segunda-feira, janeiro 15, 2007

Flexigurança kavakista

Uma coisa temos de reconhecer ao Sr. Silva. O homem não quer arranjar chatices e muito menos que lhe coloquem problemas. Olhou para cima da sua secretária em Belém, viu lá um monte de leis, daquelas mais conflituosas, para aprovar e não foi de modas. Vai tudo para o Tribunal Constitucional, onde inevitavelmente não seriam chumbadas, e na véspera de ir passear a Maria por terras Indianas, bota-lhes o carapau e ala que lá vou eu. Assim não há perguntas, passa a tempestade dos descontentes e quando voltar está tudo mais calmo. Claro, já que está lá longe também é um bom momento para atirar com umas “bocas” para o ar e mandar uns recados ao Sócrates e uns docinhos aos seus amigos mais liberais. Pimba, toma lá com a fluxigurança para animar as hostes. Não estranho essa sua posição, afinal ele é uma personagem de direita e com ideias capitalistas, mas o que me parece menos honesto é que o faça dizendo que é em nome de quem trabalha e para lhes aumentar a segurança. Poder ser-se despedido simplesmente porque não se lambeu as botas ao patrão, ou porque se ficou doente, ou grávido, ou se quer ter férias, ou se quer chegar a casa a horas de poder jantar, ou por outro motivo qualquer que passe pela cabeça do patrão, não me parece grande segurança. É claro que a escravatura já foi abolida, pelo menos em nome, embora se saiba que há países onde ainda existe. O termos de arranjar um termo para ela e assim podermos concorrer em igualdade de condições no mundo global é que não me parecia necessário. Chamem-se os bois pelos nomes que é muito mais bonito, e escusamos de estar a meter mais palavras esquisitas na língua portuguesa. Ou será que a flexibilidade do Sr. Silva a isso obriga?

Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

11 comentários:

  1. Muito linda esta ideia de copiar a lei de países que estão numa outra galáxia ao nivel da qualidade de vida e desenvolvimento económico, como são o caso da Dinamarca e Holanda. O cavalo de batalha destes cromos que tentam implementar a lei em Portugal é que o trabalhador que é vitima da Lei terá uma protecção social e beneficios aumentados. Só deixo esta pergunta: se o sistema de Segurança Social portuguesa está a caminho da falência, se temos as pensões de reforma miseráveis que temos, onde raio vão eles buscar dinheiro e os meios, de forma a garantirem a tal protecção e beneficios dos trabalhadores, que se a Lei entrar em vigor, cairão aos milhares como se de laranjas podres a cair das árvores se tratassem?...
    Abraço e se alguém souber a resposta, agradeço.

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  2. E quer essa gente ser a vanguarda do país. Será séria a discussão sober a Flexisegurança?

    Empresários do Porto fazem ultimato a Cavaco Silva na Índia

    http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/nacional/economia

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  3. luikki:
    Que eu saiba o direito á greve é legal em Portugal. Com a flexigurança que direitos teremos nós para defender os nossos direitos...se é que ainda nos resta algum. Porrada neles e já.
    abraço

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  4. Corcunda:
    Há anos que a estratégia para o fim da segurança social passa por lhe criar tantas despesas que ela rebente por si. Foi utilizada em outros paises e cá também segue o mesmo caminho. Este truque seria mais uma maneira de preparar o seu fim e a passagem de nmais um grande negócio para os privados. É dos livros.
    abraço

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  5. Explícito:
    Claro que não. Isto não passa de capitalismo puro e duro. Mesmo sendo os nossos empresários uma cambada de gente de baixo nivel segue-se o exemplo do estrangeiro. Somos um país em que a aclasse governante e empresarial são do pior que cá temos. Tivessem a mesma qualidade da classe trabalhadora e eramos um país decente.O link está incompleto, é:
    http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/nacional/economia/pt/desarrollo/728328.html
    Um abraço

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  6. Desde que ouvi falar da flexisegurança que tenho perguntado que receita milagrosa é essa que só traz benefícios a patrões e empregados!

    Vender mentiras é uma arte, sem dúvida!

    E sempre ouvi os senhores governantes comentar que tal lei, a ser implementada, teria que se "adaptar à realidade nacional"!
    Aguardo as cenas seguintes...na certeza(minha) de que não há adaptações possíveis no nosso país para um sistema concebido para outras realidades.

    Um abraço.

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  7. Jorge:
    Adaptação possivel há. Ficamos com a flexi e descartamos a segurança porq ue o estado não tem forma de a suportar. E, honestamente eu é que não tenho já paciencia para os suportar a eles.
    abraço

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  8. Mas que raio de políticos os portugueses elegeram!

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  9. Henry:
    Infelizmente elegeram a espécie mais vulgar, o politicus corruptos, que só pensa mais em si e nos amigos que na população que devia servir.
    abraço

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  10. Ó pá isto está mesmo a precisar é de uma boa varridela. Venhma as vassouras....:)))
    jinhos

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  11. tb:
    Eu levo um aspirador que não estou para meter as mãos nessa porcaria.
    bjs

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