Se olharmos para os últimos resultados eleitorais das ditas democracias tradicionais, poderemos constatar graves distorções no sistema, que podem colocar em causa o próprio conceito dessa democracia. Efectivamente ela já não existe actualmente e nada mais é que uma fraude para nos tapar os olhos e dar a impressão que participamos em algo quando afinal tudo está já decidido antecipadamente.
Num mundo onde reina a chamada globalização capitalista que alternativas ou margem de manobra ficam para os governos nacionais. Muito poucas ou nenhumas. Ou aceitamos as regras ou ficamos de fora e morremos. É isto que nos é informado pelos novos “vendilhões do templo” capitalista, um destino do qual não podemos fugir. Que nos é oferecido então para escolher? Simplesmente se desejamos que seja o Sr. A ou o Sr. B a realizar a politica neo-liberal que nos é imposta. Na prática tudo está decidido e a escolha acaba sempre por ser feita entre dois clones do mesmo modelo. Os quase empates técnicos saídos das ultimas eleições nos EUA, Alemanha, Presidenciais Portuguesas e agora na Itália são a face visível dessa irrelevância do voto. Comportamo-nos como se de um resultado de um jogo de futebol se tratasse. Ganha uma ou outra equipa por um golo marcado numa qualquer jogada de bola parada nunca ficando o árbitro isento de criticas. No caso das eleições ficam sempre uns rumores de algumas irregularidades que só por si podiam ter alterado o vencedor. As televisões mostram os festejos dos vitoriosos que vendo bem só legitimaram alguém que lhes vai retirar mais direitos e liberdades. Até ao próximo jogo em que outros farão os festejos com consequências idênticas.
Só quando surgirem verdadeiras alternativas económicas, a quem seja permitida uma justa divulgação através dos órgãos de comunicação social, sobretudo televisões, em equidade com as actuais teorias neo-liberais se poderá falar da existência de verdadeiras alternativas. Só ai, poderemos nós, voltar a utilizar a palavra democracia sem nos sentirmos hipócritas, nuns casos, ou fantoches noutros, dependendo da consciência que tivermos no acto de colocar um papel na urna do nosso destino.
Num mundo onde reina a chamada globalização capitalista que alternativas ou margem de manobra ficam para os governos nacionais. Muito poucas ou nenhumas. Ou aceitamos as regras ou ficamos de fora e morremos. É isto que nos é informado pelos novos “vendilhões do templo” capitalista, um destino do qual não podemos fugir. Que nos é oferecido então para escolher? Simplesmente se desejamos que seja o Sr. A ou o Sr. B a realizar a politica neo-liberal que nos é imposta. Na prática tudo está decidido e a escolha acaba sempre por ser feita entre dois clones do mesmo modelo. Os quase empates técnicos saídos das ultimas eleições nos EUA, Alemanha, Presidenciais Portuguesas e agora na Itália são a face visível dessa irrelevância do voto. Comportamo-nos como se de um resultado de um jogo de futebol se tratasse. Ganha uma ou outra equipa por um golo marcado numa qualquer jogada de bola parada nunca ficando o árbitro isento de criticas. No caso das eleições ficam sempre uns rumores de algumas irregularidades que só por si podiam ter alterado o vencedor. As televisões mostram os festejos dos vitoriosos que vendo bem só legitimaram alguém que lhes vai retirar mais direitos e liberdades. Até ao próximo jogo em que outros farão os festejos com consequências idênticas.
Só quando surgirem verdadeiras alternativas económicas, a quem seja permitida uma justa divulgação através dos órgãos de comunicação social, sobretudo televisões, em equidade com as actuais teorias neo-liberais se poderá falar da existência de verdadeiras alternativas. Só ai, poderemos nós, voltar a utilizar a palavra democracia sem nos sentirmos hipócritas, nuns casos, ou fantoches noutros, dependendo da consciência que tivermos no acto de colocar um papel na urna do nosso destino.
Contriburo para o Echelon: HAMASMOIS, SVR
Caro Kaos:
ResponderEliminarConheci o seu blog por acaso.Só no domínio Blogs em .pt, que compila os ‘weblogs’ criados por portugueses já estão milhares. Nos ‘blogues’ fala-se, discute-se, disserta-se, partilham--se sentimentos, paixões, opiniões, visões do Mundo, ideias políticas, cria-se polémica, contam-se histórias mais ou menos íntimas mas, acima de tudo, tem-se a liberdade de exprimir tudo o que vai na alma, onde o(s) autor(es) colocam qualquer tipo de conteúdos, sem censura. A liberdade de expressão e o imediatismo são a tónica da comunidade ‘blogue’. O facto de ser imediato é o que distingue o ‘blogue’ dos outros meios de comunicação escrita através de textos curtos, incisivos e muito conclusivos. É um espaço em que não não há limites de temas, espaço, conteúdos.
