está a chegar ao fim. A ala mais neo-liberal vai abrir as hostilidades e assumir o poder. O CDS será transformado num partido marginal, sem expressão eleitoral, com uma grande franja dos seus apoiantes a integrar a frente de direita que se aproxima. É uma depressão muito cavada e que trará muito mau tempo a este país.
Quero aqui deixar o meu compromisso de nunca desistir. Tentarei vigiar de perto o “D. Sebastião que veio do nevoeiro londrino” e a “Dama de ferro portuguesa”. Aqui seguirei atentamente cada acto que a “múmia de Boliqueime “ fizer. Não deixarei de berrar a sempre que o ache necessário. Ele pode ser o presidente de 9.999.999 portugueses, mas nunca será o meu. E, se me preocupo e não desisto é porque Portugal é o meu país, terra de que gosto e onde quero ver crescer os meus filhos. Não desistirei nunca e sei que não estarei sozinho neste caminho.

domingo, janeiro 22, 2006

Estou triste, muito triste


Cheguei agora a casa., cansado, triste e desiludido com este Portugal que deu a vitória a um Aníbal. Estou a ouvi-lo dizer que quer ser o Presidente de todos os portugueses. Mas eu não quero que ele seja o meu presidente e nunca o considerarei como tal. Nunca serás presidente de todos os portugueses porque nunca será o meu. Recuso-me a dizer que ele é o meu Presidente. Vou ser uma chaga que nunca lhe dará paz.
Basta olhar para aquela populaça que já trocou as bandeiras de Portugal dos comícios da campanha pelas velhas bandeiras do PSD e do CDS. Ora cá está o “gand’a noia” a falar na TV. Na rádio fala o “terrorista” do Ribeiro e Castro. Já saíram debaixo da pedra onde andaram escondidos durante toda a campanha.
Como disse estou triste. Estou envergonhado pelo presidente que elegeram para o meu país. Grande merda.

NÃO TE ATRASES. VAI VOTAR

Ás 16.30 horas a votação na freguesia de Algés vai nos 54%. Está melhor do que quando das autarquicas em que abstenção foi na ordem dos 47%. Só espero que isto represente uma mobilização para derrotar o "bicho".
Quem sabe se hoje não vai ser dia de festa para quem quer um Portugal mais justo e fraterno.
Se ainda não votas-te vence a inércia.
Todos os votos são importantes.
VOTA

VAMOS TODOS VOTAR

Hoje é dia de eleições. Como tem acontecido aqui estou eu a cumprir o meu dever civico de fazer parte das mesas eleitorais. O tempo está triste assim como a participação da população. Até às nove horas menos de 1% de votantes. Esperemos que a abstenção não seja muito grande e que todos os que não queiram o "animal" como presidente cumpram o seu direito de lhe dizer não. Já falta pouco, mesmo muito pouco.
O teu voto é essencial.
Vota para derrotar o "Animal"

sábado, janeiro 21, 2006

Sic com novo programa humoristico

Paulo Portas vai ter programa em Fevereiro na SIC.

Cavaco. Não obrigado


Domingo vá votar. Tem cinco candidatos para escolher. Um voto pode ser suficiente para derrotar o Cavaco. Dos 62% já está na linha de água, já falta tão pouco. Cavaco Silva é um mentiroso, não diz o que pensa e não pensa o que diz. Esconde quem o apoia para cativar votos à esquerda. Canta a Grandola Vila Morena, é apelidado de "candidato do 25 de Abril". Cavaco é o candidato da direita, do PSD e do CDS. É o candidato do João Jardim, da Leonor Beleza, da Manuela Ferreira Leite, do António Borges, do Bagão Félix, dos Belmiros, Melos,........
Vamos todos votar num qualquer candidato da esquerda. Não fique em casa, mobilize os seus familiares, os seus amigos, os seus vizinhos, toda a gente. Ainda é possivel derrotra o Cavaco.

Também vais engolir um sapo?


