O facto de Gomes Cravinho, ter evocado a falta de continuidade que a visita de Mário Soares à Índia teve, para enaltecer que este Governo tudo fará para impedir que as relações entre os dois países voltem a afrouxar, caiu mal junto do Presidente da República, Cavaco Silva.
Em 1992, o actual Presidente da Republica era (e foi por mais três anos) primeiro-ministro e, por isso, era dele a principal responsabilidade de aproveitar o empurrão que Mário Soares na altura tentou dar às relações bilaterais entre Portugal e Índia. Logo, a crítica de Gomes Cravinho atinge Cavaco Silva em cheio, até pela forma como o adjunto do ministro Luís Amado reagiu, quando lembrado de quem era o primeiro-ministro nesse ano e seguintes. “Coincidências...”, disse, sorrindo.
Provavelmente este governante acabou de fazer o seu haraquiri político. Como, não acredito que o Cavaco tenha sido emprenhado pelo espírito de Gandhi, não lhe vai certamente perdoar. É que para o Cavaco, aquilo que mais o preocupa e, que rege todas as suas actividades e atitudes, é a imagem. (Por mais arrepiante que a sua figura nos possa parecer). Os dez anos que levou a construi-la, como que lhe colou à pele essa necessidade. Foram dez anos a criar a ilusão de um grande primeiro-ministro, que fez, que desenvolveu, para depois os seus sucessores esbanjarem todo o seu trabalho e colocado o país no estado em que se encontra hoje, tornando necessário o seu "Sebastionico" regresso para por ordem na casa. Para vender esta ideia há que apagar muita da história dessa época. Quem não se lembra daquele ruinoso segundo mandato, que o fez sair do cargo quase humilhado. Mas também não nos devemos esquecer que, sob a capa de competência e pragmatismo, foi também nos seus mandatos que os maiores erros foram cometidos e que nos levaram ao que somos hoje. Qual D. João V da actualidade, não desbaratou os ouros do Brasil, mas esbanjou os dinheiros da Europa. Muita obra, muito betão, muito alcatrão, mas de investimento produtivo, de preparação da economia, nada. (o que é estranho sendo ele considerado um notável professor de economia). Aliás esse e todos os outros problemas fundamentais porque passa o nosso país, ainda hoje, foram criados nessa altura. O défice, de que é o papá, o exagerado número de funcionários na administração pública, engordada por ele, a corrupção, a quem deu rédea solta aceitando o desbaratar dos fundos europeus em Ferraris para empresários e na criação de novos-ricos. Isto para não falar dos números clausus que fazem com que hoje até já tenhamos de importar médicos. Não pode por isso, deixar que qualquer pedrita possa ser atirada ao seu antigo reinado, com tantos telhados de vidro que tem. Não pode arriscar que tanto trabalho, a apagar e a reescrever o passado, possa ser assim colocado em causa.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Em 1992, o actual Presidente da Republica era (e foi por mais três anos) primeiro-ministro e, por isso, era dele a principal responsabilidade de aproveitar o empurrão que Mário Soares na altura tentou dar às relações bilaterais entre Portugal e Índia. Logo, a crítica de Gomes Cravinho atinge Cavaco Silva em cheio, até pela forma como o adjunto do ministro Luís Amado reagiu, quando lembrado de quem era o primeiro-ministro nesse ano e seguintes. “Coincidências...”, disse, sorrindo.
