quarta-feira, maio 09, 2007

O Charlot sem graça

Desde pequeno que gostei dos filmes do Charlot, primeiro, e depois do Carlie Chaplin. (Não vale a pena aparecer aí um anónimo a dizer que são o mesmo, que eu sei). Primeiro como personagem, depois como actor e realizador. Fez-me rir com a pobreza e não da pobreza, mas também me fez acreditar que a bondade e a solidariedade humana existem. Já este "Charlot " da fotografia, não me faz rir com a nossa pobreza. Portugal vai pelo cano, já foi ultrapassado por Malta e corre alegremente para ultrapassar, na direcção ao buraco, a meia dúzia de países de leste que ainda faltam. Nos próximos anos vai ser o país com menor crescimento da Europa e conseguiu, este ano bater o registo da maior queda de poder de compra dos últimos 22 anos. Já sabíamos há muitos anos que os nossos salários sobem menos que a inflação, mas não iremos “às arrecuas” em relação ao sentido que devíamos ir? Não deveríamos estar a aumentar de poder de compra? Com tantos sacrifícios não deveríamos estar mais ricos, como por exemplo os administradores que são dos mais bem pagos da Europa, ou as grandes empresas que aumentam os lucros em 30, 40 ou mesmo 90%? Eles estão mais ricos e nós que trabalhamos para eles, que lhes produzimos a riqueza estamos mais pobres. Não há aqui algo que não bate certo?

Este Charlot não me faz rir, porque embora ele e todos os outros “Charlous” sorriam muito, proclamem muitas opiniões, mostrem muitas certezas e garantam muitas soluções, nós nunca ganhamos nada com isso. Estes riem-se da pobreza e isso, não tem graça.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

29 comentários:

  1. olhe que o Charlot e o Charlie Chaplin são o mesmo.

    anónimo

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  2. É verdade!
    22 anos!
    É certo que muitos vivem hoje melhor do que nunca (basta passar pela avenida de Roma num fim-de-semana), mas a maior quebra dos últimos 22 anos, é mesmo mau... para o consumo, para a Economia e... para a vida de milhões de portugueses e é um número muito mais importante do que todos os indicadores macro com que os economistas gostam de praticar o seu onanismo económico...

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  3. Bolas carneiro. Na vale. Possas.
    Kaos.. são mesmo? O mesmo? Hum... (É para desanuviar)

    Quanto à situação, eu ebm que queria que parásse por aqui...mas não me parece que assim seja. Ainda estamos longe de uma mobilização com gente acordada. Durante anos, deixou-se que se acomodassem. Agora a coisa, primeiro que arranque é um dia de juízo.

    Mas a esperança... não morre.

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  4. Até que venha o dia em que o público passe a activo!...:)
    Beijinhos

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  5. bOAS...
    Convido-te a participar no Jogo dos 7.
    Passa no Blog " O Profano".
    Abraços Profanos

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  6. Anónimo9/5/07 16:20

    Como o Kaos foi impecável no meu pedido anónimo (aqueles 3 a fumar), suplico agora que coloque estes 2 mais a Dona Lurdes no papel de "sem-abrigo".

    Anónimo agradece

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  7. Oh Rui Martins,

    A Av. de Roma ao fim de semana estás às moscas. O que é suposto ser lá visto em benefício da tese ?

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  8. A redução consecutiva do rendimento nos ultimos anos - desde que baixaram os subsídios comunitários - ilustra que baste que temos estado a viver num sistema socio-económico que não é compatível com o nosso nível de riqueza.

    E é tanto assim que, de repente, temos um partido da faixa mais á esquerda da social-democracia europeia a fazer as correcções que a direita - PSD ou social/democracia com frequencia liturgica dominical - nunca conseguiu pôr em prática, nem tãopouco lhe passou pela cabeça pôr em prática.

    O nosso regime constitucional - organização do Estado, da economia, dos serviços básicos, das liberdades e garantias individuais - constante na constituição material ou fora dela, por demais generoso perante a medida do que poderia oferecer, teve que criar déficits sucessivos que se foram acumulando até se tornarem indisfarçáveis e económicamente incomportáveis.

    E numa época em que é mais ou menos pacífica a inevitabilidade dos cortes, surgem os escandalos e os favorecimentos que nos levam a concluir que os cortes são só para os suspeitos do costume.

    Muito mais do que os sacrifícios, o que nos dói diariamente é a imoralidade de haver alguns que se colocam fora do ambito dos sacrifícios.

    São as reformas do Banco de Portugal, os tachos na galp, na CGD, na PT e noutras empresas sob a égide do Estado que têm garantidos á partida lucros monstruosos por força do regime oligopolista em que trabalham que não pelo mérito dos respectivos administradores pagos a peso de ouro com a justificação nos êxitos de gestão.

