Este fim-de-semana houve duas eleições que em tudo se assemelhavam, mas que eram bem diferentes. Na Rússia Putin concorria ao poder absoluta, depois de ter colocado na prisão quase toda a oposição e tendo um controlo total sobre a informação. Na Venezuela, Chavez referendava alterações à constituição que lhe permitiria continuar a concorrer indefinidamente à Presidência do país. Das eleições do “amigo” Russo pouco se criticou, mesmo quando as noticias mostravam uma total falta de democracia, mas do Chavez não faltaram comentadores e políticos a chamarem-lhe de ditador. Na Rússia, o Putin venceu com uma vantagem enorme e com os observadores estrangeiros a falar de graves irregularidades no processo eleitoral, na Venezuela, Chavez perdeu pele diferença mínima, em eleições consideradas democráticas.
Não sei o que cada um deles vai fazer no futuro, mas o Putin muito provavelmente vai assumir o seu poder absoluto, calando a oposição, chantageando a Europa com a venda de petróleo e gás natural e os americanos com o regresso a uma corrida ao armamento. Quanto a Chavez tem aqui a possibilidade de demonstrar se é ou não é um verdadeiro democrata. Até ao momento vai bem ao aceitar o resultado do referendo, faltando saber qual será a sua atitude futura perante a derrota. Espero, para bem da Venezuela e de toda a América do Sul, que venha a calar muitos do que o acusavam de ser um ditador, aceitando os resultados e dando o lugar a outros quando terminar o seu mandato. Ironicamente, se o “amigo” russo não deixa duvida quanto à sua posição relativamente aos direitos humanos, já o “ditador” Chavez ainda nos permite acreditar que afinal possa não o ser. As voltas que o mundo dá.
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
quarta-feira, dezembro 05, 2007
Putin x Chavez
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Só quem está intoxicado com as mentiras e manipulação que a corja Bilderberguiana e Maçónica nos presenteia diariamente, com a ocultação e omissão de algumas noticias é que diz que o Chavez é um ditador.
ResponderEliminarPelas medidas que foram a referendo(sem contar com a que a comunicação social não se cansou de falar-a reeleição do presidente)pode-se ver que aquilo que ele queria alterar era só a favor dos mais pobres. Vou só citar algumas medidas:
-a expropriação da terra facilitando a re-distribuição aos sem terra e pequenos produtores (Chavez já assentou mais de 150 mil trabalhadores sem terra sobre 2 milhões de acres [809,4 mil hectares) de terra.)
-Outra emenda proporcionava cobertura universal de segurança social a todos o sector informal (vendedores de rua, trabalhadores domésticos,auto-empregados) que representa 40% da força de trabalho.
-A semana de trabalho de trabalhadores organizados e não organizados seria reduzida de 40 para 36 horas semanais sem redução de pagamento.
-A admissão aberta e universal à educação superior abriria maiores oportunidades educacionais a estudantes das classes mais baixas.
-Algumas emendas permitiriam que o governo ultrapassasse os actuais bloqueios burocráticos para a socialização de indústrias estratégicas,criando portanto maior emprego e reduzindo custos de serviços públicos.
-A mais importante era uma emenda que aumentaria o poder e o orçamento de conselhos de moradores a fim de legislar e investir nas suas comunidades.
Acerca da derrota do Chavez não sei até que ponto é que aquilo não teria sido uma vitória da CIA, sabendo que alguns dias antes foi interceptado um documento confidencial proveniente do gabinete do sr. Michael Middleton Steere, funcionário do Departamento de Assuntos Regionais (ORA) da Agência Central de Informações (CIA) dos Estados Unidos localizado na mesma morada da Embaixada dos EUA em Caracas, que continha informações sobre um plano de sabotagem do referendo, podem ler acerca deste plano neste link:
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=59745
abraço
Não o percebo.Mandatos sem restrição de vezes em que se pode recandidatar,como em Inglaterra,França,Alemanha são democráticos,mas, na Venezuela já é de cariz ditaturial.Não vai na leva com os outros todos?Déjà vu!
ResponderEliminarNós por cá também temos limitações de mandatos mas a verdade é que ao final de contas governam sempre os mesmos.
ResponderEliminarQuando falo do Chavez começo sempre por dizer: não ponho as mãos no lume por ele! Mas ocorre-me perguntar:
- Por cá, já tivemos várias revisões de constituição, está em marcha um revisão profunda da lei eleitoral, houve algum referendo acerca disso?!
- Não! Cá não é necessário, nós vivemos em democracia!
- Puta que pariu a hipocrisia!
"Fue una victoria de mierda!"
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