Marcelo Rebelo de Sousa assumiu ontem numa entrevista que ia votar Cavaco dizendo:
“Podemos não gostar dele, podemos não querer ir de férias com ele, mas vou votar nele porque tem de ser. Que é que havemos de fazer?”
Realmente o que é que havemos de fazer consigo Sr. Professor. É você um “comentador” pago a peso de ouro em intervenções semanais à hora de maior audiência de um canal público para vir depois dizer desta atoardas. Se não gosta dele então não tem de ser. Se não gosta dele porque se dá ao trabalho de se deslocar para lhe ir oferecer o seu apoio. Se não gosta de nenhum, vote branco. Isto de se dar ao trabalho se vir defender o fatalismo de um mal menor é triste. Claro que todos nós sabemos que o que o Sr. queria era estar no lugar do Cavaco. O Sr. é o “Manuel Alegre” do PSD só com a diferença que não teve a coragem de se chegar à frente e afrontar os poderosos. Teve medo e vem agora defender o voto em quem não gosta. Eu também não ia de férias com o Cavaco e também não gosto dele. Por isso vou votar contra ele. O Sr. devia fazer o mesmo, ou pelo menos estar calado.
Mais pérolas do Professor

«A eleição deve ser numa só volta, vimos de um longo período eleitoral, estamos há um ano em campanha, para quê adiar para amanhã se pode ser hoje?».
Mais rápido ainda era tu dizeres quem era o melhor presidente e nomeava-se o gajo em Diário da Republica. Estava feito.


«Cavaco Silva é muito formalista, não vai chatear o Governo, fazer anti -poder, nem meter-se no seu partido».
Bem me parecia que tu ainda acreditas no Pai Natal e que os bebes vêm de Paris numa cegonha.

Cavaco diz que vai curar
Portugal.

“Se o Pediatra é o médico dos pés,

e o olhista cuida dos olhos,

o oculista nunca vai mexer no meu”.
“Mamonas assassinas”

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Até ao lavar dos cestos é vindima


Por mais força que a comunicação social faça, com especial destaque para as televisões, Cavaco não pára de cair nas sondagens. A sua derrota ainda é possível.
Vergonhosa é a forma como a cobertura da campanha tem sido feita pelas televisões. Não há dia nenhum em que não se veja a campanha do Cavaco ser noticiada com grandes parangonas e com o acompanhamento ao candidato a iniciar-se logo após o raiar do dia. Vemos todas as paragens que faz em todas as terrinhas por onde passa. Em cada uma delas ouvimos declarações do próprio ou de apoiantes seus. Isto para além de ouvirmos o jornalista falar sempre em milhares de pessoas e dizer o que o candidato disse para depois ouvirmos o candidato dizer exactamente a mesma coisa que o jornalista acabou de dizer. São os comícios em directo apanhando sempre o momento em que o candidato fala.
Dos outros candidatos vê-se uma paragem, fala-se de centenas ou dezenas de pessoas, ouve-se uma das declarações do candidato, muitas vezes sob a forma de resposta a uma pergunta do jornalista sobre um qualquer caso ou declaração de um qualquer outro candidato da esquerda. È sempre dado destaque a quem mostra não apoiar esse candidato e muitas vezes procurado alguém que diga que vai votar Cavaco. Há mesmo dias em que de alguns candidatos não é dada qualquer notícia. Uma vergonha.
O tom de voz dos jornalistas, a ênfase dado a cada caso ou declaração bem como a forma e o ângulo de como são recolhidas as imagens, tudo foi estudado e está a ser executado na perfeição.
Se, a toda esta manipulação mediática, juntarmos os “comentadores” escolhidos está o ramalhete completo.
As sondagens davam a Cavaco mais de 60% no início da campanha. Tem sido levado ao colo e mesmo assim, a três dias das eleições, a possibilidade de uma segunda volta é cada vez mais real. Falta pouco, muito pouco, para Cavaco não vencer. Por mais que esconda o PSD e o CDS não pára de cair. Vamos obrigar Cavaco a uma segunda volta e ai, todos unidos em volta de um único candidato da esquerda, derrotar o animal. Vamos acreditar que é possível e vamos todos votar no domingo. Eles já começaram a tremer. Eles vão cair.

