terça-feira, março 04, 2008

Marionetes da marionete

Marionetes

Professores, tantos professores, só professores a falar neste Prós-e-Contras que agora acabou, mas vendo bem, nem um único professor ali estava. Nem um único professor daqueles que vivem a escola, com os seus defeitos e virtudes, que vivem a realidade da sociedade portuguesa. Daqueles que, tanto ensinam na mais recôndita escola do interior do país, como nas super escolas industrializadas, com todos os seus problemas de integração e exclusão social e onde a filosofia é a de cada um por si. Mas foi um programa feito por especialistas, por técnicos da manipulação que escreveram um guião quase perfeito para a encomenda. O trajecto das ideias, as estudadas divergências, o ilusionismo do dar e do tirar, aos professores, aos pais, ás empresas, ás autarquias, tudo numa manipulação verdadeiramente profissional. Primeiro o centrar totalmente o problema na avaliação, a concordância de todos na complexidade da mesma, (parece o mapa do metro, disse um, e do de Londres que é o maior, acrescentou logo outro, quais Dupont e Dupont)) para vender a ideia de que, todo o mal estava aí. Defender o aparecimento da figura do “ mediador”, alguém que garantiria que a Ministra não caia, o Sócrates não perca a face e os professores consigam uma insignificante vitória temporária e de fachada. (O medo que eu tenho dos sindicatos nestas coisas). Um acalmar das águas, para depois logo aparecer, como apareceu no programa, um especialista a dizer que afinal a avaliação até não era difícil, era até bastante simples e exequível. Por aí já se pode ver qual vai ser o nível de cedência da Sinistra. Mas, isto não ficou por aqui, apareceu o pai, “tão pai” como o eram os “tantos professores”, um pai a falar das crianças e de como é nela que deviam pensar. De como o ensino é a conquista do interesse dos jovens, das suas maravilhosas capacidades e das potencialidades das novas tecnologias. Eu, como pai também tenho essa visão bela da escola, mas sei que não é esta politica da Sinistra que nos vai levar nessa direcção, mas sim na de autenticas fábricas/prisões onde se molda a mão de obra barata do futuro. Veio logo um daqueles “tantos professores”, dizer que não, que os jovens tinham de aprender a conviver com as dificuldades, com o esforço e com o trabalho, que se tinham de preparar já ali para o que os aguardava na porta do futuro. E isto continuou por ali fora, sempre sem parar, sempre com uns a mostrar-nos o paraíso na terra e outros o inferno das dificuldades, sempre a “dar” com uma mão e a tudo fazer desaparecer com a outra. Um nojo.

PS
:
Quero pedir aqui aos professores que não vão na cantiga, que não aceitem parar este movimento e este protesto sem a demissão da Ministra, e a revogação da avaliação, da gestão das escolas e do estatuto do aluno. Não aceitem menos que a gestão democrática das escolas, a avaliação continua feita pelos Conselhos pedagógicos das suas escolas e poderem exigir conhecimento se respeito os seus alunos, sem nunca lhes retirando o direito a serem crianças. Claro está que gostaria de lhes pedir mais, que mesmo assim não parassem, que se continuasse a luta por tantos outros direitos e contra tantas injustiças que nos têm vindo a ser impostas. É que o vosso exemplo pode ser aprendido e criar uma onda que submerja esta corja de vez. Esta pode ser a mais bela lição que deram na vossa vida e logo a todo um país.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

12 comentários:

  1. Anónimo4/3/08 10:35

    Óptimo!
    Fantástico!
    O grande artista é também pessoa de palavra, o pai professor sociólogo e bom entendedor de manipulantes encartados, quais os convidados desse prós e contras do regime.

    Tá muito bem e o apelo aos professores para se não deixarem levar da reza tamém está, assim eles não desistam de prosseguir a reinventar a escola que é que sabem mais que a equipa de tachistas e mais que essa vingativa sinistra.

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  2. Anónimo4/3/08 11:16

    Eu penso que os participantes tiveram a necessária distância entre governo e professores. Desapaixonadamente – o que é preciso - lá foram dizendo coisas importantes. Falou-se da judicialização em que caiu a reforma, da necessidade de experimentar a avaliação, da questão que provavelmente curto-circuitou a comunicação: a indignidade no tratamento dos professores (professorzecos!).

    Ainda assim, sem o pretenderem, foram os presentes que fizeram o papel mediador…É pouco?

    Quanto à comentadora loura, que espera sempre por receitas milagrosas, já nos habituou àquela postura de funcionária do regime. Era completamente escusado, antes do intervalo, e despropositadamente, vir dizer que “ o professor do anterior programa tinha pedido desculpa ao ministério” e que “afinal, a decisão do tribunal quanto ao pagamento das aulas de substituição, ainda não tinha transitado em julgado”. Lá vinha novamente a judicialização…Mas, afinal, quem encomendou este frete à FCF?

    Nas questões essenciais estou de acordo: a “fórmula de avaliação” tem que ser aceite por todas as partes, valorizando-se a excelência e a responsabilidade; a gestão das escolas não deve, nem tem que ser, partidarizada!

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  3. Anónimo4/3/08 11:59

    Caro Kaos: apenas vi 5 minutos da chachada.
    Escuto o senhor Vilaverde CABRAL, um dos sociólogos do regime.

    Um intervenção miserável a branquear e a desculpabilizar tudo que que se fez na educação neste país.

    Pelo meio ainda fez um acto de contrição falando em " eu próprio era adepto de quando mais problemas existirem deve-se dar mais educação , agora não penso assim", algo dito nesta parte que escutei.


    Miserável esta conversa.

