quinta-feira, outubro 05, 2006

A razão, as causas e os efeitos

Esta personagem, vinda dos confins das trevas para mostrar aquilo que referi num post anterior, como o retrocesso civilizacional a que este liberalismo global inevitavelmente nos condena.
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Houve, ao longo dos tempos conquistas de ideias e valores que nos tornaram, a nós, como humanos, seres mais perfeitos em toda a nossa imperfeição. Mas, ganhámos o valor do humanismo, da solidariedade, dos direitos humanos e criámos ferramentas para garantir que esses direitos não eram violados.
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Pacheco Pereira, invocando um estranho conceito de “guerra irregular”, (como se qualquer guerra alguma vez devesse ser considerada regular), defende que muito daquilo que está consagrado, em convenções sobre direitos humanos e direito internacional, pode e deve ser violado. Se, estamos a ser atacados por gente que os não respeita automaticamente ganhamos o direito a fazer o mesmo. Aceitamos as regras do jogo que nos são propostas, descemos ao seu nível e perdemos a razão que nos tornava diferentes. Aceitamos abdicar da nossa ideia de civilização para aceitar participar no jogo da Barbárie.
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Ao acusar os portugueses, e toda aquela a que chamamos de civilização ocidental, de estar mergulhada num “banho de anti americanismo, para demonstrar ser essa a única razão pela qual se põe em causa actos de rapto, tortura e assassinato, está a passar-nos um atestado de imbecilidade. Ele, grande sumidade da nossa cultura e politica está certo e todos os outros que não partilham das suas ideias, sejam eles gente culta e bem mais inteligente do que ele ou o mais humilde dos cidadãos, estamos errados. Apoiante da politica norte Americana desde sempre, Pacheco Pereira, nunca respondeu à questão fundamental: Porque razão o mundo que eles moldaram está mais inseguro, porque razão existem tantos países e povos que o olham como inimigo, porque razão os povos ocidentais aceitam mergulhar neste banho anti americano. É fácil apontar para actos concretos e justificar respostas concretas, mas mais difícil, e muitas vezes incomodo, é procurar a razão que justifique a sua causa.
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Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

8 comentários:

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  2. Uma boa pergunta que para a responder, o dito cujo provavelmente teria que fazer uma viagem de retrocesso no tempo, coisa que ele não gosta...

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  3. Caro amigo Kaos.
    Acredite que gosto de ver alguns Europeus defender os seus pontos de vista de forma tão coerente e empenhada. É verdade que me desarmaram, logo no inicio, com aquela das armas nucleares, deixando-me na dúvida se existiam ou não, pelo que me fico no mais simples; para mim existem. Como disse, gostei dos vossos argumentos, concordando com alguns e com outros não.

    Mas, voltando aos meus conceitos morais e sociais. Vocês têm razão quando afirmam que os tenho, quando afirmam que me foram criados pelo meu Paizinho, pelo ambiente onde vivo que me castra e me conduz em manada, pelos interesses do petróleo e do dinheiro. Tudo isso é verdade e tudo isso aceito, em nome de uma vidinha, ridícula e sem grande sentido, que tento viver o melhor que posso na companhia do meu cão e da minha família. Não, não tenho em mim o génio avassalador, a loucura do presidente liberal como o Castro ou o Xavez, nem tão pouco vivo a minha vida em turbilhões de intelectualidade como a rapaziada aì da Europa. Não recuso nada disso em busca de me transformar numa página em branco onde tudo o que lá se escreva seja novo, revolucionário, selvagem. Não o faço porque não sou assim, porque há outros valores que aprecio e que pesei antes de optar para ser como sou, e fazer o que faço sem ter de me ver dentro de um colete-de-forças. Não sou como sou por obrigação ou por não poder ser outra coisa, mas sim porque decidi ser como sou (dentro dos limites em que temos forma de o decidir, e vocês, por mais livres e despojados que se julguem, estão tão limitados como eu). Engraçado como o as palavras proferidas por mim ou por um de vocês sentado num café à beira do Sena alteram o próprio sentido das coisas, não é?
    Quanto aos comentários que recebo no meu escritório, é um assunto de somenos importância e que mais não é que a vontade de cada um. Não me cabe a mim andar todo o tempo a analisar coisas que não representam mais do que aquilo que são. Sim, gosto de saber que há outros que gostam do que faço? Claro que gosto e não vejo razão para ser azedo e viver toda uma vida de negação. Realmente hoje, pela enésima vez larguei umas ameixas numa aldeia do Iraque, ou do Afeganistão ou lá onde foi. E, fi-lo por uma razão simples, por simplesmente ser vazia de sentido e conteúdo. Era uma bosta mal cheirosa que não fazia ali nenhuma falta, mas mesmo assim resolvi informar o pessoal que lá vivia das razões pelo que o fazia. É um direito que tenho e não há preconceito que me apontem que mo retire.
    É que por mais libertários que se mostrem, por mais fora do sistema, do mundo dos outros, da opressão do pensamento, acabam por se sentirem mais castrados só pelo medo de tocar nesse sistema. Só o virem propor-me a liberdade, a sugestão de abandonar o sistema vos coloca imediatamente dentro dele. Essa vossa demanda transformou-vos em missionários de uma liberdade a que não conseguem realmente aceder. E aquilo que fiz, fi-lo porque posso. Vocês fariam o mesmo se pudessem porque sei que também têm valores morais e como não têm mísseis fazem-no de outra maneira. Eu também pensava que haveria diferença entre as maneiras de agir, mas não, só há diferença de meios.
    Estive tentado a ir visitar-vos, para vos conhecer melhor, para descobrir esse mundo de que me falam, mas preferi falar com vocês desta forma. Gostei de “falar convosco”.
    Antes de acabar obrigado pela citação do Castro, embora eu dos palhaços prefira ver a arte que aquilo que eles dizem.
    Um abraço
    George W. Bush

    Este texto foi largamente inspirado num post deste blog da autoria do Kaos. Obrigado pela fonte e desculpe o plágio.

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  4. Só para esclarecer, aconselho a lerem os comentários do artigo "Civilização e Solidariedade" deste blog. É lá que está o texto original que inspirou este comentário do "George".

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  5. Confesso que cometi uma asneira. Não devia ter mencionado a origem do texto do “George”. Foi uma experiência reveladora caro Kaos. Os teus amigos (Orca da Aldeia e Luiqui) caíram no embuste e começaram a espumar da boca quando viram o nome do Bush. Repara que o texto é uma cópia muito fiel do teu. Eu se fosse a ti retirava de imediato os links para os blogs respectivos. Eu sei que eles irão argumentar que sabiam perfeitamente a origem do texto, ou mesmo que confessem não ter lido o original irão dizer que o meu falava em mísseis e em matar. Mas por mais que se torçam o texto no essencial, ou seja no conteúdo pragmático está IGUAL. Toma cuidado amigo Kaos, tens leitores que te tomam por George W. Bush. Cuidado, digo eu se calhar erradamente? Quem sabe se não pensas como ele?

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  6. e agora?Acabei de jantar !!!!Acho que vou vomitar....

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  7. Outher sapace:
    Infelizmente não tenho agora tempo para te dar uma resposta mais completa, mas aquilo que está ai não é o meu texto, mas uma versão adulterada e que defende valores contrários ao original. Modificar palavras para utilizar um texto num contexto completamente diferente, pode ser uma jogo divertido, mas não passa disso.
    Fica bem

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  8. A todos os outros:
    Se tiverem paciencia vão ler os originais (vem na sequencia de um longo "debate de comentários") e verão que o sentido nada tem a ver com a forma como foi aqui utilizado.

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