ALERTA CONTRA O SAQUE DO CAPITALISMO NEO-LIBERAL



in "O Público" 2005/07/18
Trabalhadora compra fábrica de confecções por um euro
«A trabalhadora que em Novembro de 2004 assumiu o leme de uma empresa de confecções de Arcos de Valdevez na sequência do súbito "desaparecimento" dos patrões, acaba de comprar a fábrica por um euro. O anúncio foi hoje feito, em conferência de imprensa, pela referida trabalhadora, Conceição Pinhão, que acrescentou ter a escritura pública de compra da unidade fabril "Afonso - Produção de Vestuário" sido assinada na semana passada. A "Afonso" funciona há 16 anos na Zona Industrial de Paçô, em Arcos de Valdevez, em terrenos cedidos pela Câmara local a preços simbólicos, garantindo 90 postos de trabalho. "Finalmente, consegui adquirir das quotas da sociedade e agora vou continuar a desenvolver os contactos que já encetei para tentar encontrar um eventual interessado na compra da fábrica ou numa parceria para a sua gestão de forma a que a 'Afonso' continue por muitos e bons anos", referiu a gerente e trabalhadora. Conceição Pinhão assegura a gestão da fábrica desde 29 de Novembro de 2004, dia em que os patrões, dois empresários alemães, "desapareceram" depois de uma alegada tentativa frustrada de deslocalização. "Nesse dia, e já fora do horário laboral, eles tentaram retirar do interior da fábrica tecidos e máquinas, para levar tudo para a República Checa, o que só não conseguiram devido à pronta oposição dos trabalhadores", referiu Conceição Pinhão. Desde então, a trabalhadora, de 43 anos de idade, 24 dos quais passados a trabalhar na área das confecções, assumiu o papel de "mulher do leme" da empresa que, assim, e com a colaboração e empenho dos 90 trabalhadores, continua a laborar em pleno, assumindo novas encomendas e pagando os salários a tempo e horas. "Até agora nunca tivemos falta de encomendas", disse Conceição Pinhão. Os trabalhadores apenas têm em atraso o subsídio de Natal de 2004, que ainda não foi possível pagar por causa de uma dívida de 70 mil euros dos desaparecidos patrões, que também eram clientes da fábrica. A empresa tinha ainda uma dívida de cerca de 77 mil euros à Segurança Social, "que está a ser paga nos moldes estabelecidos num acordo entretanto alcançado". Em Novembro de 2004, "de um dia para o outro", e a exemplo do que vai acontecendo um pouco por todo o país, os patrões decidiram optar pela deslocalização para a República Checa, onde a mão-de-obra é substancialmente mais barata. "A ideia deles era levar tudo o que pudessem e deixar toda esta gente de mãos a abanar", sublinhou Conceição Pinhão. Por isso, e para evitar "uma qualquer surpresa desagradável", os trabalhadores revezaram-se, durante longos meses, em vigílias nocturnas nas instalações da empresa, uma medida entretanto substituída por uma vigilância "mais discreta", até porque junto ao portão de cargas e descargas continua uma "pedra enorme". Um pedregulho que finalmente vai ser retirado, porque agora já está "preto no branco" que a fábrica já não pertence aos alemães, mas sim a Conceição Pinhão. "Enquanto tivermos forças, vamos lutar pela sobrevivência da fábrica", assegurou a gerente-trabalhadora, lembrando que das 90 pessoas que ali trabalham dependem 270 bocas, muitas das quais ficariam "certamente em muitos maus lençóis" caso a empresa fechasse. Entretanto, e mesmo apesar de os seus ordenados serem, em média, de apenas 400 euros, cada um dos trabalhadores põe todas as semanas um euro de lado para uma aposta conjunta no "Euromilhões". "Pode ser que um dia a sorte nos bata à porta", suspira Conceição Pinhão.»
in (2006/01/18 Portugal Diário)

