sábado, fevereiro 16, 2008

Crianças enjauladas

 Maria Lurdes Rodrigues

«Alunos poderão passar 11 horas diárias na escola.
Actualmente, um estudante do 6.º ano com um horário normal passa cerca de 39 horas semanais na escola, hora de almoço incluída. No futuro, o volume deverá subir até às 55 horas semanais. Um acréscimo de 16 horas por semana que se fica a dever à disseminação de actividades de enriquecimento curricular (AEC) pela segunda parte do dia e à promessa de que, após o dia de aulas, das 08.30 às 17.30, a escola poderá assegurar o "apoio à família" por mais duas horas, tal como sucede no 1.º ciclo.
Os sindicatos de professores, apesar de genericamente favoráveis à medida, temem que se repitam as situações de "contratação precária" de docentes, a recibo verde, para preencher algumas horas do dia.
Já Albino Almeida, da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap), concorda com o conceito, que vem ao encontro das necessidades dos pais que trabalham e desejam que os filhos continuem na escola para além do horário das aulas, ao mesmo tempo que juntam às matérias curriculares outras actividades.
A Confap defende a medida, "por as escolas passarem a oferecer uma formação educativa mais alargada, numa lógica de enriquecimento curricular e cultural mais forte e diferente de escola para escola, o que a torna mais rica".»
in "DN"

Pois é, está tudo de acordo. O ministério em fechar os putos num local para os controlar e fazer as cabecinhas jovens nas novas filosofias do liberalismo dos Bilderberg, os professores não sei muito bem porquê e só se mostram preocupados com o pilim, e os pais porque se livram da responsabilidade de educarem os pestinhas, resultado de umas trancadinhas de umas eventuais noites de prazer. (Quem deu à Confap, corja em que, como pai, não me revejo nem com quem quero qualquer associação ou proximidade, o poder de falar em nome dos pais?)
Tanto o ministério, que se deveria preocupar em fazer politicas de ensino garantindo o desenvolvimento saudável das crianças, os professores que deveriam estar preocupados com uma pedagogia eficaz e saudável das crianças e os pais que deveriam exigir uma ensino e uma pedagogia saudável para as suas crianças, pensam em tudo menos nos putos. Se a qualquer uma destas pessoas, trabalhem no ministério, sejam professores numa escola ou pais a exercer qualquer outra profissão, nunca aceitariam que lhes fosse exigido que passassem 11 horas no local de trabalho (mas mais cedo ou mais tarde vai ser, preparem-se).
Este é o resultado do caminho em direcção à sociedade dos Bilderberg, em que se procura condicionar as crianças desde pequenas na necessidade de trabalharem de sol a sol, da obediência, de aceitarem o controlo constante daquilo que fazem, com cartões de acesso, câmaras de vigilância e por professores transformados, não em agentes de ensino, mas de guardas (mais tarde os professores serão substituídos por patrões capatazes e eles já nem vão estranhar). Os papás, a esses já vão poder ser exigido que, também eles, não tenham horários nos seus empregos pois o estado “guarda-lhes” os filhos na filosofia do “trabalhinho”, da resignação e da aceitação silenciosa.
Em que raio de gente estamos nós a transformar os nossos filhos?
Que raio de mundo estamos nós a criar?
Eu por mim sinto a necessidade de passar algum tempo todos os dias com os meus filhos, para lhes transmitir valores e ideias. Que pelo menos eles não se tornem em zombies do sistema e aprendam a pensar pelas suas cabeças, por mais problemas que isso lhes possa vir a criar.

Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

21 comentários:

  1. eh, a morcega é
    do carago, e ao fim,
    lá sei, que tudo começa
    a ficar transtornado, fodido,
    e, desnaturados de todo,
    quem sabe, os crios
    até vão gostar

    e eu não queria
    era aturar essa gaja,
    sequer ter de lhe
    ver o nome e
    menos ser
    professor/a, sem cada dia,
    à maneira d'américa,
    a matar à ponta de um fusil

    ResponderEliminar
  2. O que se está a passar faz parte de um conjunto de medidas de uma apagada e vil tristeza temporária e estéril.

    ResponderEliminar
  3. A Escola já era um muito conveniente armazém de crianças. D´ora avante não conheço palavra adequada para a qualificar.
    JFrade

    ResponderEliminar
  4. Peço imensa desculpa, mas os professores não concordam nada com essa "novidade". Convido-o a visitar o Educação do meu Umbigo do Paulo Guinote. Os Sindicatos só se pronunciam sobre as condições de trabalho dos seus trabalhadores.
    Quanto a passar 11 horas no local de trabalho ... bem ... essa é a minha história ... chegar à escola às 8 da manhã para as aulas, almoçar no refeitório ,o que faz com que continue a trabalhar mesmo à hora de almoço pq é necessário chamar à atenção a miudagem pelas mais diversas traquinices.Só voltar a sair às 21 horas, após um longo dia de aulas, substituições e reunião de Conselho Pedagógico. Junte-se a isso mais 45 minutos de viagem. No dia seguinte ... outra vez às 8 horas ... Claro que preparar aulas só aos fins-de-semana. Por isso ... não o desejo a ninguém, muito menos às crianças.

