quarta-feira, janeiro 09, 2008

O Triunfo dos Porcos

Triunfo dos porcos

Felizmente não tive possibilidade de ouvir toda aquela demagogia que o Sócrates foi destilar para a Assembleia da Republica para tentar justificar o injustificável; a decisão de não referendar o Tratado de Lisboa. Os argumentos são no mínimo ridículos e mostram uma falta total de respeito por todo um povo e pela sua inteligência. Mas olhemos com um pouco mais de atenção para eles. O primeiro é que o actual tratado nada tem a ver com o defunto Tratado Constitucional pelo que está livre da sua promessa de referendo, feita durante a campanha eleitoral e na tomada de posse do governo. Para o Engenheiro basta mudar o nome a uma coisa para que essa coisa deixe de ser o que é. Giscard Destain, autor do Tratado Constitucional já disse que este novo tratado contém tudo o que de mais relevante e importante continha aquele que ele tinha redigido. Como se isto não bastasse, ao dizer que não tem compromisso com o povo português sobre este assunto, estranho que considere que possa ter então também a legitimidade. Uma segunda justificação é a de que a maioria da população aprovaria o tratado em referendo e basta ver a actual constituição da Assembleia da Republica onde 90% dos deputados votarão sim. Não sei de onde lhe veio tal certeza, mas segundo os seus próprios argumentos, quando estes deputados foram eleitos não existia este tratado pelo que ninguém os mandatou para tomarem esta decisão. A pergunta aos eleitores era a única atitude verdadeiramente democrática. A terceira e mais parva é a de que a realização de um referendo em Portugal podia comprometer a aprovação por via parlamentar num outro qualquer país. Podia-lhes dar argumentos para também quererem um referendo nos seus países. Qual é o mal? É tão grave proibir os portugueses dizer de sua justiça, como o é fazê-lo para qualquer outro país europeu. Não fazer um referendo para que um qualquer povo seja privado do seus direito a dizer não, é uma ditadura, é silenciar a voz de alguém só porque não concorda com as opiniões do poder. Nunca a frase de George Orwell, retirada do fantástico livro, “O triunfo dos Porcos”, se adequou tão bem a um governante. “ Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que ou outros”. Hoje foi certamente o dia em que os Porcos triunfaram sobre a democracia.

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

6 comentários:

  1. Caro Kaos,
    Eu assisti ao debate na Assembleia da República... e lembrei-me das palavras do Zeca.

    "No país cinzento com o povo mudo
    De porta em porta pela noite calada
    Vêm em bandos com pés veludo
    Chupar o sangue fresco da manada

    Se alguém contesta com seu ar sisudo
    Apontam a sua arma carregada
    Eles comem tudo, eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada

    A toda a parte chegam os vampiros
    Ocupam os prédios, multam nas calçadas
    Pregam a moral e ética de servi-los
    Em troca de aceitarmos o nada

    São os mordomos do líder vigário
    Criminosos protegidos pela lei
    Requisitam o saque do suor diário
    E tributam o pouco com que fiquei

    Eles comem tudo, eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada

    Nos seus contratos levam a assinatura
    Levada sob ameaça e coação
    Fazendo-nos saber que assim dura
    A legitimidade da sua requisição

    Eles comem tudo, eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada"

    Um abraço

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  2. Blueminerva:
    Um excelente recordação essa. Já nessa altura como agora os vampiros não param de "comer tudo"
    bjs

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  3. O referendo não se faz aqui nem no resto da europa (democrática?)porque o resultado poderia não ser o que eles vão impôr! Assim vai a democracia.
    Referendos pró que der e vier só na anti-democrática Venuzuela!
    Votos de saúde

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  4. pata negra:
    Os ideais democráticos estão muito diferentes daquilo que eram originalmenete assim como o estão os da liberdade. Se nada fizermos evaporam-se ambos
    abraço

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  5. Não foi só o Giscard a dizer que era tudo =, excepto o nome. Também a nª/ Socretina o afirmou numa entrevista qulaquer. A rapariga se tivesse dito que não havia referendo sem comentários, ficava melhor no boneco. Assim fez fig. de parvo -pois pensou que nós íamos acreditar em tais explicações.

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