Eis uma notícia exemplar que merece o nosso sincero elogio. Mas também a nossa sincera indignação. Mostra que afinal empresas que são implantadas em Portugal e depois abandonadas pelos proprietários estrangeiros são afinal empresas viáveis. Portugal está a saque e não há uma lei comunitária que o impeça. Então esses senhores que abandonam o país deixando uma dívida ao Estado português não são apanhados? Mas então não há leis comunitárias, ou mesmo internacionais, que punam esses piratas do capital? Não há forma legal de coagir esses ladrões a pagar as dívidas que vão deixando atrás de si? Como é possível que as leis da livre concorrência permitam que esses pulhas vão fazer o mesmo na República Checa? É isto que é o Neo-liberalismo: a livre circulação de bandidos? E o Estado português? Não seria caso para premiar estes trabalhadores concedendo-lhes a isenção da dívida à Segurança Social que compraram ao adquirir a empresa? Infelizmente o Estado português apoia mais facilmente o investimento estrangeiro do que o investimento nacional. A não ser que sejam os negócios dos "amigos", claro.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

A Hiena e a sua matilha


Cavaco mantém-se acima dos 50% (51,1%). Cavaco caiu 3,5 pontos percentuais em relação à sondagem de há 15 dias (5 de Janeiro) e 6 pontos em relação à de há um mês (23 de Dezembro).
In Correio da manhã

Mesmo com a ajuda da comunicação social, nomeadamente da TV laranja Cavaco continua a cair. Sempre disse que quando ele tivesse de abrir a boca ia começar a perder. Mesmo fazendo tabu sobre a maioria dos assuntos, repetindo até à exaustão o discurso que lhe escreveram e “não comentando”, estala o verniz e os contornos do monstro aparecem. Ainda acredito que é possível derrotar o animal. Onde estão afinal os 60 ou 70% que nos quiseram impingir no início da campanha. O bicho peçonhento não pode ganhar. Faço aqui um pedido sentido a todos os candidatos da dita esquerda. Acabem com as questiúnculas e não estejam preocupados em tirar mais um outro voto a outro candidato. Que é que importa se o Jerónimo fica à frente ou atrás do Louça? É assim tão importante a guerra entre o Soares e o Alegre? Nada disso interessa agora (se é que alguma vez interessou). O importante é unir forças num derradeiro esforço para tirar aquele sorriso cínico daquela cara de hiena e da matilha que o acompanha. Já falta pouco. Vamos conseguir.

O que diz Cavaco Silva


«Atrevo-me a pedir: não descansem até domingo».
Está descansado, até lá, vou berrar contra ti até que a voz me doa.

No domingo «se decide o futuro para os próximos cinco, dez e quinze anos».
Quinze anos? Estará o candidato a pensar fazer três mandatos?

«A campanha ajudou a fazer separar as águas», reiterando que nunca esteve na campanha «contra ninguém».
São os bons e os maus. Mas enganas-te se pensas que é com falinhas mansas que nos fazes esquecer quem és. Eu estou contra ti e estarei até ao fim.

«Um presidente tem de ser de todos e eu serei de todos».
Não te quero para nada. Podes ficar com a minha parte.

«A responsabilidade está sobre os ombros dos portugueses, eu fiz aquilo que tinha de fazer, corri o país e expliquei o porquê da minha candidatura e como irei exercer a magistratura caso seja eleito»
Mentiroso! O que fizeste foi exactamente o contrário, foi não dizer nada e pedir que te passassem um cheque em branco. E, já chega de mandar todas as responsabilidades para cima de nós. Assumam também vocês a vossa.

Só por curiosidade


De acordo com o DN, os quase 53% que a Efanor, holding pessoal de Belmiro de Azevedo, possuía na Sonae SGPS valiam cerca de 1,7 mil milhões de euros, ou seja, quase 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Por seu lado, a fortuna bolsista da família José de Mello, concentrada em acções da Brisa e do Banco Comercial Português, estava avaliada em 1,63 mil milhões.
A família Teixeira Duares - detentora de posições na Teixeira Duarte, Cimpor e Banco Comercial Português - tinha uma fortuna estimada em 1,4 mil milhões de euros.
Por seu lado, a família Espírito Santo - detentora de um terço do Banco Espírito Santo - detinha um património avaliado em quase 1,3 milhões de euros.
A fortuna da holding da família Soares dos Santos, que controla a maioria do capital da Jerónimo Martins era de perto de 900 milhões de euros.
A nível individual destacam-se os nomes dos empresários Horácio Roque (accionista maioritário do Banif, com 435 milhões de euros), José Berardo (investidor de referência da Teixeira Duarte, Cimpor e BCP, com activos bolsistas avaliados em pouco menos de 400 milhões de euros) e João Pereira Coutinho (377 milhões de euros).
in "Diário Digital"
Nota: Nem quero imaginar o trabalho que devem ter a preencher a declaração de IRS.