Provavelmente este governante acabou de fazer o seu haraquiri político. Como, não acredito que o Cavaco tenha sido emprenhado pelo espírito de Gandhi, não lhe vai certamente perdoar. É que para o Cavaco, aquilo que mais o preocupa e, que rege todas as suas actividades e atitudes, é a imagem. (Por mais arrepiante que a sua figura nos possa parecer). Os dez anos que levou a construi-la, como que lhe colou à pele essa necessidade. Foram dez anos a criar a ilusão de um grande primeiro-ministro, que fez, que desenvolveu, para depois os seus sucessores esbanjarem todo o seu trabalho e colocado o país no estado em que se encontra hoje, tornando necessário o seu "Sebastionico" regresso para por ordem na casa. Para vender esta ideia há que apagar muita da história dessa época. Quem não se lembra daquele ruinoso segundo mandato, que o fez sair do cargo quase humilhado. Mas também não nos devemos esquecer que, sob a capa de competência e pragmatismo, foi também nos seus mandatos que os maiores erros foram cometidos e que nos levaram ao que somos hoje. Qual D. João V da actualidade, não desbaratou os ouros do Brasil, mas esbanjou os dinheiros da Europa. Muita obra, muito betão, muito alcatrão, mas de investimento produtivo, de preparação da economia, nada. (o que é estranho sendo ele considerado um notável professor de economia). Aliás esse e todos os outros problemas fundamentais porque passa o nosso país, ainda hoje, foram criados nessa altura. O défice, de que é o papá, o exagerado número de funcionários na administração pública, engordada por ele, a corrupção, a quem deu rédea solta aceitando o desbaratar dos fundos europeus em Ferraris para empresários e na criação de novos-ricos. Isto para não falar dos números clausus que fazem com que hoje até já tenhamos de importar médicos. Não pode por isso, deixar que qualquer pedrita possa ser atirada ao seu antigo reinado, com tantos telhados de vidro que tem. Não pode arriscar que tanto trabalho, a apagar e a reescrever o passado, possa ser assim colocado em causa.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Caramba, Kaos, você odeia mesmo o homem...
ResponderEliminarLivra...
Olhe que eu sou seu amigo... eheheh.
Um abraço.
Kaos:
ResponderEliminarINTEGRALMENTE DE ACORDO. MUITO A PROPÓSITO ESTE TEXTO!
Abraço!
O ódio cega.
ResponderEliminaré bem verdade, isso que dizes... Cavaco é o avôr do "monstro", e Guterres o seu pai: o de um Estado "sobrínhico" e engoprdado além do razoável, o de uma economia orientada para o Terciário e não par o produtivo, o de uma economia baseada nos baixos salários e não na inovação e na tecnologia...
ResponderEliminare ostentam ainda essa capa do "salvador" porque os Media lha vestiram e muitos na opoisção PS e e PCP (até) a repetiram quando diziam mal dos seus sucessores.
e agora...
que não passa de um PR sem poder real e num cargo meramente decorativo (mas caro) vai poder perpetuar essa imagem, já que quem não pode fazer nada... não pode piorar a sua imagem.
Assino por baixo e sem reticências!
ResponderEliminarum abraço
KAOS
ResponderEliminarKaos, o ódio cega-o!Até parece inveja!
Assim, pode ter graça, mas não vale. É pouco honesto.
Veja: a visita de Soares à India foi anedótica, com uma 'retoma' da dimensão histórica da nossa presença na India, que esse país nunca aceitaria e a que nenhum primeiro-ministro de Portugal poderia assumir dar corpo, em termos de política externa.
Cavaco, recordando a inutilidade da visita de Soares, faz desta ida à India uma aposta na vertente económica e negocial, deixando aberto o caminho a Sócrates para o que interessa prosseguir, na dimensão das relações bilaterais. Quer vir desculpar a Soares o anedótico, para culpar Cavaco, enquanto primeiro-ministro por o que considera os erros de então? Não pode. O que pode, sem se rir, é dizer que a India não era o que é hoje, que Soares nunca pensou noutra coisa que na sua projecção pessoal e que na época Portugal estava mais interessado em provar que era o bom aluno europeu.
