Devem andar todos bebados

«Os ministros da Agricultura da União Europeia chegaram hoje a acordo, por maioria qualificada, sobre a reforma da organização comum do mercado (OCM) do vinho. Esta reforma era uma prioridade da presidência portuguesa da União Europeia, foi aprovada a 24, com os votos contra de Malta e Dinamarca e a abstenção da Estónia. A reforma prevê que sejam arrancados 175.000 hectares de vinha em toda a União Europeia.»

Porque raio era esta reforma uma prioridade para Portugal é um mistério, mas seja lá porque razão obscura possa ser, a verdade é que a nós, nos calhou arrancar mais 17.000 hectares de vinha, cerca de 10% da área total. Claro que o ministro se mostrou muito satisfeito com os milhões que vão cair da Europa para este fim, mais seis milhões de euros anuais, (ui, ui, tanto dinheiro, nem dava para pagar a cimeira de Lisboa), estando ainda o governo disposto a comparticipar com mais 100 milhões por ano, retirados dos cofres do estado. Isto é, ficamos sem uma dos nossos produtos em que podemos apresentar qualidade e competitividade e ainda gastamos milhões, como se não houvesse melhores actividades onde os utilizar, para destruir um pouco mais do pouco que já nos resta do que é produzido em Portugal. Enquanto não houver só meia dúzia de nababos a morrer de obesidade e ataques de coração, enquanto todos os outros morrem de pobreza, esta canalha não vai descansar. Enquanto não nos puserem a todos a prestar servil vassalagem aos poderosos que, na sua opulência, venham banhar-se nas praias do “Portugal Europe's West Coast” e jogar nos campos de golfe do “Allgarve”, não param. Enquanto Portugal não estiver completamente dependente das esmolas europeias, não vão parar de destruir a nossa agricultura e a nossa indústria. Estão a transformar Portugal num país de serviços, no Inatel da Europa e nós todos nas “putas” que os devemos servir. Puta que os pariu a todos.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17