    ResponderEliminar
  5. é uma vergonha o que se passa no pais por isso nao se podia esperar que na educaçao fosse melhor

    ResponderEliminar
  6. ora aqui está o que os professores pensam ... nas palavras do Paulo Guinote.

    http://educar.wordpress.com/2008/02/13/
    nao-me-revejo-no-modelo-confapiano-
    sousa-tavarista-de-familia/

    ResponderEliminar
  7. É de pequenino que se torce o pepino!
    Os meninos, cujos pais são explorados até ao tutano e não têm dinheiro para pagar a colégios, têm de começar a interiorizar, desde tenra idade, o seu futuro papel na sociedade: escravos assalariados!
    Eis a socialização em acção para apertar o crivo da reprodução social! Nem fosse a MORCEGA (como diz Monique) do ISCTE e das sociologias especializadas em psicologias psicóticas...

    ResponderEliminar
  8. Já vi que me querem bater por aquilo que digo da posição do sindicato dos professores. A noticia dizia "Há, no entanto, um aumento efectivo da carga horária, que implicará a existência de mais meios humanos. E é este capítulo que mais preocupa os sindicatos de professores. Apesar de genericamente favoráveis à medida, temem que se repitam as situações de "contratação precária" de docentes, a recibo verde, para preencher algumas horas do dia. A esta preocupação, os sindicatos juntam o receio de que a concentração de disciplinas em áreas temáticas, defendida por Maria de Lurdes Rodrigues como forma de reduzir o número de professores a leccionar a cada turma, interfira nas remunerações dos docentes." na parte em que se referia às respostas dos sindicatos. Não sou professor mas já aqui escrevi diversos textos em que lhes mostro o meu apreço e agradeço o seu trabalho.

    ResponderEliminar
  9. É o caminhar para o "Admirável Mundo Novo" na senda de Aldous Huxley.

    Somente falta querem começar a condicionar o comportamento humano em laboratórios, porque a televisão e a publicidade já condicionam a mentalidade e o pensamento.

    Mas o que é mesmo grave, é constatar-se uma juventude que cada vez reflecte menos sobre si própria e que cada vez mais se acomoda ao que lhe impingem.

    O estado de Zombie começa muito cedo e vai sendo modelado ao longo das etapas de vida, até chegarem ao tal estado de escravos assalariados, não pensantes.

    Mas existe mais uma outra etapa, que são os desempregados com medo.

    Esperemos que o povo não renuncie à sua condição humana.

    ResponderEliminar
  10. Os sindicatos devem defender, como lhes compete, os direitos dos professores, penso eu de que...
    Contudo, estas medidas alucinadas que saem do governo e que, em primeira instância, são da responsabilidade directa da sinistra “madame minE” não estão a afectar, apenas e directamente, os professores. Elas são muito mais perversas do que tudo isso. Estão a arruinar o futuro de milhares de crianças e jovens e, por consequência, de toda a sociedade portuguesa. A Educação é uma área social basilar para o desenvolvimento pessoal, social e económico. Esta assassina, pois muita gente há-de suicidar-se por sua culpa, é tão lunática e tão incompetente que é incapaz de testar, numa pequena parte do tecido social, estas merdas que anda a fazer. É das tais psicóticas, tipo Hitler, que julga(?) que tem uma missão muito especial e que vai salvar Portugal e o mundo.
    Com o exemplo de Hitler, de Estaline e de outros malucos que ocuparam elevados cargos no poder, já deveríamos ter aprendido que crianças TRAUMATIZADAS são um perigo se ascendem a determinados lugares. Somos mesmo BURROS!!!

    ResponderEliminar
  11. "Mas existe mais uma outra etapa, que são os desempregados com medo."

    E o medo torna as pessoas subservientes! E, infelizmente, já há muita gente que aspira, ardentemente, conseguir esse estatuto de escravo assalariado: os filhos bastardos do capitalismo!!!

    ResponderEliminar
  12. “Pois é, está tudo de acordo. O ministério em fechar os putos num local para os controlar e fazer as cabecinhas jovens nas novas filosofias do liberalismo dos Bilderberg, os professores não sei muito bem porquê e só se mostram preocupados com o pilim (…)”
    Engana-se Kaos, quem está de acordo com isto são os sindicatos e não os professores. Não deleguei em nenhum a minha representação.
    Quanto ao pilim, de facto, os professores também têm família para sustentar e garantidamente, por mais que se goste do que se faz, quem é rico ou vai para político ou ganha a vida honestamente. Optei pela segunda hipótese, garantidamente não é a mais rentável, mas é uma questão de educação.

    Costumo dizer aos meus alunos que é esta a grande competência que a escola os deve ajudar a adquirir – pensar pela sua cabeça. Acho que prego no deserto.

    Colega Odiana, não acha que está a fazer a triste figura que o Ministério pensa que nos poderá impor?