    Quem se lembra deste senhor e das intervenções deles na década de 80 a fustigar o Cavaquismo vê o ridículo disto.

    Fustigar mas só até à altura em que foi nomeado director da Biblioteca nacional.


    Agora temos e estamos na segunda fase da propaganda: convencer as pessoas, os paizinhos chamando estas ilustres vedetas que a troco de futuros favores e cargos, chamando, escrevia, caucionam e apoiam estas "reformas".

    Miserável esta gente que se auto proclama como sendo de "esquerda" mas não defendem nada, não acreditam em nada, não são a favor de nada.
    Apenas são a favor da situação que esteja, seja qual for a situação.

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  4. Anónimo4/3/08 12:21

    Os professores podem e devem despoletar uma grande revolução, uma revolução de valores e de mentalidades. Devem tomar consciência do enorme poder e da responsabilidade que têm entre mãos. Deles depende a formação de cidadãos livres, responsáveis e com sentido crítico.
    Reforma na Educação?
    - Sim, mas uma reforma que possa impulsionar um novo paradigma. Uma reforma que ajude a construir uma sociedade mais justa e mais humanizada. Uma sociedade em que as máquinas libertem o Homem do trabalho árduo, ao invés de o condenarem à servidão ou à exclusão...

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  5. Deus queira que ninguem vá na conversa desta corja ...nunca me apeteceu tanto partir os dentes aquela anormal daquela moderadora (?!) como ontem.
    Irra mulherzinha ignorante e seguidista.
    Um vómito o programita...

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  6. Anónimo4/3/08 19:28

    E,os professores,como essencialmente seres pensantes por definição e transmissores do Saber,saibam em quem NÃO VOTAR.E,para caso estejam amnésicos,indico os partridecos do regime pôdre a que chegámos e,faz de cada um de nós'gato sapato',PSD,PS,CDS!!!Não se esqueçam que a 'oferta' não tem só corruptos encartados e de provas dadas!
    Isto ainda é uma democracia,por enquanto!Não deixar morrer a democracia é não votar nestes (mal empregados)vendilhões.

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  7. UMA SEMANA DE OURO, OU DE FILIGRANA

    Está em marcha uma imparável semana de propaganda política que, numa inabilidade incompreensível, reincide, de novo, na diabolização dos professores, elegendo-os como o bode expiatório do que corre menos bem na sociedade portuguesa.

    Ontem, o JN, num anúncio de página inteira dava o mote no acerto das hostilidades. Naturalmente um anúncio pago com o dinheiro espoliado aos professores e a outros trabalhadores da administração pública que, indecorosamente, viram as suas carreiras congeladas e os seus vencimentos degradados.

    Hoje, a partir de um relatório da IGE (Inspecção Geral de Educação) a ministra, ela própria, apresenta resultados amplamente satisfatórios do desempenho da escola em vários quadrantes da sua actividade.
    [...]
    Pode continuar a ler em: http://www.aijesus.blogspot.com/

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  8. Anónimo4/3/08 23:45

    Aquela Fátima Campos Ferreira é uma engraxadora do regime!!!
    Um nojo autêntico!!!

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  9. A semana passada, aquilo teve um cheiro de Prós e Contras, não Prós e Prós como é já por tanta gente reconhecido, e eu concluí que a "Moderadora" não conseguiu arranjar ninguém para falar do lado da ministra, até o "professor do ano", contrariamente ao que seria de esperar lhe saiu meio furado.
    Mas a moderadora consegui remediar o serviço, para arranjar gente mais moderada fabricou um programa sobre educação em que ninguém tinha nada a ver directamente com educação. Mesmo assim teve de sacar de arte e engenho para quase obrigar os falantes a dizerem aquilo que ela queria que dissessem. Claro que sabia que nenhum dos convidados facilmente reclamaria naquele palco a demissão da ministra, por isso não se fartou de insistir nisso.

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  10. Anónimo5/3/08 02:57

    Eu espero no dia 8 uma das maiores manifestações de sempre em Lisboa. Muita gente lá estará para caminhar ao lado dos profs.
    Gostei do programa prós e prós. Também eu tenho o direito e o dever de falar de educação e não sou professor. foram ditas muitas coisas, verdades. E, das coisas mais importantes que foram ditas, foi que até hoje não houve nenhum governo que tenha tratado tão mal uma classe a que é devido respeito e agradecimento. Foi isto que eu ouvi ontem no programa, e de quase todos os intervenientes. Estranho até algumas msg's aqui escritas e estranho também algumas passagens do texto do Kaos.
    De uma vez por todas, devemos ouvir-nos uns aos outros e com a devida atenção. E sem qualquer tipo de preconceito.

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  11. Os professores não irão na cantiga. Os professores são provavelmente a classe profissional que mais luta pelo futuro do país. Os professores querem de facto o melhor para o ensino. A maioria de nós põe a sua profissão muitas vezes, tantas meu Deus, à frente da sua própria família e da sua própria vida.

    Bom seria, que este dia 8 de Março, muita gente, estudantes, pais, cidadãos, se juntassem para deixar bem claro à srª ministra que a educação é uma preocupação não só de uma classe profissional, como de um povo.

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  12. Anónimo6/3/08 16:13

    E a seguir são os funcionários públicos (centrais e locais).

    E depois só faltarão mesmo os privados a sofrerem com o mesmo sistema.

    E viva a Flexisegurança.

    E na TV e na Rádio dão a mesma treta das mesmas notícias de treta vezes e vezes sem fim.

    E viva o FCP que já dá mais umas "caixas" e chorinhos para mais uns dias.

    Que choldra de país.

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