Contudo, a prática de produção de um blogue encerra uma necessidade de depuração, sob pena do blogue estiolar.
O seu blogue está no limbo e fio da navalha - Pode singrar como Blogue de qualidade ou murchar na repetição. Alargue o número de colaboradores. Sempre que isso se verifica introduz no seu Blog uma amplitude de cobertura social mais rica.E, textos curtos mas incisivos ( não forçosamente demagógicos ou maniqeistas)
Um abraço Kaótico e a seus outros colaboradores efémeros
VERTIGO
O regime democrático é o melhor que temos, mas não é perfeito... Um dos problemas é que nunca sabemos realmente as verdadeiras intenções de quem escolhemos para o poder e, às vezes, corre mal. Muitos ditadores foram eleitos pelo povo, por exenmplo.
ResponderEliminarÁ algum tempo tempo coloquei um post em que questionava se os actuais partidos politicos portugueses não serão modelos falidos. Talvez...
o que vejo nos blogues é realmente muita gente ( seja de esquerda, direita, liberal, conservador, etc... ) que não consegue "encaixar" em nenhum dos actuais partidos. E porquê? Estão fartos de palhaçada, de imcompetência, de politiquice, de influências, de compadrios, de tudo... Mas não há mais nada. O problema é este: há muita gente a servir os partidos, os seus interesses e rasgos ideologicos, mas poucos a defender as pessoas e as soluções reais para o presente e futuro.
Primeiro acho que deviamos pôr de lado as ideologias "cegas", digamos assim. Muitas vezes, alguém mais à esquerda do que eu ou mais à direita do que eu tem consciência dos mesmos problemas e apresenta soluções bastante identicas... Já tive esta experiência. O que poderia aglutinar e motivar estas gerações de "desencantados"? Acho que era importante trazer esse sangue novo para a ribalta politica. Há por aí muita gente ( de vários quadrantes ) em silêncio, que deveria ter uma palavra a dizer. Mas não tem oportunidade... Nunca tem...
Bem, já me desviei bastante do assunto nesta divagação.
Abraço.
o que foi isso aí antes?
ResponderEliminarAcrescento ainda a necessidade de aprofundamento do valor literário/artístico da mensagem (algumas vezes bem conseguido através da conjugação verbo-icónica que usa)
ResponderEliminar"Chi parla male, pensa male e vive male. Bisogna trovare le parole giuste: le parole sono importanti!"
("quem fala mal, pensa mal e vive mal. É preciso encontrar as palavras adequadas: as palavras são importantes!")
Michelle (N. Moretti) no Palombella Rossa
VERTIGO
Sobre o post ( para não aumentar a perplexidade do "ideias fixas"):
ResponderEliminarA polarização das democracias na recuperação económica a todo o preço confere-lhe um carácter formalmente redundante projectando uma fotografia a preto e branco, que anestesia e faz desistir.
É preciso enfatizar o papel transformador da crítica política que ultrapasse o formalismo político das ficções menores.
VERTIGO
Obrigado Vertigo e Sá Morais por estes momentos de boa prosa nos comentários do meu blog.
ResponderEliminarQuando critico o actual estado da democracia, não o faço por não acreditar que, como diz o Sérgio Godinho “é o pior dos sistemas com excepção de todos os outros”, mas porque penso que está a atingir um ponto em que, os seus resultados não exprimem a realidade de um povo, mas sim a maior ou menor capacidade que se tem de conseguir vender uma imagem mediática. Não são as ideias que são importantes, mas sim a imagem que conseguimos impingir nas televisões, com apoio de comentadores, analistas e fazedores de opinião. Isto não é democracia, mas somente uma forma de vender banha da cobra.
Confesso que politicamente me encontro sem uma alternativa que eu próprio considere consistente. É triste, mas não posso fugir à minha própria realidade. Penso ter chegado o momento, e anseio por ele, em que surgirá alguém, com a capacidade para ler a actualidade e apresentar propostas económicas e de desenvolvimento diferentes daquelas com que temos vivido. Como sempre aconteceu na história, quando a corda estica muito para um lado, surge sempre uma força em sentido contrário para equilibrar.
Vertigo: Quanto ao problema do meu blog (qualidade dos textos e da escrita) agradeço não o ter enterrado definitivamente desde já. Concordo que, ao fim de três meses, entrei numa fase de maiores dificuldades, mas que penso serem naturais. Não perco o tempo que perco, a criar este espaço, com mais nenhuma intenção que não seja de satisfação pessoal. Não quero ensinar nada, vender nada, impingir nada. Gosto da troca de opiniões e muitas vezes gostaria de ver uma maior participação e debate de ideias. Quando surgem é bom quando não, também não perco o sono.
