terça-feira, agosto 22, 2006

Mais sobre "A estratégia da aranha"

Recebi um comentário, de um anónimo, no post “A estratégia da aranha” que publiquei recentemente sobre a adjudicação de algumas obras por parte da Câmara Municipal de Lisboa. Aqui o publico com um agradecimento ao “Anónimo” que o fez:
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Sou o mesmo funcionário da CML que «não dorme em serviço» e que vos forneceu estas pistas, mas que não se pode identificar. Se não, até me comem vivo…
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Sobre Fontão de Carvalho, há muito mais para ver e concluir:
caneiro de Alcântara (um pouco mais de 2 milhões de €)
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Ou um pouco mais:
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Voltando a Fontão:
Verdade se diga, Fontão não participa em votações em que esteja em causa a Alves Ribeiro.
Dois exemplos:
Queiram ver as
votações das propostas 530 e 531
Mas já não assim noutros casos: ver as
propostas 701. 704 e 705
E há um caso estranho em 2002 mas que radica em 2001:
Viaduto Eixo N / S: 4,5 M € Disse Pedro Pinto na altura: «… Fontão de Carvalho exarou despacho favorável».
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Bom. Isto já vai longo. Mas… E se eu lhes der mais uma dica?
Mas não sei se vale a pena. Ninguém faz nada… Mas aí vai:
É sobre o
caso da hasta pública dos terrenos de Entrecampos onde antes estava a Feira Popular (outra falha que é um escândalo: ninguém quer saber de o Povo de Lisboa ter perdido o seu local de divertimento popular por excelência para dar lugar a negócios e mais negócios imobiliários. E ninguém pede contas a esta maioria. Mas, adiante…).
Nesse caso, o 3º candidato, a empresa Alves Ribeiro (agora já toda a gente sabe que o sr. Alves Ribeiro é sogro de Fontão de Carvalho, o vice de Carmona) diz que vem associada com a Alrisa. Mas essa é uma empresa da Alves Ribeiro. A Liscenter, não sei. Mas na CML toda a gente sabe que a Alrisa e a Alves Ribeiro, SA, são a mesma coisa. Até circulam os sítios da net onde se vê bem isso. E «Al» é de Alves; «ri» é de Ribeiro; «sa» é de SA. Se não acreditam, vejam que até o endereço é o mesmo:

9 comentários:

  1. Haja quem seja capaz de dizer alguma coisa... sobretudo quem está dentro do convento, ainda que seja sobre anonimato por temer represálias.
    Obrigada Kaos, por teres este espaço!
    Jinhos

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  2. tb:
    O mal muitas vezes é as coisas correrem só no segredo dos serviços e nunca serem do conhecimento geral. Se houvesse mais gente capaz de contar aquilo que se vai passando talvez se pudesse correr com muita da corrupção que por ai anda.

    luikki:
    Não há serviço onde a podridão não tenha jé entrado. Isto está a necessitar é de uma limpeza geral

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  3. A podridão e compadrio neste nosso Portugal já é demais. Além disso começa a ser gritante porque o fazem às descaradas. E ninguém parece poder fazer nada... Sei do que falo, pois isto não acontece só em Lisboa.
    A minha mulher trabalha numa empresa que concorre em vários concursos públicos. Já aconteceu um concurso ser anulado, porque a proposta que os senhores donos do concurso queriam que ganhasse, não tinha forma de ganhar pelas regras do concurso, assim sendo se não pode ganhar a que interessava aos senhores donos do concurso, anula-se o concurso...
    Estamos atolados em corrupção até ao pescoço e não vejo melhoras, antes pelo contrário...
    Um Abraço.

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  4. Cá está o desabafo: "Ninguém faz nada."
    Não fazem por que os que podiam fazer,que tem poder para isso também têm telhados de vidro e também estão mergulhados até ao pescoço no estrume da corrupção ( como diz o Outsider )...

    E casos como esse que ele refere... Meus amigos! Até os concursos são contornáveis... Basta adaptá-los aos que se pretende... jÁ vi vários concursos serem moldados... Agora imagino nestes casos onde mexe com milhões...

    à já uns anos concorri para um emprego público. Fui com um amigo meu, ele engenheiro, eu licenciado. Preenchi os formulários de candidatura e entreguei-os à funcionária. Ela leu-os e pareceu ficar bastante nervosa e irritada. Leu-os outra vez e outra... Por fim chegou-se junto de nós com um sorriso cínico e afirmou: Falta a cédula militar!
    Como nunca nos tinham pedido aquilo, nenhum de nós a trazia. Eu respondi à alforreca: Minha senhora, o serviço militar já não é obrigatório e acha que eu e o meu colega ainda estamos em idade de voltar para a tropa?
    A besta poisou as candidaturas bruscamente na mesa e afastou-se de nós enquanto revelava as suas razões entre berros animalescos: O meu filho também teve de entregar a cédula! Assim não posso aceitar!
    O concurso terminava naquele dia e estavamos ainda longe de casa... Menos dois! O filho da estupida podia estar mais descansado!