    Para não se falar das leis de reforma mais injustas que vigoraram durante os ultimos 25 anos - destinadas a acolher a geração que se montou no poder logo a seguir a 1974 - e que permitiu reformados por inteiro com 48 anos de idade, com pensões calculadas de forma artificial só para se sacar da CNP o máximo que se pudesse.Um militar, por exemplo,era promovido no ultimo ano em funções ao posto imediatamente superior para ser com base nesse vencimento que passava á reserva. Até havia uma categoria que se chamava "graduado em major para efeitos de pensão". O que significava que aquele capitão,que sempre descontara com base no salário de capitão, passaria a ser reformado com o vencimento de uma major.

    E por se ter distribuído tanta reforma imerecida, os que ainda cá estão vão ter que trabalhar mais anos e descontar mais para sustentar o desfalque que os já reformados causaram.

    Isto digo eu, mas como não sou de esquerda, a minha opinião não costuma ser valorizada.

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  9. Anónimo9/5/07 17:15

    quando este garoto deixar de ser o 1ºM e passar por mim como um anormal qualquer, vou rebentar-lhe com aquele nariz.


    ades...

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  10. Boa imagem, como de costume, mas melhor ainda é o texto.
    Abraço

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  11. Eu já gastei tudo quanto é palavra em relação aos teus trabalhos ...decididamente estás constantemente a surpreender-nos com a tua imaginaçaõ criativa .
    Além de serem do agrado geral , (sim porque até os que são do contra têem cá aparecido para mandar bitaites )...agora já aceitas encomendas eh eh eh eh eh .


    Quanto aos anormais que protagonizam os teus bonnecos quero que vão morrer longe !!!

    IRRA corja


    Beijão grande

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  12. Anónimo9/5/07 22:21

    Olha o Carneiro por estas bandas! ;-)


    Faço minhas ESTAS palavras da LAurentina:

    «Eu já gastei tudo quanto é palavra em relação aos teus trabalhos.»

    Continua! que a gente vem cá ver essas criações tds os dias :-)

    Bjs

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  13. Anónimo9/5/07 22:24

    esta imagem é quase um insulto ao charlot que fazia rir ou chorar...e que era um "puro"...
    abraço

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  14. Estes não só não têm graça, como são a nossa desgraça.
    Força neles

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  15. Carneiro:
    São? Ele há cada novidade.
    abraço

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  16. Rui:
    Porque este é o que mede aquilo que realmente se passa en casa de cada um de nós. Este valor mostra que cada vez podemos comprar menos e por isso cada vez somos mais pobres.
    abraço

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  17. Cris:
    É a inércia, mas a força de um povo é muito grande, e um dia que se comece a mover não há quem a pare. Quero eu acreditar.
    bjs

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  18. tb:
    Até esse dia vamos vivendo na esperança que seja para breve
    bjs

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  19. Profano:
    Tenho andado com problemas na ligação da net. Mal tenha possibilidade passo por lá.
    abraço

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  20. anónimo:
    O tempo tem andado curto, mas mal tenha tempo vou tentar
    abraço

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  21. Carneiro:
    Colocas aqui várias questões muiti interessantes. Já falei sobre algumas em tempos passados. Resumindo, na minha opinião h´q ue acabar com o rumo liberal que seguimos. Esta ideia de produzir muito e barato para produzir riqueza só nos torna mais pobres e mais dependentes de uma economia presa por arames. Temos de entender que o consumismo não gera felicidade, mas somente stress de ter de ter. Uma ansia sem sentido. Temos de reduzir a produtividade e produzir somente aquilo que realmente necessitamos. Nem o mundo tem materias primas para aguentar este ritmo nem o homem pode ser escravo dessa produtividade.
    Quanto às reformas, há muito que têm andao a carregar o estado social com despesas e mais despesas para o fazer impludir. A ideia é demonstrar que ele não é viável e dar mais este bolo aos grandes grupos privados. Está a ser feito cá como já foi feito em muitos outros países. Não é o sistema que não funciona, há é quem o queira fazer emperrar.
    abraço

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  22. anonimo:
    Por mim não tenho nada a dizer.
    abraço

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  23. guardião:
    Obrigado
    abraço

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  24. Laurentina:
    Quando se faz as coisas por gosto é sempre mais fácil. Aceitar encomendas não é muito fácil porque muitas vezes custa a encontrar as imagens certas, mas se corre bem até é bom. É que a imaginação nem sempre está nos seus melhores dias e ideias valem ouro
    bjs

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  25. Sulista:
    Foi, apareceu por cá e como todos é sempre bem vindo.
    Agradeço também as amáveis palavras e acrescento que é bom receber a vossa visita.
    bjs

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  26. Luikki:
    Ele certamente compreenderia que as causas que ela serve também o são.
    abraço

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  27. Zé povinho:
    Bem dito
    abraço

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  28. Ó Kaos, grande tese essa da fabricação da implosão do estado social. Nunca tinha pensado isso nesses termos mas até é capaz de ter razão.
    Capazes de tudo esses...

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  29. Setora:
    Não é novidade. Já aconteceu noutros países. Onde se fala disso ( e não só) é num excelente livro chamado NO LOGO. Fala de marcas de multinacionais e explica muita coisa.
    bjs

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