sexta-feira, abril 18, 2008

Barrigas de fome

Barriga de Pobre

Para uns a crise está aí, Portugal é uma economia aberta e não pode escapar ao destino a que a crise internacional o condena. Os representantes do grande capital, falam do apocalipse que aí vem, com o fim do empregos e até já propõem comer todos os fundos da EU, já de uma só vez. Apontam o dedo da culpa à política económica que defendem e de onde sempre foram os grandes”mamões”. A solução que vêm é, não arredar caminho, não a busca de soluções diferentes e de novos modelos, mas o avançar ainda mais pelo mesmo caminho. Lembro-me de ter lido há vários anos que, a gloriosa América, já não sei se eram 80 ou 90 por cento dos americanos, mas eram muitos os que já não tinham qualquer possibilidade de pagar os seus créditos no tempo de vida útil que lhes restava. Se isto já me parece ser economicamente impensável, a solução que foi encontrada é surrealista. Concedem-se mais créditos a essa gente para que possam ir pagando o que já não tinham dinheiro para pagar. É a fuga para a frente, o atirar o problema para depois.
Já as vozes oficiais, no governo e no Banco de Portugal preferem tapar os olhos, fingindo não ver e fazer o discurso do “está tudo bem”, “não se preocupem”. Estes podem falar assim porque se a coisa começar a ficar demasiado negra podem sempre ir-se embora e embarcar para um tacho europeu ou para um qualquer conselho de administração numa daquelas empresas a quem a crise só traz lucros.
Para a grande maioria esta história da crise não é novidade e já a sentem há muito tempo. O aumento do desemprego, da perda de direitos, do poder de compra, da miséria e da fome são uma realidade que conhecem bem no seu dia a dia.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

8 comentários:

  1. Quando o governo Sócrates começou subitamente com a fúria de fazer cumprir o pagamento de impostos a qualquer preço, nem que ilegalmente como nalguns casos, houve bastante gente, como há sempre, que achou que era uma medida honesta.
    Para onde acham que depois vai o dinheiro? Porque é que acham que há sempre "deslizes financeiros inesperados" quando o Estado paga a privados?

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  2. Amigo e camarada Kaos, desculpa de voltar sempre ao mesmo quando abordas estas situações.

    Quem são os culpados das crises? o capitalismo vs governos neo-liberais de cariz fascizoide

    Os que não têm culpa nenhuma? os assalariados

    Enquanto o poder não for entregue/conquistado pelo povo as crises irão continuar eternamente.

    Abraço

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  3. Com toda a razão...tudo muito preocupante !!

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  4. Ferroadas:
    Ambos sabemos que estas crises não existem e que só servem para justificar a pobreza que criam. Enquanto não acabarmos com o capitalismo a pobreza e a miséria não vai acabar.
    Um abraço

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  5. parece que a crise está aí e pelos vistos para durar, eu não acreditava
    mas ao ler este artigo aqui: http://dn.sapo.pt/2008/04/18/dnbolsa/banca_deve_56_pib_exterior.html
    fiquei mais esclarecido da real bronca e o enorme pantanal em que o país está metido.

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  6. http://dn.sapo.pt/2008/04/18/dnbolsa/banca_deve_56_pib_exterior.html
    repeti o link porque em cima não estava completo

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  7. http://dn.sapo.pt/2008/04/18/dnbolsa/
    banca_deve_56_pib_exterior.html

    :-)

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  8. Para além de tudo o que se disse, note-se que o artigo confirma as vantagens que as alterações feitas aos certificados de aforro trouxeram para os bancos.
    Mais uma vez a banca é beneficiada em detrimento do povo.

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