Ainda não votei mas eles já se fazem ouvir


A Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco (SaeR) considera que a crise em Portugal tornou-se endémica, com a colectividade nacional desmobilizada e desorientada, em artigo publicado na edição de Dezembro do seu Relatório.

"A instabilidade tornou-se endémica", o que se exemplifica com a erosão da base eleitoral que sustentou a maioria absoluta obtida pelo PS nas eleições legislativas de Fevereiro de 2005.

Oito meses depois, prossegue a publicação da empresa que é gerida por Ernâni Lopes, as eleições autárquicas de Outubro mostraram que essa base de legitimidade eleitoral já foi relativamente afectada, "persistindo a legitimidade formal de base parlamentar que sustenta a continuidade da fórmula de governo".O texto, não assinado como é norma da publicação, acentua que a afectação da legitimidade eleitoral se traduz na mencionada legitimidade formal, mas sem que esta tenha associada "uma efectiva mobilização colectiva".

Desta forma, acrescenta, "a transferência das expectativas para a eleição presidencial aparece como paradoxal, na medida em que é uma transferência para um órgão de soberania que não governa".Além de paradoxal, esta transferência é ainda vista como "sintomática", uma vez que "a sociedade procura um eixo de referenciação, um elemento estável que tenha credibilidade como regulador e como orientador num sistema político que não se tem mostrado capaz de fixar a legitimidade e de estruturar a confiança no futuro".

In “Diário Económico”


O Cavaco ainda não ganhou, mas já lhe andam a estender a passadeira vermelha para acabar com este governo. Misturam-se eleições, baralha-se e ai está o cavaquismo no seu melhor.

Carta aberta a Luis Delgado


Amigo Luís Delgado!

Há já muito tempo que tinha deixado de ouvir ou ler as tuas opiniões. Desculpa lá mas já não tinha paciência. Um acaso fez com que no mesmo dia desse de caras com o artigo teu (a que me referirei mais abaixo) e ouvir-te a fazer comentários na TV Cavaco (aquela mais alaranjada).
Começo pelo fim, ou seja pelo comentário. Para ti, já ganhou. Nem valia a pena ir a votos. Já ganhou. Ouvir-te dizer isso deu-me mais ânimo e esperança para domingo. É que tu és pior que o saudoso “Zandinga”. Cada tiro cada melro, cada cavadela sua minhoca. Se calhar é azar, mas que me lembre, não acertas uma. Depois falaste do procurador para divagares sob a provável responsabilidade de um qualquer funcionário, propondo mesmo que, se necessário, se cortasse a cabeça ao Souto Moura. Pode-se cortar a cabeça, mas nunca deverá o Presidente substitui-lo. Isso é função do novo, e já eleito Cavaco Silva. Pára tudo. Para ti, não se decide nem se faz nada nos próximos dois meses. Vamos esperar pelo homem.
Quanto ao artigo resolvi ir comentando enquanto leio.

A tese do papão
Luís Delgado
Nos últimos dias da campanha presidencial multiplicam-se, à esquerda, os argumentos de que Cavaco vai criar conflitos institucionais com o Governo, chegando-se ao limite de insinuar que o novo Presidente vai dissolver a AR no prazo de seis meses.

(Luís, seis meses é muito pouco tempo. Primeiro tem de deixar que se desenrolem as aventuras palacianas no PSD terminando num previsível congresso. Quase que podia aqui fazer já a reportagem de como ele vai decorrer e da eleição de António Borges e da sua matilha. Só então se poderão começar a contar os tais seis meses).

É a tese do «papão» de direita, que felizmente já não colhe frutos no nosso país. Por dois motivos: nenhum Presidente, num primeiro mandato, corre o risco de grandes conflitos institucionais, e Cavaco sabe isso como ninguém, até recordando-se do exemplo de Soares. Assim sendo, os primeiros cinco anos serão sempre de distensão e diálogo entre Belém e S. Bento.