    Na altura não fiz nada, mas se fosse hoje teria armado confusão da grossa. É que já percebi que esta gentalha não está habituada a quem dê luta... E um valente murro numa mesa pode fazer milagres!

    abraço

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  5. Como prémio por ter publicado - embora sem os links, o que é uma pena para quem lê -, dou-lhes mais uma (como já perceberam, sou o mesmíssimo funcionário que tem de estar camuflado):

    Relativamente à construção ilegal da Infante Santo, gostava que dessem atenção a dois ou três pequenos pormenores.
    O Bibi é que arca com as culpas todas. Mas isso é injusto: não é só ele. Na Infante Santo estão envolvidas as empresas Bragaparques e FDO: dois elefantes «cheios» de investigações da Judiciária. Mas estas, nem se percebe porquê, nunca passam disso: «investigações»…

    Se não acreditam, vejam bem:

    1. Não é só o Bibi:

    a) FDO tem parte na Infante Santo com Bibi:
    http://imobiliario.publico.pt/cgi-bin/not_1_1.asp?notid=1080

    b) FDO é dada como subsidiária da Bragaparques:
    http://www.bragancanet.pt/oinformativo/complecta.php3?id=4104

    c) … e até constituíram em conjunto lá em Bragança uma empresa: «Posteriormente, a Câmara Municipal obrigou a empresa construtora a estar sedeada em Bragança, pelo que a «Bragaparques» e a “FDO” constituíram a “Parq B – Estacionamentos de Bragança”, com o capital social de 10 mil contos, para quem passaram a obra.» (in “A Voz do Nordeste”)
    http://www.bragancanet.pt/voznordeste/complecta.php3?id=4843

    d) BragaParques é participada pela FDO:
    http://www.diariodetrasosmontes.com/noticias/complecta.php3?id=6049

    2. Tem interesse ver também um Relatório do Tribunal de Contas de 2004 relativo à Câmara de Bragança:
    http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2004/rel004-2004-2s.pdf#search=%22FDO%20participa%C3%A7%C3%B5es%20Bragaparques%22

    O funcionário camuflado despede-se por hoje:
    Até breve...

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  6. Caro anónimo:
    No post que publiquei com os seus anteriores comentários, que agradeço mais uma vez, os links estão publicados, bastando para isso clicar nos assuntos. Uma outra forma de apresentação, mas com o mesmo conteudo. Espero que me desculpe tê-lo feito mas é só para não ficar tão confuso com todos aqueles links compridissimos.
    Mais uma vez obrigado e vou fazer um post com mais este comentário. Quem sabe se algo muda com a divulgação destas trapalhadas.
    um abraço

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  7. Caro Anónimo:
    Já agora gostava de saber, se souber e for possivel, a razão pela qual o construtor João Bernardino Gomes (entretanto falecido) no concurso publico para o empreendimento da feira popular ofereceu o preço mais altoe e foi preterido. Mas sobretudo a razão porque acatou a razão pacificamente sem reclamar.
    Obrigado
    um abraço

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  8. Com todo o gosto.
    Ninguém sabe com certeza científica. Mas como ninguém é propriamente estúpido, o que por aqui constou na altura é o que lhe posso dizer. E, até agora, continuamos a pensar o mesmo.
    A questão é muito vasta. E tem vários passos intermédios. Nós, nas autarquias chamamos a isto «cambão»: conluio para obter um resultado aparentemente de forma legal mas com acordos irregulares por trás.
    Eis alguns passos deste intrincado negócio:
    Santana negoceia a troca de parte dos terrenos da então Feira Popular pelo Parque Mayer com a Bragaparques que entretanto comprara o recinto.
    Parece que depois se formou outra empresa para gerir este investimento – a tal Parque Mayer, Investimentos Imobiliários (Parque Mayer), S.A..
    Será esta que vai aparecer na tal hasta pública – mas já detendo uma parte dos terrenos ao lado dos tais que estavam nessa altura em hasta pública.
    O direito de preferência está consignado no normativo que regulamenta o decurso da hasta pública – e foi contestado por alguns eleitos, mas sem sucesso.
    Segue-se a hasta pública.
    Três factos esquisitos, neste processo nesse dia: dois concorrentes desistem antes de mais nada; um concorrente (João Bernardino Gomes) é objecto da tal preferência; a P. Mayer fica outra vez dona do bolo.
    Cheira a esturro ou não: em alguns minutos dois desistem, um deixa que outro exerça a preferência e nem um euro a mais quer oferecer?
    Que diabo.
    Não lhes parece estranhíssimo?
    Não devia o Ministério Público ver isto tudo à lupa, se soubesse o que procurar?
    Ou estava tudo previsto nos bastidores ou nós somos todos estúpidos.
    (O «cambão» tem sempre por trás outras contrapartidas em negócios próximos: quem cede, nunca perde. Ou melhor: perde neste, ganha no seguinte).
    Mais fácil do que o Sudoku!

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  9. Funcionário camuflado:
    Obrigado. Mais uma informação boa para divulgar e para que todos nós, que não andamos metidos nos meandros destas trapalhadas, podermos entender melhor como isto funciona.

    Esteva:
    Obrigado pelo teu apoio e podes contar que aqui continuarei a publicar todas as informações que receber. Quanto maior for a divulgação mais hipoteses há para esta gente ser apanhada.

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