quinta-feira, dezembro 14, 2006

DIAFRAGMA DOS TONS AFECTIVOS

Sombra
Woman in a Shawl (Moise Kisling)

No diafragma dos tons afectivos – a sombra.
Não dormia, não comia, nem pensava. Era assim, uma espécie de cor indefinida composta de mil espectros, vindos, sabe-se lá donde.
Corriam os dias, corriam as horas. A espera fixava-se na nogueira desmaiada sobre a casa, enquanto o poço, ao fundo, adquiria tonalidades inusadas consoante a disposição do sol.
Os jarros e as estrelícias ressurgiam da terra molhada em manchas brancas e laranja carregada.

A espera pousava, então, no orvalho sobre brilhos e reflexos transparentes.

Pressentindo a noite, o olhar detinha-se no portão que a separava do mundo do lado de lá.


Luz e sombra
Vento (Max)

A insónia desapareceu na manhã riscada de azul.
O vento
toca ao de leve,
fustiga,
suspenso.
Há murmúrios que afagam docemente.

AMARCORD

6 comentários:

  1. Hum... Belas pinturas!
    e não é que ainda tentei descobrir algures, nelas, pista de uma montagem!

    é o hábito, meu caro! o hábito!

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  2. Sem dúvida alguma, um excelente poema muito bem acompanhado pelo teu gosto visual.

    Um belíssimo conjunto.

    Grande abraço.

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  3. Há quanto tempo...
    dizem que o vinho fica melhor com a idade... mas olha que o teu blog da todo o sentido a esse blog...
    as montagens continuam espetaculares...
    gosto em especial d'A Bruxa do vodoo televisivo. O nosso Marcelo ta um arraso...
    abraço

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  4. Aí está mais um interlúdio poético.
    Sensível, leve, tem o gosto das framboesas em campo de silvas.
    Bonitas pinturas, como adorno das palavras!

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  5. Interlúdio poético que encanta e espanta de leveza feito...
    Como sempre!
    abraços

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  6. Piresf.
    Estes "interludios" não são da minha autoria, mas sim de um amigo meu o "Amarcord"
    abraço

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