sexta-feira, agosto 18, 2006

As férias dos políticos

Uma questão que sempre estranhei é este facto de, chegado o verão, todos os nossos políticos fecharem as portas e ala que vou apanhar sol. Compreendo que, como a maioria dos portugueses, gostem de “ir para o Algarve” em busca de um espacito para estender a toalha. Claro que eles podem esticar uma toalha bem maior que o comum dos mortais, mas no final querem o mesmo que todos os outros. Também compreendo que a oposição resolva descansar nesta altura embora não entenda muito bem de quê. Coitados andam para ali de um lado para o outro, a ler jornais em busca de algo que possam atirar ao governo e mais uma coisa ou outra. Uma entrevista, para os mais mediáticos, uns levantares de braços na Assembleia nos “trabalhosos dias de plenário” e pouco mais. Mas, se querem ir de férias, podem e ninguém notará a sua falta.
Já quanto ao governo me parece que as coisas não deviam ser tanto assim. Isto de deixar um Ministro para tratar de tudo e todos os outros irem a banhos é mais estranho. Por exemplo não sei, nem procurei saber, se a Ministra da Educação se está a queimar dentro ou fora do ministério. Será que, preocupada com todos os problemas que um novo ano lectivo traz, ficou a trabalhar antes do seu início, ou também pensou, “é Agosto tenho tanto direito como os outros de ir nadar”.
Aqui certamente que as opiniões se dividem. Para os mais liberais, políticos e comentadores, faz muito bem em estar de férias como eles. Disseram mal dela, é verdade, por causa daquela coisa dos exames e de mais uma ou outra coisita, porque tem de ser, mas lá no fundo gostam dela. “Está a fazer um bom trabalho e a fazer as reformas que se impunham”. Se perguntarem aos pais, desesperados com horários de trabalho cada vez mais “liberais”, sem hora de chegarem a casa e sem terem quem fique com os filhos após a escola, qualquer aumento de tempo lectivo é visto como uma bênção. Para os alunos, esta ministra ou outra qualquer é igual, mas, também, para os professores é bom que ela esteja de férias. Lá, não está a “lixá-los” com novas ideias e há sempre a possibilidade de se afogar. Já agora, para mim, tanto faz uma coisa como outra, se considero que aquilo que está a fazer não é mais do que o executar da politica que qualquer outro politico de direita faria. Parece-me, no entanto, que a poucos dias do início das aulas devia estar a verificar se tudo está tratado e a correr bem, mas provavelmente só iria fazer mais confusão. Realmente lá no fundo, é bom que vá de férias, fique lá no seu cantinho e aproveite para meditar naquilo que tem feito. Se ficar chateada com isso também não faz mal, ela merece.
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Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

2 comentários:

  1. Um país sem qualquer tipo de planeamento onde cada um faz o que quer e entende sem coordenação.
    Bjinhos

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