(Quererás com isto dizer que nos primeiros cinco anos de mandato ele não vai fazer nada? Vai ser só falar. Vou fazer de conta que acredito.)

Só um suicida político é que agiria em sentido inverso, e Cavaco sabe mais do que todos eles juntos.

(Para ti o Santana Lopes era o melhor primeiro ministro que Portugal tinha tido. Cavaco tirou-lhe o tapete. Agora é Cavaco o iluminado que sabe mais que todos eles (quem???) juntos. É um génio, um homem de sabedoria infinita. Nem digo mais nada.)

Por outro lado, o «fantasma horrendo» de que o centro direita quer cumprir o seu sonho de ter um Presidente, um Governo e uma maioria da mesma cor (quem criou o mito foi um tal de Sá Carneiro, não sei se te lembras) é demasiado ridículo para amedrontar. Essa conjugação não tem existido à esquerda? Será que só a esquerda é que pode ter essa coincidência de poderes? Será que os «bons» são de esquerda e os «maus» de direita? Tenham juízo.

(Oh, Luís, Não é assim tão simples. Efectivamente, ser-se de esquerda é ter uma consciência social e uma preocupação relativamente aos outros. Claro que não basta ser-se de esquerda para se ser bom, mas já é um principio. Já para ser mau não é necessário muito mais do que se ser de direita. Podes mandar-me ter juízo, que até podes ter alguma razão. Mas não deverias ser tu o primeiro a tentar ter algum. É que as tuas opiniões e prognósticos, já são razão de chacota e riso, mesmo entre aqueles que lutam do teu lado da barricada. Só te posso dar um conselho; nunca te embebedes e tem muito cuidado com as constipações. É que para te confundirem com um só te falta o nariz vermelho.)

Atenciosamente “A Vaca muit’a louca”

terça-feira, janeiro 17, 2006

Ele perdoa, mas eu não

Aquele que segundo Ramalho Eanes é "o candidato do 25 de Abril", que já canta a “Grândola vila morena e que afirmaO povo é quem mais ordena” mostrou mais uma vez a sua grandeza. Num acto benemérito disse perdoar aos membros do governo que o criticaram. “Eu perdoo, Eles não sabem o que dizem”.

É este, o nosso Cavaco, militante anti-fascista, homem de esquerda, quase quase comunista e ainda por cima com um tão grande coração capaz de perdoar e de dar a outra face.
Oh Cavaco, se a memória fosse um bocadinho mais curta quase que me convencias. Mas, como não é estás com azar. Eu não me esqueci e não te perdoo. És de direita e arrogante. Não queiras ser aquilo que não és, só te fica mal.

Sondagens à antiga.


Cavaco Silva entrou no Café Central, em Macedo de Cavaleiro, para beber um café. E aproveitou o momento para indagar em quem iriam votar os clientes: “Vão votar em si”, disse o dono. Cavaco considerou a resposta “uma óptima sondagem”.
In “Correio da manhã”

Agora começo a perceber como são feitas as sondagens. O que é que se bebe aqui? Licor – Beirão. Em quem é que se vota aqui? Cavaco. Só naquele café 100%. Se não nos pomos a pau qualquer dia também é assim que se passam a fazer as eleições. Afinal já foi assim durante 48 anos.

Para recordar no dia 22




«Gostaria que o país, de norte a sul, fosse uma imensa Madeira»
Dias Loureiro, membro da Comissão Política de Cavaco Silva (DN, 2004)

BOCAGE VS SANTANA LOPES


«Não declarei, nem declaro, qualquer apoio a Cavaco Silva». As palavras são de Pedro Santana Lopes, num artigo de opinião publicado esta terça-feira no Diário de Notícias.
O ex-primeiro-ministro reafirma que não vai votar em qualquer outro candidato fora do seu espaço político, mas diz que Cavaco entenderá que não revele um apoio público à sua candidatura porque, diz Santana, ele «também não declarou qualquer apoio em Fevereiro de 2005».
(in http://www.portugaldiario.iol.pt/)