Zé manel:
ResponderEliminardaquilo que não gosto é de hipocrisias e de ver o engano em que nos fazem viver. Não gosto da miséria e de saber que morre gente com fome e frio. Não gosto de saber que há quem tenha muito mais do que aquilo que alguma vez vai necessitar enquanto outros vivem na pobreza extrema. Este senhor vive e defende esse mundo.
abraço
Henry:
ResponderEliminarUm abraço e bfs
a mim me parece:
ResponderEliminaraté podes ter razão, mas quem nos tem tentado cegar para a realidade são gente como ele. Será que é porque nos odeia?
abraço
luikki:
ResponderEliminarEra necessário que a história presente e futura mostrasse a verdade sobre quem foi e é o cavaco. cada um deveria ter de asssumir as suas responsabilidades. Tenh o por aqui ums pedregulhos prontos para atirar.
abraço
Rui:
ResponderEliminarRealmente ele dificilmente poderá piorar a sua imagem, mas nós podemos dizer a verdade e mostrar aquilo que foi realmente o reinado cavaquista. Nós podemos mostrar a sua verdadeira imagem
abraço
Jorge:
ResponderEliminarObraigado e um abraço
porca:
ResponderEliminarIsso só vai acontecer se nós não nos calarmos e formos relembrando os males de que ele ainda hje é responsável. O seu a seu dono.
bjs
Nem sim nem não:
ResponderEliminarA resposta ao que dizes seria muito longa e o Miguel de Sousa Tavares, na sua crónica do Expresso, explica esse assunto muito claramente. Isso de que falas é mais um dos mitos da nossa história recente. De qualquer forma o meu post só parte desse "incidente" do secretário de estado para falar de algo muito mais geral e que diz respeito a todo o reinado cavaquista e das suas responsabilidades naquilo que ainda sofremos hoje. O ter ou não feito negócios com a India são só trocados.
abraço
Estas visitas fazem lembrar a ostentação da faustosa embaixada da corte de Manuel I ao papa Leão X, chefiada por Tristão da Cunha, para exibir as riquezas que vinham da Índia.
ResponderEliminarAqui, o cortejo não foi ao papa; foi à Índia mas a corte, sendo outra, fez questão de ostentar o novo-riquismo pacóvio do empreendedorismo português!
Não deixam de ser curiosas as semelhanças. Gastar é preciso!
henry:
ResponderEliminarComo disse o Cavaco vive da imagem e por isso pauta toda a sua politica por essa mesma imagem. Mesmo quando tenta fazer algo por Portugal o melhor que comsegue é tentar também usar a imagem do país. Só exebicionismo que só engana os habitantes do Jardim.
abraço
Caramba,vocês são todos ceguinhos?
ResponderEliminarSerá que o homem em 10 anos só fez asneiras?
anonimo:
ResponderEliminarNão terão sido só asneiras, mas para quem são dadas tantas honrarias e elevado ao estatuto de um quase Deus, fora asneiras a mais. Pior , asneiras tão graves que ainda hoje estamos a pagar por elas...e com juros.
abraço
KAOS:
ResponderEliminarMesmo não comungando com muitas das suas teses políticas, tenho por si simpatia e respeito por tentar, e parece-me consegui-lo, responder a todos os que aqui comentam os seus postes sempre de modo elegante, mesmo aos comentários mais azedos. Dá um exemplo cívico didáctico que, ainda que os resultados não se notem a olho nú, se espera que frutifiquem. E se não frutificarem, paciência, mas com legítimo orgulho mantenha-se assim . Mesmo que só.
a mim me parece:
ResponderEliminarAgradeço as tuas palavras. Realmente não vejo razão para perder a cabeça e iniciar aqui uma gritaria que não levaria a nada. Cada um tem direito a ter a sua opinião e a gostar mais ou menos das opiniões aqui escritas, quer no post quer depois nos comentários. Manifestá-lo é natural, usar isso como arma de agressão não me parece certo. A minha ideia de liberdade passa muito por ai.
abraço
Subscrevo!
ResponderEliminarjinhos
tb:
ResponderEliminarBjinhos