sexta-feira, agosto 11, 2006

Once in a life time

Chegada ao fim desta semana de férias em que me foi dada viver a experiência enriquecedora de coabitar numa com outra mulher e mais quatro crianças venho afirmar o quanto das possibilidades deste modelo de família moderna. Num dia eu era o homem da casa; no outro dia eu já era a mulher e isto tudo num clima de cooperação mútua muito sui generis, sem nada de sexo. Conclusões: no dia em que eu era o elemento masculino, a minha vida era dormir até mais tarde, levantar para o pequeno almoço, já com torradas à minha espera, e sair para a rua para comprar o jornal, não sem trazer as compras para a “minha” Maria fazer o nosso almoço. Depois eu chegava e sentava para ler o jornal e ficava esperando que o aroma da comida feita me fizesse achar que já estava pronta. Único problema: eu tinha sempre que fazer o café. Ai, que belas manhãs de verdadeiras férias estas em que eu me travestia de o homem da casa e sem ter a barba para fazer…
Já quando eu era a mulher, as crianças vinham acordar-me mais cedo do que o desejável, para eu lhes dar o pequeno-almoço (as crianças são tão sensíveis!), e então eu começava cedo na lida já a pensar no que viria a ser o almoço. Arrumava então a loiça, a cozinha, a loiça suja na máquina, grande invenção do século passado. Depois eu botava mãos à obra sem nunca sair da cozinha a não ser para fazer as camas e arrumar a espalhação geral. Lá chegava então “ele” com nosso jornal que eu não tinha tempo para ler naquele dia. Uff, era vida dura aquelas manhãs impares em que eu regressava ao meu papel feminino, uma espécie de férias intermitentes…
Agora, querem mesmo saber por que foram dias felizes? Porque nós sabíamos que aquilo era casamento que não passava de uma semana e porque a única coisa que nós não tínhamos e que nos fazia falta estava prestes a chegar e que não mais nos ia faltar.

10 comentários:

  1. Um Encontro de dois: olhos nos olhos, face a face. E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-ei no lugar dos meus; E arrancarei meus olhos para colocá-los no lugar dos teus; Então ver-te-ei com os teus olhos e tu ver-me-ás com os meus." (J.L.Moreno)

    Essa improvisação faz ocorrer um efeito de catarse-é certo. No entanto encerra preconceitos um bocado maniqueístas - também é verdade!.
    Para ser bem feito é preciso TELE (caracterização objectiva da situação, sem preconceitos) e EMPATIA (sentir o que sentiria o outro nas suas circunstâncias).

    De qualquer forma o resultado eu prevejo: - É achar que os gajos nunca mais chegam porque foram às putas.

    Bjokas:))))))))))))).

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  2. KAÓTICA:
    Eu para essas angústias existenciais contento-me com a espécie de YOGA que tiveste a amabilidade de deixar no post da Vespa.
    Levanto-me chateado da vida, abro os braços e grito " 7 colinas? umas putas !".
    Estou muito melhor ! Obrigado.

    LOOOOOOOOOOL
    bjikos

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  3. Daria pano para mangas, o fio condutor desta prosa...
    Tenho um outro olhar sobre a vida e as relações entre as pessoas sejam ao nível que for. Mas aqui não é o lugar adequado para as discutir. Só vou adiantando que homem e mulher devem estar na vida lado a lado e de mãos dadas em tudo.
    Bjinhos

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  4. Kaotica:

    O Arrebenta, no Bragança, publica um excelente artigo de PSI. Não é de Sociodrama, mas também é de Role Playing´- A máquina de Charcot (ainda mais célebre que o Moreno).

    Um verdadeiro manual para quem se preocupa em analisar as relações interpessoais. Também recomendo a quem se interessa por saúde pública.

    bjikos

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  5. Para quem se interessa por informática o debochómetro (in Braganza)

    Este vosso provedor polivalente

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  6. Obrigada, Jorge Matos, claro que vou lá espreitar... ainda mais vindo a recomendação de onde vem!
    010101010010010001100 de Beijobits para ti!

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  7. A todos os outros:
    Se recomenda uma semana desta escola da vida que é escapar da rotina e deixar para trás das costas todo o pre-conceito que nos tolhe as possibilidades de Arrebentar com os limites que as mais das vezes impomos a nós mesmos e que nos impedem de ousar para além do trivial. De resto adoro ler os vossos comentários e imaginá-los como pessoas, todas diferentes, todas reais.

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  8. Tanto que às vezes apetece mesmo xingar essas putas dessas colinas!

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  9. Eu também posso xingar....??????

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