    ResponderEliminar
  13. Os casos dos alunos pistoleiros
    da parvónia do tio SAM deviam servir de exemplo!
    para lá caminhamos.
    basta dar uma volta pelas escolas e ouvir professores e alunos, para se ter uma ideia do que se passa.
    A diferença é que aqui na Tugalandia
    só vendemos pistolas de carnaval, porque se a americanixe pega, como pegou com os cigarros, vamos ter muitos Kó-Boys a estacionarem os cavalos à porta das escolas...
    PQP

    ResponderEliminar
  14. Os CEF garantem que não há cowboys e outros boys nas portas das escolas.
    JSerra

    ResponderEliminar
  15. apache:
    tens toda a razão quando dizes que foram os sindicatos, ou melhor provavelmente um a FNE que é a quinta coluna do governo nos professores, quem defendeu aquela idéia. Também quando me refiro aos pais sei que há muitos que não pensam o mesmo que a Confap, mas só desejei mostrar como o plano está bem montado e como dão a idéia que todos estamos de acordo com as opções do ministério. O programa "Expresso da meia-noite" com a ministra, a Fne, a Confap e mais um banana a representar os Conselho das escolas foi o mesmo. Todos pareciam estar tão de acordo com tudo que quem não saiba não entende como dizem haver contestação
    um abraço

    ResponderEliminar
  16. Estou com asvicentinasdebraganza:'não há ninguém que lhe dê um pontapé na cona e a mande para o ISCTE'?,donde nunca deveria ter saído de lá?

    ResponderEliminar
  17. SÓCRATES REUNE HOJE COM PROFESSORES SOCIALISTAS (ainda existem?). O CRITÉRIO DE ESCOLHA IMPOSTO PELA MINISTRA FOI A OBRIGATORIEDADE DE SEREM CEGOS, SURDOS E MUDOS...

    ResponderEliminar
  18. Não me revejo minimamente neste estado de coisas, nem nesta sociedade que nos obrigam a viver. Só há uma solução: desobediência cívica e se necessário mais alguma coisa...

    ResponderEliminar
  19. Só tenho duas notinhas a dizer: 1) ainda bem que a minha filha já não anda na Escola; alguns pais - só alguns - ficarão muito satisfeitos para não terem mais responsabilidade nenhuma enquanto pais;
    2) os indivíduos que tomam estas decisões nunca foram crianças, nasceram já assim - cinzentos e formatados.
    Bom fim de semana.

    ResponderEliminar
  20. O Sócretino é muito espertinho. Ele e a sinistra ministra reuniram hoje com professores socialistas... Quer dar uma passar a mensagem primeiro aos do seu partido para que estes depois tentem dar a volta aos colegas. Professores socialistas! O que é isto? Não será descriminação? E já agora, que socialismo? Isso ainda existe?

    ResponderEliminar
  21. É lamentável que a SIC se tenha proposto a esta "lavagem" da socretina corte, em particular, num momento em que os alicerces dessa mesma corte começam a dar sinais de ropturas.
    O jornalista, também desempenhou bem o seu papel, que é para isso que lhe pagam.(Quem sabe, um destes dias, não entrará para um ministério?)
    Os detergentes utilizados não poderiam ter sido os melhores:
    Uma marioneta que tem a mania que há-de ser secretário de estado, ou adjunto, ou motorista, de um qualquer ministério...(Logo no início do mandato socretino, de tanto barulho, o mandaram calar; a sineta calou-se.Agora, retoma o toque...Será que é desta que vai a secretário de estado?Mandem-no calr, novamente...
    O conselho das escolas esteve bem representado:mais um fantoche bonancheirão, igual ao conselho a que pertence, feito à medida do "lambebotismo" para que foi criado.
    A FNE? O que é a FNE?
    A senhora que sorriu, desta vez, deve ter chegado a casa e ter feito alguma maluqueira.Não é todas as noites que uma senhora é , assim, disputada...
    Esta senhora é medíocre.Nada nela deu, até agora, de docente, qualquer que tenha sido, ou seja, a sua carreira profissional.É uma azémola quadrada que alguém indicou ao socretino e o socretino teve que a engolir.Não é o governo-e muito menos o PS- quem define as linhas políticas da educação.(Basta recordar, de raspão, aquilo que um magnata português dizia, há 3, 4 anos, sobre os professores e a educação, para saber quem manda nesta socretina corte)
    Mas , sim senhor! A SIC -já que a TV do governo lava todas as segundas-´também lava.Entrou na concorrência.Só que não lava "mais branco".
    Fique a senhora professora descansada, ainda ministra, que é verdade que ela e o seu chefe são as pessoas mais maltratadas neste país.Não tenha dúvida alguma sobre isso.
    Não há recanto nenhum deste país onde a senhora não seja insultada diariamente repetidas vezes, assim como o seu chefe.
    E nas escolas, sim senhor!Onde é que haveria de ser?
    "Profesorzecos"?
    Não me permite a educação enumerar, aqui, alguns dos "nomezecos" que, vezes sem conta, diariamente, os professores deste país lhe chamam.
    A senhora é medíocre.

    ResponderEliminar

Powered By Blogger