Fotografias de Christian Coigny
.
.
"não sou eu que vou procurá-lo, é ele que salta da cena, como uma seta, e vem trespassar-me.[...]
O punctum de uma fotografia é esse acaso que nela me fere"
Roland Barthes in "A Câmara Clara"
.
Na imagem emerge a própria experiência subjectiva do intérprete. A projecção do imaginário do intérprete faz com que a contemplação de uma fotografia, que em princípio visava reflectir a realidade, se converta numa actividade de intensa emoção e intimidade em alguns casos. Porém, esse acaso que salta da fotografia nem sempre acontece. Para que aconteça é preciso que a imagem ultrapasse a “cópia” banal da realidade ao alcance da eventual dimensão representativa do intérprete.
O tom sintético dos blogues, e as imagens que utilizam, faz-me lembrar a procura do punctum da comunicação ao serviço da sua eficácia e interacção. E, o que há partida parece um exercício fácil, é uma nova forma de arte que eu contemplo, com inveja, nos casos conseguidos.
Jorge Matos
O punctum de uma fotografia é esse acaso que nela me fere"
Roland Barthes in "A Câmara Clara"
.
Na imagem emerge a própria experiência subjectiva do intérprete. A projecção do imaginário do intérprete faz com que a contemplação de uma fotografia, que em princípio visava reflectir a realidade, se converta numa actividade de intensa emoção e intimidade em alguns casos. Porém, esse acaso que salta da fotografia nem sempre acontece. Para que aconteça é preciso que a imagem ultrapasse a “cópia” banal da realidade ao alcance da eventual dimensão representativa do intérprete.
O tom sintético dos blogues, e as imagens que utilizam, faz-me lembrar a procura do punctum da comunicação ao serviço da sua eficácia e interacção. E, o que há partida parece um exercício fácil, é uma nova forma de arte que eu contemplo, com inveja, nos casos conseguidos.
Jorge Matos
.
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
" ...a blogosfera está a atravessar, neste preciso momento, o seu período histórico de procura, ou de adequação do uso das linguagens às características inovadoras do novo medium. Esta travessia pioneira é riquíssima e está excessivamente próxima da experiência para que possa ser ajuizada e examinada de um modo taxativo. Contudo, sinalizá-la, proceder a anatomias cruzadas, identificar tendências e entender os modos como está a criar impactos diversos na rede e no mundo off-line é uma tarefa, não apenas possível, quanto urgente"
ResponderEliminarCit.Luis Carmelo
Meu Caro Jorge Matos acho que no caso presente consegues em absoluto o pretendido pela capacidade absolutamente fantástica do poder de síntese...parabéns aos dois
ResponderEliminarBeijinhos
assim é, com a imagem, com a música, com a escrita... não se reduz à representação objectiva, mas ao modo como recebemos o estímulo e que depende, em ultimo caso do modo como se encaixa na nossa memória, nas nossas experiencias, da nossa sensibilidade...
ResponderEliminarinveja porquê, não consegue fugir a isso meu amigo :))
só um reparo, objectivo.."à partida" ;)
beijinhos
Nelson:
ResponderEliminarUma analise muito bem feita daquilo que se está a passar na blogosfera. Concordo plenamente que um estudo sobre o seu impacto é urgente, como também o é criar mecanismos de proteção contra qualquer tentativa de a controlar. É o maior espaço de liberdade existente e assim deve continuar para contrabalançar o controlo que existe na comunicação social.
Obrigado por este contributo.
um abraço
tb:
ResponderEliminareste post, é da total responsabilidade do Jorge Matos pelo que os merecidos parabens devem a ele ser totalmente dirigidos. É realmente uma sorte para mim poder contar com a sua ajuda e colaboração.
bjinhos
Cristina:
ResponderEliminarA resposta a este comentário deixo para o Jorge responder. Ele vai gostar :)
bjinhos
luikki:
ResponderEliminarHavemos de arranjar sempre maneira de passar a nossa mensagem. Como dizia o poeta "Não há machado que corte a raiz ao pensamento"
Então a minha vénia a ele e apenas a ele, com um pedido de desculpas. (estou a brincar)
ResponderEliminarBjinhos
Cris:
ResponderEliminarO punctum trespassa-nos. É um rastilho ao serviço da representação ( sempre subjectiva).