Tenho realmente tentado que mais gente colabore neste blog. Tenho já três pessoas que contribuíram com textos e ideias o que sempre me pareceu algo de válido. Este é um espaço aberto, a dificuldade é haver o interesse em participar.
Quanto à minha escrita sei que não é boa. Nunca fui, nem penso vir a ser escritor, jornalista ou qualquer outra profissão que o exija. Tenho uma profissão técnica, mais voltada para números, frequências e maquinarias do que para a arte literária. Gosto de ler e gosto de dar a minha opinião. Escrevo como posso e sei. Melhorar é sempre possível, mas não posso cair no erro de deixar que o medo de não o fazer muito bem me impeça de o fazer. Este blog é só um espaço, nada mais.
Obrigado pelo apoio
é verdade... este cinzentismo, indefinição e extrema proximidade de políticas efectivas entre as várias opções que nos são apresentadas às eleições reflectem-se nas altas taxas de abstenção, mas também nestes frequente quase-empates...
ResponderEliminarMeu caro amigo!
ResponderEliminarComo concordo contigo…A mediocridade dos nossos políticos que enferma da falta de ideias para o país, trouxe-nos até aqui. Cá chegados, não vislumbramos destinos devido ao estado globalizante e economicista em que se enterrou a Europa.
Tudo o resto parece ser de somenos para os esplendores da ninharia que são os nossos governantes, as promessas feitas com a mera intenção de ganhar eleições, trouxeram o descrédito às democracias parlamentares, e infelizmente, muita água ainda correrá debaixo da ponte para que uma nova revolução de valores se venha a verificar.
Até lá, não existem de facto alternativas, resta-nos lutar como podemos e sabemos, para que as margens se aproximem e estrangulem o fluxo de verborreia a que assistimos diariamente e, que as obras-primas da confusão, como chamava Shakespeare aos cretinos, ou os mija na agulha como Gil Vicente designava os parvalhões, decidam um dia, pensar com o cérebro em vez da medula.
Meu caro Vertigo!
Importa primeiro o que se tem a dizer, só depois o como se diz.
Caro Vertigo: A minha... preplexidade... deveu-se apenas ao facto de não considerar que o blog do Kaos esteja num limbo ou em qualquer outro estado do género. ( se o dele está no limbo, o meu está no Inferno ) O kaos não precisa de conselhos de ninguém. Pensa e escreve de acordo com a sua forma de pensar e fá-lo bem. Aliás, ninguém está aqui para escrever uma nova Odisseia ou uns novos Lusíadas. Esse é o problema de muitos portugueses... Gostam de aplicar o estilo Rococó aos seus discursos e, depois de tudo dito, é muita parra e pouca uva.
ResponderEliminarComo diziam os romanos: "sunt verba et voces, praeterreaque nihil"
ps: obrigado pela tradução do... italiano... Creio que ficámos todos mais esclarecidos.
Abraços.
o sr. berlusconi vai usar toda a sua influência para subverter os resultados!
ResponderEliminarSá Morais: Obrigado pelas suas palavras simpaticas sobre o blog e a minha pessoa. Não tenho tanta certeza assim de as merecer, mas é verdade que o meu unico desejo é dizer aquilo que penso independentemente de estilos ou maneirismos.
ResponderEliminarPS: Penso ter entendido o latim
Neste comentário não me vou alongar, pelo simples facto de que concordo plenamente com o uso que deste às tuas palavras.
ResponderEliminarFica bem
Sá Morais:
ResponderEliminarNão dou conselhos a ninguém e dispenso discursos que tresandam a uma certa pose de celebridade embalada em latim.
Kaos:
Com o meu post pretendi saudar a criação do seu blog enquanto veículo de coragem do pensamento desnudado, despido de qualquer máscara.
Mas porque a verdade arrasta uma subversão da candura mediática
não quiz deixar de lhe expressar que estava ao seu alcance um salto artístico qualitativo. E a arte não depende do formato mas do talento de partilhar as ideias com quem nos quer ouvir.
A arte pode partir do pensamento livre e desnudado mas não pode ser uma imitação barata da realidade com estereótipos banais ( "muita parra pouca uva" e merdas assim).
E, o seu Blog pode encerrar uma dimensão artística e subversiva de leitura da realidade. O tempo o dirá!
Um abraço
VERTIGO
Vertigo: Então ficamos quites porque eu também não dou conselhos a ninguém e dispenso discursos que tresandam a uma certa pose de celebridade embalada em italiano (estereótipos banais e merdas assim).
ResponderEliminarAbraço.
Agradeço ao Sá Morais por vir em minha defesa e ao Vertigo pela hipotese que dá ao meu blog de poder via a encerrar um dimensão artistica e subversiva.
ResponderEliminarObrigado a ambos