domingo, janeiro 13, 2008

Os novos Senhores da Guerra

 ASAE

Tiro, assalto, luta corpo a corpo e combate ao terrorismo. Segundo o semanário «Expresso» este é o treino que os inspectores da autoridade para a segurança alimentar e económica já estão a receber por parte do SIS e da força especial norte-americana. O objectivo destas tácticas paramilitares é permitir que os agentes de fiscalização sejam capazes de intervir em situações criticas. Através deste semanário ficamos ainda a saber que estas medidas são apadrinhadas por António Nunes, presidente da ASAE, mas que internamente são vistas como excessivas, dado âmbito de actuação deste órgão.
In “TVI

ASAE, Autoridade para a segurança alimentar e económica. Estamos a falar de segurança alimentar, de feiras e vemos a SWAT a ensinar-lhes tácticas e técnicas de guerra. Talvez seja um pouco exagerado, para mais sabendo que andam sempre com as costas protegidas por um bando de jornalistas e camera-man’s.
A ASAE é daqueles casos em que instintivamente não gostamos, mas até entendemos os seus argumentos de fazer cumprir a lei, o que supostamente está correcto. Mas, não está, não está porque se olharmos para a história desta ASAE podemos ver uma politica de propaganda perigosa. Começou com as feiras, víamos a um bando de encapuçados a entrar pelas feiras a correr, as quantidades de produtos aprendidos e um ataque bem sucedido contra a pirataria e o negócio paralelo. Glosando Brecht, primeiro levaram os ciganos, mas eu não me importei, não sou cigano, depois levaram os chineses, mas eu não me importei porque aquelas cozinhas eram verdadeiros chiqueiros e claro, eu não era chinês. Depois levaram as Bolas de Berlim das praias, a ginjinha do Rossio e ainda hoje uma mercearia em Faro que se preparava para festejar cem anos. Em todo este tempo, muitas mais vezes ouvimos falar da ASAE. Foram os galheteiro, as colheres de pau, os chouriços, os queijos, os doces e os salgados da senhora do 3º esquerdo e muitos restaurantes, café, lojas, tudo. Começou-se a sentir um certo abuso em tudo isto, mas o seu Presidente António Nunes, sempre muito peremptório, afirmava que nada mais fazia que cumprir a lei. Se a lei estava mal que a mudassem. Ele só estava a cumprir com as suas obrigações de uma maneira competente e séria. Defendia a saúde pública e nada havia que lhe apontar, antes pelo contrário deveria ser elogiado. Depois lá aconteceu aquela cigarrilha fumada durante a passagem do ano, na abertura da era caça-fumadores, que o fez cair um pouco do cavalo e lhe minou um pouco da autoridade moral de que se arrogava (se a tivesse tinha-se demitido). Não queremos que tenha razão quando diz que mais de 50% dos restaurantes são para fechar, nem quando diz que quem não gosta de viver cá se vá embora, mas tem razão numa coisa, nas leis. As leis, essas realmente existem, chegaram e continuam a chegar aos pacotes da Europa e logo nós nos mostramos mais papistas que o papa e ainda as tornamos mais duras e severas. Para que servem verdadeiramente estas leis? E a quem realmente interessam?
A ASAE tornou-se quase num pesadelo para alguns, numa força desproporcionada para a tarefa que deve desempenhar. Criam o medo e o medo tem cheiro. Quem o sente, sem saber muito bem de quê, também fica com medo. Espalha-se como uma epidemia e quando tomamos consciência disso notamos que perdemos um pouco mais da nossa liberdade e lá fora o mundo é um pouco mais cinzento. Para mim está.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

6 comentários:

  1. muito bem, mas é 'encapuzados'

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  2. Anda tudo maluco ...
    ... ou o objectivo é mais abrangente: nova DGS ou braço armado do SIS, pois polícias (e dos melhores do mundo) já nós temos.

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  3. Proponho que as referências à ASAE passem a ser conformes ao book: ASAE/DGS, e cada um lê como quiser: Direcção Geral de Segurança ou Direcção Geral de Saúde. Nos tempos futuros arriscam-se a ser sinónimos.

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  4. Estamos a caminhar para a situação de um polícia por cidadão. Os polícias não deixam de ser cidadãos válidos e muitos são cidadão de primeira, pessoas com P grande. E a diversidade de tipos de polícias? Parece que há polícias para tudo. Como anda tudo maluco, o que precisamos é de médicos psiquiatras, daria muito mais resultado.

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  5. O n/ caro Kaos não entendeu nada. Então os inspectores da ASAE não precisam de treino para-militar? Precisam sim sr e eu concordo. Cada vez que entrarem numa cozinha habitada por uns bichinos rastejantes, tem de os prender. E o Kaos nunca deve ter tentado apanhar uma barata. Elas não fogem dos humanos e da sua arma -a vassoura. Assim sendo, concordo que eles precisam de técnicas sofisticadas do SIS e dos SWAT americanos.

    MORTE ÀS BARATAS!


    NB -espero que ninguém dos ambientes ande por aqui, senão chamam a polícia (do ambiente, claro) para me pôr à sombra. LOL! LOL! LOL!

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  6. Contra os métodos SWAT da ASAE, nunca ninguém pensou em usar armas sem recuo (vulgo "bazucas")? É o que eles estão a precisar!

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