quinta-feira, novembro 23, 2006

Os Dias da Festa da música

Este post há muito que andava para ser escrito, mas por um motivo ou outro foi sempre adiado. Se este blog fosse um jornal diário já nunca seria publicado, mas como não é, e sou eu que escolhe o que me apetece fazer, cá vai ele.

Ouvi a triste notícia de que o “Festa da Música”, talvez o maior acontecimento cultural deste país, e que já se realizava há sete anos, tinha dado o triste pio. Na voz do Presidente do CCB, Mega Ferreira, foi dito que por falta de dinheiro não ia ser possível a realização do festival, sendo este substituído por um outro, realizado nas mesmas datas, mas menos ambicioso, com metade dos espectáculos (de 115 para 51) e um terço do custo (de 1,2 milhões para 400 mil euros). Acaba a filosofia do Festa da Musica, dedicado a compositores e períodos da história da música, e aparece uma nova, a dos “Dias da Música” dedicado a um instrumento (este ano o piano) e aberto a outras áreas da música como seja o jazz e a música improvisada.

Se nos podemos sentir pesarosos por ver o fim desta “Festa”, abismados ficamos quando a Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, que paralelamente com Rui Rio e Cavaco Silva representam o tridente da paupérrima imagem do que é a cultura em Portugal, nos vem dizer que não é por falta de dinheiro que a festa não se vai realizar, mas sim por uma mudança de orientação da Administração do CCB. Se tivesse ficado calada, todos nós acabaríamos por ter de aceitar a inevitabilidade da situação, assim sentimos que temos o direito a explicações que nos demonstrem quem fala verdade e quem nos anda a vender piano por orquestra.

Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

10 comentários:

  1. O post continua a ter oportunidade pelo menos enquanto esta história mal contada não estiver esclarecida.

    ResponderEliminar
  2. Só tenho isto a dizer: Estou de luto!

    ResponderEliminar
  3. Estamos todos mais pobres e com esta sensação de amargo de boca que nos torna um povo deprimido e deprimente, cada vez mais!...
    A actualidade do post mantém-se.
    bjinhos

    ResponderEliminar
  4. Enquanto isto, na 3ªfª, publiquei n'"O Sino da Aldeia" esta notícia do "EL MUNDO".
    Como é que um tipo há-de sentir orgulho por ser português?

    MADRID.- El Ministerio de Cultura y la Conferencia Episcopal han firmado un convenio de colaboración por el que el Gobierno invertirá, en dos años, 9,9 millones de euros para actuar en las 43 catedrales que necesitan una intervención más prioritaria para su mantenimiento, conservación y restauración.

    La ministra de Cultura, Carmen Calvo, y el presidente de la Comisión Episcopal para el Patrimonio Cultural de la Conferencia Episcopal Española, Juan José Asenjo, suscribieron en la sede del Ministerio este acuerdo que, según explicó la ministra, aumenta la dotación presupuestaria en algo más del 47% con respecto a la que ya existía.

    Las primeras actuaciones que se llevarán a cabo serán las siguientes. En Andalucía: Almería (Claustro), Córdoba (Crucero y maqsura), Granada (Retablos), Jaén (Cubiertas), Málaga (cubiertas), Sevilla (Pilares) y Cádiz. En Aragón: Albarracín (Cubiertas y Paramentos), Huesca (salón Tanto Monta), Jaca (capillas), Tarazona (naves), Teruel (cubiertas), Zaragoza, El Pilar (Pinturas murales). En Baleares: en Menorca, en Ciudadela (las naves). En Canarias, en la Laguna. Y en Castilla-La Mancha, en Albacete (el interior), Cuenca (Torre linterna y Claustro), Sigüenza (claustro), Toledo (claustro).

    "Me siento muy satisfecha del giro que le hemos dado al Plan Nacional de Catedrales, al darle mayor presupuesto de acuerdo con el orden de las necesidades que los propios monumentos tienen, y, sobre todo, por mandar un mensaje sencillo a los ciudadanos, y es que las catedrales están siempre garantizadas por la capacidad de entendimiento y consenso entre la Iglesia Católica y la política de Patrimonio Histórico", explicó Carmen Calvo.

    in El Mundo de 21.11.2006

    ResponderEliminar
  5. ruy:
    Ou estou muito enganado ou esta história nunca se vai saber a verdadeira versão diato tudo. Perdemos nós que perdemos uma bela festa.
    abraço

    ResponderEliminar
  6. dae:
    É realamente uma tristeza muito grande.
    abraço

    ResponderEliminar
  7. tb:
    vai-nos valendo que há quem não se deixe abater por isso e mantenha a alegria de viver. Ou então ganham as farmácias a vender prozac.
    bjs

    ResponderEliminar
  8. jorge:
    Infelizmente não somos um espelho daquilo que se passa em Espanha, mas sim o seu oposto.Talvez um dia quem sabe consigamos sair do buraco onde caimos.
    abraço

    ResponderEliminar
  9. Pois é. A cultura neste país é tratada abaixo de cão. Este episódio é verdadeiramente lamentável, pois se fosse por falta de verba o pessoal podia estrebuchar mas acabava por meter a viola no saco, agora se for uma decisão política, a coisa já muda de figura... Quem são eles para decidir que um instrumento é melhor que uma orquestra? Para castigo deviam ficar com as salas às moscas e nem sequer recuperarem o investimento feito.
    Cá pelo Porto a coisa também não nada nada bem. Estamos em vias de perder o FITEI que é um festival de teatro que acontece aqui já há 20 anos, e como o Sr. Rio cortou os subsídios, parece que está condenado, é triste...
    Um Abraço.

    ResponderEliminar
  10. Outsider:
    Da Festa da Musica tenho muita pena porque era realmente uma festa que arrastava milhares de pessoas e abria esta arte a novos publicos. Agora mais pequeno perderá umpouco dessa valencia, mas estou certo que ainda vai ser bom. (Tem ainda a vantagem de se abrir ao Jazz). Irrita é a mentira.
    Acabar com o FITEI isso já é crime e a população do Porto devia revoltar-se contra isso. Matar o pouco que temos de bom é colocar este país ainda mais na cauda não só da europa como do mundo. A vida não é só produtividade e qualificações técnicas, também há a cultura que é aquilo que nos faz ser diferentes dos outros.
    abraço

    ResponderEliminar

Powered By Blogger