Conseguir o punctum de um texto, uma imagem, post ... é um exercício que à partida pode parecer fácil, mas é só para alguns - daí a meu extase deslumbrado (invejoso) para quem o consegue. Por outro lado à dimensão representativa (abstracão)nem todos acedem, ficando sutraídos a um nível superior de abstracção - a estética (assunto de que não falei)
Desculpa o primarismo da resposta. Achei o teu comentário algo deturpador do texto.
Sempre seu
Nelson:
ResponderEliminarSinalizar anatomias cruzadas - parece-me bem !
Digamos que as tuas reflexões semióticas (que sempre te foram gratas) se erotizaram.
um abraço
tb
ResponderEliminarMinha querida:
Para quem se sente como o terreno do seu post de 7 julho, os seus reforços são dissonantes.
Um afago terno
Jorge
ResponderEliminarpode parecer, ou não. o punctum de que falas, e de que falava RolandBarthes, "o pormenor que só o bom observador capta e que dá alma à foto"...será coincidente nos dois? isto é entre o emissor e o receptor?
o pormenor que o receptor valoriza será o mesmo?
voltamos ao principezinho...;)
é a isso que me refiro e que para mim se pode estender a qualquer forma de arte.
bjinho
Bem o que posso eu dizer no meio de tanta erudição? Este blog assim não chega ao povo! (LOL)
ResponderEliminarÉ assim: eu acho que no caso da imagem o efeito é imediato e imediatamente captado. Só a música consegue maior rapidez a atingir os nossos sentidos, as nossas emoções mais livres de pre-conceito. O texto escrito comporta sempre o peso das palavras e a sua maior ambiguidade, o que, no caso do Jorge Matos (olá Jorge!), pela capacidade de síntese e pelo estilo despojado de subjectividades, consegue ultrapassar esse obstáculo epistemológico dos sentidos e fazer-se objectivamente entender, quase com a rapidez de uma imagem do Kaos (não fiques invejoso, todos os meios são válidos desde que a mensagem passe!)
Beijos para todos!
Kaotica:
ResponderEliminarAinda vamos conseguir fazer deste blog um local só para a elite cultural deste país ou seja para meia duzia de gajos com a mania que são melhores que os outros :)
Quanto ao comentário ao texto deixo a resposta para o jorge. Só agradeço o pensares que uma imagem minha tem tanto peso como um texto do Jorge.
bjinhos
Bom, são quase 4 da manhã e eu já bebi umas cevejolas no café, por isso não me vai sair nada de muito erudito e elogioso como o Jorge Matos mereceria, mas não posso deixar de referir que adorei o texto e que o mesmo me levou a reflectir sériamente acerca dos blogs. Eu gosto muito de fotografia e acho que a interpretação de cada foto ultrapassa o que o autor viu quando a tirou... "Beauty is in the eyes of the beholder...". Isto mesmo se aplica aos blogs e eu nunca tinha pensado nisto, por isso é que acho que o Jorge está de parabéns por me abrir os olhos e o Kaos também está de parabéns por ter um blog como este em que podemos adaptar as nossas interpretações pessoais às excelentes imagens.
ResponderEliminarUm Abraço.
Caro Jorge,
ResponderEliminarO prazer de ter as suas palavras... gosto sempre de dar a mão e aceito outra com gosto...
e... outro afago terno
Outsider:
ResponderEliminarSó te posso agradecer em meu nome as tuas simpáticas palavras. Obrigado pela força que ne dás para continuar.
um abraço
Kaos, acho que já sabes o que penso sobre controlar os Bloggers. Escrevi sobre isso.
ResponderEliminarAcho perigoso porque não sei quem os irá controlar e, se esses " controladores terão todos os mesmos critérios.
Olha a barracada que deram os cartoons dinamarqueses. Liberdade de expressão vs Censura.
Sinceramente, mesmo aqueles Blogs que não têm um pouco de bom senso e insultam determinadas pessoas. Será que esses Blogs são assim tão populares para que a pessoa um dia venha a saber.
Acho que é tudo um pouco de paranóia a mais para mim.
Enfim, já escrevi tanto sobre isto, que hoje fico por aqui.
bjs
Alien:
ResponderEliminarAqui não se trata de controlo. Isso seria inadmissivel e contra isso lutarei sempre. O que se fala aqui é de os blogs terem ou não terem aquilo que o Roland Barthes chamou de "Punctum". Ter ou não ter é indiferente a não ser para quem vai o vai procurar. Eu não tenho e não saio daqui.
bjos