Pedro Santana Lopes insiste em escrever artigos de opinião. O Diário de Notícias insiste em publicá-los, convertendo-se assim dos mais cómicos pasquins (como se já não lhe bastasse ter um dos melhores cómicos da nossa praça, o Luís Delgado). Não hão-de os humoristas portugueses andar escondidos e acabrunhados, em crise de inspiração, face à veia destes opinion makers que abundam por aí. Realmente algo está a mudar no Diário de Notícias, era um jornal sério e agora é um jornal humorístico.
Mas já que é de humor que se fala, e em ano comemorativo, as palavras de Santana Lopes lembram-nos a célebre anedota de Bocage para escusar a dama que se descuidou, qualquer coisa como: o peido que esta senhora deu, não foi ela, fui eu. Senão vejamos como desenvolve complexamente o seu raciocínio: Ao afirmar publicamente que não apoiará publicamente o candidato em que vai votar (que não diz qual é mas é como se dissesse: não vai votar em qualquer outro candidato fora do seu espaço político, o que, por exclusão de partes, vai dar no único candidato que ocupa o seu espaço político – Cavaco Silva), na verdade, Santana Lopes está precisamente a confessar publicamente, embora por portas travessas, que acabou mesmo por dar o peido que não queria dar. Ou seja, acaba de confessar que embora ache que Cavaco na presidência vá criar “sarilhos institucionais”, porque não se quis desdizer, ele, Santana Lopes, vai votar no Cavaco, como provavelmente também o Alberto João Jardim irá votar no Silva. Faz de conta que não o disse publicamente, mas o que é certo é que ficámos todos a saber em quem Santana votará, tanto quanto sabemos que quem deu o traque foi realmente a dama e não Bocage. Ambos, Bocage e Santana, quiseram ser airosos, sair-se bem da situação. Mas parece-nos a nós que o Bocage se saiu melhor, pois ao menos ficámos a saber que não foi ele que se peidou. Quanto ao outro, já estamos habituados a que não tenha qualquer tacto. Sempre foi assim: bujarda para fora e, quando tenta compor o ramalhete, só sai mais asneira.

CUIDADO, SENHOR MINISTRO, NÃO LHE VÁ A IKEA TIRAR DEPOIS A CADEIRA


Hoje de manhã, ao ouvir as notícias da TSF, eis o que podia ser finalmente uma boa notícia para a nossa economia: “Portugal ganha nova fábrica da Ikea na Península Ibérica”, conforme noticiou o Diário de Notícias. Investimento no nosso país, criação de novos postos de trabalho, a nossa vitória sobre países como a Espanha e a França que também entravam nesta corrida. Aparentemente só vantagens para a nossa economia, a abertura desta nova fábrica em Ponte de Lima. Apenas um pormenor não pôde escapar aos nossos ouvidos avisados: por que seria que o ministro fugiu sempre às questões que a jornalista da TSF lhe colocava sobre as condições que Portugal ofereceu à Ikea? Por que não explicitou claramente o contrato que Portugal vai firmar com a Ikea, os seus termos, a sua duração, fugindo nitidamente às questões que lhe foram postas e falando apenas vagamente num “contrato standard”, como se toda a gente soubesse claramente o que isso é? O ministro da Economia disse que “os incentivos dados (pelo nosso país) foram mais agressivos” que os dados pelos outros países. Que benefícios terão sido esses que a Espanha e a França não deram e que Portugal aceitou dar? Não seria normal que tivéssemos conhecimento desses benefícios? Não seria correcto da parte do governo explicar aos portugueses como funcionam estes investimentos? Com a celebração deste “contrato standard” que garantias têm os portugueses que a Ikea não vai ser apenas mais uma multinacional que abre agora uma fábrica que encerrará assim que encontrar um país que lhe ofereça "incentivos mais agressivos", levando consigo os lucros dos benefícios concedidos e gerando mais situações de desemprego como tantas outras têm feito. Não somos desconfiados, mas o modo como o ministro se furtou a prestar esclarecimentos acerca do teor e do prazo do contrato foi demasiado evidente para que pudessem passar despercebidos.