quinta-feira, março 23, 2006

Graças a Deus que sou ateu

Um homem afegão pode ser condenado à morte por ter se convertido do islamismo para o cristianismo.
Abdul Rahman está sendo julgado na capital, Cabul, por rejeitar o islamismo e pode ser condenado pela lei islâmica sharia caso não volte atrás.
Ele se converteu há 16 anos, enquanto trabalhava ajudando refugiados no Paquistão. Rahman foi denunciado por sua família devido a disputas pela guarda de seus dois filhos.
Quando foi preso no mês passado, Rahman carregava uma bíblia.
O juiz Ansarullah Mawlazezadah disse à BBC que pedirá que Rahman, de 41 anos, reconsidere sua conversão.
"Nós vamos convidá-lo de novo porque a religião do Islã é tolerante. Nós vamos perguntar se ele mudou de idéia. Se isso ocorrer, vamos perdoá-lo", afirmou.

Como se costuma dizer “Graças a Deus que sou ateu”. Nada tenho contra quem sinta a necessidade de acreditar num qualquer Deus ou professar uma qualquer fé. Está cada um no seu direito de optar por aquilo em que acredita ou quer acreditar. Inaceitável é que essa nossa opção nos permita o direito de obrigar os outros, a também eles terem de professar essa mesma fé. Seja com o actual fundamentalismo muçulmano, aqui representado pela “sharia”, ou como aconteceu com a religião católica durante a inquisição, esta violência sobre as nossas convicções e comportamentos é inaceitável. Há que respeitar as opções de cada um.
Quando pensamos em toda a propaganda, feita contra o regime talibã, baseada nessa mesma falta de liberdade (quem não se lembra das imagens em que se viam as mulheres obrigadas a viver escondidas dentro das suas burkas) e na violência que isso representava sobre o povo afegão, como forma de justificar a intervenção Norte Americana, pode agora pensar que muito pouco ou nada se modificou com a mudança de regime. Um homem pode ser condenado à morte pelo simples crime de acreditar num Deus diferente daquele em que os seus vizinhos acreditam. É triste a acontece agora, sec. XXI, num mundo e num tempo em que o homem já pisou a lua, explora o seu sistema solar e observa os mistérios do universo numa perspectiva mais cientifica do que mística.

2 comentários:

  1. parece que a "tolerância" dos islamitas termina quando o tipo se converte ao cristianismo. Segundo diz o texto, o tipo pode rerereconverter-se ao islão e isso, seria "PROVA DE TOLERÂNCIA". Mas se não se rerereconverter... Azar! Lá se vai a "tolerância"...

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  2. O meu Deus morreu quando eu era pequenino. Depois disto digo -ainda bem.

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