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À noite fui deambular por Lisboa, percorrendo as ruas num roteiro assente na proximidade com a cidade, mas com um distanciamento que me proporcionasse uma viajem interior. Uma Lisboa, com cantos, recantos, cores, cheiros, miradouros mas também miragens, em que as sensações, de forma indisciplinada, penetrassem nos remoinhos da memória. Fiz o percurso de bicicleta, com as dificuldades intrínsecas à topografia de Lisboa.
Lembrei-me do filme Caro Diário em que Nanni Moretti deambula por Roma, adquirindo a partir desse belíssimo passeio os contornos da sua solidão. Recordei La Dolce Vita em que Fellini imortaliza uma certa Roma dos anos 50. Em consonância com as dificuldades em ultrapassar colinas, veio-me à ideia um instrumento comum dessa visão panorâmica interiorizada – A Vespa. No Caro Diário a Vespa é protagonista, na Dolce Vita é prima donna.
A dificuldade crescente em suplantar as subidas levou-me a murmurar o slogan publicitário: “ I need a Vespa in my Life”
Jorge Matos
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P.S. Hoje pesquisei a Vespa no Cinema. (link)
À noite fui deambular por Lisboa, percorrendo as ruas num roteiro assente na proximidade com a cidade, mas com um distanciamento que me proporcionasse uma viajem interior. Uma Lisboa, com cantos, recantos, cores, cheiros, miradouros mas também miragens, em que as sensações, de forma indisciplinada, penetrassem nos remoinhos da memória. Fiz o percurso de bicicleta, com as dificuldades intrínsecas à topografia de Lisboa.
Lembrei-me do filme Caro Diário em que Nanni Moretti deambula por Roma, adquirindo a partir desse belíssimo passeio os contornos da sua solidão. Recordei La Dolce Vita em que Fellini imortaliza uma certa Roma dos anos 50. Em consonância com as dificuldades em ultrapassar colinas, veio-me à ideia um instrumento comum dessa visão panorâmica interiorizada – A Vespa. No Caro Diário a Vespa é protagonista, na Dolce Vita é prima donna.
A dificuldade crescente em suplantar as subidas levou-me a murmurar o slogan publicitário: “ I need a Vespa in my Life”
Jorge Matos
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P.S. Hoje pesquisei a Vespa no Cinema. (link)
pois claro! Um texto com a assinatura do Jorge Matos...
ResponderEliminarObrigada pela pesquisa e pelo link. Muito interessante mesmo.
Esta Lisboa não foi feita para andar nem a pé nem de bicicleta, de facto, embora nada lhe retire a beleza. E deu ideia para o meio de transporte do casalinho... :)
Beijinhos
Fabuloso, o filme, mesmo nas cenas sem Vespa. Não sei porquê, mas gosto especialemente daquela micro-cena em que Nanni Moretti entra num bar onde está a passar um antigo show da brasileira de Marco de Canvezes na tv.
ResponderEliminarEsta Lisboa linda,linda de morrer...
ResponderEliminarExperimenta num domingo muito cedo
Belem, como muita muita luz é magico.
Vai ao Jardim do Castelo em Almada e aprecia a vista de Lisboa.
Roma é igualmente magica e magnifica uma das melhores vistas é a que se têm da villa Borghese. Mas andar de vespa em Roma é uma aventura alucinante, aparecem de todo o lado,não respeitam nada nem ninguem.
Um abraço
Jorge
ResponderEliminaro que me foste lembrar...
eu nasci em Lisboa e lá estive até acabar o curso, na Penha de França. então, quando estava aborrecida saía a pé e ía pelos anjos, intendente, até à baixa, devagar, saboreando o reboliço. chegava ao terreiro do paço, ficava ali a ver o rio e depois voltava; subia até à sé e até santa luzia. ficava ali a beber alguma coisa na esplanada do miradouro, a olhar para o rio. aquela vista é linda....depois apanhava o 28 e ía até à graça, outro miradouro com vista para o outro lado, para a baixa. é a minha paisagem preferida, a luz de fim do dia do alto da graça até ao rio, que luz!!
caramba, obrigada por lembrares:)))
beijocas.
Eric Blair:
ResponderEliminar"Show da brasileira de Marco de Canvezes "/FELGUEIRAS.
Gaita! E eu a julgar que tinha visto o filme com atenção !
O primeiro capítulo " Em mi Vespa"-passeio homenagem, é um prodigioso manejo do espaço e do tempo interiorizado, que com a música de Keith Jarrett se transforma em magia cinematográfica.
Ainda hoje a Vespa é muito representativa no trânsito de Roma, a par de outras "aceleras" e de muitos Fiat 600... Boas escolhas para o tormento do trânsito naquela cidade. E é engraçado como vemos tipos engravatados a irem de Vespa para o emprego, coisa aberrante na mentalidade materialista e de aparências da sociedade portuguesa...
ResponderEliminarTambém eu gostava de ter uma Vespa, dequelas antigas, mas como não tenho onde a guardar, adio o meu sonho de Dolce Vita, passeando pelas milhentas rotundas de Viseu.
Abraço
Cristina:
ResponderEliminarO da Graça é um dos meus miradouros de miragem.
Bj
E as sete colinas? - Umas putas!
ResponderEliminarKAÓTICA:
ResponderEliminarEu cá só sei que são íngremes !
Se " putas" se trata de um aparelho para medir a inclinação (tipo "inclinómetro") para bicicltas agradeço especificações mais detalhadas u lugar de venda.
Agora que é preciso fazer umaputa do força para subir colinas, é verdade.
Sete mares mas não sete sóis ( as insolações esturricam os miolos)
Abraço