sexta-feira, janeiro 13, 2006

Morais há muitas, Isaltino só um.


De acordo com a acusação do MP, Isaltino Morais "obteve vantagens patrimoniais à custa do interesse dos munícipes com o objectivo de enriquecer, em particular relativamente a actividades de construção imobiliária e urbanismo na Câmara de Oeiras".
In “Publico”


Nunca fui nem desejo ser um político de carreira, mas também nunca deixei de me interessar pelos assuntos que interessam à minha terra e ao meu país. Não houve nenhum acto eleitoral em que não tenha exercido o meu direito, que também considero uma obrigação, de voto.
Nas últimas autárquicas aceitei, embora sem muita vontade, fazer parte, da lista da CDU como independente. Embora não seja filiado, nem o PCP a minha usual opção de voto, considerei que aquilo que estava em jogo no Concelho de Oeiras era demasiado importante para não me envolver mais directamente.
Não quero aqui discutir toda a panóplia de compadrios e favorecimentos a construtores que aconteciam na Câmara. Isso já lá vai e foi repetido quase até à exaustão durante a campanha. O que gostava de ver resolvido era o problema da candidatura a cargos públicos de pessoas comprovadamente corruptas. Olhemos para o caso de Felgueiras, Gondomar, Marco de Canavezes e Oeiras para falar dos mais mediáticos. Permitiu-se que essas pessoas fossem candidatas, e na maioria dos casos, devido ao populismo e à visibilidade mediática, ganhassem as eleições. E agora, como é que é?
O Isaltino é o primeiro caso e a questão que se coloca é de saber o que vai acontecer. Já uma vez ficamos com o número dois (Teresa Azambujo) à frente da câmara e corremos o risco de o mesmo voltar a acontecer. Não quero aqui levantar suspeitas, mas custa muito imaginar que o braço direito não saiba o que o esquerdo faz. Quem perde somos uma vez mais todos nós. Que estarão a pensar todos aqueles que diziam ser tudo mentiras e que agora se vêm confrontadas com a realidade. Uma vez mais vamos ouvir todos dizer “Eu não votei nele”.

Espero que após estas presidenciais, quando surgirem os problemas caso o Cavaco ganhe, não possa dizer “Eu bem avisei”. Ás vezes gostava de me enganar.

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